Rising é o segundo álbum de estúdio da banda inglesa de Rock Rainbow. Seu lançamento se deu em 17 de maio de 1976 e a sua produção ficou a cargo do renomado Martin Birch (que produziu, entre outros, Deep Purple e Iron Maiden). Sua gravação durou menos de um mês, em fevereiro de 1976, no Musicland Studios, em Munique, na Alemanha.
A arte da capa de Rising é uma das mais clássicas da história do Rock, com um punho segurando um arco-íris.
O Rainbow foi a banda formada por Ritchie Blackmore após sua primeira saída do Deep Purple e que passou por diversas e incontáveis formações. Em 1975, Blackmore demite todos os músicos que gravaram o primeiro álbum da banda (Ritchie Blackmore’s Rainbow (1975)), com exceção do vocalista (ninguém menos que o lendário Ronnie James Dio). Então, ele recruta novos músicos para realizar uma breve turnê no fim de 1975: na bateria Cozy Powell, no baixo Jimmy Bain e o tecladista Tony Carey. O entrosamento demonstrado pela banda deu a Blackmore a sensação de que a gravação de um novo álbum era o próximo passo do Rainbow.
Como dito anteriormente, o entrosamento da banda era excelente, tanto que a gravação do álbum foi em tempo extremamente curto, menos de um mês. Ressalte-se que duas das canções de Rising já estavam sendo tocadas na turnê do fim do ano anterior à gravação do álbum, “Stargazer” e “Do You Close Your Eyes”.
O álbum possui apenas 6 faixas. Quando lançado em vinil em 1976, a distribuição das músicas pelos lados A e B foi muito criativa e inteligente. Do lado A, as quatro faixas menores e mais rápidas e diretas. Do lado B, as duas faixas maiores, com mais de 8 minutos, épicas. A parte musical foi criada pela genial dupla Blackmore e Dio e as letras a cargo de Dio.
O grande clássico “Tarot Woman” é a faixa que abre o álbum. O início da música, com presença marcante dos teclados de Carey, mostra que neste trabalho o Rainbow buscou dar mais espaço para os demais músicos da banda e não apenas se calcar nos gênios de Blackmore e Dio. Evidentemente, há destaque para o riff e os vocais da faixa, mas Powell faz um ótimo trabalho e os teclados são um show à parte.
As demais faixas que compõem o lado A do vinil original são mais simples e diretas. “Run With The Wolf” e o single “Do You Close Your Eyes” seguem na mesma batida da primeira canção, com destaque para os teclados e para a atuação de Ronnie James Dio.
“Starstruck” tem um ritmo mais variado nas guitarras de Blackmore, lembrando um pouco a sonoridade que o guitarrista desenvolvia no Deep Purple. A letra foge da linha mais fantasiosa e fantástica adotada pela banda (notória contribuição de Dio), pois retrata a perseguição que uma grupie fazia à Blackmore por onde quer que a banda estivesse.
“Stargazer” é um dos maiores clássicos do Rock. O solo de Ritchie Blackmore nesta música é extraordinário, digno de seus melhores momentos no Deep Purple, recheado de feeling e o estilo que o guitarrista eternizou.
A atuação de Ronnie James Dio também é notável. Tanto o alcance de sua voz, sempre fantástica, a entonação perfeita e sobretudo a interpretação, são um dos pontos mais altos da carreira do baixinho vocalista.
Importante ressaltar a introdução de bateria feita na música por Cozy Powell. Simplesmente sensacional. No fim da faixa é possível notar a participação da Orquestra Filarmônica de Berlim, que durante o decorrer da música fica ofuscada pelo trabalho do tecladista Tony Carey.
A letra de “Stargazer” fala sobre um mago que ilude pessoas a trabalharem na construção de uma torre que traria felicidade a todos quando concluída. No entanto, o mago cai da torre e falece, desiludindo a todos.
“A Light In The Black” traz duelos entre a guitarra de Ritchie Blackmore e o tecladista Tony Carey, no bom e velho estilo adotado no Deep Purple, antiga banda do guitarrista. A guitarra está bem rápida nesta faixa e conta com um solo precioso. A faixa conta com longos períodos instrumentais, fato que teria irritado Dio – a despeito de sua bela atuação nos trechos vocalizados.
Após o lançamento do álbum, a banda saiu em turnê pela Europa tendo como abertura os australianos do AC/DC. Há também datas na Austrália e Japão e os shows nipônicos são gravados para lançamento de um futuro álbum ao vivo – On Stage (1977) – que também incluía gravações de shows na Alemanha.
Infelizmente a formação que gravou este álbum clássico durou apenas até o final de 1976, pois Blackmore demitiria o tecladista Tony Carey e o baixista Jimmy Bain por “divergências musicais”. Sim, sempre elas.
Formação:
Ritchie Blackmore – Guitarra
Ronnie James Dio – Vocal
Tony Carey – Teclado
Jimmy Bain – Baixo
Cozy Powell – Bateria
Participação da Orquestra Filarmônica de Berlim na faixa “Stargazer”.
Faixas:
01. Tarot Woman (R. Blackmore/R. Dio) – 5:58
02. Run with the Wolf (R. Blackmore/R. Dio) – 3:48
03. Starstruck (R. Blackmore/R. Dio) – 4:06
04. Do You Close Your Eyes (R. Blackmore/R. Dio) – 2:58
05. Stargazer (R. Blackmore/R. Dio) – 8:26
06. A Light in the Black (R. Blackmore/R. Dio) – 8:12
Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/rainbow/
Opinião do Blog:
Rising é um álbum soberbo em quase todos os aspectos. Há a conjunção de duas das maiores estrelas da história do Rock & Roll em seu processo criativo: Ritchie Blackmore e Ronnie James Dio.
Este álbum é a prova definitiva que muitas vezes o sucesso comercial não é sempre o melhor termômetro para avaliar uma obra. Não que Rising tenha ido mal, longe disso, mas a sua vendagem comercial é totalmente incompatível com a excelência sonora que proporciona aos seus ouvintes.
Se tivesse apenas “Stargazer”, já teria entrado para a história. Na modestíssima opinião deste blog, esta é uma das melhores músicas da história. E não apenas do Rock, Hard Rock ou Heavy Metal. Da música em geral. Guitarras, solos arrasadores, cozinha perfeita, teclados exatos e um show de interpretação pelo saudoso gênio dos vocais, Ronnie James Dio.
Se Rising não teve a repercussão que merecia, é dever de todo fã de Rock & Roll divulgar e mostrar para as futuras gerações qual é o resultado quando dois grandes músicos estão juntos. Rising é um álbum clássico e “Stargazer”, a obra-prima.
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Stargazer
Tarot Woman
A Light In The Black
Adoreei sua opinião em relação a "Stargazer", pois concordo plenamente...ela é concerteza uma das melhores músicas da história ! Cada segundo dela é marcante... são quase 9 minutos de pura emoção ! \o/
ResponderExcluirObrigado, Karen, eu realmente sou fanático por este álbum e por esta música. Se existe perfeição, Stargazer é um exemplo disto!
ResponderExcluirEssa banda fez as musicas mais incríveis que eu já ouvi.
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