YES - 90125 (1983)








Post
sugerido e dedicado ao amigo Silvio Tavares





90125 é o décimo-primeiro álbum de estúdio da banda
inglesa chamada Yes. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 14 de novembro de
1983, com sua gravação acontecendo basicamente em parte do primeiro semestre
daquele ano. A produção ficou a cargo do conceituado produtor Trevor Horn e o
disco saiu sob o selo da Atco Records.













O espaço aqui é muito pequeno para se contar a
história de um grupo como o Yes até o ano de 1983, então, o blog preferiu fazer
apenas uma rápida pincelada no passado (glorioso) do conjunto e se ater à época
mais especificamente do lançamento de 90125.





O início do Yes data do ano de 1968, quando o
baixista Chris Squire foi apresentado ao cantor Jon Anderson, sendo que ambos
possuíam interesse em músicas como as de Simon & Garfunkel e, também, em
harmonias vocais.





Com uma formação que contava com Jon Anderson nos
vocais, Chris Squire no baixo, Peter Banks na guitarra, Tony Kaye no
órgão/piano e Bill Bruford na bateria, a banda lançaria seu primeiro álbum,
homônimo ao grupo e que é considerado por alguns como o primeiro disco de rock
progressivo da história.





Com a mesma formação do grupo, sairia o segundo
álbum da banda, Time And a Word, de 1970.





Foi por volta de 1971, já com Steve Howe nas
guitarras – substituindo Peter Banks – que o Yes trouxe para o grupo o
excelente tecladista Rick Wakeman, para o lugar de Tony Kaye. Wakeman traria
para o Yes maiores contribuições para o estilo Progressivo/Sinfônico que a
banda tanto gostava.





O primeiro trabalho com Wakeman no Yes foi seu
quarto álbum de estúdio, o aclamado Fragile, de 1971.





Durante os anos setenta, o Yes lançou vários álbuns
de sucesso, com praticamente todos entre as 10 primeiras posições da parada
britânica de discos, sendo que dois deles atingiram o topo: Tales From
Topographic Oceans (1974) e Going For The One (1977).





O grupo também sofreu com algumas mudanças de
formação durante o período – como a saída de Wakeman em 1974, insatisfeito com
o resultado das gravações de Tales From Topographic Oceans – voltando poucos
anos depois.





Após a gravação do nono álbum de estúdio do grupo,
Tormato (1978), tensões surgiriam dentro do Yes e que causariam algumas
mudanças na direção musical do conjunto.





Para o próximo trabalho, o Yes se reuniu em Paris
com o produtor Roy Thomas Baker, que durante as sessões musicais favorecia as
partes desenvolvidas pelo vocalista Jon Anderson e o tecladista Rick Wakeman.
Estas passagens eram mais leves e delicadas, fato este que inervou o grupo
formado por Chris Squire, Steve Howe e Alan White, que desejavam uma veia mais
rock and roll para as músicas.





Chris Squire










Em 1980, Squire, Howe e White não gostaram de
nenhuma das composições apresentadas por Jon Anderson como material para o
próximo trabalho, mais uma vez consideradas “leves demais”. Para complicarem
mais as coisas, as sessões de gravação tiveram que serem interrompidas, pois
Alan White quebrou seu pé enquanto patinava.





Quando o grupo voltou para novas gravações, a
situação se tornou irremediável. Diferenças musicais – e, talvez financeiras –
fizeram com que Jon Anderson deixasse o Yes. Logo em seguida, pensando em que a
banda não conseguiria prosseguir sem sua voz, Wakeman também sai do conjunto.





Em 1980, a dupla pop The Buggles era formada pelo
tecladista Geoffrey Downes eo vocalista Trevor Horn, com Brian Lane como um
gerente musical. Eles tiveram um sucesso mundial com o single "Video
Killed the Radio Star" e estavam trabalhando no mesmo escritório com o
Yes.





Inclusive, a dupla já tinha uma música chamada
"We Can Fly From Here", que tinha sido escrita com o Yes em mente.
Para a surpresa dos The Buggles, eles foram convidados a participar do Yes como
membros em tempo integral. Aceitando o convite, apareceram no álbum Drama, de
1980.





O álbum exibiu um som mais pesado, certamente mais
rock que o material gravado com Anderson em 1979, abrindo com a faixa
"Machine Messiah", certamente bem mais forte que o habitual. O disco
alcançou a segunda posição na parada do Reino Unido e 18ª na
correspondente norte-americana.





A turnê de 1980, na América do Norte e no Reino
Unido, recebeu uma reação mista das audiências. Eles foram bem recebidos nos
Estados Unidos e premiados com um certificado comemorativo depois de
terem conquistado um recorde de 16 apresentações consecutivas com ingressos esgotados
no Madison Square Garden (Nova Iorque), desde 1974.





Após a turnê, o Yes se reuniu na Inglaterra para
decidir o próximo passo da banda. Eles demitiram Lane como gerente e Horn
escolheu seguir uma carreira na produção musical.





White e
Squire foram os próximos a partirem, deixando Downes e Howe, como os únicos
membros do grupo. Eles optaram por não continuarem com a banda e seguiram
caminhos separados em dezembro de 1980. Uma coletânea de performances ao vivo
1976-1978 foi lançada com o nome de Yesshows, que chegou à 22ª colocação no
Reino Unido e à 43ª nos EUA.





O anúncio oficial veio março 1981, confirmando que o
Yes já não existia mais. Downes e Howe se reuniram para formar a Ásia com o
ex-baixista e vocalista do King Crimson, John Wetton,  e o baterista Carl Palmer; do Emerson, Lake e
Palmer.







Squire e White continuaram a trabalharem juntos,
inicialmente sessões de gravação com Jimmy Page para uma proposta de banda
chamada XYZ (abreviação de "ex-Yes-e-Zeppelin").  Robert Plant também chegou a estar envolvido
como vocalista, mas ele perdeu o entusiasmo, citando seu luto pelo recentemente
falecido baterista do Led Zeppelin, John Bonham.





O grupo produziu poucas faixas demo, elementos que
apareceriam na banda de Page e Paul Rodgers, The Firm, e em canções futuras do
Yes, como "Drive Mind" e "Can You Imagine?".





Em 1981, Squire e White lançaram "Run With The
Fox", um single de Natal com Squire nos vocais e com letra de Peter
Sinfield, que recebeu boa divulgação de rádios nas décadas de 1980 e início de
1990, durante os períodos de Natal. Uma coletânea do Yes, Classic Yes, foi
lançada em Novembro de 1981.





Em 1982,
Squire e White juntaram-se ao cantor e guitarrista sul-africano Trevor Rabin,
em uma nova banda, a qual teria o nome de Cinema. Rabin havia feito o seu nome
com um conjunto chamado Rabbitt, posteriormente, lançou três álbuns em carreira
solo, trabalhou como produtor musical e até mesmo tocou em uma versão inicial
da banda Ásia. Squire também recrutou outro músico que tocou no Yes, Tony Kaye,
que cuidaria das partes referentes a teclados no novo grupo. Apesar da presença
de três músicos oriundos do Yes, o Cinema não foi, inicialmente, concebido para
ser uma continuação do Yes.





A banda Cinema, posteriormente, entrou em estúdio
para gravar um álbum. Apesar de Rabin e Squire inicialmente compartilharem os
vocais, Trevor Horn foi convidado para o projeto para atuar como vocalista, mas
posteriormente mudou de função, tornando-se o produtor da banda. Horn trouxe
para as canções da banda efeitos modernos de estúdio e toques digitais usando o
CMI Fairlight, além de, também, desempenhar um papel de destaque nos arranjos
vocais (contribuindo para os backing vocals).





Trevor Rabin










No entanto, seus confrontos com Tony Kaye
(complicados pelo fato de que Rabin estava tocando a maioria dos teclados
durante as sessões de gravação), levou à saída de Kaye, após cerca de seis
meses de ensaio. Trevor Horn e Trevor Rabin estavam se revezando nos teclados,
com Eddie Jobson sendo convidado a entrar para ser tecladista. Por motivos
legais, algum tempo depois, Tony Kaye voltou para o grupo e Jobson, caiu fora.





Enquanto isso, Jon Anderson lançou dois álbuns solo
desde que deixou o Yes. Também alcançou sucesso com o projeto Jon and Vangelis.
Anderson e Squire encontraram-se em uma festa em Los Angeles, e Squire mostrou-lhe
faixas demo da banda Cinema e, posteriormente, convidou-o para se tornar o vocalista
principal do grupo.





Anderson se juntou ao projeto durante as últimas
semanas de sessões de gravações, tendo relativamente pouco contribuído com o
processo criativo, apenas adicionando seus vocais e reescrevendo algumas
letras.





Por sugestão dos executivos da gravadora, Cinema,
então, mudou seu nome para Yes. Rabin inicialmente se opôs a isso, pois, agora,
tinha, inadvertidamente, unido-se a uma banda reunida, com uma história,
bagagem e expectativas, em vez de ajudar a lançar um novo projeto.





No entanto, a presença de quatro ex-membros da
banda Yes (sendo três membros fundadores, incluindo o vocalista principal)
sugeriu que a mudança de nome seria uma estratégia benéfica no sentido comercial.





O novo álbum marcou uma mudança radical no estilo
musical do Yes. O “novo” grupo adotou um som pop rock, que mostrou pouco de
suas raízes progressivas e sinfônicas. Esta encarnação da banda, popularmente,
por vezes foi informalmente conhecida como "Yes-West", refletindo a nova
base do conjunto, que se moveu para Los Angeles, em vez de Londres.





O nome do álbum, 90125, é originalmente o número de
catálogo que a Atco Records deu ao novo disco do Yes. Garry Mouat foi o
responsável por desenvolver e criar a capa do trabalho.





OWNER OF A LONELY HEART





Abre
o álbum “Owner Of A Lonely Heart”.





O riff inicial até engana, pois é pesado e com
ótima pegada, mas ele é apenas a base melódica para o que se ouve depois. A
canção é dominada pelos teclados de Rabin, mesmo que em certos momentos sua
guitarra seja também ouvida. Jon Anderson canta de maneira bastante suave e
melosa, construindo uma música com uma veia pop bastante acentuada.





Embora as letras sejam simples, elas contêm uma
mensagem bastante interessante, podendo ser inferida uma mensagem de sentido
libertário:





Say you don't want to chance it


You've been hurt so before


Watch it now the eagle in the sky


How he dancin' one and only


You, lose yourself


No, not for pity's sake


There's no real reason to be lonely


Be yourself, give your free will a
chance


You've got to want to succeed





“Owner Of A Lonely Heart” é um dos maiores sucessos
da carreira do Yes. A canção foi lançada como single e atingiu a 1ª posição da
parada de singles desta natureza nos Estados Unidos, conquistando a 9ª
colocação em sua correspondente britânica.













A música foi composta originalmente por Trevor
Rabin, em 1980, que a “guardou” em uma fita-demo. Rabin chegou a mostra-la para
o produtor Trevor Horn, que a descartou completamente de início.





Após a conclusão da gravação de todas as outras
faixas de 90125, Horn sentia que o álbum carecia de uma canção com forte apelo
para se tornar um single de sucesso. Ao se lembrar da fita-demo de Rabin, Horn
sentiu que algumas passagens tinham potencial, e, assim, ele se debruçou sobre
a mesma realizando várias modificações na versão original, resultando no que se
ouve no álbum.





Além de um videoclipe, “Owner Of A Lonely Heart”
está presente em muitas coletâneas do Yes. Também possui incontáveis versões
remixadas, além de diversas gravações “covers” por parte de muitos grupos
musicais.





É considerada uma canção que influenciou
decisivamente a música pop dos anos oitenta. Um dos maiores legados da faixa é,
sem dúvida, o início da ZTT Records e do grupo eletrônico The Art of Noise.
Sendo um ex-membro do Yes, Trevor Horn teve o papel de produtor global durante
a gravação de 90125.





Sua equipe regular incluía Gary Langan, J.J.
Jeczalik e Anne Dudley, que trabalharam como músicos de sessão, programadores,
engenheiros de teclado e arranjadores em vários projetos de Horn. De posse de
uma coleta de amostras e loops diretamente retirados dessas sessões de gravação
do Yes (assim como de amostras do trabalho feito no grupo de Malcolm McLaren,
Duck Rock, produzido por Horn), a supracitada mesma equipe regular de gravação,
posteriormente, formou o Art of Noise sob os auspícios de Trevor Horn,
tornando-se o primeiro contratado do selo ZTT Records.





Os ‘samples’ orquestrais e os tambores
ensurdecedores de "Owner Of A Lonely Heart" foram reutilizados nas
gravações iniciais do The Art Of Noise. O Mix do The Red & Blue para a
versão de “Owner Of A Lonely Heart”, incluído no cassete de remix chamado
Twelve Inches on Tape, lançado pelo Yes, mostra o emergente som do The Art Of
Noise muito claramente.





De acordo com Questlove, baterista do The Roots,
"Owner Of A Lonely Heart" continha o primeiro uso de um ‘sample’ como
um ‘breakbeat’ (em oposição a um efeito de som). O Yes incorporou cinco
segundos de Funk, Inc. 's "Kool Is Back" (1972), um cover de Kool
& the Gang "Kool Is Back".













HOLD ON





A segunda faixa de 90125 é “Hold On”.





Em “Hold On”, o Yes continua a apostar em um som
pop, baseado em melodias vocais bem características, com o uso de várias vozes
simultaneamente. Em alguns momentos a guitarra de Trevor Rabin se faz presente,
incluindo um pequeno, mas sensível, solo.





Mais uma vez, as letras são belíssimas. Elas podem
ser traduzidas com uma mensagem de esperança, ao mesmo tempo em que flertam com
o aspecto de finitude (ou transitoriedade) da vida, de maneira brilhante:





Talk the simple smile


Such platonic eye


How they drown in incomplete
capacity


Strangest of them all


When the feeling calls


How we drown in stylistic audacity


Charge the common ground


Round and round and round


We living in gravity


Shake - We shake so hard


How we laugh so loud


When we reach


We believe in eternity


I believe in eternity





“Hold On” foi composta originalmente pelo
guitarrista Trevor Rabin, antes de entrar para o Yes, mas como duas canções
diferentes: “Hold On” e “Moving In”. À época de gravação de 90125, Chris Squire
e Jon Anderson acabaram combinando as duas músicas e fazendo novos arranjos.
Tanto que nesta faixa, não somente Trevor Horn é creditado como produtor, tanto
que o próprio Yes se dá os méritos da produção.













Lançada como single em 1985, não teve maior
repercussão nas paradas de sucesso desta natureza.













IT CAN HAPPEN





A
terceira canção do álbum é “It Can Happen”.





Um som típico de cítara indiana acompanhado de uma
bateria marcante é o que se apresenta no minuto inicial da música. Depois, a
faixa se desenvolve em um misto de um Pop/Rock bem criativo com momentos de um
teclado extremamente presente, dando um toque “New Wave” ao que se ouve.
Sonoramente, é uma canção menos ‘alegre’ que as anteriores.





As letras, outra vez, são brilhantes. Em “It Can
Happen”, pode-se inferir uma tentativa de contrapor o orgulho humano ao fator
destino:





It can happen today


As it happens


It happens in every way


This world I like


We architects of life


A song a sigh


Developing words that linger


Through fields of green through open
eyes


This for us to see


Look up - Look down





Lançada como single, atingiu a 51ª posição da
parada desta natureza nos Estados Unidos. “It Can Happen” foi composta na época
em que Chris Squire e Alan White se juntaram a Trevor Rabin, formando o que
teria sido a banda Cinema. Quando Jon Anderson se juntou ao novo Yes, ele
reescreveu as letras e também fez os vocais da música.













CHANGES





A quarta música do trabalho é “Changes”.





“Changes” deixa o ouvinte intrigado, pois em grande
parte da canção, que quase se apresenta como uma balada, misturam-se alguns
momentos de um rock quase psicodélico, com doses pequenas – quase homeopáticas
– de um pop-rock (mas com a guitarra de Rabin muito presente) e um rock
tradicional bem construído. A faixa é absolutamente genial.





Embora “Changes” retrate o ‘batido’ tema do fim de
um romance, o Yes o aborda de maneira especial, demonstrando a fase depressiva
como agente de transformação da vida:





I look into the mirror


I see no happiness


All the warmth I gave you


Has turned to emptiness


The love we had has fallen


The love we used to share


You've left
me here believing


In love that
wasn't there





“Changes” também foi um single que falhou ao entrar
nas principais paradas de sucesso do gênero. Amostra clara do brilhante
compositor que Trevor Rabin era, a faixa foi composta inicialmente por ele
antes de formar a banda Cinema. Alan White e Jon Anderson acabaram a
modificando para a versão encontrada em 90125.





A banda Din Whitin fez uma versão cover da canção.













CINEMA





A quinta faixa de 90125 é “Cinema”.





“Cinema” é um pequeno momento de volta ao passado
do Yes, pois apresenta um pequeno trecho apenas instrumental. A passagem é bem
psicodélica, lembrando, em partes, o que o grupo fazia na década de setenta.





A canção é uma das menores na discografia do Yes,
embora tivesse sido projetada para ter mais de 20 minutos e sob o nome de
“Time”. Foi inicialmente composta no momento em que o grupo que se chamaria
Cinema estava se compondo.













LEAVE IT





A sexta música do trabalho é “Leave It”.





“Leave It” se inicia com um coral de vozes cantando
de maneira demasiadamente forte. Após este início inusitado, a canção se
desenvolve em um pop com fortes influências da chamada música “New Wave”, com
boas doses de efeitos eletrônicos e um teclado marcante. Uma faixa bem
excêntrica.





Outra vez o Yes esbanja talento na construção das
letras, pois a música pode ser entendida em um contexto que simboliza a eterna
solidão do músico:





No phone can take your place


You know what I mean


We have the same intrigue


As a court of
kings













Lançada como single, alcançou a 24ª e a 56ª posições
nas paradas de singles dos Estados Unidos e Reino Unido, respectivamente.
Inúmeros remixes foram realizados na música através do tempo.













OUR SONG





A sétima faixa do álbum é “Our Song”.





Em “Our Song”, teclados e guitarras se intercalam
de maneira bem criativa. A base da canção é ainda um pop com leves – e bote
leve nisso – pitadas de Rock, que dá as caras nos momentos em que a guitarra é
reforçada. Mas o melhor da música são os vocais de Jon Anderson. O pequeno solo
de Rabin também é interessante.





Nas letras, a cidade de Toledo, em Ohio, na qual a
banda fez um show memorável em 1977 e que foi o de maior temperatura (dentro do
ginásio) na história do Yes até aquele momento – cerca de 52 graus celsius:





Toledo was just another good stop


Along the good king's highway


My fortification took me by surprise


And hit me sending me sideways





Lançada como single, não obteve maiores repercussões
nas principais paradas de sucesso.













CITY OF LOVE





“City Of Love” é a oitava faixa de 90125.





A música segue o mesmo ritmo da faixa anterior, com
o teclado e efeitos eletrônicos bem proeminentes, mas, ao mesmo tempo, a
guitarra de Rabin aparece em alguns momentos com mais intensidade. Entretanto,
a canção é destacadamente pop, com o destaque indo para como as harmonias vocais
são unidas, às vezes com realce em Jon Anderson, em outros para os backing
vocals.





As letras desta vez são mais simples, em um tom de
conquista e luxúria:





Take him for a ride


Have a good time


Like a legend the man he sharp


His woman gladly watching


As he strides out of the dark


Better be
quick get away













HEARTS





A nona – e última – música do álbum é “Hearts”.





“Hearts” é a maior faixa de 90125. Ela segue em um
ritmo bem cadenciado, em uma fusão de pop com rock tradicional (mesmo que este
esteja bem suave). A voz de Jon Anderson imprime uma harmonia melódica que é
fundamental para o sucesso da canção. Trevor Rabin faz um belo solo de guitarra
no meio da música. Faixa bem cativante.





Com letras brilhantes, “Hearts” faz uma ode à
essência da vida, com metáforas representando os momentos mais intensos da
existência:





As we flow down life's rivers


I see the stars glow - One by one


All angels of the magic
constellation


Be singing us
now













Considerações
Finais





Comercialmente, não há o que se discutir o sucesso
de 90125. O álbum soava contemporâneo, moderno e inspirador; com o advento da
MTV norte-americana, os videoclipes retirados das canções de 90125 trouxe uma
nova legião de fãs para o grupo que não estava habituada ao antigo Yes.





Em termos de parada de sucesso, o álbum alcançou a
5ª posição na parada norte-americana de álbuns, com a 16ª posição na sua
correspondente do Reino Unido.





O sucesso de “Owner Of A Lonely Heart” foi
fundamental para alavancar as vendas e repercussão de 90125, especialmente pelo
fato de atingir o topo da parada norte-americana de singles.





Também a faixa “Cinema” proporcionou honra ao
grupo: ela deu ao Yes seu único prêmio Grammy, como “Best Rock Instrumental
Performance”.





Jon Anderson










A turnê da banda entre 1984 e 1985 foi a mais
lucrativa de sua história e gerou 9012Live, um filme-concerto dirigido por
Steven Soderbergh, com adição de efeitos especiais Charlex que custaram US $ 1
milhão. O mini-LP lançado, em 1985, 9012Live:The Solos, deu ao Yes uma nomeação
para um segundo Grammy para o prêmio de Best Rock Instrumental Performance para
o solo de guitarra de Squire, uma versão de "Amazing Grace".





Inegavelmente um maior sucesso comercial nos
Estados Unidos que no Reino Unido (onde o álbum não foi tão bem, mas longe de
ir mal), estima-se que 90125 vendeu mais de 6 milhões de cópias pelo mundo,
sendo o mais bem sucedido álbum, comercialmente falando, da história do Yes.





Formação:


Jon
Anderson – Vocal


Tony
Kaye – Teclados


Trevor
Rabin – Guitarras, Backing Vocals, Teclados


Chris
Squire – Baixo, Backing Vocals


Alan
White – Bateria, Percussão, Backing Vocals


Músicos Adicionais:


Deepak
Khazanchi: Citara e Tambura em "It Can Happen"


Graham
Preskett: Violino em "Leave It"





Faixas:


01.
Owner of a Lonely Heart (Rabin/Anderson/Squire/Horn) - 4:29


02.
Hold On (Anderson/Rabin/Squire) - 5:16


03.
It Can Happen (Squire/Anderson/Rabin) - 5:29


04.
Changes (Rabin/Anderson/White) - 6:20


05.
Cinema (Squire/Rabin/White/Kaye) - 2:08


06.
Leave It (Squire/Rabin/Horn) - 4:14


07.
Our Song (Anderson/Squire/Rabin/White) - 4:18


08.
City of Love (Rabin/Anderson) - 4:51


09.
Hearts (Anderson/Squire/Rabin/White/Kaye) - 7:39





Letras:


Para o conteúdo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/yes/





Opinião do
Blog:


Mudanças na música costumam ser traumáticas,
especialmente para a relação entre bandas e suas bases de fãs, em particular no
que diz respeito ao Rock. Muitos fãs da vertente não veem com bom grado uma
alteração de estilo em seus grupos favoritos.





Em 90125, o Yes abandonou quase que por completo a
sua sonoridade característica dos anos 1970, em que o estilo era mais voltado
ao Rock And Roll, com um viés progressivo/sinfônico muito marcante.





No álbum em questão, 90125, o Yes virou-se para uma
sonoridade muito mais Pop, com boas influências de New Wave e toques com
efeitos eletrônicos. O Rock aparece em doses quase homeopáticas, com uma
guitarra mais forte aqui e um solinho acolá.





O Blog deve afirmar ao leitor que o estilo em
questão do disco não é o prato principal de quem o escreve. Longe disso. Mas é
necessário marcar a importância que 90125 teve tanto para o Yes quanto para o
desenvolvimento da música pop dos anos 1980. O contraditório é que o espasmo do
som setentista na banda dentro do disco, “Cinema”, deu ao grupo seu único
prêmio Grammy.





Outra característica marcante de 90125 é o seu
conteúdo lírico. As letras são absolutamente sensacionais. Esqueçam abordagens
superficiais, romantismo clichê ou músicas sobre bebedeiras ou sexo. O Yes faz
reflexões intensas sobre aspectos da vida com toques dotados de profundidade e
sutileza. Genial.





Enfim, se o leitor também gosta de uma música mais
suave, o álbum é altamente recomendado. O Yes é uma grande banda da história do
Rock e marca presença, agora, no Blog.

Comentários

  1. Outro ícone do rock progressivo que eu vejo aqui no blog. Porém não gosto muito dessa fase oitentista do Yes. Prefiro mais a década de 70. Meu top 5 dos melhores discos do Yes é este:

    1. Tales from Topographic Oceans (1973)
    2. Close to the Edge (1972)
    3. Fragile (1971)
    4. Going for the One (1977)
    5. Tormato (1978).

    Menção honrosa para "The Yes Album" (1971) e "Relayer" (1974).

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    1. De nada, Daniel. Gosto de quase todos os estilos do rock, mas acho que você acertou em cheio: o progressivo é mesmo o meu estilo favorito. Quero ver mais postagens de Yes e Pink Floyd, e aproveito pra deixar uma sugestão: tem como postar alguma coisa do Genesis? A fase com Peter Gabriel pra mim foi a melhor da banda, depois que ele saiu, aí é que o Genesis perdeu a graça.

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    2. Ainda não conheço tão bem assim o Genesis, mas do que ouvi eu gostei bastante de Nursery Cryme (1971), Foxtrot (1972) e Selling England by the Pound (1973), especialmente o último que é um disco incrível. Futuramente, é bem possível que apareçam por aqui.

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    3. Realmente, SEBTP é incrível, mas foi só depois do The Lamb Lies Down on Broadway (1974) e da saída de Gabriel, aí é que o Genesis pra mim acabou.

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