OZZY OSBOURNE - DIARY OF A MADMAN (1981)






Diary Of A Madman é o segundo álbum de estúdio do
vocalista inglês chamado Ozzy Osbourne. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 7
de novembro de 1981, sob o selo Jet Records. As gravações aconteceram no Ridge
Farm Studios (no Reino Unido), entre fevereiro e março daquele ano. A produção
ficou a cargo de Max Norman, com auxílio do guitarrista Randy Rhoads e do
próprio Ozzy.













Bem no início do Blog, foi feito um post sobre a
estreia de Ozzy Osbourne em sua carreira-solo, e quem quiser conferir pode
acessar o link abaixo:









Após o lançamento de seu álbum de estreia, Blizzard
of Ozz, Ozzy saiu em turnê para promovê-lo com uma formação diferente daquela a
qual gravara o disco em estúdio.





A formação continha Ozzy nos vocais, o incrível
Randy Rhoads na guitarra, Rudy Sarzo no baixo e Tommy Aldridge na bateria.





A turnê foi muito bem sucedida e preparou o caminho
e confiança necessários para que o vocalista sentisse que era oportuno aproveitar o momento e fazer um novo registro de músicas inéditas.







O fantástico Randy Rhoads teria um papel
fundamental no novo álbum, auxiliando o Madman de maneira decisiva no processo
de escrita e composição de seu futuro trabalho, criando melodias e riffs
incríveis.





Para as gravações do novo trabalho, houve a volta
do baixista Bob Daisley e do baterista Lee Kerslake, os quais já haviam
contribuído com a gravação de Blizzard Of Ozz.





Mais que isto, Bob Daisley teve papel fundamental
na composição dos primeiros álbuns de Ozzy Osbourne. Anos depois, muita
controvérsia judicial surgiu entre Daisley e o vocalista, incluindo o
relançamento dos álbuns com as partes tocadas por Daisley e Kerslake sendo
regravadas por outros músicos.





Ozzy:










Bob Daisley afirma que muitas melodias e letras de
canções que são atribuídas a Osbourne são integralmente ou com muitas
contribuições suas na realidade. E que muitos dos direitos econômicos delas não
foram pagos a ele. Em 2010, houve um acordo judicial e toda a celeuma foi
dirimida.





Fato é que Daisley é creditado como compositor em
todas as faixas deste trabalho.





Também o tecladista Don Airey foi creditado como
presente no álbum como tecladista, mas na verdade, Airey nem esteve em estúdio
com o grupo, pois estava em turnê com o Rainbow. Na verdade, as partes de
teclado no disco foram tocadas por um músico chamado Johnny Cook, amigo de Bob
Daisley, com o qual havia tocado na banda Mungo.





Johnny Cook não foi creditado no trabalho.





A arte da capa tem uma foto bem excêntrica com Ozzy
Osbourne.





OVER THE MOUNTAIN





Um dos clássicos da discografia de Ozzy abre o
álbum, “Over The Mountain”.





A bateria nervosa de Kerslake abre o álbum seguida
pelo riff muito inspirado por parte do grande Randy Rhoads. Ozzy faz um vocal
bem típico de sua carreira, especialmente quando partiu solo. O refrão é muito
bom e as linhas de guitarras, pesadas e melodiosas, são incríveis. Os solos
mostram o quão incrível Rhoads era.





As letras são em um tom de desespero e angústia, em
mistura de fuga e raiva:





Over and over, always tried to get
away


Living in a daydream, only place I
had to stay


Fever of a breakout burning in me
miles wide


People around me talking to the
walls inside





Lançada como single, acabou alcançando uma boa
posição na parada norte-americana deste tipo de gravação: 38ª colocação.













A canção acabou fazendo parte do set list de Ozzy
por algum tempo, mas depois sua presença foi rareando em shows. Bandas como
Fozzy e Stryper fizeram versões para a música.













FLYING HIGH AGAIN





Continuando o disco em alto nível, outro sucesso:
“Flying High Again”.





A guitarra de Rhoads soa incrível nesta canção.
Está pesada, em um riff que se inicia mais arrastado e depois acelera um pouco,
mas o ritmo se mantém mais lento, sempre repleto de melodia, em uma construção
genial. Os vocais de Ozzy estão em perfeita consonância com o instrumental da
faixa. O solo é fabuloso. Ponto alto do álbum!





Segundo Ozzy, as letras se referem ao seu momento
pessoal (na época), em que ele sentia novamente o sabor do sucesso após ser
demitido do Black Sabbath:





I can see through the mountains


Watch me disappear


I can even touch the sky


Swallowing colours of the sound I
hear


Am I just a crazy guy


You bet





“Flying High Again” esteve presente em boa parte
dos shows de Ozzy em sua carreira solo, tornando-se um clássico do Madman.













Lançada como single, atingiu a 16ª posição na
parada britânica desta natureza e a excepcional 2ª posição em sua
correspondente norte-americana.













YOU CAN’T KILL ROCK AND ROLL





A terceira faixa do álbum é “You Can’t Kill Rock
And Roll”.





Linhas suaves e melodiosas dão o tom no início da
terceira canção do disco. Depois, o ritmo acelera com mais intensidade e certo
peso, mas alternando com as linhas mais lentas e melosas do começo da música em
uma construção bem bonita. Os vocais de Ozzy se alternam de acordo com o ritmo
da faixa, contribuindo para o seu sucesso.





As letras são simples e representam uma rebeldia
embalada por um espírito de liberdade, representado pela música Rock:





Leave me alone


Don't want your promises no more


'Cause rock'n'roll is my religion
and my law


Won't ever change,


May think it's strange


You can't kill rock'n'roll


It's here to stay





Lançada como single, atingiu a respeitável 41ª
colocação na parada norte-americana.













BELIEVER





A quarta faixa do trabalho é “Believer”.





“Believer” é consideravelmente mais pesada que as
canções anteriores do álbum. Isto é muito devido ao riff sensacional criado
pela guitarra de Randy Rhoads: bastante pesado, muito lento e com andamento deveras arrastado. Ozzy opta por um vocal que se adéqua perfeitamente ao
ambiente criado pelo excelente instrumental da música. Brilhante!





As letras estão em um tom de mistério e místico,
com toques de ocultismo:





I'm a believer, I ain't no deceiver


Mountains move before my eyes


Destiny planned out I don't need no
handout


Speculation of the wise













LITTLE DOLLS





“Little Dolls” é a quinta música de Diary Of A
Madman.





Kerslake abre a canção com um pequeno solo de
bateria, logo acompanhado por um bom riff de Rhoads. O ritmo segue as faixas
iniciais do trabalho, um Hard/Heavy bem clássico, que aposta tanto no peso
moderado quanto na boa melodia. Ozzy faz vocais competentes nesta música
interessante.





A letra faz clara referência ao ocultismo e ao
vodu:





Tourted and flaming, you'll give
birth to hell


Living a nightmare


It is a pity, you'll pray for your
death


But he's in no hurry













TONIGHT





A sexta música do disco é “Tonight”.





As suaves e belas linhas de guitarra tocadas por
Randy Rhoads embalam o início de “Tonight”. No refrão, tanto o ritmo quanto o
peso se intensificam, mas de maneira bem sutil, chegando ao ápice no solo.
“Tonight” é, portanto, uma tocante balada do trabalho, construída sem ser
piegas. Linda canção!





A letra é interessante, em um tom de conflito
interno e de questionamentos sobre sua própria confiança:





Don't want your pity or your
sympathy


It isn't gonna prove a thing to me


Good intentions pave the way to hell


Don't you worry when you hear me
sing













S.A.T.O.





A sétima canção do álbum é “S.A.T.O.”





A faixa começa de maneira mais lenta e arrastada,
com uma linha suave que logo se torna em um riff mais rápido e com certo peso
por parte de Randy. Ozzy usa vocais um pouco mais agressivos para acompanhar a
intensidade da música. O ritmo forte e acelerado se mantém pelo resto da
canção.





A letra é interessante e pode ser interpretada como
uma mensagem de mudança e perspectiva positiva para o futuro:





I can't conceal it like I know I did
before


I got to tell you now the ship is
ready


Waiting on the shore













DIARY OF A MADMAN





Homônima ao disco, “Diary Of A Madman” fecha o
trabalho.





O início mais suave até engana, mas logo o peso e a
intensidade aparecem. Mas o mais interessante na canção é esta alternância de
ritmos e força. Mesmo os vocais de Ozzy acompanham a variação de andamentos, de
maneira correta e competente. Em maior parte do tempo, as linhas tocantes
dominam o trabalho, que se intensificam, como no solo. Linda construção
musical!





A letra é realmente diferente e tenta, com muito
sucesso, expressar a loucura de um ser:





Diary of a madman


Walk the line again today


Entries of
confusion


Dear diary I'm here to stay













Considerações Finais





Diary Of A Madman foi um álbum com bom apelo comercial,
sendo muito bem sucedido desde seu lançamento.





Em termos de parada de sucesso, é indiscutível: 16ª
posição nos Estados Unidos, enquanto conquistou a 14ª colocação na sua
correspondente britânica.





Aldridge, Rhoads, Ozzy, Sarzo










Tanto o público quanto a imprensa especializada
receberam o trabalho positivamente, embora sem o mesmo apelo do álbum de
estreia de Ozzy Osbourne. O maior destaque foi dado para o trabalho de guitarra
do incrível Randy Rhoads.





Steve Huey, do Allmusic, afirma em sua análise que
não é incomum ver fãs que preferem Diary a Blizzard Of Ozz (o primeiro trabalho
de Ozzy), mesmo porque o segundo disco de Ozzy é mais místico, estranho e conta
com um Randy Rhoads tocando em um nível ainda mais alto.





Já a BBC se refere ao álbum como um trabalho
clássico, catapultado a um nível lendário pelo excelente Randy Rhoads.





Apenas JD Considine, da revista Rolling Stone foi
menos entusiasmado, afirmando que as músicas são um pouco com mais de riff e um
vocal aplicado encima. Também afirma que Rhoads era um “Eddie Van Halen júnior”,
mas com menor inspiração.





Entretanto, pelo seu trabalho em Diary Of A Madman
e em Blizzard Of Ozz, Randy Rhoads foi eleito pela mesma revista Rolling Stone
o 85º melhor guitarrista de todos os tempos no ano de 2003.





Seguido ao lançamento, uma grande turnê foi marcada
e a banda saiu excursionando. Entretanto, o final da tour seria inesquecível
por motivos trágicos.





Em 19 de março de 1982, enquanto Rhoads estava na
Flórida para dois shows seguidos da turnê e uma semana depois de tocar no
Madison Square Garden, em Nova York, uma aeronave leve pilotada por Andrew
Aycock (motorista do ônibus da turnê da banda) alçou voo transportando o guitarrista
Randy Rhoads e Rachel Youngblood, designer do grupo.





A aeronave acabou caindo durante a execução de manobras
mais baixas próximas ao ônibus de turnê da banda. Em uma brincadeira idiota que
se tornou mortal, a asa esquerda da aeronave cortou o ônibus, roçou em uma
árvore e caiu na garagem anexa de uma mansão vizinha, matando Rhoads, Aycock e Rachel
Youngblood.





Na autópsia, cocaína foi encontrada na urina de
Aycock. O resultado final, obviamente, foi considerado um acidente devido ao
mau julgamento por parte do piloto.





Experimentando em primeira mão a morte horrível de
seu amigo e companheiro de banda, Osbourne caiu em uma depressão profunda. A
turnê foi cancelada por duas semanas. Aos poucos, Ozzy foi retomando sua
carreira, mas sempre prestou homenagens sinceras ao seu companheiro Randy
Rhoads.





Randy Rhoads:










Em uma biografia, Ozzy afirma que Diary Of A Madman
é o seu álbum preferido.





Diary Of A Madman já suplantou a casa de 3,2
milhões de cópias vendidas pelo mundo.





Formação:


Ozzy
Osbourne – Vocal


Randy
Rhoads – Guitarras


Bob Daisley – Baixo


Lee Kerslake – Bateria, Percussão


Johnny Cook – Teclados





Faixas:


01.
Over the Mountain (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 4:31


02.
Flying High Again (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 4:44


03.
You Can't Kill Rock and Roll (Osbourne/Rhoads/Daisley) - 6:59


04.
Believer (Osbourne/Rhoads/Daisley) - 5:15


05.
Little Dolls (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 5:39


06.
Tonight (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 5:50


07.
S.A.T.O. (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 4:07


08.
Diary of a Madman (Osbourne/Rhoads/Daisley/Kerslake) - 6:14





Letras:


Para o conteúdo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/ozzy-osbourne/





Opinião do
Blog:


Embora vários fãs – e o próprio Ozzy Osbourne –
tratem Diary Of A Madman como o álbum preferido deles na carreira solo do
vocalista, o disco viveu, de certa forma, à sombra do primeiro trabalho do Madman,
Blizzard Of Ozz.





Musical e cronologicamente, ‘Diary’ é a sequência
natural de ‘Blizzard’. Embora apresente canções inspiradas como “Over The
Mountain”, “Flying High Again”, “Believer” ou a própria faixa-título, o
blogueiro pensa se tratar de composições mais pálidas se comparadas à estreia
de Ozzy.





Não que se trate de um álbum ruim, bem longe disto,
mas pesa o fato de ‘Blizzard’ ser um disco extraordinário.





Entretanto, o trabalho do guitarrista Randy Rhoads
é fantástico. Os riffs, as linhas melódicas e os solos – especialmente os solos
– estão soberbos e pesam no fato de Rhoads, mesmo com tão poucos registros em
sua obra, ser considerado um dos astros das 6 cordas.





Diary Of A Madman é o último registro de estúdio do
talentoso guitarrista. Rhoads é responsável direto pela ressurreição da
carreira de Ozzy depois de sua controversa saída do Black Sabbath.





É impossível saber o que Randy Rhoads poderia ter
feito se não tivesse falecido há mais de 30 anos. Mas Diary Of A Madman mostra
o jovem guitarrista em uma performance incrível. Vale muito à pena curtir este
belo trabalho de Ozzy com o saudoso Randy.



Comentários

  1. Como eu comentei antes, este talvez seja o Magnum Opus do Ozzy Osbourne. Último disco a contar com o gênio Randy Rhoads nas guitarras (que viria a falecer devido á um trágico acidente de avião, aos 25 anos), Diary of a Madman consegue superar em algumas partes, o que foi feito antes no magnífico Blizzard of Ozz.

    Todas as músicas aqui são ótimas e meus destaques vão, além de sua lindíssima faixa-título, para a trinca inicial “Over the Mountain”, “Flying High Again” e “You Can’t Kill Rock and Roll”, músicas que até hoje são presenças obrigatórias nos shows do Madman. Enfim, fica aqui a memória de um dos guitarristas de rock mais promissores de todos os tempos. Salve Randy Rhoads!

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    1. Grande Igor, mais uma vez me resta agradecer outro enriquecedor comentário em mais um post do Blog. Continuo achando Blizzard um degrau acima, mas é perfeitamente compreensível e justificável quem pense que Diary é o ponto máximo da carreira de Ozzy.

      Valeu mesmo. Seus comentários são mais que bem-vindos por aqui e sempre agregam muito valor ao Blog.

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    2. De nada, meu amigo! E bora curtir o trabalho do Madman sem medo, e - como ele mesmo diz numa de suas músicas - "No More Tears" (sem chorar)
      hehehehehe

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