WISHBONE ASH - WISHBONE ASH (1970)






Wishbone Ash é o álbum de estreia da banda
britânica de mesmo nome, ou seja, o Wishbone Ash. Seu lançamento oficial
ocorreu no dia 4 de dezembro de 1970 com as respectivas gravações ocorrendo no
mês de setembro daquele mesmo ano, no De Lane Lea Studios, em Londres, na
Inglaterra. O produtor foi Derek Lawrence e o disco saiu pelo selo Decca/MCA.













Falar de Wishbone Ash é debater sobre uma banda que
marcou a história do Rock. É tratar de pioneirismo no uso das chamadas
“guitarras gêmeas”.





O Wishbone Ash foi formado em torno do mês de
outubro de 1969, sendo fundado pelo baixista Martin Turner e o baterista Steve
Upton, na cidade de Torquay, na Inglaterra.





O primeiro guitarrista do grupo foi o irmão do
baixista Martin Turner, Glenn Turner, que tocava em um grupo chamado
Tanglewood. Mas, brevemente, Glenn deixa-os para retornar à sua cidade natal.





Assim, o Manager da banda, Miles Copeland III,
publicou um anúncio em jornais procurando por um guitarrista e, também, por um
tecladista para completarem o futuro conjunto que surgia.





Para o posto de guitarrista, a disputa se
encerraria com dois postulantes ao cargo: Andy Powell, um londrino que viu o
anúncio no jornal musical Melody Maker. O outro candidato era Ted Turner – que
não era parente de Martin – natural da cidade de Birmingham.





Andy Powell










Incapazes de se decidirem por Powell ou Turner, a
decisão marcou não só a formação do conjunto mas também o futuro do Rock: a
solução foi deixar os dois guitarristas tomarem parte do grupo e ver como isto
influenciaria a sonoridade da banda.





A musicalidade da banda foi tomada pelo surgimento
da chamada “twin lead guitars” (ou guitarras gêmeas). Diferentemente do som das
guitarras da banda The Allman Brothers Band, o Wishbone Ash incluiu fortes elementos
de rock progressivo, folk e música clássica.





Faltava, “apenas”, um nome para o grupo. Após os
membros da banda escreverem vários nomes sugeridos em duas folhas de papel,
Martin Turner pegou uma palavra de cada lista e formou o nome do conjunto  - eram as mesmas 'Wishbone' e 'Ash'.





Ted Turner










No início de 1970, a banda marcou um show de
abertura para o já famoso grupo Deep Purple. Isto mudaria a história do
Wishbone Ash.





Durante a passagem de som, o guitarrista do Purple,
Ritchie Blackmore, estava aquecendo sozinho no palco, quando Andy Powell subiu,
‘plugou’ sua guitarra e começou a tocar e a improvisar junto com Blackmore.





Blackmore, impressionado, posteriormente recomendou
o Wishbone Ash ao produtor do Deep Purple, Derek Lawrence, ajudando a banda a
garantir um contrato com a gravadora Decca / MCA Records.





O álbum de estréia da banda, Wishbone Ash, foi
lançado em dezembro de 1970. As gravações ocorreram no De Lane Lea Studios, em
Londres, durante o mês de setembro do mesmo ano. A arte da capa é bem simples e
o produtor do disco acabou sendo o próprio Derek Lawrence.





BLIND EYE





Abre o disco a faixa “Blind Eye”.





A canção já se inicia com uma sonoridade bem
bluesy, com um riff carregado de Blues Rock. A interpretação dos vocais também
segue a linha, assim como a cozinha de Martin Turner e Steve Upton. É uma
música simples e bem direta, mas muito empolgante.













A letra é pequena e simples, como se pode notar:





You turned a blind eye to everything
I ever said,


 You turned a blind eye to everything I ever
did


You didn't worry, why call your
telephone?


You didn't worry, baby,


You're just content to roam around


Yes, you are





Lançada como single, não obteve maior repercussão
nas paradas de sucesso do gênero.













LADY WHISKY





A segunda faixa do álbum é “Lady Whisky”.





Nesta canção, oque se houve é um típico rock
setentista com um pé no Hard e bastante melodia. As guitarras gêmeas dão as
cartas em um riff bem inspirado e cheio de ritmo. Os vocais se casam muito bem
com a parte instrumental da música. Solo inspirado!





A letra apresenta uma metáfora sobre o abuso de
álcool de maneira criativa:





Lady Whiskey, such a sad sight,
stumblin' as she walks


She even hates herself sometimes


Keep her clear, for it's Saturday
night


Drowns her sorrow, eases her pain,


Waits for tomorrow, when she'll do
the same again













ERRORS OF MY WAY





A terceira música de Wishbone Ash é “Errors Of My
Way”.





Desta vez, o Wishbone Ash aposta em uma melodia
surpreendentemente dotada de suavidade e, ao mesmo tempo, intensa. As guitarras
gêmeas, obviamente, dão as caras em um momento contagiante e espetacular. Os
vocais se casam perfeitamente à parte instrumental, construindo uma canção
especial no disco.





A letra, pequena e simples, é dotada de sentido de
culpa e fé, em forma de agente de mudança:





Guess I got no one around to pull me
through


I just need someone to turn to, yes,
I do


Doin' my best just to change my yesterday,


Then I won't have no more errors of
my way













QUEEN OF TORTURE





“Queen Of Torture” é a quarta música do trabalho.





“Queen Of Torture” é a menor faixa do disco e
aposta em um som mais direto e simples. O riff é empolgante, trazendo o puro
Hard Rock setentista. As guitarras brilham, em especial no solo inicial. A
canção é curta, mas funciona muito bem.





As letras são simples e com uma alusão à solidão e
abandono:





She walked right out on me. Yeah,
yeah, yeah, yeah, yeah


Has anybody seen my woman out around
the city?


She ain't been home for two weeks
now,













HANDY





A quinta faixa do álbum é “Handy”





“Handy” é a maior música do disco, superando os 11
minutos. Os primeiros 1:40 minutos são dedicados ao baixo de Martin Turner e a
partir daí uma belíssima e suave melodia servirá de base para a canção. Em uma
faixa quase que toda instrumental, percebe-se todo o talento do grupo que
flerta com o Blues, apresenta algumas pitadas folk e tem toques de rock
progressivo e psicodélico. “Handy” está recheada de solos matadores e guitarras
gêmeas, tornando-a genial.





A letra é quase imperceptível, simples e fala de um
amor que não deu certo:





Was sat down by my fire, hear a
voice of desire,


Want to be friends again


I keep tellin' you,man, she's only a
pain


She don't fit in my scene,


She don't fit in my world no more













PHOENIX





A sexta – e última – canção de Wishbone Ash é “Phoenix”.





A faixa “Phoenix” também é longa, superando a casa
dos 10 minutos. Um riff muito belo e dotado de suavidade é a principal
construção da música. Assim como sua predecessora, há influência do rock
psicodélico e progressivo em sua constituição, com as guitarras de Andy Powell
e Ted Turner brilhando de maneira impressionante. Outra canção muito acima da
média.





Como o nome sugere, a letra se refere ao mitológico
pássaro que renasce de suas próprias cinzas, sugerindo o renascer da vida:





Bird, rise high from the cinders,
leave it all behind,


All the ruins and the fire


Bird, raise your head from the ashes
- many men lay dead.


You can see them like I


Phoenix rise, raise your head to the
sky













Considerações Finais





O álbum de estreia do Wishbone Ash nunca foi um
tremendo sucesso comercial. Mesmo assim, está longe de ser um fracasso.





Acabou conquistando posições nas duas principais
paradas de sucesso de álbuns: a mais que modesta 208ª colocação na parada
norte-americana do gênero e a muito boa (em especial para uma banda
desconhecida) 29ª em sua correspondente britânica.





O disco acabou ficando mais conhecido e
demonstrando sua importância com o passar do tempo e à medida que o Wishbone
Ash conseguiu ser uma banda mais conhecida e bem-sucedida comercialmente.





O uso das guitarras gêmeas e a fusão de estilos e
influências acabaram sendo reconhecidos pela imprensa especializada e se
tornaram um marco no pioneirismo de seu uso.





Após sair em turnê para promover o seu álbum de
estreia, o grupo começou a compor e gravar seu segundo disco, o afamado
Pilgrimage, de 1971.













Formação:


Andy
Powell – Guitarra Solo,Vocal


Ted
Turner – Guitarra Solo, Vocal


Martin
Turner - Baixo, Vocal


Steve Upton – Bateria





Faixas:


01.
Blind Eye (Powell/Turner/Turner/Upton) – 3:15


02.
Lady Whisky (Powell/Turner/Turner/Upton) – 6:13


03.
Errors of My Way (Powell/Turner/Turner/Upton) – 6:56


04.
Queen of Torture (Powell/Turner/Turner/Upton) – 3:23


05.
Handy (Powell/Turner/Turner/Upton) – 11:37


06.
Phoenix (Powell/Turner/Turner/Upton) – 10:26





Letras:


Para o conteúdo completo das letras, indica-se o
acesso a: http://letras.mus.br/wishbone-ash/





Opinião do
Blog:


O Wishbone Ash é mundialmente conhecido por ser uma
das bandas pioneiras no uso das “guitarras gêmeas”, com os guitarristas Andy
Powell e Ted Turner sendo considerados dos mais importantes do
Rock em todos os tempos, muito por ajudarem a desenvolver uma técnica que seria
extensivamente usada por bandas como Iron Maiden e Judas Priest, por exemplo.





Ao construir canções que se apoiam muito mais nas
partes instrumentais que propriamente em letras ou vocais, o Wishbone Ash deixa
transparecer uma gama diversificada de influências.





Suas canções mesclam o Blues, o Rock Psicodélico e
o Rock Progressivo em doses generosas, todos em consonância com seu estilo Hard
Rock setentista da melhor qualidade. Com o passar dos anos, não tanto neste
álbum de estreia, o Folk também foi aparecendo.





Propriamente em seu debut, a banda apostou em
composições próprias e que mesclam de maneira satisfatória quase todos os
elementos supracitados. Há canções curtas e que funcionam muito bem como “Blind
Eye”e a bela “Errors Of My Way”.





Também, apresentam duas faixas longas, quase que
instrumentais e de extremos bom gosto e inspiração: as ótimas “Handy” e “Phoenix”.







Enfim, uma das bandas obrigatórias para quem gosta
do Rock dos anos setenta. Álbum muito interessante.

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