SYSTEM OF A DOWN - TOXICITY (2001)







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Toxicity é o segundo álbum de estúdio da banda
armênio-norte-americana chamada System Of A Down. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 4 de setembro de 2001 com suas gravações ocorrendo no Cello
Studios, em Hollywood, Califórnia (EUA), entre os meses de março e julho
daquele ano. A produção ficou a cargo do renomado Rick Rubin, auxiliado por
Serj Tankian e Daron Malakian. O selo responsável foi o American.





Falar sobre o System Of A Down é mencionar um dos
expoentes da música contemporânea. Apesar de muitas vezes ser classificada como
“New Metal”, o blog pensa ser impossível rotular um grupo que possui uma
identidade musical consistente e, ao mesmo tempo, única. Sua originalidade em
associação com a força de suas composições tornam o System Of A Down um conjunto
singular.











As origens do chamado New Metal são difíceis de
serem localizadas. Musicalmente, as bandas assim classificadas se diferem muito
umas das outras.





Genericamente, grande parte delas refletem a fusão
de um Rock pesado, com passagens de guitarras extremamente pesadas, dotadas de
muito groove, com outras mais leves e com fortes influências de outros gêneros
musicais tais como Pop, Rap, Música Eletrônica, etc.





Em distanciamento ao Heavy Metal mais tradicional,
pode-se notar o uso (pelas bandas de New Metal), por diversas vezes, de DJ’s e
a ausência marcante de solos de guitarras em suas músicas – algo quase
inimaginável nas linhas mais tradicionais do Heavy Metal.





Claro, isto são apenas pequenos pontos dentro de
todo um estilo musical difuso e complexo, como o tal New Metal, na tentativa de
facilitar a observação e identificação por parte do leitor mais leigo.





São citadas como influências das bandas de New
Metal conjuntos diferentes como Red Hot Chili Peppers, Rage Against The
Machine, Faith No More e Sepultura, por exemplo.





O ‘boom’ do New Metal aconteceu no final da década
de 1990, com bandas do gênero dominando a mídia internacional, especialmente
nos Estados Unidos. Entre os pioneiros estão Korn e Deftones, mas também são
mundialmente conhecidos nomes como Linkin Park, Limp Bizkit e Slipknot. Como
pode ser observado, bandas extremamente diferentes entre si.





Talvez por ter surgido na mesma época em meio a esta
profunda miscelânea musical, o System Of A Down (que será chamado de SOAD, para
facilitar o texto) foi colocado junto neste pacotão de bandas.





As origens do SOAD remontam ao ano de 1992, quando
Serj Tankian e Daron Malakian, dois norte-americanos de origem armênia,
conheceram-se e fundaram uma banda chamada Soil. Como manager, outro membro de
origem semelhante foi convidado, Shavo Odadjian.



Serj Tankian









Em 1994 o Soil já não existia mais. Daron, Serj e
Shavo resolvem criar um novo grupo. Seu nome seria System Of A Down,
denominação retirada de um poema escrito por Daron, “Victims Of A Down”. Shavo
achava ‘System’ mais forte que ‘Victims’ e, também, gostaria que os discos da
banda ficassem expostos nas lojas próximos dos álbuns de seus heróis musicais,
o Slayer.





Com Serj nos vocais, Daron nas guitarras e Shavo no
baixo, o grupo recrutou o baterista Ontronik Kachaturian para as baquetas. Com
esta formação o grupo chega a gravar três demos entre os anos de 1994 e 1996.





Kachaturian deixa o grupo devido a uma lesão em sua
mão, sendo substituído por John Dolmayan.





Com apresentações em clubes noturnos famosos da
área de Los Angeles e suas demos começando a fazer barulho, o grupo passa a
chamar a atenção do produtor Rick Rubin. A banda grava sua quarta demo, desta
vez mais profissional e com intenção quase exclusiva de ser enviada para as
gravadoras.





Assim, Rick Rubin com sua American Records acaba
assinando com o System Of A Down e a banda entra em estúdio para a gravação de
seu primeiro álbum.





Lançado em 1998 e homônimo à banda, System Of A
Down apresentava a sonoridade única e distinta do grupo em estado seminal. Sua
musicalidade ímpar, com a fusão do Metal e música da Armênia foi um sopro de
criatividade naquele ano.



Daron Malakian









O sucesso acabou sendo moderado, mas músicas como
“Sugar” e “Spiders” acabam tendo bastante divulgação nas rádios e MTV e
terminam caindo nas graças do grande público em geral.





A banda excursiona como abertura para gigantes como
Slayer e Metallica, também fazendo turnês com o Faith No More e Incubus.
Incluem participação no Ozzfest de Ozzy Osbourne e uma contribuição no álbum
tributo ao Black Sabbath, Nativity In Black 2, com a faixa “Snowblind”, já no
ano 2000.





O próximo passo seria a gravação do seu segundo
álbum de estúdio, que se tornaria Toxicity. A arte da capa é simples, com o
nome da banda simulando a palavra “Hollywood” como ocorre na famosa cidade
homônima. Obra de Mark Wakefield.





A produção ficaria com Rick Rubin em associação com
Serj e Daron.





PRISON SONG





“Prison
Song” abre o disco.
Ela começa com bastante peso e intensidade, com
alguns vocais mais agressivos e Serj fazendo outros mais próximos ao Hip-Hop.
Na maior parte da canção o clima é pesado e intenso, com Tankian preferindo
falar a letra ao invés de cantá-la. Muitos backing vocals são apenas berros.





A letra é uma crítica clara à política de combate à
violência nos Estados Unidos, sugerindo um uso conveniente do tráfico de
drogas:





All research and sucessful drug
policy shows


That treatment should be increased,


And law enforcement decreased,


While abolishing mandatory minimum
sentences











NEEDLES





A segunda música do álbum mantém o clima da
primeira faixa, apostando no peso e na distorção, reforçados por vocais
extremamente agressivos. Na maior parte da canção, Serj Tankian faz vocais mais
gritados. Os backing vocals novamente intensificam o peso da música, sendo
alguns apenas gritos. Por volta dos 2 minutos há um pequeno interlúdio mais
melódico.





A letra tem uma mensagem antidroga:





I'm sitting in my room,


With a needle in my hand,


Just waiting for the tomb,


Of some old dying man,


Sitting in my room,


With a needle in my hand,


Just waiting for the tomb,


Of some old dying man...











DEER DANCE





Mais peso e intensidade são encontrados em “Deer
Dance”. Embora, inicialmente, o grupo opte por fazer seu som único intercalando
sonoridades típicas de seu país com o Rock. No refrão, a distorção e
brutalidade tanto dos instrumentos quanto da voz de Serj dão a tônica da faixa.
Excelente construção!





A letra é uma forte crítica contra o estado
policialesco, brutal contra oprimidos e que conta com a conivência dos mais
afortunados socialmente:





Pushing little children


With their fully automatics


They like to push the weak around


Pushing little children


With their fully automatics


They like to push the weak around











JET PILOT





Com um riff extremamente pesado se dá o início de
“Jet Pilot”. Depois, o grupo opta por fazer um som mais leve e típico de sua
sonoridade. A faixa transcorre assim durante toda a sua extensão, intercalando
momentos de fúria com outros mais melódicos. Os vocais de Serj se adéquam
perfeitamente a cada momento.





A letra é bastante filosófica e permite inferir um
tom de crítica à fé descabida:





My, source, is the source of all
creation,


Her, discourse, is that we all don't
survey


The skies, right before,


Right before they go gray,


My source, and my remorse,


Flying over a great bay











X





Desta vez o grupo opta por um início bastante
pesado, mas mais arrastado. Depois, o peso é mantido, mas com aceleração e
rapidez. Desta forma, “X” é das faixas mais pesadas do trabalho, apenas
variando entre momentos mais rápidos e lentos.





Também em tom crítico e sarcástico, a letra ironiza o
controle demográfico:





We don't need to multiply


We don't need to multiply


We don't need to multiply


We don't need to multiply


Die











CHOP SUEY





Um início quase acústico introduz o riff principal
de “Chop Suey”, no que é seguido de uma parte bem pesada e com bastante
distorção. Os vocais de Serj Tankian são muito precisos, oscilando em partes
mais melódicas e outras mais agressivas e rápidas. A canção oscila em momentos
intensos e outros arrastados, mas dotados de belíssima melodia. Enfim, uma
construção brilhante!





As letras são bastante filosóficas e levam em conta
o destino que se têm em função da vida que se levou:





I don't think you trust


In my self righteous suicide


I cry when angels deserve to die


In my self righteous suicide


I cry when angels deserve to die





“Chop Suey” acabou se tornando a música mais
conhecida e emblemática do SOAD. Lançada como single, teve sucesso moderado,
como a 17ª posição na parada britânica e a 76ª posição nos Estados Unidos.











Um videoclipe foi lançado para promover a música,
que também foi colocada na lista da revista Bender na eleição 500 Greatest
Songs Since You Were Born.





Versões cover foram feitas pela banda Tenacious D
do ator Jack Black. Está presente em vários jogos da série Rock Band.











BOUNCE





O peso volta com tudo já no início de “Bounce”. A
faixa tem vocais bem agressivos e se mantém em um ritmo pesado, oscilando entre
momentos bem rápidos e outros um pouco mais cadenciados, mas sempre com
presença forte da guitarra de Daron Malakian.





A letra permite várias interpretações, sugerindo flerte sutil:





Unannounced twister games,


All players with no names,


They lined up double quick,


But just one pogo stick,


Everyone gets to play,


Runaway, expose',


It was so exotic,


But just one pogo stick











FOREST





“Forest” tem uma pegada forte e com um riff
bastante Heavy Metal. O refrão intensifica esta pegada Metal, mas opta por um
ritmo mais cadenciado e arrastado, entretanto, transbordando sentimento. O mais
interessante é notar que mesmo tendendo ao Metal Tradicional o toque armênio no
som é presente em toda sua duração. Excelente música.





A letra é uma crítica à educação massificante e que
leva as pessoas a acreditarem que fatos imorais podem ser justificados pela
legalidade:





Take this promise for a ride


You saw the forest now come inside


You took the legend for its fall


You saw the product of it all


No televisions in the air


No circumcisions on the chair


You made the weapons for us all


Just look at us now











ATWA





O início quase melancólico de “Atwa” quebra um
pouco o ritmo acelerado do álbum. Mas o peso logo volta à cena. A canção, no
entanto, é dominada por passagens mais calmas, intercaladas esporadicamente
pelo peso habitual do SOAD. Claro que tudo é sempre levado com o toque armênio
que influencia o grupo. Sensacional.





A letra é dedicada à conscientização da destruição
da natureza:





Hey you


See me?


Pictures crazy


All the world I've seen before me
passing by


I've got nothing to gain to lose


All the world I've seen before me
passing by











SCIENCE





“Science” também tem uma pegada bastante Heavy
Metal, com um riff muito empolgante e pesado. Os vocais de Serj são bastante
fortes e combinam exatamente com o ritmo pesado e intenso da música. O destaque
maior da faixa vai para a guitarra de Daron, bastante presente e criativa.
Outra canção incrível!





A letra é uma crítica à fé humana, cega, na ciência:





Science fails to recognize the single
most


Potent element of human existence


Letting the reigns go to the
unfolding


Is faith, faith, faith, Faith











SHIMMY





“Shimmy” é bem direta, com a guitarra pesada e
muito presente. O peso está em toda a composição, com um toque de Rap na
interpretação de Serj Tankian. Uma das menores faixas do trabalho, sendo
bastante simples.





Na letra o grupo faz uma crítica à educação norte-americana,
voltada à doutrinação sem questionar a ordem social vigente:





Indoctrination of a nation


Indoctrination of a nation


Subjugation of damnation


Subjugation of damna...











TOXICITY





A forte influência armênia e boas doses de
Hard/Heavy, fundidas, formam uma das mais brilhantes composições da
história da banda. Dotada de poder, belas melodias, excelente bom gosto e um
vocalista em uma atuação soberba, fazem uma construção quase perfeita.
Toxicity é uma das mais incríveis canções de seu tempo.





A letra é uma inflexão filosófica sobre o caos
moderno e como todo homem, mesmo que por absoluta omissão, é responsável pelo
que acontece:





You, what do you own the world?


How do you own disorder


Now, somewhere between the sacred
silence


Sacred silence and sleep


Somewhere, between the sacred
silence and sleep


Disorder,
disorder, disorder





Lançada como single, atingiu a modesta 70ª posição
da parada norte-americana desta natureza. Mesmo assim, tornou-se uma das mais
importantes canções da banda, merecendo até mesmo a produção de um videoclipe
para promovê-la.











Foi eleita a 14ª colocada em uma eleição do canal
VH1, 40 Greatest Metal Songs. É jogável nos games série Rock Band e Guitar
Hero.











PSYCHO





“Psycho” apresenta a tradicional oscilação da banda,
dentro de uma mesma música, entre passagens mais rápidas e lentas, mas desta
vez ambas com muito peso. No meio da faixa ainda está presente um interlúdio
mais melódico e com toques característicos do grupo, leve e bastante suave, com
espaço para um solo de guitarra por parte de Daron.





A letra refere-se ao mundo de um dependente químico
em cocaína:





Psycho groupie, cocaine, crazy


Psycho groupie, coke,


Makes you high, makes you hide,


Do you really wanna think and stop,


Stop your eyes from flowing out











AERIALS





“Aerials” é a decimal quarta e última faixa de
Toxicity. Seu início tem uma pequena introdução suave que descamba em um riff
pesado, mas repleto de influências tradicionais da banda, assim com as partes
mais suaves e melódicas da composição. É o intercâmbio entre as passagens,
realizado com extrema maestria, que a torna tão cativante. Incrível!





A letra, belíssima, é uma mensagem filosófica de
libertação:





Life is a waterfall,


We drink from the river,


Then we turn around, put up our
walls.


Swimming through the void


We hear the word,


We loose ourselves,


But we find it all





“Aerials” foi o terceiro single retirado de
Toxicity, com direito a videoclipe promocional e conquistou a 55ª posição da
principal parada de singles dos Estados Unidos.











Deu, também, ao grupo uma indicação ao Grammy de
melhor performance de uma banda em Hard Rock, no ano de 2003. A banda sueca
Amon Amarth fez uma versão para o clássico do SOAD.





Ao final do álbum, há a faixa escondida “Arto”,
nomeada pela participação do cantor de origem turca-armênia Arto Tunçboyacıyan.











Considerações
Finais





Lançado em 4 de setembro de 2001, Toxicity voou
diretamente para o topo da parada norte-americana de álbuns, alcançando a
estratosférica 1ª colocação! (Assim como no Canadá). Já no Reino Unido, obteve
a honrosa 13ª posição.





A banda pretendia lançar o álbum em um show ao vivo,
gratuito, na cidade de Hollywood, com uma estrutura montada para um público de
aproximadamente 3500 pessoas, com a finalidade de agradecimento aos fãs. No
entanto, cerca de 10000 pessoas apareceram para o concerto que, por problemas
de segurança, foi impedido de ser realizado pela polícia local.





Como o cancelamento não foi avisado ao público que
permaneceu algumas horas esperando, o resultado não poderia ter sido outro:
momentos de selvageria e destruição do local, com prejuízo de aproximadamente
30 mil dólares somente em equipamento da banda.





Outro ponto marcante em Toxicity foi o fato de seu
lançamento ter ocorrido exatamente uma semana antes do fatídico 11 de setembro
de 2001, data do maior atentado terrorista ocorrido nos Estados Unidos.





Naquela semana o álbum já estava no Topo da parada
norte-americana. Toda a explicável explosão de nacionalismo e patriotismo - que decorreram dos resultados catastróficos do atentado - acabaram culminando em uma lista de canções “proibidas” de execução em rádios e televisões e atingiram em
cheio o conteúdo questionador das letras de Toxicity.





Mesmo assim, o álbum e os vídeos tiveram intensa
circulação nas rádios e na MTV, com a banda tendo seu trabalho intensamente
exposto. O grupo saiu em turnê conjunta com o Slipknot e, depois, contando com
a presença dos alemães do Rammstein, ambas muito bem sucedidas.





Estima-se que Toxicity supere, mundialmente, a
marca de 12 milhões de cópias vendidas.











Formação:


Serj
Tankian – Vocal, Teclado


Daron
Malakian – Guitarras, Backing Vocals


Shavo
Odadjian – Baixo


John
Dolmayan – Bateria





Faixas:


01.
Prison Song (Tankian/Malakian) - 3:21


02.
Needles (Tankian/Malakian) - 3:13


03.
Deer Dance (Tankian/Malakian) - 2:55


04.
Jet Pilot (Tankian/Odadjian/Malakian) - 2:06


05.
X (Tankian/Malakian) - 1:58


06.
Chop Suey! (Tankian/Malakian) - 3:30


07.
Bounce (Tankian/Odadjian/Malakian) - 1:54


08.
Forest (Tankian/Malakian) - 4:00


09.
ATWA (Tankian/Malakian) - 2:56


10.
Science (Tankian/Malakian) - 2:43


11.
Shimmy (Tankian) - 1:51


12.
Toxicity (Tankian/Odadjian/Malakian) - 3:39


13.
Psycho (Tankian/Malakian) - 3:45


14. Aerials (Tankian/Malakian) - 6:11





Letras:


Para o conteúdo completo das letras, indicamos o
acesso a: http://letras.mus.br/system-of-a-down/





Opinião do
Blog:


O System Of A Down é, para este Blog, uma das
melhores bandas que surgiu na música nos últimos 20 anos. Seu estilo único,
inconfundível, traduz um grupo que transborda e transpira originalidade, catalisando
uma identidade musical marcante e distinta.





A capacidade que o SOAD teve em fundir sua raiz
cultural da Armênia no Rock/Metal ocidental, que é a matriz musical sonora do
grupo, foi fundamental nesta formação da musicalidade da banda.





No fim da década de 90 e início dos anos 2000, os
Estados Unidos viviam uma pretensa invulnerabilidade, ou seja, julgavam-se
incapazes de serem recriminados ou atingidos por qualquer tipo de indagação
social ou filosófica (ou até mesmo bélica). Era uma espécie de autossuficiência inquestionável.





Mas a banda System Of A Down dá um tremendo soco na
cara desta hipocrisia ianque. É possível filosofar que a parte instrumental do som do grupo é uma simbologia de seu
tempo.



Pode-se inferir que as partes suaves, leves e melódicas de seu som
representam a aparente paz e estabilidade conseguidas pelos Estados Unidos (e demais nações poderosas do
globo) nas últimas décadas.





As partes pesadas, furiosas e brutais representam
toda a violência a que a humanidade está submetida, em nome da manutenção desta
aparente paz social dos poderosos. Violência física, econômica e social, opressiva e
massacrante, a que grande parte das pessoas sofre diariamente, representadas
por guerras, fome, leis injustas e o que mais o leitor conseguir imaginar.





Ao fundir, dentro de uma mesma canção, toda a parte
melódica descrita anteriormente com a parte pesada, brutal e furiosa a que se
refere o parágrafo anterior, o System Of A Down mostra como a sociedade atual é
hipócrita e dual, sofrendo um processo dialético que se entrelaça e complementa
em uma aparente paz social de poucos a custa do sofrimento violento de muitos.





Claro, esta viagem psicológica na musicalidade do
grupo só pode ser imaginada levando-se em conta as letras viscerais e orgânicas
produzidas pela banda.





Este processo de intercalar suavidade e peso está
todo presente na sonoridade do System Of A Down. Toxicity explode durante toda
sua duração neste furor musical. Suas faixas são curtas, intensas e transbordam
todo este sentimento.





Há construções belíssimas como “Chop Suey”,
“Aerials”, “Toxicity” e “ATWA”, nas quais as melodias são de extrema beleza e o
peso é dado na medida correta, complementando-se e se contrapondo de maneira
perfeita.





Serj canta de maneira cativante e Daron constrói
melodias e riffs com a mesma competência, enquanto a cozinha trabalha de
maneira corretíssima.





As letras são verdadeiros tapas na face da
sociedade (em especial a norte-americana). Quase sempre são filosóficas,
intensas e dotadas de espírito crítico.







Enfim, dentro do famigerado New Metal, que trouxe
uma enxurrada de bandas medíocres e outras apenas medianas, o System Of A Down
é, de longe, o grupo mais brilhante associado ao estilo. Embora sua música seja
impossível de se rotular. É Rock, e dos muito bons. Álbum obrigatório!


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