JOURNEY - INFINITY (1978)






Infinity é o quarto álbum de estúdio da banda
norte-americana Journey. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 20 de janeiro de
1978, através do selo Columbia Records. As gravações ocorreram nas cidades de
San Francisco e Los Angeles, entre outubro e dezembro do ano anterior, nos
estúdios Wheels e Cherokee, respectivamente. A produção ficou a cargo de Roy
Thomas Baker.













O Journey foi uma das grandes bandas
norte-americanas desde o final da década de setenta até meados da década
seguinte. Como de costume, o Blog vai abordar as origens do grupo para depois
fazer uma passagem música a música do álbum propriamente dito.





As origens do Journey se deram quando seus membros
originais se reuniram em San Francisco, em 1973, sob os auspícios do ex-gerente
de Carlos Santana, Herbie Herbert . Originalmente o grupo foi chamado de Golden
Gate Rhythm Section e fora concebido para servir como banda de apoio para
artistas estabelecidos na Bay Area.





A banda incluiu ex-membros do conjunto de Santana,
Neal Schon na guitarra e Gregg Rolie nos teclados e vocais . O baixista Ross
Valory e o guitarrista George Tickner , ambos ex-integrantes do Frumious
Bandersnatch , completaram o time. Prairie Prince, vindo do The Tubes, atuou
como baterista.





O conjunto rapidamente abandonou o conceito
original de “grupo de backup” e desenvolveu um estilo Jazz Fusion. Depois de um
concurso de rádio (mal sucedido) para nomear a banda, foi o roadie John
Villanueva quem sugeriu o nome Journey.





A primeira aparição pública do Jorney se deu no
Winterland Ballroom, na véspera do Ano Novo de 1973. Prairie Prince voltou para
o The Tubes, e, pouco depois, a banda contratou o baterista britânico Aynsley
Dunbar, que havia recentemente trabalhado com John Lennon e Frank Zappa.







Neal Schon





 Em 5 de fevereiro de 1974, o novo line-up fez sua
estreia no Great American Music Hall e garantiu um contrato com a gravadora
Columbia Records.







Journey lançou seu primeiro álbum, homônimo ao
grupo, em 1975. O estilo encontrava um Rock com incursões de Jazz Fusion, bem
distinto daquele que consagraria o grupo, embora bastante interessante. O
guitarrista George Tickner deixou a banda antes do seu segundo álbum, Look Into
The Future, de 1976, o qual seguia o mesmo estilo de seu antecessor.





Nenhum dos dois álbuns atingiram vendas
significativas. Em busca de melhorias para o som do grupo (entenda-se aumento
de vendagens) Schon, Valory e Dunbar começaram a fazer aulas de canto em uma
tentativa de adicionarem harmonias vocais à voz principal de Gregg Rolie.





O ano de 1977 rendeu o terceiro álbum do grupo,
Next (1977), que já apontava para um novo direcionamento da música do grupo,
pois continha músicas mais curtas e com mais vocais, contando com Neal Schon
como vocalista principal em duas canções.





As vendas de álbuns do Journey não melhoram e a
Columbia Records solicitou que o grupo deveria mudar seu estilo musical, além
de recomendar a adição de um frontman, com quem o tecladista Gregg Rolie
poderia compartilhar os vocais principais.





O Journey acabou por contratar o vocalista Robert
Fleischman e fez uma transição para um estilo mais popular, inspirando-se nos
grandes sucessos de bandas como Foreigner e Boston faziam naqueles tempos.





O Journey saiu em turnê com Fleischman como
vocalista em 1977 e, juntos, a nova encarnação da banda escreveu o sucesso
"Wheel in the Sky", mas, no entanto, as diferenças na gestão dos
negócios do grupo resultaram na saída de Fleischman, o qual permaneceu por
volta de um ano com o grupo.





A saída de Fleischman se revelaria o momento
crucial para a vida do Journey. No final de 1977, o grupo contratou Steve Perry
como seu novo vocalista, o que se resultou como o fator decisivo para os novos
caminhos do conjunto.





Perry acrescentou um som limpo e potente vocal à
banda, tornando-a um verdadeiro ato popular. Como ficaria provado no seu futuro
quarto álbum, Infinity.







Steve Perry





Foi o Manager do Journey , Herbie Herbert, quem
procurou o produtor inglês Roy Thomas Baker para produzir Infinity.





Baker produziu uma abordagem em camadas, similar ao
seu trabalho com os gigantes do Queen, facilmente demonstrável em faixas como
“Winds Of March”.





Além disso, o método de harmonias empilhadas,
notável em vários outros álbuns que Thomas Baker produziu, tornaram-se “marcas
registradas” do som do Journey. O produtor conseguiu isso por ter cada
vocalista (geralmente Perry e Rolie, às vezes acompanhados por Valory e/ou
Schon) cantando cada parte da harmonia em uníssono.





Assim, tem-se o efeito de aparecerem três ou quatro
vozes preenchendo o som, sendo notável nas canções “Feeling That Way” e
“Anytime”, que muitas vezes foram tocadas em sequencia, consecutivamente, em
estações de rádio.





Infinity marcou também a última aparição do
baterista Aynsley Dunbar no Journey.





LIGHTS





Teclados suaves e melódicos abrem o álbum nas belas
linhas de “Lights”. Já no início do trabalho faz-se sentir a grande capacidade
de Steve Perry tem nos vocais. As guitarras de Schon estão presentes
especialmente nos momentos próximos ao refrão e em um solo belíssimo. Grande
faixa de abertura.





As letras falam sobre a cidade de San Francisco
(embora a intenção inicial do grupo fosse escrever uma canção sobre Los
Angeles):





So you think you're lonely


Well my friend I'm lonely too


I want to get back to my City by the
bay





Lançada como single para promover o disco, atingiu
a modesta 68ª posição na parada norte-americana desta natureza. Mas com o
passar dos anos e o crescimento da fama do Journey, passou a ser uma faixa
adorada pelos fãs.













É uma das canções mais tocadas nos jogos do time de
baseball San Francisco Giants.













FEELING THAT WAY





Teclados novamente proeminentes marcam o início de
“Feeling That Way”. Como dito no texto anteriormente, é possível ouvir o
emprego de vozes em camadas acompanhando o vocal principal. Gregg Rolie também
faz muitos vocais na faixa. Outra linda canção do trabalho.





A letra tem conotação romântica:





A new road's waiting, you touched my
life


Soft and warm on a summer's night


You're the only one, the only one I
love


The lovely one, I'm thinking of





Foi originalmente escrita por Gregg Rolie e
planejada para ser uma faixa instrumental. Depois, o próprio Rolie a
reescreveu, acrescentando vocais e nomeando-a “Please Let Me Stay”, para estar
presente no disco anterior, Next, mas acabou ficando de fora na mixagem final
do disco.





Ao conhecê-la, Steve Perry a reescreveu novamente,
acrescentando o novo refrão e decidindo gravá-la dividindo os vocais com Gregg
Rolie. Está presente na maioria das compilações de músicas do Journey.













ANYTIME





Vocais fortes e em camadas marcam a entrada de
“Anytime”, terceira canção do disco. Rolie faz a maior parte dos vocais
principais. A guitarra de Schon está incrível, bastante presente e marcante,
com linhas fortes em um riff muito bonito. Mais uma vez o solo esbanja feeling.
Outra música belíssima.





Mais uma faixa com letra de forte conotação
romântica:





I'm standing here with my arms a
mile wide


Hoping and praying for you


Listen to me and enlighten me


I hope that you need me too, 'cause





Lançada como single, conseguiu a modestíssima 83ª
posição na parada norte-americana, mas, assim como “Lights”, passou a ser uma
das preferidas dos fãs com o posterior sucesso do grupo.













Foi escrita no período em que Robert Fleischman
estava no grupo, contando com sua contribuição.













LA DO DA





Nesta faixa a guitarra de Neal Schon está mais
presente e pesada, contando com um riff contagiante e, para os padrões do
Journey, bem pesado. Acompanhando o “peso” da canção, os vocais de Steve Perry
são perfeitos, demonstrando o talento e versatilidade do vocalista. Excelente
momento do disco.





A letra é romântica, em tom de flerte:





Something about you baby


Whey you touch me sweet so fine


I feel it, I feel it


When your body's close to mine













PATIENTLY





Uma bela e mais melancólica melodia faz a abertura
da quinta faixa do trabalho, “Patiently”. Os vocais acompanham este tom mais
sóbrio do trabalho, com teclados e violão dando o tom inicial. Depois a
guitarra de Schon aparece proeminente e pesada, mudando toda a característica
da canção, em um tom mais comum do Journey. Outra bela construção.





A letra é boa e reflexiva, embora curta, mas em um
tom de questionamento pessoal:





In the shadow of love


Time goes by leaving me helpless


Just to reach and try


To live my life


These are my reasons, so













WHEEL IN THE SKY





Os acordes iniciais de “Wheel In The Sky” até
enganam, mas trata-se de uma canção com forte pegada de Hard Setentista, mas
com a indelével marca do Journey compor suas canções. Steve Perry dá um
verdadeiro show nos vocais e a guitarra de Schon brilha intensamente. Uma das
grandes composições da carreira do grupo.





A letra é ótima e denota alguém que vive viajando e
está com nostalgia de casa:





I've been trying to make it home


Got to make it, before too long


Ooh, I can't take this very much
longer, no


I'm stranded, in the sleet and rain


Don't think I'm ever gonna make it
home again


The mornin' sun is risin'


It's kissin' the day away





É mais uma contribuição do período que Fleischman
esteve no Journey.













Lançada como single, atingiu a 57ª posição da
principal parada norte-americana desta natureza. "Wheel in the Sky” foi a
primeira canção do Journey a conseguir atingir a parada de sucessos dos Estados
Unidos.













SOMETHIN’ TO HIDE





“Somethin’ to Hide” é a sétima composição do álbum.
Possui uma levada bastante suave, abusando de uma doce melodia, sendo embalada
por uma atuação espetacular de Steve Perry nos vocais.  Neal Schon é outro que brilha na canção, com
suas guitarras sendo colocadas perfeitamente no momento exato. Excelente
música.





O teor da letra aponta no sentido de encontros e
desencontros:





You've got somethin' to hide


That you're not telling me


You got somethin' to hide


And I know


Well there's something about you and
I know


That you're
not telling me













WINDS OF MARCH





“Winds Of March” tem uma sólida e bela melodia,
marcando um andamento lento e arrastado da canção. Novamente destaca-se a
atuação impressionante do vocalista Steve Perry, o qual transmite a emoção
exata do conteúdo da faixa. Trata-se de uma balada de categoria ímpar, mesmo
que durante o solo seu ritmo fique mais intenso e rápido.





A letra é uma grandiosa declaração de amor:





You are my child


You make my lifetime big and bright


You are my child


You came like the winds of March


With all the love in your eyes


You are my child


You came like the morning lights


With all your love, in your eyes


You are my child


You came like the morning light


With all your love, in your eyes













CAN DO





“Can Do” é a menor canção de Infinity e, talvez,
por conta disso tem um ritmo mais forte e acelerado. O riff é direto, sem
rodeios, com a guitarra de Neal Schon bebendo em fontes do Hard setentista,
remetendo a nomes como Led Zeppelin e Deep Purple. É um excelente contraponto
ao restante do álbum.





A letra trata de conselhos a se dar para alguém
mais jovem:





You can do what you want to


You can do if you try


You can do what you want to


You can do if you try













OPENED THE DOOR





A décima – e última – música de Infinity é “Opened
The Door”. Nesta faixa, os teclados em uma suave melodia estão de volta,
marcando o início da canção. Steve Perry aproveita do seu privilegiado alcance
vocal, destacando-se mais uma vez. Linda composição, fechando o álbum com chave
de ouro.





A letra tem conotação romântica:





Girl, oh you came to me


Touched my life


Girl, how you sheltered me


Touched my life


It's the joy, you gave to me


When I was on my own, alone













Considerações Finais





Não há termos de comparação entre o sucesso
comercial de Infinity com os três álbuns que o antecederam na discografia do
Journey.





O álbum atingiu a 21ª posição na principal parada
norte-americana de discos (a Billboard), posição bem acima que aquela atingida
pelos trabalhos anteriores. Também conquistou o 22º lugar na parada canadense e o 37º na
correspondente sueca.





Entretanto, o reconhecimento à qualidade de
Infinity veio com o passar do tempo, à medida que o Journey foi conquistando
públicos cada vez maiores com seus trabalhos que sucederam Infinity. O grupo
atingiu o ápice do sucesso no início da década de oitenta.





Assim, os novos fãs buscavam os trabalhos
anteriores da banda e encontravam Infinity que, desta maneira, obtinha seu
reconhecimento de maneira mais tardia.





Assim, estimam-se que mais de 3,5 milhões de cópias de
Infinity tenham sido comercializadas apenas nos Estados Unidos.













Formação:


Steve
Perry - Vocal


Neal
Schon – Violão, Guitarra, Backing Vocals


Gregg Rolie - Teclados, Vocal


Ross Valory - Baixo, Backing Vocals


Aynsley Dunbar - Bateria, Percussão





Faixas:


01.
Lights (Perry/Schon) - 3:11


02.
Feeling that Way (Dunbar/Perry/Rolie) - 3:28


03.
Anytime (Fleischman/Rolie/Schon/Roger Silver/Valory) - 3:28


04.
Lă Do Dā (Perry/Schon) - 3:01


05.
Patiently (Perry/Schon) - 3:21


06.
Wheel in the Sky (Fleischman/Schon/Diane Valory) - 4:12


07.
Somethin' to Hide (Perry/Schon) - 3:27


08.
Winds of March (Schon/Matt Schon/Fleischman/Perry/Rolie) - 5:04


09.
Can Do (Perry/Valory) - 2:39


10.
Opened the Door (Perry/Rolie/Schon) - 4:37





Letras:


Para o conteúdo completo das letras, indica-se o
acesso a: http://letras.mus.br/journey/





Opinião do
Blog:


Seguir um caminho mais comercial, espelhando-se nos
mais que bem sucedidos Boston e Foreigner, foi uma escolha certeira do Journey.
Claro, fica muito mais fácil se fazer esta afirmação agora, quase quarenta anos
depois e com todo o sucesso que o grupo fez durante os anos oitenta.





O verdadeiro ponto de virada do grupo foi a
contratação do extraordinário Steve Perry. Sua voz elevou o patamar da banda,
contribuindo para abrilhantar as composições com melodias vocais de extremo bom
gosto.





O Blog conheceu o Journey pela primeira vez através
de Infinity. É impossível, para quem se deixa levar pelas ondas do Rock
Romântico, não se encantar pelo álbum. É tudo feito com muito capricho e
extremo bom gosto.





A produção exemplar de Roy Thomas Baker é de
extrema importância para o sucesso do que se ouve. O som está limpo e os
recursos usados somente ampliam as possibilidades das composições.





Conforme foi dito, Steve Perry é o grande
espetáculo do álbum. Sua atuação é fator determinante para que as músicas
suaves do Journey ganhem força sem cair na mesmice de composições baratas ou
rasteiras.





Também merece destaque a sempre precisa intervenção
de Neal Schon, com bases melódicas presentes e solos que esbanjam feeling,
contribuindo muito para o encantamento do ouvinte. Também neste ponto há que se
aplaudir como Gregg Rolie cria melodias cativantes com seu teclado e uma
atuação não mais que correta nos vocais. Baixo e bateria acompanham tudo de
maneira muito competente.





O disco como um todo é muito cativante, sendo
difícil destacar as faixas mais isoladamente, mas isto faz parte da tradição do
Blog. “Lights” é linda, “Anytime” cativa com sua bela melodia, “Can Do” é um
Journey diferente e instigante (impossível não se lembrar do Deep Purple). Mas
o ponto mais alto é mesmo “Winds Of March”.







O Blog pretende visitar outros álbuns desta
magnífica banda que é o Journey no futuro. Infinity é o início do
desenvolvimento do grupo em sua veia romântica, regada a excelentes vocais de
Perry e composições com melodias cativantes. Obrigatório para quem gosta de
Rock com uma pegada mais romântica.

Comentários

  1. Caro Igor, vale bastante à pena conhecer o Infinity, um álbum muito bom. Também não consigo entender o preconceito com o Journey, mas enfim, tem gente pra tudo nesse mundo. Abração!

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  2. Realmente tem! Abraço pra ti também, cara!

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