AXEL RUDI PELL - BLACK MOON PYRAMID (1996)






Black
Moon Pyramid é o quinto álbum da carreira-solo do guitarrista
alemão Axel Rudi Pell. Seu lançamento oficial aconteceu em 30 de
novembro de 1996 através do selo Steamhammer/SPV. As gravações
aconteceram entre outubro de 1995 e janeiro de 1996 e a produção
ficou a cargo do próprio Axel Rudi Pell e de Ulli Pösselt.










Embora
não tão conhecido do público geral, Axel Rudi Pell possui uma
longa e prolífica carreira-solo, tendo lançado 15 álbuns de
estúdio desde 1989. Talentoso guitarrista e compositor, além de fã
incontestável de Ritchie Blackmore, vai-se abordar um pouco de sua
história antes de se focar no álbum propriamente dito.





Axel
começou a tocar guitarra aos 12 anos de idade após assistir a seu
ídolo, Ritchie Blackmore, quebrar uma guitarra pela televisão.





O músico
passou por diversos conjuntos durante sua juventude como bandas amadoras
como Devil's Death, Silverstones, Detroit e Firebird, até, em 1981,
fundar o Steeler.





O nome do
grupo foi baseado na música “Steeler”, do álbum British Steel,
do Judas Priest.





A
primeira formação do Steeler continha Peter Burtz nos vocais, Axel
Rudi Pell e Tom Eder nas guitarras, Volker Krawczak no baixo e Jan
Yildiral na bateria.





O estilo
musical preponderantemente proposto pelo grupo era mesmo o Heavy
Metal. O primeiro álbum, Steeler, homônimo ao grupo, foi lançado
em 1984, transpirando Heavy Metal clássico.





Já em
1985 saiu Rulin' The Earth. Após isto, o baixista Volker Krawczak
deixa o grupo, sendo substituído por Roland Hag.







Axel Rudi Pell


A nova
formação, já com Hag no baixo, grava mais dois álbuns de estúdio:
Strike Back (1986) e Undercover Animal (1988).





O Steeler
encerra suas atividades logo após o lançamento de Undercover Animal
e Axel Rudi Pell começa a trabalhar no lançamento de sua
carreira-solo.





Assim,
Axel recruta o experimentado vocalista Charlie Huhn, o baterista Jörg
Michael e o baixista Volker Krawczak, o qual havia tocado com Rudi
Pell nos dois primeiros álbuns do Steeler.





Com esta
formação, já em 1989, Axel Rudi Pell lança seu primeiro álbum
solo, Wild Obsession, em que o músico aposta em canções que soam
Heavy Metal, por vezes flertando com a vertente Power Metal.





Agora com
Rob Rock nos vocais e Kai Raglewski nos teclados, Pell lança seu
segundo álbum solo, Nasty Reputation, de 1991. O sucesso comercial e
o reconhecimento permaneciam apenas moderados.





Para seu
terceiro disco, Eternal Prisoner, uma mudança que acrescentou muita
qualidade ao som do guitarrista: saiu Rob Rock nos vocais e entrou o
excelente Jeff Scott Soto. O álbum foi lançado em 1992 e Soto
participou na composição das músicas, intensificando a pegada Hard
Rock no trabalho, com resultado final muito bom.







Jeff Scott Soto


Para o
próximo trabalho, outra mudança: sai Kai Raglewski e entra Julie
Greaux nos teclados. Assim, Between The Walls foi lançado em junho
de 1994 e aumentou a popularidade do conjunto.





Axel Rudi
Pell manteve o mesmo time para seu quinto álbum da carreira-solo,
que viria a ser Black Moon Pyramid, incluindo o produtor Ulli
Pösselt.





A capa é
bonita, embora simples. Vamos às faixas:





RETURN
OF THE PHARAOH





Uma curta vinheta que serve de introdução para o álbum. Apenas para criar o clima.





GETTIN'
DANGEROUS





Um riff pesado e furioso abre o álbum. O ritmo é bastante intenso com o andamento da canção sendo bastante veloz. O estilo proposto é o Power Metal. No refrão os backing vocals funcionam muito bem, mas o destaque é para os bons vocais de Soto. O solo é bastante criativo.





A letra é
boa e fala de um caos iminente:





It's
gettin' dangerous


The
world's going under as we fall


It's
gettin' dangerous


It's
time to decide when our fate calls













FOOL
FOOL





Outro riff precioso abre a terceira faixa do álbum. Passagens mais suaves, embaladas apenas pela voz de Soto se intercalam com momentos mais intensos. A música tem uma pegada bem mais Hard Rock, constituindo-se no primeiro grande momento do disco. Excelente música!





A letra
mistura magia e fantasia:





Fantasy
is the name of the game,


Brings
you passion and pain,


Moving
pictures runnin' fast and slow


Gonna
drive you insane













HOLE
IN THE SKY





Bem mais direta e veloz, "Hole in the Sky" novamente aposta na veia Power Metal de Axel Rudi Pell. O andamento da música é bastante rápido, com ótimos vocais de Soto. A seção rítmica também se faz presente, dando ainda mais peso à canção.





A letra
tem uma mensagem ecológica:





Some
just don't know, but most just don't care


Until
it is all just too late


The
ozone is crying for mercy from everyone













TOUCH
THE RAINBOW





Desta feita, o grupo apresenta um riff bem pesado, mas apostando em um andamento mais lento, acertando em cheio e criando um clima único. A pegada entre o Hard Rock e o Heavy Metal é mágica, trazendo um dos pontos mais altos do disco. A guitarra de Pell está simplesmente soberba. O solo é excelente, esbanjando feeling!





A letra
se refere a um amor que se perpetua no tempo:





Wanna
love you baby,


All
night long.


Wanna
hold you baby,


So
strong













SPHINX'
REVENGE





"Sphinx' Revenge" é uma pequena faixa instrumental em que é praticamente um extenso solo de guitarra feito por Axel Rudi Pell. A pegada é bem na direção do Heavy Metal tradicional, com a seção rítmica dando bastante peso à música.













YOU
AND I





A pegada Heavy Metal tradicional continua em "You and I", que possui certas referências no Judas Priest dos anos 80. A faixa contagia e empolga, com o peso na dose certa, com um riff simples, mas que acerta na mosca! Tudo isto é reforçado por outra atuação competente de Jeff Scott Soto e seu vocal potente. Ponto alto do trabalho!





A canção
fala de um reino com morte e dor:





We
lived in danger, all of you and i,


Don't
talk to strangers


In the
dead of night


We
lived in danger, all of you and i,


Don't
talk to strangers


In the
dead of night













SILENT
ANGEL





Pela primeira vez o teclado de Julie Greaux aparece isolado no álbum, acompanhado por uma interpretação mais intimista de Jeff Scott Soto. O ritmo permanece suave e melódico, tornando-se mais intenso apenas no refrão. "Silent Angel" é uma amostra da enorme capacidade de Axel Rudi Pell em compor baladas de alto padrão de qualidade. Atente ao solo, belíssimo!





A letra
fala de um amor impossível:





All
alone, with a heart of stone


Candlelight
never burns so bright


How
can it be, that between you and me


Is no
way out, out of misery













BLACK
MOON PYRAMID





A pegada mais Heavy Metal tradicional volta à tona na maior canção do álbum, a faixa-título "Black Moon Pyramid", com seus mais de 9 minutos. O baixo de Volker Krawczak está bastante proeminente nesta faixa. O peso é uma constante e os destaques novamente vão para os vocais brilhantes de Soto e para o solo inspiradíssimo de Pell na metade da música. Brilhante!





A letra é
fantasiosa e mística:





We
crossed the dying fields of war,


Lost
in the world of (the) evil scores,


To get
out of insanity,


We
went through the temple of eternity













SERENADE
OF DARKNESS (OPUS #1 ADAGIO CON AGRESSO)





Em outra faixa exclusivamente instrumental, Pell exibe seu enorme talento como guitarrista. O início com um certo toque Folk chega a enganar o ouvinte, mas depois a pegada mais Hard/Heavy dá as cartas na música. Axel Rudi Pell demonstra feeling e técnica na canção!













VISIONS
IN THE NIGHT





A pegada Heavy Metal tradicional aparece no início de "Visions in the Night", mas logo é substituída por uma passagem bem melódica e suave. Assim a música se desenvolve, intercalando momentos mais suaves e outros bem pesados, estes, em especial durante os refrões. Construção bem legal!





A letra
versa sobre revelações:





...see
the visions in the night


Future's
brighter there for you


See
the visions in the night


If
you're looking for the truth













AQUA
SOLUTION





Outra pequena vinheta no disco, servindo de introdução para a próxima música.













AQUARIUS
DANCE





"Aquarius Dance" apresenta uma pegada bem Hard Rock e com um certo swing, dando um ritmo único dentro do álbum. O grande destaque da música são mesmo os vocais de Jeff Scott Soto, em um momento diferente e isolado do disco.





A letra
fala de esperança em tempos melhores:





Breaking
of the day and a sun that leads the way


A new
horizon's here to stay


All
together we can see the other side


Well
i'm on my way





SILENT
ANGEL – GUITAR VERSION





A décima quarta - e última - canção de Black Moon Pyramid é "Silent Angel - Guitar Version". Trata-se apenas de um longo e tocante solo de Axel Rudi Pell sobre a base melódica da balada "Silent Angel".













Considerações
Finais





Black
Moon Pyramid não conseguiu repercutir em nenhuma das principais
paradas de sucesso do mundo, ou seja, na britânica ou
norte-americana.





Entretanto,
a força de suas canções impulsionou mais o sucesso entre os fãs
do estilo no underground europeu, especialmente na Alemanha.





Tanto é
que Black Moon Pyramid foi o maior sucesso comercial de Axel Rudi
Pell até a época de seu lançamento.





Até hoje
(outubro/2014), o guitarrista supera a casa de 1,5 milhões de discos
vendidos pelo mundo.













Formação:


Axel Rudi
Pell - Guitarras


Jeff
Scott Soto - Vocal


Jörg
Michael - Bateria


Volker
Krawczak - Baixo


Julie
Greaux – Teclado


Músicos
Adicionais:



Peavy
Wagner - Baixo em “Gettin 'Dangerous”





Faixas:


01.
Return of the Pharaoh (Intro) (Pell) - 1:47


02.
Gettin' Dangerous (Pell/Soto) - 4:27


03. Fool
Fool (Pell) - 5:26


04. Hole
in the Sky (Pell/Soto) - 4:57


05. Touch
the Rainbow (Pell) - 6:31


06.
Sphinx' Revenge (Pell) - 3:38


07. You
and I (Pell) - 4:22


08.
Silent Angel (Pell) - 5:14


09. Black
Moon Pyramid (Pell) - 9:55


10.
Serenade of Darkness (Opus #1 Adagio Con Agresso) (Pell) - 4:13


11.
Visions in the Night (Pell/Soto) - 4:03


12. Aqua
Solution (Pell) - 0:57


13.
Aquarius Dance (Pell/Soto) - 4:17


14.
Silent Angel (Guitar Version) (Pell) - 4:09





Letras:


Para o
conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
http://letras.mus.br/axel-rudi-pell/




Opinião
do Blog:



Quando eu criei o Blog Rock:Álbuns Clássicos não poderia imaginar que mais de 3 anos depois ele continuaria na ativa. Chegou-se ao centésimo álbum analisado, apostando em uma abordagem simples e independente, de maneira a tentar espalhar a boa música para o maior número de pessoas interessadas possível.





A paixão de Axel Rudi Pell pela música e estilo do guitarrista Ritchie Blackmore influenciou bastante na sua forma de compor suas canções. Por toda sua obra é possível reconhecer os momentos em que a tal supracitada influência é mais nítida e notória. E não há nenhum demérito nisto, muito pelo contrário, Axel bebeu em uma fonte riquíssima.





Black Moon Pyramid pode - e certamente não - não ter mudado a história da música, mas é um álbum rico em criatividade e composições que cativam o ouvinte de Hard/Heavy.





Nas questão dos músicos, temos uma boa seção rítmica, que se não brilha, compõe o álbum de maneira eficiente. O mesmo pode ser dito sobre os teclados.





Jeff Scott Soto apresenta seus vocais precisos e potentes em todo o álbum. A variedade de propostas do disco permite que o mesmo oscile em atuações mais suaves e intimistas em contraposição a momentos mais intensos e agressivos. E em ambos, Soto mostra uma capacidade e talento extraordinários!





Mas o maior destaque, e não poderia deixar de ser, vai para o guitarrista Axel Rudi Pell, que atua de maneira praticamente impecável. Suas canções são sempre voltadas para a melodia, não se preocupando em ser um apanhado de virtuoses. Seus riffs e solos são de extremo bom gosto.





As letras são simples, muitas vezes inspiradas em magia e misticismo, sendo que não comprometem a qualidade do trabalho.





A alternância de estilos propiciam momentos muito saborosos no disco. Há as simples e ótimas "Fool Fool" e "Touch The Rainbow", assim como a criativa "Visions In The Night". A enorme faixa-título também transpira inspiração e não há muito o que dizer sobre a belíssima balada "Silent Angel".





Enfim, um álbum longo, mas que nunca soa cansativo ou arrastado, dada a enorme criatividade de Axel Rudi Pell em experimentar nas sonoridades entre o Hard Rock e o Heavy Metal. Um ótimo trabalho, perfeito para celebrar o centésimo post do Blog. Até o próximo post.

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