HALFORD - RESURRECTION (2000)






Resurrection
é o álbum de estreia da banda Halford. Seu lançamento oficial
aconteceu em 8 de agosto de 2000, através do selo Metal God Records.
As gravações ocorreram entre agosto de 1998 e junho de 2000. A
produção ficou sob responsabilidade de Roy Z.










Halford é
um esforço do lendário vocalista do Judas Priest, Rob Halford, em
retornar a uma sonoridade mais tradicional do Heavy Metal. O Blog vai
tratar de um pouco da história do “Metal God” para depois se
ater ao álbum propriamente dito.





De 1974 a
1991, Rob Halford foi a voz do Judas Priest, gravando alguns álbuns
fundamentais para a pavimentação e consolidação do Heavy Metal no
mundo. Mas quase 20 anos depois do início, em 1991, o relacionamento
dele com o restante da banda já parecia estar estremecido.





Um dos
fatores tido como estopim final para a ruptura de Halford com o Judas
Priest aconteceu em agosto de 1991, durante a turnê que promovia o
sensacional álbum Painkiller, de 1990.





Como era
de costume, Rob Halford adentrava o palco pilotando uma motocicleta
Harley-Davidson. Ele acabou sofrendo uma colisão e caindo da moto,
quebrando o seu nariz e perdendo a consciência. Halford acabou se
recuperando e fazendo o show.





Anos
depois, Rob Halford acabou dizendo que tudo foi apenas um acidente e
não teve relevância para a sua saída da banda.





Halford
anunciou para a banda, em 04 julho de 1991, que ele estava deixando o
grupo e também acabou processando sua gravadora, a Sony, por
práticas restritivas. Halford acabaria por deixar a banda em maio de
1992.







Rob Halford


Logo após
deixar o Judas Priest, Rob Halford acabou formando outra banda: o
Fight.





Primeiramente,
Halford acabou convidando o baterista Scott Travis, também
ex-integrante do Judas Priest. Completavam o grupo o baixista Jack
'Jay Jay' Brown e os guitarristas Brian Tilse e Russ Parrish.





O Fight
acabou deixando dois álbuns de estúdio: o primeiro, War Of Words,
de 1993, que possuía uma sonoridade simples e pesada e que atraiu
alguns fãs para o trabalho.





O segundo
disco, A Small Deadly Space, de 1995, foi gravado após Russ Parrish
deixar o grupo e ser substituído por Mark Chausee. O estilo era
diferente do primeiro registro, com uma sonoridade mais próxima ao
Grunge, sendo rejeitado por boa parte daqueles que haviam apreciado o
álbum anterior.





O Fight
também lançou um EP chamado Mutations, contendo alguns sons ao vivo
e mixagens alternativas.





Halford
também havia gravado a canção “Light Comes Out Of Black”, para
o filme Buffy The Vampire Slayer. A música teve a parte
instrumental provida pelo Pantera, mas Halford não foi creditado.





Após o
Fight, Halford colaborou com o guitarrista John Lowery em um projeto
musical com influências da sonoridade Industrial, chamado 2wo. O
projeto tinha como produção executiva de Trent Reznor e lançado
por sua gravadora, Nothing Records.





Depois,
Rob Halford sentiu que era o momento de retornar às raízes em sua
carreira, tomando parte de um projeto mais voltado ao Heavy Metal
tradicional. Seu novo projeto solo seria uma banda batizada com seu
próprio nome, o Halford.





Para
tanto, chamou como produtor Roy Z que, entre outros trabalhos, havia
formado uma parceria formidável com Bruce Dickinson enquanto
guitarrista, compositor e produtor de vários trabalhos na
carreira-solo de Dickinson.







Patrick Lachman


Para a
banda, os guitarristas foram Patrick Lachman e Mike Chlasciak (este
último ex-integrante do Isolation Chamber), no baixo Ray Riendeau e
na bateria Bobby Jarzombek (ex-integrante do Riot).





Vamos às
faixas:





RESURRECTION





Muito peso e intensidade em um criativo riff são as marcas da primeira canção do álbum Resurrection. Homônima ao disco, "Resurrection" é simples e direta, trazendo o típico clima pesado inerente à sonoridade Heavy Metal. Ótimo início para o trabalho.





A letra é
uma metáfora para a nova fase de Halford:





Holy
angel lift me from this burning hell


Resurrection
make me whole


Son of
Judas bring the saints to my revenge


Resurrection
bring me home










“Resurrection”
foi lançada como single, mas não obteve maior repercussão em
termos de paradas de sucesso.













MADE
IN HELL





O ritmo continua firme e intenso em "Made In Hell". Para o Blog é impossível não associar a canção com o que o Judas Priest já havia feito nos anos 80. O riff é pesado e criativo, possuindo uma certa modernidade com o que o estilo do Heavy Metal apresentava no final dos anos 90.





A letra
se refere ao surgimento do estilo:





From
memories of '68 when the wizard shook the world


Metal
came from foundries where the midlands sound unfurled


The
bullring was a lonely place of concrete towers and steel


The
coal mines and the industries were all I had to feel













LOCKED
AND LOADED





Mais um riff criativo, mas desta feita contando com alguma malícia, é a base da terceira música de Resurrection. O refrão é simples e contagiante. A faixa também conta com bons solos, formando uma composição interessante.





A letra é
em tom de vingança:





I'm
gonna get to you


Just
like you got to me


And
then I'll do to you


Just
what you did to me













NIGHT
FALL





O ritmo continua bastante pesado em "Night Fall". Halford consegue um efeito bastante interessante casando sua potente voz com o andamento mais cadenciado desta canção. O refrão é novamente o ponto alto da composição.





A letra
mostra sofrimento romântico:





You
love is killing me,


It
draws me to the dark


Your
veil of ecstasy,


That
leaves the telling mark


The
spell you cast inside,


Is
stabbing through my heart


It
reaches deep within,


It´s
pulling me apart










Também
foi single de Resurrection e não obteve maior repercussão nas
paradas de sucesso desta natureza.













SILENT
SCREAMS





"Silent Screams" é a maior faixa de Resurrection, superando a casa dos 7 minutos. Seu início é suave, leve e melódico, contando com uma interpretação bem contida de Rob Halford. A canção ganha peso a partir dos 90 segundos, mas com um andamento bastante moroso, deixando-a um pouco arrastada. Próximo aos 4 minutos de duração, a música se torna ainda mais pesada e veloz, flertando moderadamente com uma linha Thrash Metal. O resultado final é uma das melhores composições do disco.





A letra é
bem interessante, em uma mistura de virtude e resignação:





I prey
upon your broken dreams you


Weakness
gives me strength


Im
laughing at your silent screams I'll


Crush
you with my hate













THE
ONE YOU LOVE TO HATE





O peso absurdo e o ritmo intenso estão de volta com tudo em "The One You Love To Hate". O andamento é mais cadenciado, mas os vocais são primordiais para trazerem brilho à faixa. É impossível não associar a sonoridade à excelente carreira-solo de Bruce Dickinson, o qual torna a música ainda mais interessante com sua participação.





A letra
remete a um jogo de poder:





You
may not like the future


And
we're not here to preach to you


We'll
take you to the killing floor


You
think you want to know me


You
think you want to own me


But I
have nothing


You
can buy





A canção
tem participação especial de Bruce Dickinson, fazendo dueto com Rob
Halford.













CYBERWORLD





"Cyberworld" mantém o ritmo padrão de Resurrection, com velocidade e peso típicos do Judas Priest oitentista. Rob Halford se aproveita da sonoridade, provendo vocais mais agressivos com sua classe habitual. O solo é bem legal.





A letra
se refere ao mundo virtual:





My
virus lurks throughout your veins


I'm
spreading there inside your brain


A
trojan horse that eats your mind













SLOW
DOWN





"Slow Down", logo em seus primeiros segundos, também remete ao que Bruce Dickinson fazia em sua carreira-solo. Isto resulta em uma faixa pesada, de Heavy Metal puro, abrilhantada por uma atuação praticamente perfeita de Rob Halford nos vocais, oscilando entre momentos mais contidos e outros mais extravagantes. Ótima canção.





A letra
pode ser entendida como um anti-estressante:





Break
the strain


Feed
my hunger


Tell
my mind


To be
stronger













TWIST





Com um ritmo bastante interessante, peso e melodia em doses certas, "Twist" é outra faixa bastante interessante do álbum. Rob Halford tem uma atuação novamente decisiva para o sucesso final da canção. O refrão é muito bom.





A letra
tem sentido de dominação:





Wander
why you try to run


Ought
to quit admit I´ve won


No one
is gonna hear you cry


Gonna
hear you scream


Better
get used to knowing


It´s
just in your dreams - that you can













TEMPTATION





"Temptation" é um Heavy Metal típico, com muito peso e andamento mais arrastado. A faixa vai crescendo até o refrão, causando um conhecido e eficiente efeito de trazer grandiosidade à composição. Especialmente o primeiro solo de guitarra esbanja feeling. Mais uma marcante canção do disco.





A letra
remete a um jogo de poder:





You
gave so much to me


You
left me feeling numb


So
full of emptiness


From
stealing what you´ve done


How
can you bear


To
stand the life you try to live


A sad
and broken heart


Is all
you´ve left to give













DRIVE





O peso é novamente marcante em "Drive", contando com um riff bastante interessante. O andamento é cadenciado, mas a melodia conta com certa malícia, a qual enriquece a canção. Destaque para a atuação de Jarzombeck na bateria.





A letra é
muito simples, referindo-se a carros:





Drive,
drive, drive with me


Our
love will set you set us free


I´ve
got you under my wheels now, baby


You´re
moving away too fast


I´ve
got you under my wheels now, baby


We´ve
got to make it last













SAVIOUR





A décima-segunda - e última - faixa de Resurrection é "Saviour". Uma típica faixa de Heavy Metal, com a cara dos anos oitenta e que é impossível não se recordar do Judas Priest. A música é direta, contando com um riff bastante direto e com o peso na dose certa. Ótimos vocais de Rob, solos impressivos e bateria a mil, enfim, fechando o disco com chave-de-ouro!





A letra,
novamente, remete ao poder:





Here I
am now, I'm your savior


You
can see I'm the one


There's
no reason for such treason


Now
your end has begun













Considerações
Finais





Não há
muitas dúvidas como Resurrection colocou o nome de Rob Halford
novamente em alta entre boa parte do público fã de Heavy Metal.





Em termos
de paradas de sucesso, sua atuação foi discretíssima nas duas mais
importantes: 140ª posição na parada norte-americana com a 128ª
colocação em sua correspondente britânica.





Entretanto,
alçou o 9º lugar na parada japonesa.





Após o
lançamento do álbum seguiu-se uma extensa turnê, a qual incluiu
uma participação de Halford na 3ª edição do festival Rock in
Rio, em janeiro de 2001.





A crítica
recebeu bem e consagrou o trabalho. Resurrection está na 54ª
posição da lista The Top 100 Heavy Metal Albums, de 2003, da
revista online Metal-Rules.com. Também está na 320ª posição da
lista The 500 Greatest Rock & Metal Albums of All Time, da
revista Rock Hard, de 2005.










Formação:


Rob
Halford - Vocal


Patrick
Lachman - Guitarra


Mike
Chlasciak - Guitarra


Ray
Riendeau - Baixo


Bobby
Jarzombek - Bateria


Músicos
Adicionais:


Roy Z -
Guitarra


Bruce
Dickinson - Vocal em "The One You Love to Hate"


Pete
Parada - Bateria em "The One You Love to Hate"


Ed Roth -
Teclados em "Twist" e "Silent Screams"





Faixas:


01.
Resurrection (Halford/Lachman/Z/Baxter) - 3:58


02. Made
in Hell (Halford/Z/Baxter) - 4:12


03.
Locked and Loaded (Halford/Lachman/Z) - 3:18


04. Night
Fall (Halford/Lachman/Chlasciak) - 3:41


05.
Silent Screams (Halford/Marlette) - 7:06


06. The
One You Love to Hate (Halford/Z/Dickinson) - 3:11


07.
Cyberworld (Halford/Z/Chlasciak) - 3:08


08. Slow
Down (Halford/Z/Marlette) - 4:51


09. Twist
(Halligan Jr) - 4:08


10.
Temptation (Halford/Lachman/Z/Chlasciak) - 3:32


11. Drive
(Halford/Z/Marlette) - 4:30


12.
Saviour (Halford/Lachman/Z) - 2:57




Letras:


Para o
conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
http://letras.mus.br/rob-halford/




Opinião
do Blog:



Após deixar o Judas Priest e fazer algumas tentativas musicais diferentes, Rob Halford encontrou novamente o sucesso retornando às origens que o consagraram: o Heavy Metal. Seu nome estará para sempre eternizado como o vocalista do Judas Priest, banda que revolucionou o estilo a partir da metade dos anos 70.





O Blog vai se ater apenas a qualidade do produto musical oferecido por Rob Halford com sua então nova banda, o Halford, em seu álbum de estreia. E o resultado foi muito bom, especialmente, para quem curte o bom e velho Heavy Metal.





O Halford não quis inventar a roda, muito pelo contrário, calcou-se nos pilares do estilo, em suas origens, com pequenos toques de modernidade (um Groove aqui, um peso extremo acolá) e um vocalista inspirado. Mas o tiro certeiro foi a escolha de Roy Z para produtor e que já havia feito um trabalho brilhante ao lado de Bruce Dickinson na carreira-solo do ex-vocalista do Iron Maiden.





Por algumas vezes é possível associar a sonoridade de Resurrection com a que Bruce Dickinson fazia em seus discos solos como Chemical Wedding, por exemplo.





A banda formada por Rob funciona de maneira bastante consistente. Bateria e Baixo estão presentes e fazem seu trabalho de maneira eficiente, assim como as guitarras. O maior destaque individual é mesmo de Rob Halford, bem mais contido, mas com o mesmo brilhantismo de sempre. Seu maior valor é empregar a intensidade vocal exata para engrandecer as faixas.





O disco todo é muito bom e não possui faixas de enchimento, impressionando suas coesão e homogeneidade. Destaques para as ótimas "Made In Hell" e "Temptation", a diretíssima "Saviour", a curiosa "Slow Down" e a preferida do Blog, "Silent Screams".





Mesmo com 12 faixas, Resurrection nunca soa extenso ou cansativo, sendo um deleite para amantes de Heavy Metal. O Halford mostrava a que havia vindo, com canções que cativaram os fãs do estilo, embaladas por uma das vozes mais emblemáticas da história do Rock. Álbum obrigatório!

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