SCORPIONS - ANIMAL MAGNETISM (1980)






Animal
Magnetism é o sétimo álbum de estúdio da banda alemã Scorpions.
Seu lançamento oficial aconteceu em 31 de março de 1980, através
dos selos EMI e Mercury. As gravações ocorreram entre dezembro de
1979 e fevereiro do ano seguinte, nos estúdios Dierks Studios, em
Colônia, na Alemanha e no Manta Sound Studios, em Toronto, no
Canadá. A produção ficou a cargo de Dieter Dierks.













O
Scorpions é uma das melhores bandas dentro do estilo Hard Rock,
tanto nos anos 70 quanto nos 80. O Blog vai tratar dos fatos
antecedentes ao lançamento do disco para depois se ater ao disco
propriamente dito.





O
genial guitarrista Uli Jon Roth deixou o Scorpions em 1978. Na metade
daquele ano, após testar cerca de 140 guitarristas, o posto foi
ocupado por Matthias Jabs.





Após
a adição de Jabs, o Scorpions deixou a gravadora RCA para assinar
com a Mercury Records, nos Estados Unidos, e a Harvest/EMI Electrola,
em todo o mundo, para gravar seu próximo álbum, Lovedrive.





Apenas
algumas semanas após de ter sido expulso da banda UFO, por conta de
seu abuso com o álcool, o ótimo guitarrista Michael Schenker, irmão
do também guitarrista do Scorpions Rudolf Schenker, retornou ao
grupo por um curto período, durante as gravações de Lovedrive.





Isso
deu à banda três guitarristas (embora a contribuição de Michael
Schenker para a versão final do trabalho foi limitada a apenas três
músicas). O resultado foi Lovedrive, um álbum que alguns
críticos consideram ser o auge da carreira dos alemães.





Lovedrive
apresenta algumas canções favoritas dos fãs como "Loving You
Sunday Morning", "Always Somewhere", "Holiday"
e a instrumental "Coast to Coast". O trabalho cimentou
firmemente uma nova sonoridade do Scorpions, com canções totalmente
Hard Rock misturadas a baladas melódicas.







Klaus Meine





A
arte da Capa de
Lovedrive, altamente provocativa, foi nomeada
a "Melhor capa de álbum de 1979", pela revista Playboy,
embora tenha sido alterada para o lançamento nos Estados Unidos.





Lovedrive
chegou ao número 55 nas paradas dos EUA, além da 36ª posição na
parada britânica, demonstrando que a banda estava expandindo suas
fronteiras internacionalmente.





Após
a conclusão e lançamento do álbum, o Scorpions decidiu manter Michael
Schenker na banda, forçando Jabs a sair. No entanto, depois de
algumas semanas de turnê, Michael, ainda lidando com o alcoolismo,
perdeu uma série de shows chegando ao ponto de ter um colapso em
pleno palco.





Desta
forma, Jabs foi trazido de volta para substituí-lo nas ocasiões em
que Michael simplesmente não conseguia tocar. Entretanto, em abril
de 1979, durante uma turnê na França, Jabs foi contratado de forma
permanente para substituir Michael.





Assim,
o Scorpions era formado por Klaus Meine nos vocais, Matthias Jabs e
Rudolf Schenker nas guitarras, Francis Buchholz no baixo e Herman
Rarebell na bateria.





E
foi esta formação que começou a trabalhar no álbum seguinte,
Animal Magnetism.





Novamente
a banda apostou em uma capa provocativa, desta vez mostrando uma
garota ajoelhada e um Doberman Pinscher sentado, ambos à frente de
um homem.





A
capa do álbum foi criada por Storm Thorgerson, da empresa de design
Hipgnosis, e, como as capas de álbuns anteriores do Scorpions,
causou polêmica. No entanto, ao contrário de várias das capas de
seus discos anteriores, a controvérsia não resultou na arte
original sendo substituída por uma outra alternativa.







Matthias Jabs





O
baixista do Scorpions na época, Francis Buchholz, recorda: "Herman
veio com o título do álbum, Animal Magnetism, e todos nós
gostamos, porque era um título interessante. Então tivemos este
cara chamado Storm que estava fazendo as capas de álbuns do Pink
Floyd, acho que ele fez aquele com o cara com as chamas (
Nota do
Blog:
a capa de Wish You Were Here, de 1975). Assim, Storm
veio com a idéia para a capa de
Animal Magnetism; eu,
pessoalmente, não gostei, mas o resto da banda adorou. Mas eu gostei
do cão”.





MAKE
IT REAL





"Make It Real" possui um riff principal bastante cativante, unindo o peso e a melodia em doses proporcionais. Desta forma, a composição usa uma técnica de "ir crescendo", em intensidade, até o ótimo refrão. Ótima música!





A
letra traz uma mensagem de confiança:





Did
you ever have a secret yearning
Don't you know it could come
true
Now's the time to set wheels turning
To open up your life
for you










“Make
It Real” é um grande sucesso do Scorpions.





Lançada
como single, conquistou a 72ª posição na principal parada de
singles desta natureza.













DON'T
MAKE NO PROMISES (YOU BODY CAN'T KEEP)





A segunda faixa de Animal Magnetism é a menor, com menos de 3 minutos. Ela mantém a pegada intensa da canção anterior, mas sua característica é alternar passagens mais cadenciadas com outras mais velozes. O solo de guitarra é bem legal!





A
letra possui sentido sexual:





Next
day, can you believe, she was at the show
She said, hey man,
you're great and she took me home
She started to undress, what a
shock to see
Padded bra, blonde wig, not much left for me













HOLD
ME TIGHT





Já em "Hold Me Tight", a banda acrescenta mais peso em sua sonoridade, apostando em um ritmo bem lento e, simultaneamente, criando um clima mais denso e sombrio. A parte instrumental é ainda mais valorizada graças a uma interpretação impecável de Klaus Meine. Grande momento do disco.





A
letra mostra alguém dividido:





Alright don't want me to stay
Alright have it your way
Alright
I'm leaving tonight
Alright woman, I'll get out of your sight













TWENTIETH
CENTURY MAN





O riff principal de "Twentieth Century Man" é muito criativo, sendo mais leve e dotado de uma melodia maliciosa e contagiante. No refrão, toda esta malícia e lascividade são mais intensas e formam uma parceria interessante com a voz do vocalista Meine.





A
letra é uma crítica ao homem moderno:





In
the jungle of these times
There's nothing left for them to
buy
They look for God on the screen
They've got even
dream-machines
They are mesmerized













LADY
STARLIGHT





"Lady Starlight" é a canção mais longa do álbum. Seu ritmo é mais lento e a intensidade é demasiadamente suave. A composição é dominada por uma melodia bastante leve, mas de uma beleza comovente (com a ajuda de uma orquestração muito eficiente) e que é elevada por uma atuação soberba dos vocais do ótimo Klaus Meine. Esta é uma das mais belas baladas que o Scorpions já fez. O solo de guitarra a partir do quarto minuto também agrada.





A
letra é romântica:





Walking
through a winter night,
Counting the stars
And passing
time
Snow dances with the wind
I wish, I could be with you
again





“Lady
Starlight” foi lançada como single, mas não obteve maior
repercussão em termos de paradas de sucesso deste tipo de
lançamento.













FALLING
IN LOVE





"Falling in Love" retorna ao típico Hard Rock que marcaria a banda especialmente nos anos 80, aliando doses certeiras de peso e um certo swing. A música vai direto ao ponto, contando com as guitarras muito acentuadas e bons vocais.





A
letra é simples em tom sedutor:





Don't
tell me your lies, I don't believe a word you say
You do realize,
I move around from day to day
And I'm falling in love, it happens
to me every day
I'm falling in love, love just seems to slip away













ONLY
A MAN





Já em "Only a Man", o conjunto alemão faz uma construção bem criativa, com uma cadência mais pausada, marcando bastante os vocais, sendo tudo acompanhado por guitarras muito pesadas. O resultado final é bastante curioso e interessante, apesar do refrão não ficar no mesmo nível.





A
letra fala de um homem tentando se justificar:





Woman,
I'm only a man
Do the best that I can as you know
Woman, I'm
only a man
Do the best that I can as you know
Now you know how
I feel
Nothing is real













THE
ZOO





Uma grande aula de Hard Rock. É assim que o Blog define a incrível faixa "The Zoo". A distorção e o peso das guitarras de Rudolf Schenker e Matthias Jabs chegam próximas à perfeição, construindo um ritmo pesado, denso e intenso. Os vocais de Klaus Meine se encaixam perfeitamente com a massa sonora, trazendo mais energia à composição em parceria com a seção rítmica. Brilhantemente, o refrão quebra toda esta construção soturna e traz luminosidade à música. Simplesmente genial!





A
letra é boa e fala das cidades modernas:





We
eat the night, we drink the time
Make our dreams come true
And
hungry eyes are passing by
On streets we call the zoo













“The
Zoo” é um grande clássico do Scorpions.





Lançada
como single, alcançou a modesta 75ª posição da parada britânica
desta natureza.





Schenker
escreveu muito da música durante a primeira turnê da banda nos
Estados Unidos, em 1979. Quando Meine ouvi pela primeira vez o riff
de Schenker, ele se lembrou da visita anterior da banda a uma rua em
New York City, onde em uma brincadeira foi referida como um "zoo".





Meine
mais tarde compôs a letra da canção, que contêm referências a
ruas da cidade, especialmente a 42nd Street, em New York.





Além
de presença praticamente constante no set list dos shows do grupo,
“The Zoo” está em praticamente todas as coletâneas e
compilações do Scorpions.





Também
foi aclamada pela crítica, tomando parte da lista de The Top 500
Heavy Metal Songs of All Time
, de Martin Popoff, em 2002.













ANIMAL
MAGNETISM





A nona - e última - canção de Animal Magnetism é a faixa-título, obviamente, de mesmo nome. Esta composição remete à fantástica primeira fase da banda, ainda nos anos 70. O flerte com o Heavy Metal é mais explícito. O ritmo é lento e sombrio, contando com as guitarras muito pesadas, e a bateria de Herman Rarebell e o baixo de Francis Buchholz elevam o peso à enésima potência. A cereja do bolo fica com a impecável atuação de Klaus Meine. Fabuloso!





A
letra possui conteúdo sexual:





Make
love to me right now
Love me till I'm down
You make me groove
I
want ya, that's all I do
You let me groove
I want ya, that's
all I do













Considerações
Finais





Embalado
por fortes canções como “Make It Real” e “The Zoo”, Animal
Magnetism
fez sucesso e mostrou que o Scorpions continuava no caminho
correto.





O
álbum conquistou a razoável 52ª posição na principal parada de
sucessos norte-americana, atingindo a boa 23ª colocação na
correspondente britânica. Também ficou com o 12º lugar na parada
alemã.





Mais
importante que isto, o álbum cimentou definitivamente a sonoridade
que o Scorpions assumiria durante a década de 80 e o levaria a
conquistar todo o mundo.





A
revista Rolling Stone teceu críticas favoráveis ao trabalho. O
crítico musical canadense Martin Popoff dá nota máxima ao disco.
Quem destoa é Barry Weber, do AllMusic, que dá ao álbum 2,5 de um
máximo de 5 estrelas possíveis, afirmando que: “muitas das
canções soam como o trabalho de algum outro grupo de rock e
simplesmente não se misturam como deveriam”.





Animal
Magnetism
supera a casa de 1 milhão de cópias vendidas apenas nos
Estados Unidos.













Formação:


Klaus
Meine - Vocal


Matthias
Jabs – Guitarra-Solo e Backing Vocals


Rudolf
Schenker – Guitarra-Base e Backing Vocals


Francis
Buchholz – Baixo e Backing Vocals


Herman
Rarebell – Bateria e Backing Vocals


Músicos
adicionais em "Lady Starlight":


Allan
Macmillan – arranjos em cordas e metais, condutor


Adele
Arman, Victoria Richard - violinos


Paul
Arman - viola


Richard
Arman - violoncelo


Charles
Elliot - baixo


Melvin
Berman - oboé


George
Stimpson, Brad Wamaar - trompas





Faixas:


01.
Make It Real (Schenker/Rarebell) - 3:49


02.
Don't Make No Promises (Your Body Can't Keep) (Jabs/Rarebell) - 2:55


03.
Hold Me Tight (Schenker/Meine/Rarebell) - 3:53


04.
Twentieth Century Man (Schenker/Meine) - 3:00


05.
Lady Starlight (Schenker/Meine) - 6:15


06.
Falling in Love (Rarebell) - 4:09


07.
Only a Man (Schenker/Meine/Rarebell) - 3:32


08.
The Zoo (Schenker/Meine) - 5:28


09.
Animal Magnetism (Schenker/Meine/Rarebell) - 5:56





Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
http://letras.mus.br/scorpions/




Opinião
do Blog:



Para fãs das vertentes mais pesadas do Rock, como o Hard Rock e o Heavy Metal, os carros-chefes do Blog, é indubitável que o Scorpions é uma das melhores e mais importantes bandas dentro destas vertentes. Os alemães contribuíram com álbuns essenciais para fãs deste tipo de sonoridade.





Entre o fim dos anos 70 e o início da década seguinte, o grupo alemão resolveu mudar sua sonoridade, especialmente após a saída do excepcional guitarrista Uli Jon Roth. O Scorpions resolveu ser mais Hard e menos Heavy, em uma visão muito simplista da coisa, mas que facilita o entendimento.





A partir de então, o grupo continuou com canções intensas, mas um pouco mais leves e mais acessíveis. Entretanto, para o Blog, a qualidade não caiu. O ótimo Lovedrive já apontava para o que viria.





Com Matthias Jabs, um ótimo guitarrista, muito melódico, efetivado no 'time', a banda ficou ainda mais entrosada. O resultado é o excelente Animal Magnetism. O destaque fica dividido entre o ótimo trabalho das guitarras e a atuação praticamente perfeita de Klaus Meine nos vocais.





As letras são boas e merecem uma conferida.





"Make It Real" é um excelente jeito de se começar um álbum de Hard Rock, com peso e intensidade em medidas corretas. A maliciosa "Hold Me Tight" é uma das faixas mais subestimadas desta fase do Scorpions. E "Lady Starlight" é de uma sutileza tocante.





Outra faixa que está entre as preferidas da banda, para o blogueiro, é a pesadíssima "Animal Magnetism", com um clima sombrio que conquista fãs de Hard/Heavy.





E ainda se tem "The Zoo", composição que disputa o posto de favorita do Scorpions para quem está escrevendo este texto. Faixa incrível, criativa e que depois seria arruinada pelo próprio conjunto em Acoustica (2001), ficando quase irreconhecível.





Enfim, o Scorpions dispensa maiores apresentações para quem é fã de Hard Rock. Banda obrigatória aos admiradores do estilo. Animal Magnetism é uma de suas obras mais importantes, portadora de músicas que possuem o DNA do grupo alemão impresso em sua sonoridade. Mais que obrigatório, o disco é indispensável na coleção dos fãs de música mais pesada. Até o próximo post!

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