THE ALLMAN BROTHERS BAND - IDLEWILD SOUTH (1970)

 


Idlewild South é o segundo álbum de estúdio
da banda norte-americana chamada The Allman Brothers Band. O lançamento oficial
do disco aconteceu em 23 de setembro de 1970, através dos selos Atco e
Capricorn. As gravações ocorreram entre fevereiro e julho daquele mesmo ano,
nos estúdios Capricorn Sound (em Macon), Criteria e Atlantic South (em Miami) e
Regent Sound (em New York City); todos nos Estados Unidos. A produção ficou
majoritariamente com Tom Dowd e também com Joel Dorn.



 



Esta é a segunda vez que o site aborda a The Allman Brothers Band e, para
aqueles que desejarem mais informações, deixamos o link AQUI.






 



Antecedentes



 



Em 1970, a The Allman Brothers Band era formada pelo vocalista/organista Gregg
Allman, pelos guitarristas Duane Allman e Dickey Betts, pelo baixista Berry
Oakley e pelos bateristas Jai Johanny Johanson e Butch Trucks.



 



A The
Allman Brothers Band
foi formada em março de 1969, e começou a escrever
músicas e a fazer turnês juntos. Naquele mês de agosto, o grupo gravou seu
álbum de estreia autointitulado, que foi lançado em novembro pela Capricorn
Records, uma divisão da Atlantic Records.



 



O disco recebeu uma resposta comercial pobre,
vendendo menos de 35 mil cópias no lançamento inicial. Executivos da gravadora
sugeriram ao empresário da banda e presidente da Capricorn, Phil Walden, que
ele mudasse o grupo para Nova York ou Los Angeles a fim de aumentar sua
exposição. "Eles queriam que agíssemos como uma banda de rock "e nós
apenas lhes dissemos para "se foderem"”, lembrou Trucks.



 



De sua parte, os membros da banda
permaneceram otimistas, optando por ficar no Sul. "Disseram-nos que
cairíamos no esquecimento lá", disse Gregg Allman, mas a colaboração entre
a banda e a Capricorn Records “ transformou Macon de uma cidadezinha sonolenta
em um lugar muito moderno, selvagem e louco; cheio de motociclistas e roqueiros
".



 



Em março de 1970, a esposa de Oakley alugou
uma grande casa vitoriana na 2321 Avenida Vineville, em Macon, que eles
apelidaram de “a Casa Grande".



 



Idlewild
South
foi o primeiro esforço da banda com Tom Dowd, conhecido
por seu trabalho com Cream e John Coltrane. Dowd ouviu a banda
ensaiando pela primeira vez enquanto visitava o Capricorn Sound Studios, em
Macon, perguntando o nome deles e comentando com Walden: "Tire-os de lá e os
entregue no estúdio. Eles não precisam ensaiar; eles estão prontos para gravar".



 



Dowd foi inicialmente escalado para trabalhar
com a banda em seu álbum de estreia, mas foi impedido no último minuto.
Inicialmente, o conjunto pediu ao amigo e colega Johnny Sandlin para produzir
seu segundo álbum, mas conforme a gravação se aproximava, tornou-se óbvio que
queriam que ele coproduzisse o disco com Dowd.



 



Em uma de suas primeiras sessões, Sandlin
estava dando sugestões e atuando como coprodutor, embora ninguém tivesse
informado Dowd; Sandlin ficou constrangido e não retornaria ao estúdio.


Duane Allman




 



Gravações



 



As primeiras sessões de gravação para Idlewild South ocorreram em meados de
fevereiro de 1970, no recém-construído Capricorn Sound Studios, em Macon.



 



Posteriormente, a banda mudou-se para o
Criteria Studios, em Miami, em meados de março, onde Dowd se sentia mais
confortável produzindo álbuns; já que ele via o então novo estúdio da Capricorn
como um trabalho em andamento e impróprio para gravar.



 



O grupo estava constantemente na estrada
enquanto Idlewild South era
desenvolvido, levando a um processo de gravação fraturado e concluído aos
trancos e barrancos. Eles se reuniram novamente com Dowd durante pequenas
pausas nos shows.



 



Além disso, o líder do grupo, Duane Allman
ainda recebeu convites para tocar como músico de sessão em outro lugar; nas
"raras ocasiões em que [a banda] poderia retornar a Macon para um breve
intervalo", Allman pegava a estrada para Nova York, Miami ou Muscle Shoals
para contribuir com as sessões de outros artistas.



 



Nos dias em que a banda estaria disponível, o
empresário Walden ligava a Dowd para informá-lo; ele costumava assistir ao show
deles e passar o resto da noite no estúdio. Depois de quase meio ano e mais de
três estúdios de gravação diferentes, a produção foi encerrada em julho de
1970.



 



A The Allman
Brothers Band
optou por gravar a maior parte de Idlewild South ao vivo, com todos os músicos tocando juntos. Em
raras ocasiões, eles voltariam para seções de overdub, pois não estavam de
acordo com o padrão.



 



"A ideia é que parte da coisa dos Allman Brothers é a espontaneidade - a
elasticidade. As partes e os tempos variam de uma forma que só eles são
sensíveis", disse Dowd.



 



Duane frequentemente deixava uma música
sozinha para mais trabalho e testes na estrada.



 



Joel Dorn, predominantemente um produtor de
jazz da Atlantic, entrou em cena para produzir uma música do álbum, "Please
Call Home", que foi gravada no Regency Sound Studios, em 14 de julho de
1970. O grupo estava em Nova York na época e Dowd não estava disponível.



 



Após o processo de gravação, Duane foi
convidado a se juntar a Eric Clapton
e seu novo grupo Derek & the Dominos
na gravação de seu álbum de estreia, Layla
and Other Assorted Love Songs
. Clapton,
mais tarde, convidou formalmente Allman para se juntar ao grupo, mas ele
recusou relutantemente, expressando lealdade aos membros da Allman Brothers e o conceito musical
que a originou.


Gregg Allman




 



Ideias Musicais



 



"Revival" inicialmente tomou forma
como instrumental, com a letra como uma reflexão tardia. A canção assume
decididamente um toque gospel no meio do caminho, acentuado por "palmas de
mão parecidas com as de uma igreja".



 



"Don't Keep Me Wonderin", escrita
por Gregg Allman, com Duane na guitarra slide e Thom Doucette na gaita.
"Midnight Rider" se desenvolveu rapidamente e trazia letras
contribuídas pelo roadie Robert Payne, que deu uma sugestão a Gregg Allman
enquanto estavam juntos em seu armazém de equipamentos. Como não tinham uma
chave do então próximo Capricorn Sound Studios, a dupla invadiu o estúdio e
gravou uma demo rápida com Twiggs Lyndon no baixo e Johanson nas congas.



 



Duane eventualmente criou as linhas de violão
para "Revival" e "Midnight Rider", já que ele foi mais
rápido para gravar e mais experiente tecnicamente devido ao seu trabalho de
sessão no Muscle Shoals.



 



"In Memory of Elizabeth Reed" foi
inspirada por uma mulher com quem Betts estava envolvido em Macon, a namorada
do músico Boz Scaggs. Para disfarçar sua identidade, a canção recebeu o nome de
uma lápide que Betts viu no cemitério Rose Hill, onde os membros da banda
costumavam se aventurar em seus primeiros dias para relaxar e escrever canções.
Esta é uma lenda consideravelmente desenvolvida sobre a gênese da canção, muito
alimentada por uma entrevista improvisada que Duane Allman deu à revista
Rolling Stone. A canção é a primeira composição de Betts gravada pela banda.



 



"Hoochie Coochie Man" foi o
rearranjo da banda para uma melodia de Muddy
Waters
escolhida pelo baixista Berry Oakley e também oriunda dos dias de
Betts tocando-a em sua banda anterior, The
Second Coming
. Apresentando Oakley em seu único vocal no estúdio, é quase
duas vezes mais rápida que o original de Waters.



 



"Please Call Home" foi gravada em
Nova York com o produtor de jazz Joel Dorn em duas tomadas. “Leave My Blues at
Home" contém toques de funk e um fade out estendido nas guitarras gêmeas
da banda.



 



Título do Disco



 



O nome do álbum veio do apelido da banda para
uma cabana, de 165 dólares mensais, que o grupo alugou em um lago fora de Macon,
no início de seus dias lá, as idas e vindas ocupadas que os lembravam do
Aeroporto Idlewild na cidade de Nova York.



 



Idlewild South era o lar de ensaios e festas
e era "onde a irmandade aconteceu", de acordo com o roadie Kim Payne;
"Houve um pacto feito lá em torno de uma fogueira - todos por um e um por
todos. Todos acreditaram [na banda] 100 por cento".



 



De acordo com Linda Oakley, esposa do
baixista Oakley, o grupo manteve uma festa de véspera de ano novo em 1970, onde
eles, à meia-noite, se juntaram em um coro de "Will the Circle Be
Unbroken". "Foi um momento crucial, um testamento de amor",
disse ela. Muito do material apresentado no álbum se originou naquela cabana.


A formação clássica da banda




 



Vamos às faixas:



 



REVIVAL



 



A ótima “Revival” abre o disco com um clima
bastante divertido e uma inegável pegada country.



 



A letra menciona amor livre:



 



People can you feel it? Love is everywhere.



People can you hear it? Love is in the air.



We're in a revolution. Don't you know we're right.



Everyone is singing. Yeah! There'll be no one to fight






 



Em sua primeira contribuição como compositor
para a banda, o guitarrista Dickey Betts inicialmente compôs
"Revival" como instrumental. Ele começou a cantar junto, e as letras
vieram como uma reflexão tardia, o que não era típico.



 



Betts tendia a compor canções instrumentais
naturalmente; comentando mais tarde: "Você tem que ter uma abordagem
totalmente diferente; um instrumental tem que ser realmente cativante e quando
você consegue é muito satisfatório porque você transcendeu as palavras e se
comunicou com emoção".



 



Duane Allman toca o violão ouvido em
"Revival", já que ele era melhor em obter um bom som acústico devido
à sua experiência em estúdio.



 



A faixa foi lançada como single e atingiu a
92ª na principal parada norte-americana desta natureza.



 



DON’T KEEP ME WONDERIN’



 



Guitarras afiadas e vocais mais “agressivos”
marcam outra grande música, “Don’t Keep Me Wonderin’”.



 



A letra fala sobre um relacionamento:



 



Oh, tell me 'bout the car I saw,



parked outside your door,



tell me what you left me waiting,



two or three hours for



 



MIDNIGHT
RIDER



 



A pegada bluesy e os ótimos vocais de Gregg
marcam um verdadeiro clássico, “Midnight Rider”.



 



A letra fala sobre um homem em uma corrida:



 



Well, I've got to run to keep from hiding



And I'm bound to keep on riding



And I've got one more silver dollar



But I'm not gonna let them catch me, no



Not gonna let 'em catch the midnight rider






 



O arranjo dos versos apresenta o violão de
Duane Allman carregando as mudanças da música, sustentado por uma seção rítmica
guiada por congas e um órgão. As frases da guitarra solo de Dickey Betts
ornamentam os refrãos e a pausa instrumental, enquanto o canto poderoso e cheio
de alma de Gregg Allman, com reverberação que produz harmonia, fez com que a
música se tornasse conhecida por alguns como a peça de assinatura de Allman.



 



A canção foi lançada como single e não conseguiu
emplacar em nenhuma parada de sucesso. Versões cover de sucesso foram gravadas
por Joe Cocker, Paul Davidson e Willie Nelson.



 



IN
MEMORY OF ELIZABETH REED



 



A bela instrumental “In Memory of Elizabeth
Reed” traz um inegável clima de ‘jam session’.



 



HOOCHIE COOCHIE MAN



 



“Hoochie Coochie Man” é um Blues Rock
vigoroso, com ótima atuação de Duane Allman na guitarra.



 



A letra é em tom divertido:



 



I'll make all you little girls,



turn your heads around.



Then I'm gonna take you little girls,



gonna take you right on down... with me yeah



 



Trata-se de uma versão para a música de mesmo
nome, originalmente composta por Willie
Dixon
.



 



PLEASE CALL HOME



 



A belíssima balada “Please Call Home” quebra
o ritmo do disco, mas de maneira orgânica e – porque não – brilhante.



 



A letra mostra um certo conformismo:



 



I guess I saw it comin day by day.



But, oh, I could not stand the failure.



Before you leave, there's just one thing I must say,



Please, call home if ya change your mind.



Oh, I don't mind.



 



LEAVE
MY BLUES AT HOME



 



O álbum se encerra com a ótima pegada Blues
Rock na memorável “Leave My Blues at Home”.



 



A letra menciona um romance:



 



And I feel I have to scream



whenever I get the notion.



And though I try so hard,



I can't hold back my emotions



 



Considerações
Finais



 



Idlewild
South
conseguiu atingir a principal parada norte-americana de álbuns,
conquistando a 38ª posição.



 



Em comparação com a estreia do conjunto, o
disco vendeu apenas "um pouco melhor, apesar da crescente reputação
nacional da banda, e incluiu canções que se tornariam a base de seu repertório
- e, eventualmente, das rádios de rock".



 



Jim Hawkins, engenheiro do álbum, lembrou que
Walden o informou que Idlewild South
foi lançado com 50 mil cópias em sua primeira semana, antes de se estabelecer
em mil por semana.



 



Enquanto o álbum ajudou a aumentar a
popularidade do grupo, o nome da Allman
Brothers
realmente cresceu em fama devido às suas apresentações ao vivo. Walden
duvidou do futuro da banda, preocupado se eles se estabeleceriam, mas o boca a
boca se espalhou devido à agenda de turnês implacável da banda, e as multidões
aumentaram.



 



Ed Leimbacher, da Rolling Stone, escreveu que
Idlewild South "é um bom
presságio para o futuro dos Allmans", chamando-o de "um grande passo
à frente do primeiro", mas considerou o segundo lado do LP uma decepção. Robert
Christgau, do The Village Voice, deu ao álbum um "B +" e o considerou
uma peça complementar ao trabalho de Duane Allman em Layla, observando que "muitas pessoas pensam que Duane Allman
já é um titã no ranking da guitarra elétrica”.



 



Uma revisão retrospectiva, de nota máxima, de
Bruce Eder na Allmusic, considerou-o "o melhor álbum de estúdio da
história do grupo, blues elétrico com uma textura acústica, solo virtuoso,
slide e órgão tocando, e uma seleção matadora de canções".



 



Em 2014, a revista Rolling Stone listou-o
entre os álbuns mais "inovadores", cobrindo seu impacto no Southern
rock: "Em seu segundo álbum, os Allman
Brothers
se transformaram de meros roqueiros de blues em uma montagem
criando um tipo inteiramente novo de música sulista".



 



A sorte do conjunto começou a mudar ao longo
de 1971, quando o ganho médio da banda dobrou. "Percebemos que o público
era uma grande parte do que fazíamos, que não podia ser duplicado em um
estúdio. Uma lâmpada finalmente se apagou; precisávamos fazer um álbum ao vivo",
disse Gregg Allman.



 



At
Fillmore East
foi gravado em três noites - 11, 12 e 13 de
março de 1971 - no Fillmore East em Nova York, pelo qual a banda recebeu 1.250 dólares
por noite.



 



At
Fillmore East
foi lançado em julho de 1971, pela Capricorn
Records, como um álbum duplo, pelo preço de um único LP. Enquanto os discos
anteriores da banda levaram meses para chegar às paradas (muitas vezes perto do
final do top 200), o álbum começou a subir nas paradas depois de alguns dias.






 



Formação:



Gregg Allman - Voz, Órgão, Piano



Duane Allman - Guitarra slide, Guitarra solo,
Violão



Dickey Betts - Guitarra solo



Berry Oakley - Baixo, Voz em "Hoochie
Coochie Man"



Jai Johanny Johanson - Bateria, Congas, Timbales,
Percussão



Butch Trucks - Bateria



Músicos
Adicionais:



Thom Doucette - Gaita, Percussão



 



Faixas:



1. Revival (Betts)
- 4:04



2. Don't Keep Me
Wonderin' (G. Allman) - 3:40



3. Midnight
Rider (Allman/Payne) - 3:00



4. In Memory of
Elizabeth Reed (Betts) - 6:54



5. Hoochie Coochie
Man (Dixon) - 4:54



6. Please Call
Home (G. Allman) - 4:00



7. Leave My
Blues at Home (G. Allman) - 4:15



 



Letras:



Para o conteúdo completo das letras,
recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/allman-brothers-band/



 



Opinião
do Blog:



A The
Allman Brothers Band
é uma verdadeira instituição do Rock ‘n’ Roll. Uma das
mais incríveis bandas da história do estilo.



 



Seu segundo álbum, Idlewild South, traz o estilo que consagrou a banda: um Rock
divertido, repleto de melodia e com as influências da música ‘sulista’
norte-americana. Este caldeirão musical produziu canções memoráveis e que
seriam influências diretas para o nascente ‘Southern Rock’.



 



Em um disco sem músicas de enchimento, as
preferidas do Blog são a versão matadora para “Hoochie Coochie Man”, a
lindíssima “Please Call Home” e a clássica “Midnight Rider”.



 



Enfim, Idlewild
South
é um dos grandes álbuns da história do Rock e uma obra inegavelmente
influente. O registro definitivo do talento do grande guitarrista Duane Allman
e a prova de que a The Allman Brothers
Band
é uma verdadeira referência para fãs do Rock ‘n’ Roll.

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