THE FIRM - THE FIRM (1985)


The Firm é o álbum de estreia da banda inglesa de mesmo nome, ou seja, o The Firm. Seu lançamento oficial aconteceu em 11 de fevereiro de 1985 através do selo Atlantic Records. As gravações ocorreram durante o ano de 1984, no Sol Studios, na Inglaterra. A produção ficou a cargo de Jimmy Page e Paul Rodgers.

O The Firm foi a união de duas lendas do Rock em um projeto que teve curta duração: Paul Rodgers, que foi o vocalista do Free e do Bad Company e Jimmy Page, o lendário guitarrista do Led Zeppelin.


Após um hiato de 3 anos, o Bad Company lançou Rough Diamonds, em 1982. Este foi o sexto e último álbum com a encarnação original do grupo.

O disco acabou sendo o pior em desempenho comercial do Bad Company dentre os que tiveram Paul Rodgers como o homem de frente. O álbum alcançou a 15ª posição na parada do Reino Unido e a 26ª na correspondente norte-americana.

Após o lançamento de Rough Diamonds, o Bad Company se dissolveu.

Segundo Mick Ralphs: "Paul queria uma pausa e sinceramente todos nós precisávamos dela. O Bad Company tornou-se maior do que todos e para continuar seria destruindo alguém ou alguma coisa. Do ponto de vista de negócios, era a coisa errada a fazer, mas o instinto de Paul estava absolutamente certo".

No início dos anos 80, havia rumores de que Paul Rodgers iria cantar com a Rossington-Collins Band (constituída pelos sobreviventes do Lynyrd Skynyrd).

Mas, já em Outubro de 1983, Rodgers lançou seu primeiro álbum solo, Cut Loose. Ele compôs todas as músicas e tocou todos os instrumentos. O disco acabou alcançando o 135º lugar na parada Pop da Billboard.

Paul Rodgers
Em 25 de setembro de 1980, aconteceu um dos episódios mais tristes da história do Rock: John Henry Bonham, ou simplesmente John Bonham, um dos maiores bateristas de todos os tempos no Rock, foi encontrado morto aos 32 anos de idade.

Com a morte de seu baterista, o Led Zeppelin se separou em 1980. Jimmy Page, inicialmente, recusou-se a tocar guitarra, de luto por seu amigo.

Page fez um retorno aos palcos em um show de Jeff Beck, em março de 1981, no Hammersmith Odeon. Também em 1981, juntou-se com o baixista Chris Squire e o baterista Alan White (ambos ex-Yes) para formar um supergrupo chamado XYZ (uma sigla para ex- Yes – Zeppelin).

Eles ensaiaram várias vezes, mas o projeto foi arquivado. Bootlegs destas sessões revelaram que parte do material surgiu em projetos posteriores, nomeadamente em "Fortune Hunter" (no The Firm) e "Mind Drive" e "Can You Imagine?", ambas no Yes.

Page se juntou ao Yes, no palco, em um show no ano de 1984, no Westfalenhalle, em Dortmund, Alemanha, tocando a música "I'm Down".

Em 1982, Page colaborou com o diretor Michael Winner a fim de gravar a trilha sonora do filme Death Wish II.

Esta e várias gravações subsequentes, incluindo a trilha sonora Death Wish III, foram gravadas e produzidas em seu estúdio de gravação, Sol Studios, em Cookham, o qual havia comprado de Gus Dudgeon, no início de 1980.

Em 1983, Page participou do A.R.M.S. (Action Research for Multiple Sclerosis), uma série de concertos para caridade os quais honraram o baixista Ronnie Lane (Small Faces), que sofria da doença.

Para os primeiros shows, no Royal Albert Hall, em Londres, o set-list de Page consistiu de músicas da trilha sonora do filme Death Wish II (com Steve Winwood nos vocais) e uma versão instrumental de "Stairway to Heaven".

Uma turnê em quatro cidades dos Estados Unidos se seguiu, com Paul Rodgers, do Bad Company, substituindo Winwood. Durante a turnê, Page e Rodgers tocaram "Midnight Moonlight", que mais tarde iria aparecer no primeiro álbum do The Firm.

Já em 1984, Page colaborou com Roy Harper para o álbum Whatever Happened to Jugula?, realizando concertos ocasionais. Também em 1984, Page gravou com Robert Plant, como The Honeydrippers, o disco The Honeydrippers: Volume 1; e com John Paul Jones a trilha sonora do filme Scream for Help.

Jimmy Page
Logo após, Page e Rodgers se uniram para dar início a um novo projeto. O mesmo seria batizado de The Firm!

Page e Rodgers originalmente queriam o ex-baterista do Yes, Bill Bruford, e o baixista Pino Palladino para completarem o grupo; no entanto, Bruford estava contratado por outra gravadora e Palladino tinha compromissos de turnê com o cantor Paul Young.

Desta forma, a dupla acabou recrutando o baixista Tony Franklin e o baterista Chris Slade; este ex-membro das bandas Manfred Mann's Earth Band e Uriah Heep.

Assim, estava formado o supergrupo!

Ambos, Page e Rodgers, recusaram-se a tocar qualquer material de suas bandas anteriores e, por sua vez, optaram por uma seleção de canções do novo grupo e mais faixas de ambas careiras solo.

As novas músicas foram fortemente infundidas com uma influência soul, com um som mais acessível comercialmente, cortesia especial do estilo do baixista Franklin.

O álbum foi gravado no estúdio particular de Jimmy Page, na Inglaterra, o Sol Studios e mostrava um som consideravelmente diferente do que seus protagonistas fizeram em seus maiores empreendimentos musicais.

Vamos às faixas:

CLOSER

"Closer" é um Rock com algum flerte com a música Pop de seu tempo. A guitarra de Page está presente e faz um bom solo ao final da execução. A interpretação de Rodgers é competente. Mas o destaque maior vão para os metais que dão um toque saboroso à faixa.

A letra tem sentido de flerte:

There's a mighty power
Rising like a morning sun
It's a power of love
Baby and it's you I want
I get a burning feeling
Flames are getting higher and higher
You got my senses reeling

“Closer” foi lançada como single e não obteve qualquer maior repercussão nas principais paradas de sucesso.



MAKE OR BREAK

Na segunda música do disco, a pegada Rock está um pouco mais proeminente. É bem perceptível uma certa aura da época de Paul Rodgers no Bad Company. O ritmo é bastante cadenciado. A partir da metade, a guitarra de Jimmy Page está mais brilhante e a canção ganha bastante com isto. Ótima presença, também, da seção rítmica.

A letra é inteligente e divertida:

In the cut, drop Z ok the tops up
Left the mall bought little Amo the toy truck
Your boy's what, three years old know correct
He and my daughter's age neck and neck
They furtures set
In the background's a old cassette
Fly Stephanie Mills shit
Whats the deal with all this shit I'm hearin up top
You got arrested, shot affair, one with a cop



SOMEONE TO LOVE

Já em "Somemone To Love", o grupo aposta em uma pegada mais atual (para a época, é claro). O ouvinte percebe os teclados mais proeminentes. O ritmo é lento, com bastante malícia e criatividade. O baixo de Tony Franklin é um dos maiores destaques da faixa.

A letra tem sentido romântico:

She gives me music in my soul
I've found someone to love
And I will never let this go
I've found someone to love
Oh baby she just has to let it show
She found someone to love yeah
She found someone to love



TOGETHER

Em sua quarta canção, a proposta é bastante diferente das faixas que a antecederam. O ritmo é ainda mais lento, predominando a suavidade e a leveza. A voz de Paul Rodgers está ainda mais contida, emprestando mais emoção à parte instrumental, formando uma composição bem atraente. Bom momento do álbum.

Novamente, o sentido da letra é o amor:

Living in dreams
Making them real
Know how it feels when they say
Yesterday - shadows on my mind
Yesterday - love so hard to find
Now today - giving me the sign
Telling me just what you need



RADIOACTIVE

"Radioactive" é a cara dos anos 80, com o uso de sintetizadores e uma inegável pegada Pop, bastante ressaltada. O ritmo é cadenciado, com a guitarra de Jimmy Page aparecendo em segundo plano. O principal destaque é a atuação de Paul Rodgers nos vocais, atuando conforme é exigido.

A letra tem forte sentido de sedução:

Oh yeah, radioactive
Don't you stand...stand too close
You might catch it
Don't stand too close, baby
Radioactive
Oh yeah
Radio radio radio radioactive

“Radioactive” é, provavelmente, o maior sucesso lançado na curta carreira do The Firm.


Foi o primeiro single lançado para promover seu álbum de estreia. Conquistou a 28ª posição na principal parada de singles dos Estados Unidos, conquistando a 76ª colocação na correspondente britânica.

Também teve um videoclipe exibido com boa frequência pela MTV norte-americana.

Ocasionalmente, Paul Rodgers manteve a faixa em seu set-list de shows em sua carreira-solo.



YOU'VE LOST THAT LOVIN' FEELING

Na versão para "You've Lost That Lovin' Feeling", a pegada é bem mais suave e leve, sendo uma balada bastante competente. O baixo de Tony Franklin novamente está bastante proeminente e a guitarra de Jimmy Page dá um toque especial para a composição a partir de sua metade.

A letra mostra o fim de um relacionamento:

Baby, baby, I'd get down on my knees for you
If you would only love me like you used to do
We had a love...a love...a love you don't find everyday
So darling, darling, darling don't take your love away

Trata-se de uma versão para a faixa “You've Lost That Lovin' Feelin'”, originalmente lançada pela banda The Righteous Brothes, no álbum homônimo à música, lançado em 1964.



MONEY CAN'T BUY

"Money Can't Buy" possui uma sonoridade mais setentista e tradicional, muito por conta do riff inicial, muito inspirado e executado à perfeição. A guitarra de Page está mais presente e, claro, a canção ganha bastante com isso. A atuação de Rodgers é das melhores no álbum. Certamente uma das principais músicas do trabalho.

A letra faz uma pequena reflexão:

Running in a nightmare
Waking in a cold sweat
You sell your soul to the company payroll
Just to keep from gettin' in debt



SATISFACTION GUARANTEED

Novamente em "Satisfaction Guaranteed", a pegada é claramente a da música Pop dominante na década de 80, sendo isto não necessariamente ruim. O andamento é bem arrastado, predominado por sintetizadores, embora, quando apareça, a guitarra de Page traga um brilho especial. Enfim, a faixa é bastante competente naquilo a que se propõe.

A letra possui sentido de perda:

Sitting in the gutter with my head wrapped in my hands
I've been drinking all night, and I just can't stand the pain
It took an awful lot of trouble just to make me understand
Now it's clear to me, but will it ever be the same?

“Satisfaction Guaranteed” é um dos grandes sucessos da The Firm.

Foi o terceiro single lançado para promover o disco. Atingiu a 73ª posição na principal parada norte-americana desta natureza.



MIDNIGHT MOONLIGHT

A nona - e última - faixa de The Firm é "Midnight Moonlight". A derradeira canção do álbum traz de volta o espírito dos anos 70, deixando evidente o fato do qual a mesma foi composta cerca de uma década antes. O ritmo é mais lento, muitas vezes mais acústico, mas trazendo grandes variações de intensidade e atuações muito brilhantes de Page e de Rodgers. Fecha o disco com chave-de-ouro.

A letra é uma inteligente metáfora sobre o transcorrer da vida:

See the shadows dancing in the moonlight in her eyes
See a vision forming and it comes as no surprise
Could it be a warning that don't hurt before it dies?
See the shadows dancing in the moonlight in her eyes
See a vision forming and it comes as no surprise
Could it be a warning that don't hurt before it satisfies?

Conforme dito, “Midnight Moonlight” foi inicialmente apresentada em 1983, quando Rodgers e Page tocaram juntos na turnê de caridade do ARMS.

A faixa era uma música do Led Zeppelin, criada durante as sessões do álbum Physical Graffiti (1975), que não foi lançada e permaneceu inédita. Seu nome original era "The Swan Song".

Este fato fez com que alguns críticos acreditassem que Page, à época, havia começado a se encontrar em um período pouco criativo.



Considerações Finais

Após o lançamento do álbum, seguiu-se uma turnê pelos Estados Unidos e Reino Unido, entre os meses de Fevereiro e Maio de 1985.

“Radioactive” ajudou a impulsionar o trabalho, comercialmente falando, fazendo-o galgar boas posições nas principais paradas de sucesso.

Ficou com a ótima 15ª posição da principal parada de álbuns do Reino Unido, conquistando a 17ª colocação na sua correspondente norte-americana. Ainda atingiu os 21º, 16º e 51º lugares nas paradas de Suécia, Canadá e Holanda; respectivamente.

A revista britânica Kerrang! colocou o disco na 20ª posição de seu Ranking de melhores álbuns de 1985. Já a Revista Rolling Stone não gostou do álbum.

Já em 1986, o grupo lançaria seu segundo – e final – disco, Mean Business, mas que não obteve a mesma repercussão do trabalho anterior. Uma turnê foi realizada para promovê-lo, mas logo em seguida a banda se desfez.


Formação:
Paul Rodgers - Vocal, Guitarras
Jimmy Page - Guitarra
Tony Franklin - Baixo, Teclado, Sintetizador, Backing Vocal
Chris Slade - Bateria e Percussão
Músicos Adicionais:
Steve Dawson - Trompete em "Closer"
Paul "Shilts" Weimar - Saxofone Barítono em "Closer"
Willie Garnett - Saxofone Tenor em "Closer"
Don Weller - Saxofone Tenor Solo em "Closer"
Sam Brown, Helen Chappelle & Joy Yates - Backing Vocals em "You've Lost That Lovin' Feeling" e "Midnight Moonlight"

Faixas:
01. Closer (Page/Rodgers) - 2:52
02. Make or Break (Rodgers) - 4:21
03. Someone to Love (Page/Rodgers) - 4:55
04. Together (Page/Rodgers) - 3:54
05. Radioactive (Rodgers) - 2:49
06. You've Lost That Lovin' Feeling (Spector/Mann/Weil) - 4:33
07. Money Can't Buy (Rodgers) - 3:35
08. Satisfaction Guaranteed (Page/Rodgers) - 4:07
09. Midnight Moonlight (Page/Rodgers) - 9:13

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/firm-the/

Opinião do Blog:
A expectativa pode ser o grande fiel da balança quando o ouvinte apreciar, pela primeira vez, o trabalho inicial do The Firm. Especialmente se o leitor for um grande fã de Led Zeppelin e das bandas Free e Bad Company, nas quais, respectivamente, Jimmy Page e Paul Rodgers brilharam intensamente.

Outro ponto é que a proposta apresentada pelo The Firm era antenada com o tempo em que a banda surgiu: a metade dos anos 80. Assim, a sonoridade que predomina em quase todo o trabalho tem a roupagem da música Pop dominante em 1985, com o uso de muitos sintetizadores, por exemplo.

Não há o que se discutir na qualidade dos músicos presentes no trabalho: Jimmy Page e Paul Rodgers dispensam quaisquer apresentações, Tony Franklin é ótimo (basta ver, no corpo do texto, que em algumas faixas ele é o destaque) e Chris Slade já havia demonstrado sua competência no Uriah Heep.

As letras são boas, muitas vezes com o apego mais romântico, mas, no âmbito geral, estão bem.

Os destaques do disco vão depender muito do ouvinte. E, aqui, o Blog não pode negar toda a sua tradição mais voltada ao Hard e Heavy em geral. E, ao mesmo tempo, tentar compreender o que o grupo se propôs a apresentar.

"Satisfaction Guaranteed" é uma boa composição, especialmente competente naquilo que se propôs a ser. O mesmo pode ser dito sobre "Closer", a qual possui um naipe de metais que a deixa ainda mais saborosa. "Make Or Break" é mais roqueira, com o espírito do Bad Company presente, o que se revela um bom sinal.

Mas a melhor faixa do trabalho é mesmo "Midnight Moonlight", com toda a sua áurea setentista e um brilhantismo inegável.

Enfim, o álbum de estreia do The Firm é um trabalho antenado com a música de seu tempo e que realiza uma agradável fusão desta musicalidade com o Rock. Conforme foi afirmado acima, o veredicto final depende muito de qual expectativa o ouvinte tem para o trabalho: se ele quer uma emulação do Free/Bad Company e Led Zeppelin é melhor passar longe. Se o leitor quiser um álbum divertido e competente naquilo que se propõe, o Blog recomenda a audição do bom primeiro disco do The Firm.

THE FIRM - THE FIRM (1985)






The Firm
é o álbum de estreia da banda inglesa de mesmo nome, ou seja, o The
Firm. Seu lançamento oficial aconteceu em 11 de fevereiro de 1985
através do selo Atlantic Records. As gravações ocorreram durante o
ano de 1984, no Sol Studios, na Inglaterra. A produção ficou a
cargo de Jimmy Page e Paul Rodgers.





O The
Firm foi a união de duas lendas do Rock em um projeto que teve curta
duração: Paul Rodgers, que foi o vocalista do Free e do Bad Company
e Jimmy Page, o lendário guitarrista do Led Zeppelin.










Após um
hiato de 3 anos, o Bad Company lançou Rough Diamonds, em 1982. Este
foi o sexto e último álbum com a encarnação original do grupo.





O disco
acabou sendo o pior em desempenho comercial do Bad Company dentre os
que tiveram Paul Rodgers como o homem de frente. O álbum alcançou a 15ª posição na parada do Reino Unido e a 26ª na
correspondente norte-americana.





Após o
lançamento de Rough Diamonds, o Bad Company se dissolveu.





Segundo
Mick Ralphs: "Paul queria uma pausa e sinceramente todos nós
precisávamos dela. O Bad Company tornou-se maior do que todos e para
continuar seria destruindo alguém ou alguma coisa. Do ponto de vista
de negócios, era a coisa errada a fazer, mas o instinto de Paul
estava absolutamente certo".





No início
dos anos 80, havia rumores de que Paul Rodgers iria cantar com a
Rossington-Collins Band (constituída pelos sobreviventes do Lynyrd
Skynyrd).





Mas, já
em Outubro de 1983, Rodgers lançou seu primeiro álbum solo, Cut
Loose. Ele compôs todas as músicas e tocou todos os instrumentos. O
disco acabou alcançando o 135º lugar na parada Pop da Billboard.







Paul Rodgers


Em 25 de
setembro de 1980, aconteceu um dos episódios mais tristes da
história do Rock: John Henry Bonham, ou simplesmente John Bonham, um
dos maiores bateristas de todos os tempos no Rock, foi encontrado
morto aos 32 anos de idade.





Com a
morte de seu baterista, o Led Zeppelin se separou em 1980. Jimmy
Page, inicialmente, recusou-se a tocar guitarra, de luto por seu
amigo.





Page fez
um retorno aos palcos em um show de Jeff Beck, em março de 1981, no
Hammersmith Odeon. Também em 1981, juntou-se com o baixista Chris
Squire e o baterista Alan White (ambos ex-Yes) para formar um
supergrupo chamado XYZ (uma sigla para ex- Yes – Zeppelin).





Eles
ensaiaram várias vezes, mas o projeto foi arquivado. Bootlegs destas
sessões revelaram que parte do material surgiu em projetos
posteriores, nomeadamente em "Fortune Hunter" (no The Firm)
e "Mind Drive" e "Can You Imagine?", ambas no
Yes.





Page se
juntou ao Yes, no palco, em um show no ano de 1984, no
Westfalenhalle, em Dortmund, Alemanha, tocando a música "I'm
Down".





Em 1982,
Page colaborou com o diretor Michael Winner a fim de gravar a trilha
sonora do filme Death Wish II.





Esta e
várias gravações subsequentes, incluindo a trilha sonora Death
Wish III
, foram gravadas e produzidas em seu estúdio de
gravação, Sol Studios, em Cookham, o qual havia comprado de Gus
Dudgeon, no início de 1980.





Em 1983,
Page participou do A.R.M.S. (Action Research for Multiple Sclerosis),
uma série de concertos para caridade os quais honraram o baixista
Ronnie Lane (Small Faces), que sofria da doença.





Para os
primeiros shows, no Royal Albert Hall, em Londres, o set-list de Page
consistiu de músicas da trilha sonora do filme Death Wish II (com
Steve Winwood nos vocais) e uma versão instrumental de "Stairway
to Heaven".





Uma turnê
em quatro cidades dos Estados Unidos se seguiu, com Paul Rodgers, do
Bad Company, substituindo Winwood. Durante a turnê, Page e Rodgers
tocaram "Midnight Moonlight", que mais tarde iria aparecer
no primeiro álbum do The Firm.





Já em
1984, Page colaborou com Roy Harper para o álbum Whatever Happened
to Jugula?, realizando concertos ocasionais. Também em 1984, Page
gravou com Robert Plant, como The Honeydrippers, o disco The
Honeydrippers: Volume 1; e com John Paul Jones a trilha sonora do
filme Scream for Help.







Jimmy Page


Logo
após, Page e Rodgers se uniram para dar início a um novo projeto. O
mesmo seria batizado de The Firm!





Page e
Rodgers originalmente queriam o ex-baterista do Yes, Bill Bruford, e
o baixista Pino Palladino para completarem o grupo; no entanto,
Bruford estava contratado por outra gravadora e Palladino tinha
compromissos de turnê com o cantor Paul Young.





Desta
forma, a dupla acabou recrutando o baixista Tony Franklin e o
baterista Chris Slade; este ex-membro das bandas Manfred Mann's Earth
Band e Uriah Heep.





Assim,
estava formado o supergrupo!





Ambos,
Page e Rodgers, recusaram-se a tocar qualquer material de suas bandas
anteriores e, por sua vez, optaram por uma seleção de canções do
novo grupo e mais faixas de ambas careiras solo.





As novas
músicas foram fortemente infundidas com uma influência soul, com um
som mais acessível comercialmente, cortesia especial do estilo do
baixista Franklin.





O álbum
foi gravado no estúdio particular de Jimmy Page, na Inglaterra, o
Sol Studios e mostrava um som consideravelmente diferente do que seus
protagonistas fizeram em seus maiores empreendimentos musicais.





Vamos às
faixas:





CLOSER





"Closer" é um Rock com algum flerte com a música Pop de seu tempo. A guitarra de Page está presente e faz um bom solo ao final da execução. A interpretação de Rodgers é competente. Mas o destaque maior vão para os metais que dão um toque saboroso à faixa.





A letra
tem sentido de flerte:





There's
a mighty power


Rising
like a morning sun


It's a
power of love


Baby
and it's you I want


I get
a burning feeling


Flames
are getting higher and higher


You
got my senses reeling





“Closer”
foi lançada como single e não obteve qualquer maior repercussão
nas principais paradas de sucesso.













MAKE
OR BREAK





Na segunda música do disco, a pegada Rock está um pouco mais proeminente. É bem perceptível uma certa aura da época de Paul Rodgers no Bad Company. O ritmo é bastante cadenciado. A partir da metade, a guitarra de Jimmy Page está mais brilhante e a canção ganha bastante com isto. Ótima presença, também, da seção rítmica.





A letra é
inteligente e divertida:





In the
cut, drop Z ok the tops up


Left
the mall bought little Amo the toy truck


Your
boy's what, three years old know correct


He and
my daughter's age neck and neck


They
furtures set


In the
background's a old cassette


Fly
Stephanie Mills shit


Whats
the deal with all this shit I'm hearin up top


You
got arrested, shot affair, one with a cop













SOMEONE
TO LOVE





Já em "Somemone To Love", o grupo aposta em uma pegada mais atual (para a época, é claro). O ouvinte percebe os teclados mais proeminentes. O ritmo é lento, com bastante malícia e criatividade. O baixo de Tony Franklin é um dos maiores destaques da faixa.





A letra
tem sentido romântico:





She
gives me music in my soul


I've
found someone to love


And I
will never let this go


I've
found someone to love


Oh
baby she just has to let it show


She
found someone to love yeah


She
found someone to love













TOGETHER





Em sua quarta canção, a proposta é bastante diferente das faixas que a antecederam. O ritmo é ainda mais lento, predominando a suavidade e a leveza. A voz de Paul Rodgers está ainda mais contida, emprestando mais emoção à parte instrumental, formando uma composição bem atraente. Bom momento do álbum.





Novamente,
o sentido da letra é o amor:





Living
in dreams


Making
them real


Know
how it feels when they say


Yesterday
- shadows on my mind


Yesterday
- love so hard to find


Now
today - giving me the sign


Telling
me just what you need













RADIOACTIVE





"Radioactive" é a cara dos anos 80, com o uso de sintetizadores e uma inegável pegada Pop, bastante ressaltada. O ritmo é cadenciado, com a guitarra de Jimmy Page aparecendo em segundo plano. O principal destaque é a atuação de Paul Rodgers nos vocais, atuando conforme é exigido.





A letra
tem forte sentido de sedução:





Oh yeah,
radioactive
Don't you stand...stand too close
You might catch
it
Don't stand too close, baby
Radioactive
Oh yeah
Radio
radio radio radioactive





“Radioactive”
é, provavelmente, o maior sucesso lançado na curta carreira do The
Firm.










Foi o
primeiro single lançado para promover seu álbum de estreia.
Conquistou a 28ª posição na principal parada de singles dos
Estados Unidos, conquistando a 76ª colocação na correspondente
britânica.





Também
teve um videoclipe exibido com boa frequência pela MTV
norte-americana.





Ocasionalmente,
Paul Rodgers manteve a faixa em seu set-list de shows em sua
carreira-solo.













YOU'VE
LOST THAT LOVIN' FEELING





Na versão para "You've Lost That Lovin' Feeling", a pegada é bem mais suave e leve, sendo uma balada bastante competente. O baixo de Tony Franklin novamente está bastante proeminente e a guitarra de Jimmy Page dá um toque especial para a composição a partir de sua metade.





A letra
mostra o fim de um relacionamento:





Baby,
baby, I'd get down on my knees for you


If you
would only love me like you used to do


We had
a love...a love...a love you don't find everyday


So
darling, darling, darling don't take your love away





Trata-se
de uma versão para a faixa “You've Lost That Lovin' Feelin'”,
originalmente lançada pela banda The Righteous Brothes, no álbum
homônimo à música, lançado em 1964.













MONEY
CAN'T BUY





"Money Can't Buy" possui uma sonoridade mais setentista e tradicional, muito por conta do riff inicial, muito inspirado e executado à perfeição. A guitarra de Page está mais presente e, claro, a canção ganha bastante com isso. A atuação de Rodgers é das melhores no álbum. Certamente uma das principais músicas do trabalho.





A letra
faz uma pequena reflexão:





Running
in a nightmare


Waking
in a cold sweat


You
sell your soul to the company payroll


Just
to keep from gettin' in debt













SATISFACTION
GUARANTEED





Novamente em "Satisfaction Guaranteed", a pegada é claramente a da música Pop dominante na década de 80, sendo isto não necessariamente ruim. O andamento é bem arrastado, predominado por sintetizadores, embora, quando apareça, a guitarra de Page traga um brilho especial. Enfim, a faixa é bastante competente naquilo a que se propõe.





A letra
possui sentido de perda:





Sitting
in the gutter with my head wrapped in my hands


I've
been drinking all night, and I just can't stand the pain


It
took an awful lot of trouble just to make me understand


Now
it's clear to me, but will it ever be the same?





“Satisfaction
Guaranteed” é um dos grandes sucessos da The Firm.





Foi o
terceiro single lançado para promover o disco. Atingiu a 73ª
posição na principal parada norte-americana desta natureza.









MIDNIGHT
MOONLIGHT





A nona - e última - faixa de The Firm é "Midnight Moonlight". A derradeira canção do álbum traz de volta o espírito dos anos 70, deixando evidente o fato do qual a mesma foi composta cerca de uma década antes. O ritmo é mais lento, muitas vezes mais acústico, mas trazendo grandes variações de intensidade e atuações muito brilhantes de Page e de Rodgers. Fecha o disco com chave-de-ouro.





A letra é
uma inteligente metáfora sobre o transcorrer da vida:





See
the shadows dancing in the moonlight in her eyes


See a
vision forming and it comes as no surprise


Could
it be a warning that don't hurt before it dies?


See
the shadows dancing in the moonlight in her eyes


See a
vision forming and it comes as no surprise


Could
it be a warning that don't hurt before it satisfies?





Conforme
dito, “Midnight Moonlight” foi inicialmente apresentada em 1983,
quando Rodgers e Page tocaram juntos na turnê de caridade do ARMS.





A faixa
era uma música do Led Zeppelin, criada durante as sessões do álbum
Physical Graffiti (1975), que não foi lançada e permaneceu inédita.
Seu nome original era "The Swan Song".





Este fato
fez com que alguns críticos acreditassem que Page, à época, havia
começado a se encontrar em um período pouco criativo.













Considerações
Finais





Após o
lançamento do álbum, seguiu-se uma turnê pelos Estados Unidos e
Reino Unido, entre os meses de Fevereiro e Maio de 1985.





“Radioactive”
ajudou a impulsionar o trabalho, comercialmente falando, fazendo-o
galgar boas posições nas principais paradas de sucesso.





Ficou com
a ótima 15ª posição da principal parada de álbuns do Reino
Unido, conquistando a 17ª colocação na sua correspondente
norte-americana. Ainda atingiu os 21º, 16º e 51º lugares nas
paradas de Suécia, Canadá e Holanda; respectivamente.





A revista
britânica Kerrang! colocou o disco na 20ª posição de seu Ranking
de melhores álbuns de 1985. Já a Revista Rolling Stone não gostou
do álbum.





Já em
1986, o grupo lançaria seu segundo – e final – disco, Mean
Business, mas que não obteve a mesma repercussão do trabalho
anterior. Uma turnê foi realizada para promovê-lo, mas logo em
seguida a banda se desfez.










Formação:


Paul
Rodgers - Vocal, Guitarras


Jimmy
Page - Guitarra


Tony
Franklin - Baixo, Teclado, Sintetizador, Backing Vocal


Chris
Slade - Bateria e Percussão


Músicos
Adicionais:


Steve
Dawson - Trompete em "Closer"


Paul
"Shilts" Weimar - Saxofone Barítono em "Closer"


Willie
Garnett - Saxofone Tenor em "Closer"


Don
Weller - Saxofone Tenor Solo em "Closer"


Sam
Brown, Helen Chappelle & Joy Yates - Backing Vocals em "You've
Lost That Lovin' Feeling" e "Midnight Moonlight"





Faixas:


01.
Closer (Page/Rodgers) - 2:52


02. Make
or Break (Rodgers) - 4:21


03.
Someone to Love (Page/Rodgers) - 4:55


04.
Together (Page/Rodgers) - 3:54


05.
Radioactive (Rodgers) - 2:49


06.
You've Lost That Lovin' Feeling (Spector/Mann/Weil) - 4:33


07. Money
Can't Buy (Rodgers) - 3:35


08.
Satisfaction Guaranteed (Page/Rodgers) - 4:07


09.
Midnight Moonlight (Page/Rodgers) - 9:13





Letras:


Para o
conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
http://letras.mus.br/firm-the/




Opinião
do Blog:



A expectativa pode ser o grande fiel da balança quando o ouvinte apreciar, pela primeira vez, o trabalho inicial do The Firm. Especialmente se o leitor for um grande fã de Led Zeppelin e das bandas Free e Bad Company, nas quais, respectivamente, Jimmy Page e Paul Rodgers brilharam intensamente.





Outro ponto é que a proposta apresentada pelo The Firm era antenada com o tempo em que a banda surgiu: a metade dos anos 80. Assim, a sonoridade que predomina em quase todo o trabalho tem a roupagem da música Pop dominante em 1985, com o uso de muitos sintetizadores, por exemplo.





Não há o que se discutir na qualidade dos músicos presentes no trabalho: Jimmy Page e Paul Rodgers dispensam quaisquer apresentações, Tony Franklin é ótimo (basta ver, no corpo do texto, que em algumas faixas ele é o destaque) e Chris Slade já havia demonstrado sua competência no Uriah Heep.





As letras são boas, muitas vezes com o apego mais romântico, mas, no âmbito geral, estão bem.





Os destaques do disco vão depender muito do ouvinte. E, aqui, o Blog não pode negar toda a sua tradição mais voltada ao Hard e Heavy em geral. E, ao mesmo tempo, tentar compreender o que o grupo se propôs a apresentar.





"Satisfaction Guaranteed" é uma boa composição, especialmente competente naquilo que se propôs a ser. O mesmo pode ser dito sobre "Closer", a qual possui um naipe de metais que a deixa ainda mais saborosa. "Make Or Break" é mais roqueira, com o espírito do Bad Company presente, o que se revela um bom sinal.





Mas a melhor faixa do trabalho é mesmo "Midnight Moonlight", com toda a sua áurea setentista e um brilhantismo inegável.





Enfim, o álbum de estreia do The Firm é um trabalho antenado com a música de seu tempo e que realiza uma agradável fusão desta musicalidade com o Rock. Conforme foi afirmado acima, o veredicto final depende muito de qual expectativa o ouvinte tem para o trabalho: se ele quer uma emulação do Free/Bad Company e Led Zeppelin é melhor passar longe. Se o leitor quiser um álbum divertido e competente naquilo que se propõe, o Blog recomenda a audição do bom primeiro disco do The Firm.

KROKUS - HARDWARE (1981)






Hardware
é o quinto álbum de estúdio da banda suíça chamada Krokus. Seu
lançamento oficial aconteceu em março de 1981 através do selo
Ariola Records. As gravações se deram no Roundhouse Studios, em
Londres, Inglaterra, entre os meses de novembro e dezembro de 1980. A
produção ficou por conta da própria banda.





O Krokus
é uma importante banda do cenário Hard Rock/Heavy Metal da região
central da Europa. O Blog vai falar brevemente da origem do grupo
para depois analisar o álbum.










As
origens do Krokus datam do ano de 1975, na cidade suíça de
Solothurn, a qual possui maior influência da cultura alemã.





Chris von
Rohr, um jovem baterista da cidade de Solothurn, havia formado (e
desfeito) várias bandas que não o permitiram alçar o desejado
sucesso como músico no início da década de 70.





Enquanto
isso, o jovem músico von Rohr mantinha-se financeiramente atuando
como cozinheiro no Solothurn Restaurant & Hotel Kreuz.





Depois de variar em termos de estilo musical sem muito apelo, ele encontrou,
pelo menos financeiramente, um lucrativo espaço em uma banda
dançante chamada On the Road.





Logo
após, ele e o tecladista Michi Szabo (da On The Road) formaram uma
banda de dois homens: o Night Train. Entretanto, todas estas
tentativas para adentrar no mundo da música profissional falharam e,
assim, von Rohr trabalhou novamente como um cozinheiro no Restaurante
Kreuz, seguindo um semestre na Escola de Jazz, em Berna.





Depois de
terminar os estudos na Escola de Jazz, von Rohr voltou para Solothurn
objetivando formar outra banda, em novembro de 1975: o Krokus.





A
primeira atuação pública da banda foi uma abertura para a cantora
suíça Nella Martinetti, no Saalbau da cidade suíça de
Gerlafingen.





Junto com
o guitarrista-solo Tommy Kiefer, com quem o baterista von Rohr
alternava os vocais, o guitarrista-base Hansi Droz e o baixista Remo
Spadino, finalmente o álbum de estreia auto-intitulado do Krokus
saiu.





O disco
foi gravado e lançado em 1976 e produzido por Peter J. Mac Taggart.
A sonoridade foi basicamente influenciada pelo Rock Progressivo e o
trabalho não obteve qualquer repercussão.





Com os
direitos sobre o nome da banda Krokus garantidos, von Rohr demitiu os
demais companheiros de banda sem a menor cerimônia.







Chris von Rohr


Em
seguida, von Rohr formou uma nova aliança com membros de uma banda local
de nome Montezuma, alterando o line-up do Krokus completamente: o
próprio Von Rohr assumiu os vocais, Fernando von Arb na guitarra,
Jürg Naegeli no baixo e Freddy Steady na bateria.





Pouco
tempo depois, o guitarrista Tommy Kiefer foi trazido novamente para o
line-up e a banda estava completa. Com esta formação, o grupo
gravou mais uma vez no Sinus Studios, em Berna, com Peter J. Mac
Taggart na produção, lançando seu segundo álbum de estúdio, To
You All, em 1977.





Foi neste
segundo trabalho que o conjunto, pela primeira vez, apresentou um som
hard rock, embora ainda com alguma pegada progressiva. Nenhuma
repercussão comercial, novamente.





Com o
mesmo line-up, ainda com von Rohr como front man, o Krokus gravou seu
terceiro álbum de estúdio, já totalmente focado no Hard Rock,
batizado de Pain Killer, embora tenha sido lançado, também, com o
nome de Pay It In Metal.





Este
álbum foi gravado durante 6 dias no lendário Manor Studios, em
Oxford, Inglaterra, em 1978, sendo produzido por von Rohr e von Arb.





Embora
von Rohr tenha recebido da revista suíça Pop Magazine (o
equivalente à revista Rolling Stone, nos EUA) o "Golden Hammer
Award" como melhor vocalista; e o Krokus como melhor banda de
rock do ano, em seu país de origem, a futura direção musical da
banda mudou mais uma vez, quando todos os seus membros presenciaram a
um show do AC/DC, no Volkshaus, em Zurique.





Consequentemente,
von Rohr teve uma visão e entregou, voluntariamente, seu posto como
vocalista: primeiro a Henry Fries, que não pode aceitar o cargo devido a
obrigações contratuais firmadas anteriormente, e finalmente - após tentativas
persistentes de recrutamento por parte do próprio von Rohr - a Marc
Storace, o vocalista com o poderoso alcance vocal com que o front man
anterior sonhara.





Marc
Storace, de origem maltesa, no final de 1971, juntou-se ao TEA, uma
banda suíça de Hard Rock. Com ela, excursionou com grandes nomes
como Queen e Nazareth, lançando 3 álbuns de estúdio: Sprouts, The
Ship and Tax Exiles. Por um tempo, o TEA foi um grupo emblemático
do rock da Suíça, tocando fora do país em cidades como Hamburgo,
Londres ou Glasgow.





Em 1976,
o TEA fez sua última turnê, tendo o Krokus como banda de apoio. Os
encontros amigáveis entre Storace e os membros do Krokus foram as
sementes para o que se seguiu mais tarde.





Marc
voltou para Londres e formou a banda Eazy Money. Sua canção "Man
Telephone" foi incluída em uma coletânea chamada Metal for
Muthas Vol.2
. Em 1979, ele recebeu um telefonema do Krokus, o
qual estava procurando por um novo vocalista, convidando-o a uma "jam
de fim de semana" na Suíça. O resto todos já sabem.







Marc Storace


Assim,
von Rohr assumiu o baixo e Jürg Naegeli passou ao background da
banda. Era a última peça do quebra-cabeça que faltava achar seu
lugar e, com este novo line-up, o Krokus assumiu sua sonoridade
autêntica.





Logo
depois, a banda gravou seu quarto álbum de estúdio, Metal
Rendez-Vous, que vendeu mais de 150 mil cópias na Suíça,
tornando-se o primeiro sucesso comercial da banda.





Ele foi
gravado no Studio Platinum One, em Zurique, sendo produzido por
Martin Pearson, von Rohr e von Arb. O disco acabou sendo o primeiro
sucesso internacional da banda, garantindo turnês e shows iniciais
no Reino Unido e nos Estados Unidos.





Metal
Rendez-Vous contém sucessos da banda como “Tokyo Nights",
"Heatstrokes" e "Bedside Radio".





Assim,
von Rohr e seus companheiros de banda conquistaram o sucesso e
respeito internacionais, sendo reconhecidos como estrelas do rock.





Aproveitando
o sucesso e imediatamente após a turnê terminar, a banda entrou no
Roundhouse Studios, em Londres, para trabalhar em seu quinto álbum
de estúdio, o qual novamente foi produzido por von Rohr e von Arb,
para ser finalmente lançado em 1981: Hardware!





As
gravações se deram entre novembro e dezembro de 1980.





A capa é
bem legal. Vamos às faixas:





CELEBRATION





Após uma vinheta de aproximadamente 1 minuto, "Celebration" apresenta um ritmo bem lento com apenas a voz de Marc Storace em destaque. Quando as guitarras dominam o ambiente, o ouvinte perceberá que trata-se de um Hard Rock simples, cadenciado e com algum peso. Ao final, há o retorno da vinheta inicial.





Como o
próprio nome diz, a letra é em tom de celebração:





I want
you


To
hear the cry


Throughout
the night


We
know what it means


The
new is old


And
red is white


The
law they preach


Ain't
what it seems


I want
you


To
hear the noise


We'll
take the world


And
gonna shout and scream













EASY
ROCKER





Um riff bem legal introduz "Easy Rocker", trazendo a bateria de Steady bastante evidente, em conjunto com o baixo de von Rohr. Nesta faixa, o ritmo é um pouco mais acelerado, mas trata-se de um Hard Rock bem oitentista. Os vocais de Storace se combinam perfeitamente com o instrumental. Boa canção.





A letra
se refere aos fãs:





He was
standin' at the big load-in


When
all the trucks and buses rolled up


Dirty
jeans and a leather jacket


Full
of patches of all those heavy bands


He
wasn't very hard to talk to


And
looked like he had nowhere to go





“Easy
Rocker” é um dos grandes sucessos do Krokus. A música permanece
nos shows da banda até os dias de hoje.













SMELLY
NELLY





Em "Smelly Nelly", o Krokus aposta em um riff bastante pesado e em um andamento mais lento, flertando na linha tênue que divide o Hard Rock e o Heavy Metal. Impossível não se lembrar de faixas como "Grinder", do Judas Priest. Os vocais de Storace estão ótimos e o refrão é bem construído, usando a tática de diminuir e suavizar o peso em seu momento. Ótima canção!





A letra
fala de uma prostituta:





Her
body's fat and flabby


Her
rotten teeth just stink


Her
clothes are torn and shabby


But
her lips are nice and pink


Her
nickers are encrusted


With
shit and bugs and lice


This
face is bruised and busted


But
her arse is paradise


She's
gettin'easy money


And
welfare from the state













MR.
69





Já em "Mr. 69", a pegada Hard Rock está de volta, lembrando bastante o AC/DC da fase Bon Scott, em álbuns como Powerage (1978). O peso é dado na dose exata, assim como o ritmo cadenciado, formando uma construção bem interessante. Se não é exatamente original, "Mr. 69" diverte e contagia. Boa composição.





A letra
tem conotação sexual e é divertida:





Mr.
sixty nine has suddenly come to rest


He
died on the job that he did best


Oh you
lucky angels


Heaven
will be fine


Havin'lots
of fun with Mr.sixty nine













SHE'S
GOT EVERYTHING





Nesta música, o Krokus aposta em um ritmo bastante acelerado em comparação com faixas anteriores. O andamento é rápido e o peso não é tal pronunciado. Os vocais de Storace estão bons, bem como a guitarra de von Arb, o qual executa um bom solo exatamente na metade da canção. Outro momento interessante do disco.





A letra
possui sentido de amor:





I can
see by your eyes what you need


I'll
be out of your life


I may
get depressed cause I tried so hard


To be
somethin'special for you


Words
of love that are still in my ears


Days
when I kissed your tears


Long
crazy nights spilling into days


Times
when I lost my fears













BURNING
BONES





"Burning Bones" apresenta um típico Hard Rock com pegada dos anos 80, com bastante swing e malícia. Aqui os vocais de Storace estão ainda melhores, pois contribuem para a agitação que a parte instrumental da faixa deseja transmitir. A guitarra de von Arb também se destaca de maneira eficiente. Uma das grandes composições do álbum.





A letra
possui sentido de remorso:





There
stands a soldier


In a
barbed-wire land


The
fear of death in his eyes


And a
bottle in his hand


But
now the wine he's drinkin'


It's
got the taste of blood


No
more plastic war movies


To
show him what it's like










“Burning
Bones” também é um sucesso do Krokus. Lançada como single,
atingiu a boa 46ª posição da principal parada norte-americana de
singles.













ROCK
CITY





Na linha tênue entre o Hard e o Heavy, é assim que "Rock City" navega. Há uma inconteste pegada Bluesy, mesmo que sutil, mas extremamente responsável pela alta qualidade da canção. Marc Storace tem uma soberba atuação e é outro fator essencial pela beleza da música. O ritmo é cadenciado, o peso é o exato, e nada sobra ou falta na composição. Excelente faixa!





A letra
é, de certa forma, autobiográfica:





Well
you give me all your money


And
you give me all your love


The
sweetest satisfaction


Yes
it's all in first degree


But
whenever I'm away


You
always find somebody else


Dirty
pictures tell the lies


You've
lived the last six years


Backstage...you're
rockin'


Backstage...you're
shockin'





“Rock
City” é outro grande sucesso do Krokus e permanece, até hoje,
como uma de suas canções mais executadas nos shows dos suíços.










Foi
lançada como single, mas não obteve maior repercussão em termos de
paradas de sucesso desta natureza.













WINNING
MAN





Um clima mais sombrio e soturno predominam em "Winning Man", boa parte construído por um riff muito pesado e um andamento bastante arrastado. Storace também contribui com uma atuação um pouco mais contida, exceto no refrão, em que está mais vigoroso (como a própria canção exige). Próximo aos 4 minutos de execução, o ritmo muda completamente, ganhando rapidez e altas doses de feeling da guitarra de Fernando von Arb. Ótima composição.





A letra
possui sentido de dor:





I've
been waitin'for so long


Gettin'had
and treated wrong


Sleepless
nights and dirty lies


Makes
no difference if you live or die





Atingiu a
26ª posição na principal parada de singles de Rock nos Estados
Unidos. É outra das principais composições da banda.













MAD
RACKET





A nona - e última - faixa de Hardware é "Mad Racket". Um Hard Rock direto e com um ritmo empolgante é o que Krokus desenvolve na derradeira canção do álbum. Novamente, a influência do AC/DC setentista pode ser claramente sentida. Encerra os trabalhos de modo bem divertido.





A letra é
sobre desajuste:





Mother's
got a lover half as old as she


Father's
got a gamblin'house in capri


Sister
sue's a junkie dope and L.S.D.


Sells
her arse to the arabs while others


Get it
free


So I'm
the black sheep


The
only hang up I've got


Is an
old guitar


And a
cat named lisalott













Considerações
Finais





Hardware
continuou o sucesso internacional conquistado por Metal Rendez-Vous,
mas o ampliando, ou seja, fazendo a banda caminhar um passo à
frente.





Curiosamente,
Hardware não fez o mesmo impacto comercial em seu país de origem, a
Suíça, vendendo pouco mais de 50 mil cópias na sua terra natal.





Entretanto,
conforme dito, o reconhecimento internacional ao grupo aumentou,
bastando olhar o resultado do álbum nas principais paradas pelo
mundo afora.





Hardware
conquistou a modesta 103ª posição na principal parada
norte-americana de álbuns, a Billboard. Ficou com a 44ª colocação
na correspondente britânica. Mas, ainda, fisgou os 56º, 16º e 50º
lugares nas paradas da Alemanha, Áustria e Suécia, respectivamente.





Logo após
o lançamento do disco, seguiu-se uma extensa turnê o suportando,
com muitas datas nos Estados Unidos e Canadá, principalmente.





Como
resultado dos problemas contínuos com drogas e o desgosto com a
sonoridade da banda, por parte do guitarrista Tommy Kiefer, as
primeiras rachaduras na estrutura de banda eram óbvias e não
poderiam ser ignoradas por mais tempo, embora o aumento da
popularidade do Krokus continuasse em progressão.





Após o
lançamento de Hardware, a banda e Kiefer seguiram caminhos
divergentes. Mandy Meyer substituiu Kiefer para as turnês em toda
Europa e nos EUA.





No
entanto, Krokus e Meyer se separaram imediatamente após a conclusão
da turnê. Sem mais delongas, o guitarrista Mark Kohler se juntou à
banda.





Este
line-up, eventualmente, gravou o sexto álbum da banda, One Vice at a
Time, no Battery Studios, em Londres, lançado em 1982.





Infelizmente,
Tommy Kiefer se suicidou na noite de natal do ano de 1986.













Formação:


Marc
Storace - Vocal


Fernando
von Arb - Guitarra, Backing Vocals


Tommy
Kiefer - Guitarra, Backing Vocals


Chris von
Rohr - Baixo, Backing Vocals, Percussão


Freddy
Steady - Bateria, Backing Vocals


Músicos
Adicionais:


Jürg
Naegeli - Teclados, Backing Vocals





Faixas:


01.
Celebration (Arb/Rohr) - 3:23


02. Easy
Rocker (Arb/Rohr) - 5:28


03.
Smelly Nelly (Kiefer/Arb/Rohr) - 3:42


04. Mr.
69 (Arb/Rohr) - 3:02


05. She's
Got Everything (Arb/Rohr) - 3:58


06.
Burning Bones (Arb/Rohr/Storace) - 3:37


07. Rock
City (Arb/Rohr) - 4:47


08.
Winning Man (Arb/Rohr) - 5:34


09. Mad
Racket (Arb/Rohr) - 4:02





Letras:


Para o
conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
http://www.darklyrics.com/lyrics/krokus/hardware.html




Opinião
do Blog:



Como o leitor pode perceber na primeira parte do post, o Krokus foi uma banda que lutou bastante para alcançar o nível de sucesso almejado. E teve o reconhecimento que merecia, pois o grupo rompeu as fronteiras da pequena Suíça e acabou conquistando fama em todo o mundo.





Claramente, a banda suíça tem referências que podem facilmente serem percebidas pelos ouvintes mais atentos. Obviamente, o AC/DC é uma marcante influência no Krokus, com algumas canções do álbum apontando para a sonoridade do grupo dos irmãos Young nos anos 70.





Mas o Heavy Metal oitentista é outra forte presença em Hardware e, neste ponto, o Judas Priest e seu (até então) recém lançado British Steel (1980) são as referências.





Se o Krokus não apresenta a criação de um novo estilo, o grupo compensa apresentando composições que primam pelo bom gosto. O fã de Hard Rock é presenteado com canções animadas, divertidas e bem tocadas.





O forte do Krokus é o conjunto. Não há nenhum músico que destoe do restante, seja para cima ou para baixo, com todos contribuindo decisivamente para o sucesso do trabalho. Neste momento, como forma de ressaltar a influência do AC/DC, em vários momentos a voz de Marc Storace lembra a de Brian Johnson, vocalista do conjunto australiano.





As letras são na média geral e não desvalorizam o disco.





Hardware está repleto de boas canções. "Smelly Nelly" é excelente com sua pegada Heavy Metal bem acentuada. "Mr. 69" remete ao AC/DC de Bon Scott e é muito boa também. "Burning Bones" é um Hard Rock 'classudo', de primeiro time.





Mas os grandes destaques são mesmo "Rock City", com uma inegável pegada Blues Rock, mas com peso extra. E a sombria "Winning Man", uma canção com muitos nuances contagiantes, possivelmente, a melhor do álbum.





Enfim, Hardware mostra como o Krokus foi capaz de conquistar o mundo com um trabalho árduo, constante e de muita garra. Suas canções apresentam um Hard Rock, com constantes flertes com o Heavy Metal, agradando em cheio aos fãs do gênero. Ótima banda e álbum mais que recomendado.