OVERKILL - THE YEARS OF DECAY (1989)


The Years of Decay é o quarto álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Overkill. Seu lançamento oficial ocorreu em 13 de outubro de 1989 através dos selos Atlantic e Megaforce Records. As gravações aconteceram entre junho e julho daquele mesmo ano, no Carriage House Studios, em Stamford, no estado norte-americano de Connecticut. A produção ficou a cargo de Terry Date, Jon Zazula, Marsha Zazula e do próprio conjunto.

OVERKILL - THE YEARS OF DECAY (1989)







The
Years of Decay é o quarto álbum de estúdio da banda
norte-americana chamada Overkill. Seu lançamento oficial ocorreu em
13 de outubro de 1989 através dos selos Atlantic e Megaforce
Records. As gravações aconteceram entre junho e julho daquele mesmo
ano, no Carriage House Studios, em Stamford, no estado
norte-americano de Connecticut. A produção ficou a cargo de Terry
Date, Jon Zazula, Marsha Zazula e do próprio conjunto.






Em
mais um post extra, o RAC traz novamente a suas páginas a ótima
banda de Thrash Metal Overkill com um de seus melhores trabalhos. O
primeiro post do site sobre o grupo pode ser encontrado neste link.













Taking
Over





Como
o leitor pode observar aqui mesmo no site, Taking Over, o
segundo álbum de estúdio do grupo, é um marco na carreira do
conjunto.





Taking
Over
foi o primeiro disco da banda a ser lançado pela Megaforce
Records, em cooperação com o selo gigante Atlantic Records. O álbum
apresentou uma melhor forma de composição e produção das músicas,
além de ter um estilo um pouco mais épico, exibido em faixas como
em “In Union We Stand”.





A
música foi escolhida para ser o primeiro videoclipe do Overkill,
usado para promover a banda através do, na época, novo e crescente
meio das redes de televisão musicais.





Depois,
seguiu-se outra turnê europeia, desta vez como banda de abertura
para o Helloween.





No
final de 1987, o conjunto lançou o EP !!! Fuck You !!!,
consistindo de uma gravação em estúdio da música "Fuck You",
da banda The Subhumans, bem como um punhado de faixas ao vivo,
todas elas gravadas no início daquele ano, em Cleveland, nos Estados
Unidos.







Bobby Ellsworth





O
ano de1987 também viu a partida do baterista Rat Skates. Ele foi
substituído temporariamente por Mark Achabal para alguns shows, e,
então de forma permanente, pelo baterista europeu Bob 'Sid' Falck,
anteriormente no grupo
Paul
Di'Anno's Battlezone
.





Under
the Influence





O
Overkill lançou o sucessor de Taking Over, intitulado
Under the Influence, em 1988.





Mais
uma vez produzido por Alex Perialas, Under the Influence foi
muito mais cru e mais thrash, sem a maior parte da grande atmosfera
épica de seu antecessor.





Sofrendo
por conta da composição e produção apressadas, o disco é muitas
vezes considerado um passo atrás para a banda.





A
música “Hello from the Gutter” foi lançada como single, e o
videoclipe musical ganhou exibição regular no conceituado programa
de TV da época, o Headbangers Ball, da MTV
norte-americana.





O
álbum atingiu a modesta 142ª posição da principal parada
norte-americana, a Billboard. Mas o registro contém algumas ótimas
faixas como “Shred”, “End of the Line” e “Overkill III
(Under the Influence)”.







Bobby Gustafson





Mesmo
assim, o
Overkill manteve-se em constante turnê, mantendo
viagens por todo o mundo, promovendo sua reputação como uma das
bandas de metal mais ativas.





The
Years of Decay





O
sucessor de Under the Influence, o inovador The Years of
Decay
, seria lançado em 1989.





O
disco foi gravado com o famoso produtor Terry Date (Pantera,
White Zombie e Soundgarden) e apresentou a melhor
produção da banda até então.





Misturou
a abordagem mais bruta e ríspida de Under the Influence com
estruturas de música mais complexas e elementos épicos, resultando
em uma atmosfera mais séria e faixas mais longas, incluindo a
faixa-título de oito minutos e os dez minutos de “Playing With
Spiders/Skullkrusher”.





O
álbum foi gravado no Carriage House Studios, em Stamford, no estado
ianque de Connecticut, entre junho e julho de 1989.





A
capa é simples, com o logo e o mascote da banda. Vamos às faixas:





TIME
TO KILL





Não se deixe enganar, caro leitor: "Time to Kill" se inicia de modo mais cadenciado até seus primeiros 1 minuto e quarenta segundos. Mas, depois, a típica trilha Thrash Metal é desenvolvida de forma insana pelo grupo. A seção rítmica confere um peso absurdo à canção e é seguida, com total competência, pela guitarra de Bobby Gustafson. Oscilando entre passagens puramente Thrash com outras mais Heavy tradicional, "Time to Kill" é incrível.





A
letra é extremamente violenta:





All
the mental anguish
Speaks a common language
I have yet to
lavisha chance to walk away
Every time I turn around
I start to
hear a familiar sound
Counting down as time stands still
Yes I
think it's time to kill













ELIMINATION





Pesada, intensa e insana: assim é a frenética "Elimination". Sem dar alívio aos tímpanos do ouvinte, a trilha Thrash, aqui, é rápida, intensa e altamente criativa. O refrão é absolutamente simples, mas funciona de modo preciso. Ótima presença da guitarra de Bobby Gustafson neste clássico do estilo!





A
letra fala sobre doença, morte e redenção:





Terminal,
what disease
Told me too late
What's this cough and
wheeze
Fatal... you're shittin' me
A second opinion
There's
gotta be
Laughin' at the epidemic
Something is going
around
Crying at the epidemic
Pullin' on nails, six feet
underground










“Elimination”
é um dos maiores clássicos da discografia do Overkill.





Lançada
como single, não obteve grande repercussão em termos das principais
paradas de sucesso.





O
videoclipe da canção teve regular exibição no histórico programa
da TV norte-americana, Headbangers Ball.













I
HATE





"I Hate" é uma faixa curta, simples e direta. Seu riff principal é bastante veloz, mas sem abrir mão do peso, funcionando de modo eficaz. A intensidade frenética da música funciona perfeitamente por conta da excepcional interpretação do vocalista Bobby Ellsworth.





A
letra é sobre ódio:





I
hate people that make ya feel small
I hate having my back against
the wall
I hate bein' talked down to
I hate your rules
I
hate'em all
Hate bein' marked to take the fall
Planet's not big
enough for me and you













NOTHING
TO DIE FOR





Desde o início de "Nothing to Die For", o ouvinte perceberá que o baixo de D.D. Verni é quem determina o andamento da música eficazmente. Desta vez, o ritmo é um pouco mais cadenciado, com a banda apostando mais em um som 'grooveado' que propriamente apenas no peso ou na velocidade. O resultado final é excelente.





A
letra é sobre crescimento:





I
wouldn't be so hard to see
I'm feelin' just the same
I'm
feelin' just no pain
I'm not goin' down, the drain













PLAYING
WITH SPIDERS/SKULLKRUSHER





Na quinta canção do disco, o Overkill novamente trabalha criativamente, em uma faixa que transcende a casa dos 10 minutos de extensão. Em seu esforço inicial, o grupo aposta em um ritmo bastante arrastado, com a seção rítmica dando às cartas e arriscando em peso e groove muito acentuados. No meio da faixa, a típica trilha Thrash Metal americana reaparece, com muitas velocidade e intensidade. A ótima atuação dos vocais de Ellsworth são a cereja do bolo.





A
letra é sobre consequência de suas próprias escolhas:





Race
with the devil
Engine's slowin' down
Fifty years too
early
You're laying underground...


You're
krushed













BIRTH
OF TENSION





"Birth of Tension" retoma o típico Thrash Metal que havia consagrado o Overkill até então, com a trilha Thrash criada pela guitarra de Bobby Gustafson se alternando entre momentos mais ou menos velozes. Ótima composição.





A
letra é sombria sobre determinação:





Too
much tension, all around


Too
much tension, bring you down


All
the pressures in the narrow mind


All
the reasons you'll never find


Did
you kill your father, sleep with your mother


Idolize
your sister, jealous your brother


Did
ya kick the dog, were you beat a strap


Were
you really be abused, were you fakin'


All
that too tense













WHO
TENDS THE FIRE





Esta é outra composição longa do álbum, superando a casa dos 8 minutos de duração. Para quem escreve o Blog, é praticamente impossível não vir à mente o Metallica de ...and Justice for All durante os minutos iniciais de "Who Tends the Fire" - e isto é um tremendo elogio. Uma mistura inteligente entre o Thrash e o Heavy dita a música, com o grupo apostando mais na eficiência melódica que apenas na ferocidade frenética e no peso. Sensacional composição!





A
letra é sobre a finitude da vida:





I
don't know, cause I cannot see


All
I'm sure is gotta be


I'm
not sure that I'm even me


But
I know that I gotta be


Yes,
I know that you're gonna die


Birth,
life, death, is the reason why


Save
those fears that you're gonna cry


Cause
I know that you're gonna die


Yes,
I know I cannot see


And
I'm sure that I gotta be


All
these voices are killin' me


But
they say that I got


Say
that I got


Say
that I gotta be me













THE
YEARS OF DECAY





Com quase 8 minutos, a faixa-título "The Years of Decay" é outra composição longa do trabalho. A sonoridade predominante nesta canção é o Heavy Metal tradicional, contando com um ritmo mais cadenciado e com a banda apostando fortemente na riqueza das melodias. Embora todo o conjunto esteja atuando de maneira formidável, o vocalista Bobby 'Blitz' Ellsworth dá um show de interpretação. Espetacular.





A
letra é determinista sobre as escolhas que alguém faz:





Promised
the world, as your world


Changed
before your eyes


And
the days became the weeks


And
the weeks, the years


And
noone remembers that very first day


Or
how it slipped away


Forever
I wait, pulling in, pulling out


As
the motors whine


To
remind me I'm home


And
I'm here to stay


As
we decay


Another
day


Decay
away













E.VIL
N.EVER D.IES





A nona - e última - faixa de The Years of Decay é "E.vil N.ever D.ies". Para fechar o álbum com chave-de-ouro, o grupo nova-iorquino aposta no seu tradicional Thrash Metal com toda a fúria que lhe é comum. O peso e o groove estão presentes, a seção rítmica faz um trabalho eficiente e a atuação de Ellsworth é impecável. Ótima música.





A
letra é sobre a maldade humana:





Laughter
stands accusing me


Emotion
stands abusing me


The
battered and the bruising me


Is
there darkness when you die


I
heard a sound, no one there


I
heard a shot, no one cares


Laughter
turns into despair













Considerações
Finais





The
Years of Decay
continuou o movimento de ascensão do Overkill
entre o público de Heavy Metal.





O
álbum atingiu a 155ª posição da principal parada norte-americana
de álbuns, a Billboard.





A
crítica especializada enaltece as qualidades de The Years of
Decay
. Jason Anderson, do site AllMusic, em
retrospectiva, dá ao trabalho uma nota 4 de um máximo de 5
possível, constatando:





“O
disco final do Overkill com o guitarrista Bobby Gustafson,
esta gravação de 1989, é considerada um clássico pelos fãs do
grupo, e muitas vezes é mencionada como o pináculo de gravação da
carreira dos Thrashers da Costa Leste. Ouvintes casuais do Overkill
só poderão discernir diferenças sutis entre The Years of Decay
e esforços anteriores, mas não há dúvida de que o grupo aprimorou
consistentemente seu som durante os anos 80, oferecendo melhorias
sucessivas em cada um dos seus primeiros quatro lançamentos”.





Por
fim, Anderson atesta: “Recomendado fortemente aos fãs de longa
data do grupo, The Years of Decay é um dos esforços mais
satisfatórios da Overkill”.





Em
agosto de 2014, a revista norte-americana Revolver
colocou o álbum em sua lista de 14 álbuns de Thrash que você
precisa possuir
. O disco também foi classificado na décima
posição da lista Thrash Albums NOT Released by the Big 4, do
site Loudwire.





O
Overkill passou quase um ano em turnê para suportar The Years of
Decay
. Em novembro e dezembro de 1989, a banda viajou com
Wolfsbane e Dark Angel e, um mês depois, viajaram pela
Europa com o Mordred.





Eles
também apoiaram o Testament em sua turnê Practice What
You Preach tour
. O Overkill embarcou em uma turnê
norte-americana de três meses, que aconteceu de março a junho de
1990. As bandas de apoio para esta tour foram Excel, Vio-lence
e Deceased.





Até
hoje, todas as músicas de The Years of Decay foram tocadas ao
vivo, exceto “Nothing to Die For”. De acordo com o líder e
vocalista do grupo, Bobby 'Blitz' Ellsworth, “E.vil N.ever D.ies”
é uma continuação da série de músicas intitulada “Overkill”,
contida nos três álbuns anteriores da banda, mas que não foi
nomeada “Overkill IV”.





Esta
seria a última música da série até o álbum Immortalis, de
2007, que apresenta a parte mais recente em “Overkill V... The
Brand”.





Em
1990, o guitarrista e compositor Bobby Gustafson deixou a banda. O
baixista D.D. Verni e Gustafson haviam travado longamente discussões
sobre a direção do grupo, com Blitz acompanhando Verni e pedindo a
Gustafson para deixar o Overkill.





Ellsworth,
Verni e o baterista Sid Falck adicionaram dois novos guitarristas ao
conjunto; Rob Cannavino, que era técnico de guitarras de Gustafson, e
Merritt Gant.





O
'novo' Overkill gravaria o quinto álbum de estúdio,
Horrorscope, novamente com Terry Date na produção, em 1991.













Formação:


Bobby
"Blitz" Ellsworth - Vocal


Bobby
Gustafson - Guitarra


Sid
Falck - Bateria


D.D.
Verni - Baixo


Músicos
Adicionais:


The
Satones - Backing Vocals





Faixas:


01.
Time to Kill (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 6:16


02.
Elimination (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 4:35


03.
I Hate (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 3:46


04.
Nothing to Die For (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 4:22


05.
Playing with Spiders/Skullkrusher (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) -
10:15


06.
Birth of Tension (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 5:04


07.
Who Tends the Fire (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 8:12


08.
The Years of Decay (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 7:58


09.
E.vil N.ever D.ies (Ellsworth/Falck/Gustafson/Verni) - 5:49





Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/overkill/




Opinião
do Blog:



O RAC já havia apresentado o ótimo Overkill aos nossos leitores anteriormente e já estava na hora deste ótimo grupo retornar às nossas páginas com um de seus melhores trabalhos.





A esta altura de sua carreira, o Overkill já era mais experiente e sabia o que queria fazer: o resultado não poderia ser outro, se não, um dos grandes álbuns de Thrash Metal de todos os tempos, The Years of Decay.





Desta feita, o grupo nova-iorquino continua seguindo sua sonoridade genuína, um Thrash Metal frenético e bem pesado. Mas, simultaneamente, a banda desenvolve novas possibilidades, mesclando-as com o seu DNA-Thrash.





Há passagens repletas de groove, em outras o conjunto abre mão do ritmo alucinante para desenrolar momentos arrastados e com um peso absurdo. Em The Years of Decay, o papel fundamental do baixista D.D. Verni é ainda mais essencial.





Ou seja, o Overkill passa a criar uma atmosfera mais próxima do Heavy Metal tradicional, desenvolvendo mais claramente belas melodias, mas sem abrir mão de fúria Thrash. O resultado final é formidável.





Claro, o RAC já elegeu acima D.D. Verni como o destaque central do álbum. Mas é preciso enaltecer as guitarras insanas de Bobby Gustafson, a atuação impecável de Bobby 'Blitz' Ellsworth nos vocais e a forma precisa como o baterista Sid Falck acompanha o baixo de Verni.





As letras são ótimas, mas com um viés amarguroso da vida. Confira.





"Elimination" é um grande clássico, não apenas do Overkill, mas de todo o Thrash Metal. O groove insano de "Nothing to Die For" é irresistível e toda a magnitude de "Playing with Spiders/Skullkrusher" merecem destaque.





Mas o site elege a riqueza melódica e sonora das incríveis "Who Tends the Fire" e "The Years of Decay" como amostras fiéis da espetacular qualidade do Overkill como banda de Heavy Metal.





Enfim, The Years of Decay é um dos álbuns preferidos de quem faz o site quando o assunto é Thrash Metal. Uma amostra fiel de como o Overkill é um excelente grupo de Thrash Metal e, também, da maneira como o conjunto se desenvolvia formidavelmente no final dos anos 80. Disco extremamente recomendado! 


FOGHAT - FOOL FOR THE CITY (1975)







Fool
for the City é o quinto álbum de estúdio da banda britânica
chamada Foghat. Seu lançamento oficial aconteceu em 15 de setembro
de 1975, através do selo Bearsville. As gravações ocorreram
durante o ano de 1974, nos estúdios Suntreader Studios em Sharon,
Vermont, nos Estados Unidos. A produção ficou por conta de Nick
Jameson.






Como
é nossa tradição, o RAC vai contar um pouco da história da banda
Foghat antes de abordar o álbum propriamente dito, com o objetivo de
contextualizar o momento pelo qual o grupo passava quando este disco
foi lançado.










Savoy
Brown





Para
se começar a contar a história do Foghat, é obrigatório voltar-se
ao ano de 1970.





Em
março de 1970, foi lançado o álbum Raw Sienna, o quinto
disco de estúdio da banda britânica Savoy Brown.





O
Savoy Brown foi formado em 1965, pelo guitarrista Kim Simmonds
e pelo homem da gaita/harmônica John O'Leary. Ao longo do tempo, o
conjunto foi amadurecendo uma sonoridade que caminhava entre o Blues
e o Rock.





Em
Raw Sienna, a banda estava formada pelo vocalista Chris
Youlden, o guitarrista Kim Simmonds, o guitarrista-base 'Lonesome'
Dave Peverett, o baixista Tony Stevens e o baterista Roger Earl.





Peverett
era um ávido fã do Blues e do Rock baseado no Blues, dominando
estes formatos durante suas apresentações. Nos anos “pré-Beatles”
da década de 1960, ele foi o vocalista e guitarrista principal de um
grupo chamado The Nocturnes, o qual incluía seu irmão John
Peverett (mais tarde, o gerente de turnês de Rod Stewart
antes de se tornar um pastor batista nos EUA) na bateria, Keith
Sutton na guitarra-base e Al 'Boots' Collins (mais tarde, editor de
revistas de turismo nas Índias Ocidentais e Oriente Médio) no
saxofone.







Lonesome Dave Peverett





O
The Nocturnes alcançou a popularidade em Londres como uma banda de
pubs e clubes noturnos, além de fornecer apoio para outros artistas
em um estúdio de gravação na região de Soho, em Londres.





Depois
de uma breve turnê com uma banda suíça de Blues chamada Les
Questions
(com a qual Peverett foi creditado como 'Lonesome Dave
Jaxx'), Dave se juntou ao Savoy Brown como guitarrista-base,
eventualmente assumindo o papel de vocalista.






o londrino Tony Stevens, adentrou o Savoy Brown em 1968,
quando tinha apenas 19 anos de idade. O baterista Roger Earl também
entrou no conjunto no mesmo ano que Stevens, mas já com 22 anos de
idade. Além disso, Earl participou de uma audição para integrar a
lendária The Jimi Hendrix Experience.





Voltamos
para 1970 e o lançamento de Raw Sienna.





Infelizmente,
o líder Kim Simmonds perderia o seu maior trunfo quando o vocalista
Chris Youlden, após a gravação do disco, deixou o grupo para
seguir em uma carreira-solo. Youlden tinha uma das vozes mais
distintivas do blues britânico e o Savoy Brown nunca se recuperaria
completamente de sua saída.





Raw
Sienna
marcou a primeira vez em que a mesma formação da banda
havia gravado álbuns consecutivamente sem mudanças no pessoal. O
grupo gravou seu próximo álbum, Looking In, de 1970, como um
quarteto.





Looking
In
atingiu a 39ª posição da principal parada de álbuns dos
Estados Unidos, sendo bem-sucedido comercialmente. “Leavin' Again”
é uma das famosas canções do disco.





Depois
de uma turnê de concertos nos EUA, para apoiar Looking In,
Kim Simmonds, o líder de fato do Savoy Brown, dissolveu esta
versão do grupo.





Formação
do Foghat





O
vocalista/guitarrista Dave Peverett, o baixista Tony Stevens e o
baterista Roger Earl decidiram continuar juntos e formaram uma nova
banda.





Simultaneamente,
em 1969, também era lançado Barbed Wire Sandwich, o único
álbum do grupo Black Cat Bones.





O
Black Cat Bones era uma banda também voltada para a
sonoridade Blues/Rock e que teve em suas prévias formações o
guitarrista Paul Kossoff e o baterista Simon Kirke. Ambos deixariam o
grupo para formarem o lendário Free.





Quem
substituiu Paul Kossoff nas guitarras e gravou o único registro do
conjunto, Barbed Wire Sandwich,
foi o guitarrista Rod Price.





Roderick
Michael "Rod" Price, nascido em Willesdem, ao norte de
Londres, entrou no Black
Cat Bones
com apenas 21
anos de idade.





O álbum foi gravado no Tangerine Studios e no Decca Studios, lançado
em novembro de 1969, no novo selo da Decca, chamado Nova, dedicado à
música rock progressiva.







Rod Price





Quando o álbum foi incapaz ganhar a aclamação da crítica, os
membros Brian Short, Rod Price e Phil Lenoir deixaram a banda,
efetivamente encerrando sua existência.





Primeiros
movimentos





Rod Price, o guitarrista, juntou-se ao grupo depois que deixou o
Black Cat Bones, em dezembro de 1970. A nova formação foi
chamada de Foghat (uma palavra sem sentido, a qual era um jogo
de infância de Peverett e seu irmão), em janeiro de 1971.





O álbum de estreia surgiu em julho de 1972, Foghat, e foi
produzido por Dave Edmunds. O trabalho apresenta um cover para “I
Just Want To Make Love to You”, do bluesman Willie Dixon, e
que recebeu considerável divulgação, especialmente nas estações
de FM. (Nota do Blog: William James Dixon foi um músico,
vocalista, compositor, arranjador e produtor de discos americano.
Vencedor do Prêmio Grammy, era proficiente tanto no baixo como na
guitarra e vocal, talvez seja mais conhecido como um dos compositores
mais prolíficos de seu tempo. Ao lado de Muddy Waters, Dixon é
reconhecido como a pessoa mais influente na formação do som
pós-Segunda Guerra Mundial conhecido por Chicago blues).





O álbum também incluiu uma versão do clássico do Savoy Brown,
“Leavin 'Again (Again!)”, e a ótima “Sarah Lee”, um
estonteante blues em que desperta o brilho de Rod Price.





O disco atingiu a modesta 127ª posição da principal parada
norte-americana de álbuns.





Em março de 1973, saiu o segundo autointitulado álbum do grupo,
Foghat, mas que por conta de sua capa, ficou conhecido entre
os fãs como Rock and Roll. Além do cover para “I Feel So
Bad”, de Chuck Willis, o Blog destaca a boa “Road Fever”. O
disco atingiu a 67ª colocação na principal parada norte-americana
de discos.





Em janeiro de 1974 sai o terceiro álbum do grupo, Energized,
o qual mantém o viés de crescente da popularidade do grupo. O álbum
atingiu a 34ª posição da parada norte-americana e contém as
ótimas faixas “Step Outside”, “Golden Arrow” e “Nothin' I
Won't Do”.





Aproveitando a boa fase, ainda em 1974, o grupo compõe, grava e
lança seu quarto disco de estúdio, Rock and Roll Outlaws.
Foi a primeira vez que a banda contou com a produção de Nick
Jameson, o qual havia produzido os primeiros álbuns do cantor Tim
Moore.





O trabalho ficou com a 40ª colocação na parada norte-americana e
contava com a ótima “Dreamer”.





Rock and Roll Outlaws também marca a despedida da formação
inicial do grupo que se mantinha a mesma desde o início.





Fool
for the City





Em 1975, Tony Stevens deixou a banda, devido ao seu calendário de
turnê infinito. Stevens foi substituído temporariamente pelo
produtor Nick Jameson, ainda no mesmo ano, especialmente para a
gravação de Fool for the City, o vindouro quinto álbum de
estúdio do grupo.





Contando com uma pegada diferente, o disco foi gravado em 1974, nos
estúdios Suntreader Studios, no estado norte-americano do Vermont.







Roger Earl





A capa do álbum mostra o baterista, Roger Earl, sentado, sozinho, em
uma caixa de sabão, pescando uma bula no meio da East 11th Street
(entre 2ª e 3ª Avenida) em Nova York, perto do endereço do
escritório americano do
Foghat.





A capa traseira apresenta espectadores céticos, observando a
atividade incomum de Earl, e os outros membros da banda perguntando o
que ele está fazendo e/ou tentando dissuadi-lo daquilo.





Em uma entrevista, de 2014, Earl explicou como a foto foi tirada:





“Foi uma manhã de domingo e não havia dormido. Foi ideia de Nick
Jameson... pois eu tenho essa propensão para a pesca. De qualquer
forma, levantamos a tampa do bueiro e estou sentado em uma caixa.
Quase imediatamente, uma dupla da polícia de New York veio em seu
patrulhamento. Eles estão olhando para nós e desceram a janela.
Agimos como “Oh merda”. Eles gritaram: 'Ei, você tem uma licença
de pesca?' e começaram a rir. Então eles vieram e disseram: 'Que
merda você está fazendo?' Eles tiraram algumas fotos... Eu amo a
polícia de Nova York”.





Vamos às faixas:





FOOL
FOR THE CITY





Com um ritmo divertido e um bom riff, este, repleto de malícia e um inegável swing; "Fool for the City" é uma canção contagiante e que demonstra as qualidades do Foghat. A presença indelével da guitarra de Rod Price e os vocais talentosos de Dave Peverett são os destaques deste início muito mais que promissor para o disco.





A letra fala de liberdade:





I'm
like a fish out of water, I'm just a man in a hole


The
city lights turn my blues into gold


I
ain't no country boy, I'm just a homesick man


I'm
gonna hit the grit just as fast as I can





Lançada como single, não repercutiu nas principais paradas de
sucesso de álbuns.













MY
BABE





A guitarra de Rod Price aparece ainda mais pesada em "My Babe". O baixo de Nick Jameson e, principalmente, a bateria de Roger Earl constroem uma base Bluesy saborosa para a guitarra de Rod Price brilhar, com peso e melodia nas doses corretas. Excelente versão.





A letra tem sentido cordial:





I
love the way she walks, I love the way she talks,
She makes me
feel so good, just like a young man should,
She never make me cry,
that's why, she's my babe, she's my babe





“My Babe” é um cover para a canção de mesmo nome, composta por
Willie Dixon e originalmente gravada por Little Walter em 1955.













SLOW
RIDE





Com mais de 8 minutos, "Slow Ride" é a mais extensa faixa do álbum Fool for the City. A sonoridade da canção é um clássico Hard Rock, mas que aposta muito mais em uma melodia repleta de lascividade que propriamente no peso. O trabalho da seção rítmica é fabuloso, permitindo que a ousada guitarra de Rod Price seja a protagonista. Música incrível!





A letra é repleta de sensualidade:





Oh
come on baby, take a slow ride with me,


Come
on baby, take a slow ride


Oh
feels good, mmmm, feels so good, I like it yea,


I
feel good, oh I feel alright!










“Slow Ride” é um dos grandes clássicos do Foghat.





Lançada como single, atingiu a 20ª posição da principal parada
norte-americana desta natureza.





Existem 5 versões desta música no mercado. A versão do LP
original, Fool for the City, tem duração de 8 minutos e 14
segundos. A versão do single, encontrada em várias coletâneas, foi
encurtada para 3:56, com um final em maldito fade-out.





Segundo o baterista Roger Earl, a música foi criada durante uma jam
session, com o novo baixista Nick Jameson:





“Nick tinha um tocador de (fitas) cassetes e ele gravaria tudo o
que tocaria lá. Quando me lembro, toda a música foi criada - a
parte do meio, as linhas do Baixo e o final, foram ,todas, ideias de
Nick. Basicamente, Nick escreveu a música, mas acabamos por
encaixá-la, e ele cortou as coisas até a canção fazer sentido. E,
então, Dave disse: 'Eu tenho algumas palavras'. Foi assim que
aconteceu (risos)”.





Em 2009, a faixa foi nomeada pelo canal VH1 a 45ª colocada na
lista Best Hard Rock Songs de todos os tempos.













TERRAPLANE
BLUES





Em "Terraplane Blues", a banda aposta em uma excelente sonoridade Blues Rock, mas com uma inegável roupagem Hard, esta, desenvolvida pelas guitarras de Price e Peverett. Os solos são bem legais e repletos de feeling, com ótima atuação do vocalista. Outra versão bem interessante. 





A letra é sobre a vida simples no campo:





The
coils ain't even buzzin' - the generator won't get that far


All
in a bad condition, I gotta have the batteries charged.


I'm
cryin', please - plea-hease don't do me wrong,


Who
been drivin' my Terraplane …





A canção é um cover para “Terraplane Blues”, um clássico
composto pelo mestre dos Blues, Robert Johnson, e lançado
originalmente em 1937.













SAVE
YOUR LOVING (FOR ME)





Já em "Save Your Loving (For Me)", o grupo aposta em uma faixa mais curta e direta, um Hard Rock em roupagem original, com uma musicalidade que remete ao Led Zeppelin. O resultado é uma canção empolgante e envolvente, com o protagonismo total das guitarras. 





A letra é em tom de flerte sexual:





C'mon,
show me the games you play,


Rock
on until the break of day, hey-hey


Let
me come on over spend some time with you,


I
know a lot of things that we can do,


C'mon,
don't give it all away













DRIVE
ME HOME





As guitarras continuam brilhando e com a dose certa de peso em "Drive Me Home", mas com um teclado muito envolvente ao fundo, tocado pelo baixista Nick Jameson. A roupagem Bluesy da composição lhe dá um sabor ainda mais especial. Outra música muito contagiante.





A letra é em tom de flerte e sensualidade:





Drive
me home, drive me home,


I
can't make it on my own, drive me home,


Baby
won't you drive me, honey won't you drive me home













TAKE
IT OR LEAVE IT





A sétima - e última - faixa de Fool for the City é "Take It or Leave It". O ouvinte deve vir para esta canção derradeira do disco com o espírito aberto. A banda abandona tudo aquilo que construiu nas 6 músicas anteriores. Aqui, o Foghat aposta em uma sonoridade mais intimista e suave, com influências da escola Soul, mas com um resultado bem interessante. Ótima atuação vocal de Peverett e do baixista Jameson.





A letra é quase uma declaração de amor:





Take
it or leave it, can't I make you understand?


If
you can believe it, you hold the future in your hand


If
the choice was up to me girl, you would stay by my side,


Our
world would be a free world, ain't no lie













Considerações Finais





Fool for the City elevou o Foghat de patamar,
conquistando uma nova audiência para a banda.





Em termos da principal parada norte-americana de álbuns, o disco
conquistou a 23ª posição, o ponto mais alto do grupo até então.





Fool for the City agradou a crítica. Donald A. Guarisco, do
AllMusic, em uma revisão retrospectiva, dá ao trabalho uma
nota 4,5 de um máximo de 5 possíveis. E atesta: “Esta gema do
Hard Rock não é apenas versos riff-driven com um refrão
alto eficaz, mas também apresenta alguns momentos surpreendentes
onde as guitarras são retiradas completamente da mixagem e ao baixo
de Nick Jameson é permitido assumir a liderança em uma explosão
funky”. E continua: ““Fool for the City” também
produziu um clássico de rádio duradouro em “Slow Ride”, uma
música de rock pisoteante que transcende os clichés inerentes de
suas letras de “amor é como um carro”, com uma performance
furiosa da banda e um arranjo inteligente, a qual funciona
perfeitamente com seus efeitos em sons automotivos bem cronometrados
durante os versos e reproduz a capacidade da banda de trabalhar (…)
no estilo R&B com seu som de balanço forte”.





Por fim, Guarisco conclui: “Em suma, Fool for the City é a
melhor conquista do Foghat no estúdio e um dos pontos altos do Hard
Rock dos anos 70”.





Durante o ano seguinte, Jameson foi substituído por Craig MacGregor e o grupo lançou seu sexto álbum de estúdio, Night Shift,
em novembro de 1976.





Fool for the City supera a casa de 1 milhão de cópias
vendidas apenas nos Estados Unidos.













Formação:


Lonesome Dave Peverett - Vocal, Guitarra


Rod "The Bottle" Price - Guitarra, Slide Guitar, Steel
Guitar, Backing Vocals


Roger Earl - Bateria, Percussão


Nick Jameson - Baixo, Teclados, Violão, Backing Vocals





Faixas:


01 - Fool for the City (Peverett) – 4:33


02 - My Babe (Hatfield/Dixon/Medley) - 4:35


03 - Slow Ride (Peverett) – 8:11


04 - Terraplane Blues (Johnson) – 5:42


05 - Save Your Loving (For Me) (Price/Peverett) – 3:31


06 - Drive Me Home (Peverett) – 3:54


07 - Take It or Leave It (Jameson/Peverett) – 4:54





Letras:


Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/foghat/




Opinião do Blog:


O Foghat não é das mais conhecidas bandas pelas terras tupiniquins pelo público em geral. Até mesmo conseguir informações sobre o grupo, em português, não é das tarefas mais fáceis. Mas isto não corresponde à qualidade da música que o conjunto inglês construiu.





O mais interessante sobre a sonoridade do Foghat é que, mesmo apostando em um Hard Rock malicioso e melódico, sua base Bluesy sempre está presente nas formas como as composições são construídas.





A categoria de alto nível de Fool for the City só é conquistada porque a formação do conjunto neste disco é formidável. O trabalho das guitarras é muito bom, destacando o guitarrista Rod Price. Roger Earl é um grande baterista e Nick Jameson é um dos destaques do álbum, tanto no baixo quanto nos teclados (e na produção, é claro!). Lonesome Dave Peverett brilha nos vocais bem como na guitarra.





Em Fool for the City, o Foghat aposta na musicalidade Hard Rock, mas sem jamais abrir mão de sua base Bluesy. Isto é ainda mais óbvio na escolha dos dois covers excelentemente executados no disco, "My Babe" e "Terraplane Blues".





As letras são simples, mas valem uma conferida.





A veia Hard é bem exposta em faixas contagiantes como o clássico "Fool for the City" e o petardo direto "Save Your Loving (For Me)".





"Drive Me Home" é um Hard repleto da veia Bluesy do grupo em uma composição saborosa. E a excêntrica (para a proposta do disco) "Take It or Leave It" é uma composição interessante, com uma abordagem Soul e R&B de muito bom gosto.





Mas o Blog elege a incrível "Slow Ride" como a melhor música, não apenas do álbum, mas, bem possivelmente, de toda a carreira do Foghat.





Enfim, Fool for the City talvez seja o ponto mais alto da carreira dos ingleses do Foghat. Uma amostra perfeita da qualidade da banda e também de como o Hard Rock setentista é um estilo riquíssimo e absolutamente conquistador. Disco e banda altamente recomendados!


FOGHAT - FOOL FOR THE CITY (1975)


Fool for the City é o quinto álbum de estúdio da banda britânica chamada Foghat. Seu lançamento oficial aconteceu em 15 de setembro de 1975, através do selo Bearsville. As gravações ocorreram durante o ano de 1974, nos estúdios Suntreader Studios em Sharon, Vermont, nos Estados Unidos. A produção ficou por conta de Nick Jameson.

ROUGH CUTT - ROUGH CUTT (1985)


Rough Cutt é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome, obviamente, o Rough Cutt. Seu lançamento oficial aconteceu em 30 de novembro de 1985, através do selo Warner Bros. As gravações ocorreram no estúdio The Record Plant, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A produção ficou por conta do renomado Tom Allom.