ICED EARTH - SOMETHING WICKED THIS WAY COMES (1998)


Something Wicked This Way Comes é o quinto álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Iced Earth. Seu lançamento oficial aconteceu em 7 de julho de 1998, através do selo Century Media. As gravações ocorreram durante o mês de março daquele mesmo ano, no Morrisound Studios, em Tampa, na Flórida, Estados Unidos. A produção ficou sob responsabilidade de Jim Morris.

ICED EARTH - SOMETHING WICKED THIS WAY COMES (1998)







Something
Wicked This Way Comes é o quinto álbum de estúdio da banda
norte-americana chamada Iced Earth. Seu lançamento oficial aconteceu
em 7 de julho de 1998, através do selo Century Media. As gravações
ocorreram durante o mês de março daquele mesmo ano, no Morrisound
Studios, em Tampa, na Flórida, Estados Unidos. A produção ficou
sob responsabilidade de Jim Morris.






Depois
de muito tempo o Iced Earth retorna às páginas do RAC,
com um de seus melhores álbuns. Vai-se citar os fatos que
antecederam ao lançamento do disco para depois se partir para o já
tradicional faixa a faixa.










The
Dark Saga





Em
23 de julho de 1996, o Iced Earth lançava seu quarto álbum
de estúdio, The Dark Saga.





O
Blog já tratou deste álbum, logo em seus
primeiros anos e sugere que o leitor dê uma lida no link acima para
entender a importância desta obra na carreira do grupo.





Em
resumo, The Dark Saga apresentou uma nova sonoridade ao
conjunto, além de aumentar suas possibilidades em termos de
composição.





Embora
não tenha conquistado as paradas, o álbum foi bem recebido pela crítica (e
público), dando maior repercussão e visibilidade para a banda.





The
Dark Saga
é um disco conceitual baseado na personagem de
quadrinhos Spawn. Musicalmente, o álbum foi muito mais melódico e
simplificado em comparação com os trabalhos anteriores do Iced
Earth
.





Para
a turnê de apoio, o Iced Earth foi acompanhado pelo
Nevermore.







Jon Schaffer





Days
of Purgatory





Em
21 de abril de 1997, o Iced Earth lançou sua primeira
coletânea: Days of Purgatory.





O
álbum apresentou músicas de seus dois primeiros álbuns, bem como a
demo Enter the Realm, desta feita, cantadas pelo vocalista
Matt Barlow, com bateria e baixos regravados em algumas faixas.





O
disco também apresentou algumas músicas de Burnt Offerings,
remixadas e remasterizadas.





Novo
álbum de inéditas





Em
março de 1998, o grupo começou a trabalhar em um novo disco.





Tal
como acontece com o álbum anterior da banda, The Dark Saga, o
Iced Earth voltou a enfrentar mudanças de formação. O
guitarrista, de longa data, Randall Shawver deixou o grupo antes da
gravação de Something Wicked This Way Comes, bem como o
baterista Brent Smedley, que não conseguiu tocar no disco por
motivos pessoais.





Por
causa dessas mudanças, apenas o guitarrista Jon Schaffer, o
vocalista Matt Barlow e o baixista James MacDonough foram creditados
como Iced Earth, fazendo de Something Wicked This Way Comes
o primeiro, de apenas dois álbuns, a apresentar o grupo como um trio
(o outro seria The Crucible of Man).





Something
Wicked This Way
Comes





Musicalmente, Something Wicked This Way Comes é
significativamente mais pesado que o antecessor, The Dark Saga.





De acordo com Jon Schaffer, líder do conjunto, muitos fãs do Iced
Earth
sentiram que The Dark Saga carecia de velocidade e
de peso, fazendo com que a banda tentasse uma coleção mais
diversificada de músicas em Something Wicked This Way Comes.





Embora algum material já tivesse sido escrito antes do processo
efetivo de composição, Schaffer admitiu que teve que ‘lutar’
para criar as músicas restantes, atribuindo esses problemas ao
crescente estresse.





Uma das músicas escritas imediatamente após The Dark Saga
foi “Watching Over Me”, que é sobre o amigo de infância de
Schaffer, Bill Blackmon, o qual morreu em um acidente de moto, logo
antes do guitarrista se mudar para a Flórida, em 1984.





O álbum é o primeiro a apresentar a Something Wicked Saga,
de Jon Schaffer.





Originalmente, Schaffer planejava que todo o disco fosse conceitual
com o enredo ‘Something Wicked’, mas, como algumas músicas
não relacionadas ao conceito já haviam sido compostas após The
Dark Saga
, a banda decidiu ter apenas as últimas três faixas
conectadas ao enredo.





As três últimas músicas (“Prophecy”, “Birth of the Wicked”
e “The Coming Curse”) compõem a trilogia ‘Something
Wicked
’, a qual apresenta a figura central da saga, Set
Abominae
(que também aparece na capa do álbum).







James MacDonough





Something Wicked This Way Comes foi gravado em março de 1998,
no Morrisound Studios, em Tampa, Flórida. É o único álbum de
estúdio do
Iced Earth que não foi coproduzido por Jon
Schaffer. Em vez disso, Jim Morris (que coproduziu todos os álbuns
da banda a partir de
The Dark Saga) foi o único produtor.





Como o Iced Earth não possuía, no momento da gravação, um
guitarrista principal e um baterista, a banda contratou vários
músicos convidados. Mark Prator, o qual havia tocado em The Dark
Saga, foi recrutado para tocar a bateria, enquanto Larry
Tarnowski foi contratado como o guitarrista principal (apesar de
algumas partes de guitarra adicionais terem sido interpretadas pelo
produtor Jim Morris).





Alguns convidados no álbum foram Howard Helm (teclados), Roger
Hughes (mandolin) e Susan McQuinn (flauta), entre outros. A capa, bem
legal, é obra do artista Travis Smith.





Vamos às faixas:





BURNING
TIMES





O Iced Earth joga o ouvinte, logo de cara, no espírito do álbum. "Burning Times" surge pesada, densa e intensa. O trabalho das guitarras é feroz, tanto de Jon Schaffer quanto de Larry Tarnowski (este nos solos). Ótimo início.





A letra fala sobre poder:





Question
me not


I
am the one that binds this world


You
follow without sight


I
grow stronger every day


Take
the souls I have damned


Burn
them in my name


These
are the burning times


The
years of pain














MELANCHOLY
(HOLY MARTYR)





Nesta música, o Iced Earth opta pela oscilação entre passagens leves (e com um tom amargurante) e outras mais pesadas (e muito intensas). Embora não inovador, a faixa impressiona pela beleza da melodia e a ótima atuação do vocalista Matt Barlow.





A letra revela vazio e dor:





I
see the sadness in their eyes


Melancholy
in their cries


Devoid
of all the passion


The
human spirit cannot die


Look
at the pain around me


This
is what I cry for


Look
at the pain around me


This
is what I'll die for













DISCIPLES
OF THE LIE





Em "Disciples of the Lie", o clima de urgência cresce uma vez que o grupo acelera bastante o andamento da canção. Há um flerte deliberado com o Thrash Metal, aumentando a ferocidade do som, incluindo os vocais agressivos de Barlow.





A letra é uma crítica a religiosos hipócritas:





I've
gotta do as you say, not as you do


You're
a man of the cloth, I'm comin' for you


You
say you can save me, cleanse me of my sin


A
holy predator, the wolf in sheepskin


Disciples
of the lie













WATCHING
OVER ME





"Watching Over Me" é uma linda balada, que possui belíssima melodia e ganha potência no refrão. A atuação do vocalista Matt Barlow é impecável e sua interpretação é emocionante. Ponto bem alto do disco.





A letra é uma grande e emocionante homenagem:





I
feel it once again


It's
overwhelming me


His
spirit's like the wind


The
angel guarding me


Oh,
I know, oh, I know


He's
watching over me


Oh,
I know, oh, I know


He's
watching over me













STAND
ALONE





O peso e a fúria do Heavy/Thrash Metal estão de volta na curta e impactante "Stand Alone". Aqui não há alívio e a seção rítmica contribui primordialmente para a fúria da sonoridade. Ótimo solo do guitarrista Larry Tarnowski.





A letra tem seu tema sobre confiança:





They
only say what they want you to hear


Half-truths
have been twisted to conceal your fate


In
a world of spoon-fed emotion


Intelligence
can save













CONSEQUENCES





"Consequences" apresenta tudo aquilo que o Heavy Metal pode ter de melhor: lindas e harmoniosas melodias simultaneamente ao peso e agressividade, também melodiosos. Há uma notável influência de Judas Priest, mas que é mencionada para enaltecer o trabalho de Schaffer e companhia nesta composição. Brilhante!





A letra fala sobre a condição humana:





Wrote
about in history as if it's all O.K.


A
race of people murdered another one enslaved


Now
our world crumbles, it's happening within


Open
your eyes and realize


The
world we're living in













MY
OWN SAVIOR





"My Own Savior" é Heavy Metal tradicional puríssimo. Direta, furiosa e indo verticalmente ao ponto, sem nenhum rodeio. O trabalho do baixista James MacDonough é ainda mais notável nesta música.





A letra revela desespero:





The
voices are calling


Out
of this life, I'm falling


There
is one choice, that I see


In
raging flames, The Dark One awaits













REAPING
STONE





"Reaping Stone" possui um riff principal marcante e caminha na linha que divide o Hard do Heavy, embora tenda bem mais ao segundo. O peso é notável, mas a composição é repleta de um delicioso senso melódico. Outra faixa impactante!





A letra é sobre sedução:





There
is a place far from her home


She
strayed her path too long


In
that wood, she found the stone


Lost
souls should never look upon













1776





"1776" é uma inspirada faixa instrumental dentro do disco. Repleta de peso e melodia, abusando das guitarras gêmeas, a canção revela a grande influência que o Iron Maiden teve na sonoridade do Iced Earth. Música muito boa!













BLESSED
ARE YOU





"Blessed Are You" é uma faixa muito bonita. Sua atmosfera transpira melancolia, através de uma sonoridade Heavy Metal clássico que oscila peso e leveza com muita competência. Monstruosa atuação do vocalista Matt Barlow.





A letra fala sobre união:





So
this song is for all of you


By
my side, through and through


We'll
roam that world true and free


Feeding
you the inner beast


You
are the ones that keep me high


You
are the ones for which I'll die


Forever
we will be


Standing
tall, side by side


We're
children of the night













PROPHECY





"Prophecy" é uma das melhores composições do Iced Earth. O trabalho da guitarra de Schaffer e do baixo de MacDonough é impressivo, bem como Barlow dá um show nos vocais. As influências do Iron Maiden sobram na sonoridade da canção, mas não a torna menos incrível. Heavy Metal em estado puro!





A letra apresenta uma história fantástica:





Assassins
we will be, through human history


Jesus
Christ to Kennedy, the Domino Decree


Disciples
of the Watch, prepare the coming curse


If
it takes ten thousand years, we never will retreat













BIRTH
OF THE WICKED





"Birth of the Wicked" traz mais metal ao álbum, de modo direto e intenso. O riff é ótimo e o andamento veloz combina muito bem com o tom ameaçador da letra. Outra composição bastante empolgante.





A letra continua em fantasia com o nascimento de um ser ameaçador:





So,
behold the birth, the wicked child


Born
of the Beast, in eastern sands


He
will arise, He will divide


He
has the power to bring the end













THE
COMING CURSE





A décima-terceira - e última - faixa de Something Wicked This Way Comes é "The Coming Curse". O álbum se encerra com sua canção mais longa e que supera os 9 minutos de extensão. A sonoridade trafega pelo curso do Heavy, flertando com o Thrash Metal, encerrando o disco de maneira muito energética.





A letra é em tom de ameaça e horror:





I
bide my time planning your fate


with
bated breath, The Elder wait


the
coming curse, your anti-Christ, I am the Watcher's eye


for
your crimes on our kind you all will die













Considerações Finais





Something Wicked This Way Comes manteve o momento de ascensão
em popularidade que o Iced Earth vinha passando.





Embora não tenha repercutido em termos das principais paradas de
sucesso do mundo, o disco acabou conquistando o 50º e o 19º lugares
nas paradas de Áustria e Alemanha; respectivamente.





Desde o seu lançamento, Something Wicked This Way Comes teve
uma reação polarizada da crítica. Alguns viram o álbum como um
dos maiores do Iced Earth, enquanto outros o consideraram um
dos seus mais fracos.





O site europeu Metal Storm deu ao álbum uma nota 9,5 (de 10)
e chamou-o de “o lançamento mais importante do Iced Earth”,
bem como de essencial. Também, ficou impressionado com a
musicalidade de “Stand Alone”, e chamou a trilogia ‘Something
Wicked’ de “a melhor música que Iced Earth já tocou”.





Por outro lado, o site Chronicles of Chaos chamou o álbum de
“experimentado, testado e cansado”.





Eduardo Rivadavia, do site Allmusic, dá ao trabalho uma nota
3 (de 5) atestando: “virtualmente replicando seu esforço anterior,
The Dark Saga, mas com resultados um pouco menos inspirados”.
Por fim, conclui: “(…) “Disciples of the Lie” e “Blessed
Are You” são duas das poucas canções realmente memoráveis”.





Para a turnê de apoio ao álbum, o baterista Brent Smedley voltou à
banda, enquanto o guitarrista Larry Tarnowski também foi contratado
como membro em tempo integral.





Enquanto o grupo estava em turnê, um videoclipe foi filmado para a
música “Melancholy (Holy Martyr)”, no consagrado festival Wacken
Open Air
, em 1998. A banda também gravou seu primeiro álbum ao
vivo, Alive in Athens, em Atenas, na Grécia, nas
apresentações dos dias 23 e 24 de janeiro de 1999.





Something Wicked This Way Comes supera a casa das 40 mil
cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.













Formação:


Matt Barlow - Vocal


Jon Schaffer - Guitarra


James MacDonough - Baixo


Músicos
adicionais:


Howard Helm - Piano (em 13)


Roger Hughes - Mandolim (em 10)


Tracy Marie LaBarbera - Backing Vocals (em 2, 4 e 7)


Susan McQuinn - Flauta (em 9)


Jim Morris - Teclados, Backing Vocals, Guitarra-Solo (em 4)


Mark Prator - Bateria


Larry Tarnowski - Guitarra-Solo (em todas, exceto 4)





Faixas:


01. Burning Times (Barlow/Schaffer) - 3:44


02. Melancholy (Holy Martyr) (Schaffer) - 4:47


03. Disciples of the Lie (Schaffer) - 4:03


04. Watching Over Me (Schaffer) - 4:28


05. Stand Alone (Barlow/Schaffer) - 2:44


06. Consequences (Schaffer) - 5:36


07. My Own Savior (Barlow/Morris/Schaffer) - 3:39


08. Reaping Stone (Barlow/MacDonough/Schaffer) - 4:02


09. 1776 (Schaffer) - 3:33


10. Blessed Are You (Schaffer) - 5:05


11. Prophecy (Schaffer) - 6:18


12. Birth of the Wicked (Schaffer) - 4:16


13. The Coming Curse (Schaffer) - 9:33





Letras:


Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/iced-earth/




Opinião do Blog:


Após gravar o ótimo The Dark Saga, o Iced Earth provou que estava em estado de graça quando, no mínimo, manteve seu elevado nível com este excelente Something Wicked This Way Comes.





A proposta sonora é basicamente a mesma, mostrando não apenas continuidade, mas o entendimento da melhor veia da banda. O grupo demonstra ter bebido nas melhores fontes metálicas e o álbum evidencia influências de Black Sabbath, Judas Priest, Thrash Metal e, principalmente, Iron Maiden (esta, em especial, na trilogia que encerra o trabalho).





Jon Schaffer, principal compositor, líder e alma do Iced Earth, é um grande batalhador do Heavy Metal. A carreira do conjunto demonstra isto. Mas, uma amostra fiel de sua capacidade musical, está em Something Wicked This Way Comes.





Schaffer está inspirado no disco e é acompanhado por músicos muito competentes. Mas, para o RAC, o grande destaque do álbum é o vocalista Matt Barlow. Seu talento e sua capacidade de interpretação elevam a qualidade das composições a um patamar superior. Um verdadeiro show.





As letras são boas e merecem ser conferidas com mais atenção.





Something Wicked This Way Comes possui 13 músicas e pode parecer longo, mas, em nenhum momento, soa cansativo além de não possuir faixas desnecessárias. Inspiração é a palavra de ordem por aqui.





A brutal "Melancholy (Holy Martyr)" se destaca, bem como a paulada "Blessed Are You". "Consequences" e "Watching Over Me" demonstram uma face mais intimista do grupo, mas não menos brilhante.





Mas a preferida do RAC é mesmo a sensacional "Prophecy", a qual está entre as favoritas da banda para o Blog.





Enfim, Something Wicked This Way Comes é um fortíssimo candidato a melhor álbum do Iced Earth. Esta, uma das bandas mais batalhadoras dentro do cenário Heavy Metal e que, simultaneamente, demonstrou seu valor com alguns ótimos trabalhos. Altamente recomendado para fãs de Metal tradicional.


HELLOWEEN - KEEPER OF THE SEVEN KEYS: PART 2 (1988)


Keeper of the Seven Keys: Part II é o terceiro álbum de estúdio da banda alemã Helloween. Seu lançamento oficial aconteceu em 29 de agosto de 1988, através do selo Noise Records. As gravações ocorreram entre maio e junho de 1988, no Horus Sound Studio, na cidade alemã de Hannover. A produção ficou por conta de Tommy Newton e de Tommy Hansen.

HELLOWEEN - KEEPER OF THE SEVEN KEYS: PART 2 (1988)







Keeper
of the Seven Keys: Part II é o terceiro álbum de estúdio da banda
alemã Helloween. Seu lançamento oficial aconteceu em 29 de agosto
de 1988, através do selo Noise Records. As gravações ocorreram
entre maio e junho de 1988, no Horus Sound Studio, na cidade alemã
de Hannover. A produção ficou por conta de Tommy Newton e de Tommy
Hansen.






O
Helloween retorna ao RAC com outro de seus
trabalhos mais emblemáticos, Keeper of the Seven Keys: Part II.
Muito resumidamente, vai-se ater aos fatos que antecedem ao seu
lançamento para depois se focar no faixa a faixa.










Keeper
of the Seven Keys





Em
23 de maio de 1987 era lançado Keeper of the Seven Keys, o
segundo álbum de estúdio do Helloween.





Tudo
que o Blog acha e pensa sobre este disco sensacional, o leitor pode
encontrar aqui.





Keeper
of the Seven Keys
alçou o Helloween a um status de astros
do Heavy Metal, especialmente na Europa Continental.







Michael Weikath





O
disco também marcou a estreia do sensacional vocalista Michael
Kiske, o qual transformou o conjunto em uma banda explosiva em cima
dos palcos.





Quando
Kiske entrou no grupo, o impacto foi imediato. A ideia era gravar um
álbum duplo para comemorar e apresentar o novo line-up, mas a
gravadora se recusou e o Helloween gravou e lançou ‘apenas’
Keeper of the Seven Keys: Part I.





Como
foi dito, a combinação volátil de poder e melodia inspiraria uma
geração inteira de bandas de metal e transformou o Helloween
em superstars em toda a Europa, bem como no Reino Unido, com o
conjunto fazendo tentativas de incursões até mesmo nos Estados
Unidos durante aquela época.





O
conjunto saiu em turnê, implacavelmente, pelo resto do ano de 1987 e
pelo seguinte, incluindo um período prolongado como banda de
abertura para o Iron Maiden.





Mas,
apesar desse ritmo de trabalho maníaco, o Helloween ainda
encontrou tempo para gravar a continuação de sua obra que o faz
ganhar o continente.





Part
II





Seguindo
a ideia de lançar um álbum duplo, o nome para o terceiro disco de
estúdio do conjunto não poderia ser outro: Keeper of the Seven
Keys: Part II
.







Markus Grosskopf





Para
as gravações, o grupo pausou seu ritmo insano de turnê,
reunindo-se entre em maio e junho de 1988 no Horus Sound Studio, em
Hannover, cidade alemã às margens do rio Leine e terra natal de
outra grande banda alemã, o
Scorpions.





Para
a produção, o grupo apostou na mesma dupla de produtores do
bem-sucedido álbum antecessor: Tommy Newton e Tommy Hansen.





A
capa, novamente, é belíssima. Obra de Edda & Uwe Karezewski.





Vamos
às faixas:





INVITATION





"Invitation" é apenas uma pequena e criativa introdução para o álbum...













EAGLE
FLY FREE





"Eagle Fly Free" apresenta tudo aquilo que o Power Metal deve ter: um ritmo frenético, seção rítmica alucinante, guitarras insanas e um vocalista inspiradíssimo. Se alguém não conhece - e deseja conhecer - o Power Metal, basta apresentá-lo a esta música sensacional.





A
letra possui um tom crítico com a evolução humana:





Nowadays
the air's polluted


Ancient
people persecuted


That's
what mankind contributed


To
create a better time













YOU
ALWAYS WALK ALONE





Em "You Always Walk Alone", o trabalho das guitarras de Kai Hansen e Michael Weikath continua afiadíssimo. O grupo reduz, mesmo que pontualmente, o ritmo alucinante da faixa antecedente. O refrão é ótimo e Michael Kiske continua excelente nos vocais.





A
letra fala sobre confiança:





The
life I try to give is


All
I have inside of me


It's
one kind of life for me


This
music you hear


The
strength we have inside is


So
much more than you will know


But
if you can't see the life around


You'll
always walk alone













RISE
AND FALL





O Power Metal continua com tudo nesta canção. O baixo de Markus Grosskopf está mais evidente e o uso de um coro de vozes no refrão funciona muito bem. Os solos de guitarra se encaixam perfeitamente com a música.





A
letra possui conteúdo fantástico:





It's
the rise and fall


The
prize for all


That
ain´t nice at all


Luck
is like a ball


You
can´t recall or care at all


So
better use your brain!













DR.
STEIN





A incrível "Dr. Stein" é emblemática. Sua sonoridade consegue manter o peso e a intensidade características do Helloween, mas o flerte inteligente com o Hard a eleva de patamar. Com atuações impecáveis, "Dr. Stein" é uma canção de primeira linha. 





A
letra brinca com o mito de Frankenstein:





Dr.
Stein grows funny creatures


Lets
them run into the night


They
become


Great
rock musicians


And
their time is right










“Dr.
Stein” é um grande clássico do
Helloween.





A
faixa foi lançada como single, atingindo a 57ª posição da
principal parada britânica desta natureza. Ainda conquistou as 10ª
e 21ª colocações nas paradas de Alemanha e Suíça;
respectivamente.





A
música é tocada em praticamente todos os shows da banda além de
ter sido regravada, em um estilo meio Jazz, para a coletânea
Unarmed – Best of 25th Anniversary, de 2009.













WE
GOT THE RIGHT





Com uma presença marcante da seção rítmica, "We Got the Right" reduz a velocidade, mas ganha em peso e intensidade. Mesclando o supracitado peso com toques inteligentes de melodia e sensibilidade, o conjunto criou uma fabulosa música, mais voltada para o Metal Tradicional.





A
letra fala sobre direito e luta:





We
are credulous idiots


And
won't understand what they plan


We
march with the times


It's
what they expect and we do


Why
don't you open your eyes


To
undercover all of these lies?


I
think you won't accept this


Go
oppose with your fist


Fight
for your rights













MARCH
OF TIME





Embora "March of Time" seja um Power Metal daqueles que só o Helloween foi capaz de compor, com criatividade, melodia e ferocidade; é possível notar a influência que o Iron Maiden teve sobre o grupo, pois diversas passagens da canção remetem à lendária banda britânica, especialmente durante os solos de guitarra.





A
letra fala sobre tempo:





Times
of peace, times of fights


Constant
movement is our life


Can't
stop no more, not until we die


We
long for more eternity


And
maybe there's another life


This
one is short, no matter how you try













I
WANT OUT





"I Want Out" é uma música sensacional. Aliando melodia, intensidade e criatividade, a canção possui um refrão incrível, contando com uma atuação excepcional de Kiske nos vocais. O riff principal da faixa é memorável. Enfim, apenas ouça, mais palavras são absolutamente desnecessárias.





A
letra fala sobre liberdade:





People
tell me A and B


They
tell me how I have to see


Things
that I have seen already clear


So
they push me then from side to side


They're
pushing me from black to white


They're
pushing 'til there's nothing more to hear










“I
Want Out” é outro grande clássico do
Helloween,
possivelmente, sua música mais conhecida.





A
canção foi lançada como single, alcançando a 69ª colocação na
principal parada britânica desta natureza. Também ficou com a 27ª
posição na correspondente suíça.





A
composição não é apenas um símbolo da banda Helloween, mas do
próprio estilo Power Metal.





A
música foi composta por Kai Hansen, que disse, em uma entrevista,
ser uma pista de seu desejo de realmente querer ‘sair’ da banda.





A
faixa é caracterizada por uma introdução amplamente reconhecível
e a marca registrada de Michael Kiske nos vocais, especialmente no
refrão.





“I
Want Out” também é influenciada pelo punk (especialmente, nas
letras, em tom de rebeldia) em contraste com outras músicas do
Helloween, ou no
trabalho de Hansen após deixar o grupo. Muitas vezes, é
interpretada ao vivo pelo Helloween e pelas bandas atuais de
Hansen e Kiske, Gamma Ray e Unisonic, respectivamente.





Nomes
do calibre de HammerFall, Sonata Arctica, Avalanch
e Skylark já fizeram versões para o clássico.













KEEPER
OF THE SEVEN KEYS





A nona - e última - faixa de Keeper of the Seven Keys: Part 2 é justamente a faixa-título, ou seja, "Keeper of the Seven Keys". Com mais de 13 minutos, a derradeira composição do disco é uma turnê de força, criatividade e senso melódico, uma verdadeira ode ao Heavy Metal. Encerra o álbum de modo espetacular.





A
letra é em tom de fantasia:





You're
the Keeper of the Seven Keys


That
lock up the seven seas


And
the Seer of Visions


Said
before he went blind


Hide
them from demons


And
rescue mankind


Or
the world we're all in will soon be sold


To
the throne of the evil paid with Lucifer's gold


To
the throne of the evil paid with Lucifer's gold













Considerações
Finais





Keeper
of the Seven Keys: Part II
provou que o Helloween estava
em estado de graça, alavancando o nome do grupo de modo ainda maior.





O
disco atingiu a 108ª posição da principal parada norte-americana
de álbuns, conquistando a 24ª colocação na sua correspondente
britânica. Ainda ficou com os 5º, 6º, 7º e 9º lugares nas
paradas de Alemanha, Suíça, Suécia e Áustria, respectivamente.





A
crítica musical, em geral, enaltece os méritos do álbum. Keith
Bergman, do site Blabbermouth, dá nota máxima ao trabalho,
afirmando: “Se fosse possível dar a este disco (nota) 11, eu daria
- os dois primeiros álbuns ‘Keeper’ são marcos
essenciais na história do heavy metal, obras-primas incontestáveis
e pedras de toque que lançaram os sonhos de mil bandas de próxima
geração. ‘Parte II’ é mais ambicioso e mais grave, mais
atraente e mais complexo, e estabeleceu a banda em um curso de
grandeza”.





A
revista inglesa Classic Rock dá uma nota 8 (em 10) para
Keeper of the Seven Keys, enquanto Martin Popoff, em seu The
Collector's Guide to Heavy Metal: Volume 2: The Eighties
, atribui
a nota 9 (em 10) ao trabalho.





Quem
destoa é o crítico Eduardo Rivadavia, do site AllMusic, que
atribui uma nota 3 (em 5) ao disco, afirmando: “Mas pareceu que o
até então líder do Helloween, o guitarrista Kai Hansen,
havia perdido o interesse em sua própria banda, e o resultado foi um
álbum terrivelmente inconsistente. Com exceção da excelente “I
Want Out”, suas poucas contribuições nas canções mostram
indiferença, deixando o vocalista Michael Kiske e o segundo
guitarrista Michael Weikath tentarem retirar os espaços - com
resultados mistos”.





A
MTV norte-americana colocou o single “I Want Out” em rotação
pesada e, também, no seu programa Headbanger's Ball. A emissora
também apresentou a turnê inaugural Headbangers Ball com o
Helloween se juntando a uma banda de thrash metal, de São
Francisco, Exodus, em apoio à atração principal, o Anthrax.
O grupo foi colocado no prestigiado segundo spot, logo antes da
apresentação principal do Antrax.





Na
sequência desta exposição ao público norte-americano, a banda
alcançou sucesso mundial.





O
guitarrista Kai Hansen, inesperadamente, deixou a banda, em 1989,
logo após a parte europeia da turnê Keeper of the Seven Keys:
Part II
, devido a problemas de saúde, conflitos dentro da banda,
problemas com a gravadora Noise International e uma crescente
insatisfação com a vida em turnê. O guitarrista Michael Weikath
escolheu seu amigo, Roland Grapow, como substituto de Hansen,
inclusive para o resto da turnê.





Roland
Grapow, o qual era mecânico de automóveis na época, afirmou, em
2017 que, se Weikath não lhe tivesse pedido para se juntar à banda,
ele teria mantido seu emprego e abandonado seu sonho de se tornar um
músico profissional.





Em
1989, a banda lançou o álbum, ao vivo, chamado Live in the U.K.,
com material de sua turnê europeia de 1988.













Formação:


Michael
Kiske - Vocal


Kai
Hansen - Guitarra, Backing Vocals


Michael
Weikath - Guitarra, Teclados


Markus
Grosskopf - Baixo


Ingo
Schwichtenberg - Bateria





Faixas:


01.
Invitation (Weikath) - 1:06


02.
Eagle Fly Free (Weikath) - 5:08


03.
You Always Walk Alone (Kiske) - 5:08


04.
Rise and Fall (Weikath) - 4:22


05.
Dr. Stein (Weikath) - 5:03


06.
We Got the Right (Kiske) - 5:07


07.
Save Us (Hansen) - 5:15


08.
March of Time (Hansen) - 5:13


09.
I Want Out (Hansen) - 4:39


10.
Keeper of the Seven Keys (Weikath) - 13:37





Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/helloween/




Opinião
do Blog:



Quando o RAC escreveu sobre Keeper of the Seven Keys: Part 1 era evidente que o Blog voltaria ao Helloween para terminar o post corretamente. Não que se tenha esquecido algo, mas é que se torna imperioso ver as duas partes da saga quase como uma coisa só. E, por favor, não recordem ao site que existiu o 'The Legacy', lançado em 2005.





Mantendo a mesma impecável formação, o grupo, no mínimo, manteve o mesmo nível de desempenho em Keeper of the Seven Keys: Part 2, apresentando ao mundo as características definitivas do que se convencionou chamar Power Metal.





A qualidade das composições continua soberba em uma fusão de peso, ritmo (intenso e acelerado) e melodias cativantes e bem construídas, tudo isto, unido, em um arcabouço musical único para aquela época e que se tornou exaustivamente copiado pelas décadas seguintes.





Desta forma, Keeper of the Seven Keys: Part 2 é a continuação perfeita e orgânica do disco lançado no ano anterior, não apenas guardando com aquele a temática, mas se apresentando como continuidade - e evolução natural - da musicalidade que fora demonstrada um ano antes.





Quanto às letras, continuam sua abordagem fantasiosa, com toques realísticos e o natural bom humor que o Helloween tem como característica marcante.





É claro que aqui não há faixas sequer medianas. Keeper of the Seven Keys: Part 2 é um dos melhores e mais importantes álbuns da história do Heavy Metal.





Mas, sem mais delongas, o RAC é obrigado a eleger suas favoritas. A grandiosa faixa-título é épica e emblemática. "Eagle Fly Free" é uma verdadeira pedrada e "We Got the Right" é um clássico de inspiração metálica.





Entretanto, o Blog escolhe a incrível "March of Time" e o clássico indiscutível "I Want Out" como suas preferidas.





Enfim, em conjunto com seu antecessor, Keeper of the Seven Keys: Part 2 é a obra definitiva do Power Metal, sua pedra fundamental e o modelo a ser reverenciado. O álbum foi o que faltava para colocar, de modo incontestável, o Helloween entre as mais importantes e influentes bandas de Heavy Metal de todos os tempos. Concluindo e sem medo de soar redundante, caro leitor, Keeper of the Seven Keys: Part 2 é a mais perfeita definição do que é Power Metal.