FIREHOUSE - FIREHOUSE (1990)









FireHouse
é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome, ou
seja, o FireHouse. Seu lançamento oficial aconteceu em 11 de
setembro de 1990, através do selo Epic. As gravações ocorreram
durante o ano de 1990 e a produção ficou por conta do produtor
David Prater.






Hoje
é dia do RAC contar um pouco da história da
banda norte-americana FireHouse e, também, sobre seu
autointitulado álbum de estreia, incluindo nosso tradicional faixa a
faixa.










Primórdios
do grupo





A
história do FireHouse pode ser rastreada até 1984, quando a
banda do guitarrista Bill Leverty, White Heat, precisava de um
baterista. Após mais de 20 testes e audições, o baterista Michael
Foster respondeu ao anúncio e deixou Leverty impressionado com sua
habilidade, que rapidamente o contratou.





Quando
o White Heat não estava em turnê, Leverty e Foster visitavam clubes
onde bandas de rock se apresentavam e foi em um desses clubes em que
eles viram um grupo chamado Maxx Warrior.





O
vocalista do conjunto era C. J. Snare e o baixista, Perry Richardson.
Leverty e Foster ficaram impressionados com a habilidade vocal de
Snare e se decidiram por unirem as bandas.





Assim
que o Maxx Warrior encerrou suas atividades, Leverty enviou a Snare
algumas de suas canções e pediu que ele as cantasse em sua demo.
Foster e Leverty ficaram novamente impressionados, então trouxeram
Snare para ser o vocalista da banda em um show na Virgínia, semanas
depois.







CJ Snare





FireHouse
toma forma





O
grupo, agora com três membros, levou sua fita para Perry Richardson,
ex-baixista do Maxx Warrior, que disse ter gostado do material, mas
já havia feito um compromisso, de seis meses, com a banda na qual
estava na época.





Quando
o compromisso terminou, Richardson e seus novos companheiros de banda
mudaram-se para Charlotte, no estado da Carolina do Norte, e
começaram a gravar demos no quarto de Leverty.





A
banda gravava o dia todo e fazia shows até mesmo em hotéis, à
noite, para angariar dinheiro. Como o nome da banda de Leverty e
Foster, White Heat, era uma marca registrada, a banda escolheu
FireHouse.





Em
dezembro de 1989, Michael Caplan, da gravadora Epic Records, voou
para Charlotte, para assistir a um show do FireHouse, e disse
à banda, imediatamente após a performance, que o grupo estava
pronto para um contrato com a gravadora.







Bill Leverty





O
álbum de estreia





O
conjunto se consolidou com CJ Snare nos vocais, Bill Leverty na
guitarra, Perry Richardson no baixo e Michael Foster na bateria.






estamos em 1990 e a banda entrou no estúdio com David Prater como
produtor. Prater, mais tarde, produziu bandas como o Dream Theater e
tocou bateria com o Santana.





A
capa é simples e remete ao nome da banda. Vamos às faixas:





ROCK
ON THE RADIO





O bom trabalho do baterista Michael Foster faz a introdução de "Rock on the Radio" se tornar mais empolgante. O ritmo é cadenciado e a guitarra de Bill Leverty está pesada e muito presente. Um bom começo de disco.





A
letra é uma ode ao Rock ‘n’ Roll:





Rock
on the radio


You
turn it up 'till your speakers blow


Rock
on the radio


Come
on, come on everybody let's go













ALL
SHE WROTE





"All She Wrote" combina melodia e peso da melhor forma que o Glam Metal encontrou nos anos 80. Desta forma, a maliciosa canção se desenvolve, contando com outro bom trabalho do guitarrista Leverty e uma atuação convincente do vocalista C.J. Snare.





A
letra fala sobre um fim de romance:





I
got home late on a Saturday night


And
I knew right away something wasn't right


I
knew she was gone


She
took all I had, but left a hole in my heart


Should've
known it'd go bad right from the start


What
did I do wrong





A
faixa foi lançada como single, atingindo a boa 58ª posição da
principal parada norte-americana desta natureza.













SHAKE
& TUMBLE





"Shake & Tumble" combina um peso extraordinário com um andamento bem arrastado, formando uma faixa interessante. O destaque são os bons vocais de Snare que, sem dúvida, permitem um sabor diferente à peça.





A
letra é divertida:





Turn
up the jukebox


We're
gonna tear this damn place down


Lookin'
for action


Yeah,
wherever it can be found





A
canção também foi lançada como single, mas não repercutiu nas
principais paradas desta natureza.













DON’T
TREAT ME BAD





"Don't Treat Me Bad" ameniza o peso do FireHouse que somente se intensifica no seu pegajoso refrão, na melhor acepção da palavra. O solo de Leverty empolga, embora pudesse ser mais longo. Boa canção.





A
letra é sobre um relacionamento amoroso:





But
I won't cry no more 'cause the tears are all in vain


We
can pick up the pieces and start it all again


Let's
just get back to the way it was before


Oh,
girl I can't take anymore













“Don’t
Treat Me Bad” é um clássico do FireHouse.





A
canção foi lançada como single, alcançando a ótima 19ª posição
da principal parada norte-americana desta natureza. Ainda atingiu as
35ª e 71ª colocações em suas correspondentes do Canadá e do
Reino Unido.













OUGHTA
BE A LAW





Já em "Oughta Be a Law", o FireHouse abusa, para os seus padrões, do peso, em uma construção que relembra bastante os áureos tempos do Mötley Crüe. O resultado final é uma música intensa e empolgante para fãs do estilo.





A
letra fala sobre uma mulher estonteante:





Oh
the lady is cool



And
she's breaking the rules


If
only looks could kill


She'd
be killing me


Guilty,
murder one



In
the first degree













LOVER’S
LANE





"Lover's Lane" conta com um bom riff inicial e depois se desenvolve com peso e malícia em doses bem compensadas. Novamente, o baterista Foster consegue se destacar com um trabalho correto.





A
letra possui sentido sexual:





My
motor's runnin', yeah it's gettin' hot


I
get overloaded, overheated, could explode


I
can't believe it, we just gotta stop













HOME
IS WHERE THE HEART IS





Os teclados no início desta canção já anunciam que o grupo pisaria no freio, no entanto, sem abrir mão do peso. A musicalidade flerta com o AOR, especialmente no refrão. Música que funciona bem.





A
letra pode ser interpretada como a busca por segurança:





Home
is where the heart is


But
I'm always on the run


Home
is where the heart is


Though
my journey's just begun


Home's
where the heart is













DON’T
WALK AWAY





"Don't Walk Away" continua com a pegada desenvolvida pela banda em todo este trabalho. Um andamento cadenciado, mas com os pesos da guitarra e da seção rítmica bem intensos. Snare esbanja competência nos vocais.





A
letra é sobre amor:





Girl,
you and I've been together


As
long as I can remember


We've
come too far to throw it all away


But
you tell me that you're leavin'


Oh
and I just can't believe it


You
know I'd do anything if only you would stay





A
música “Don't Walk Away” foi usada em uma cena do filme The
Wrestler
, de 2008, dirigido por Darren Aronofsky.













SEASONS
OF CHANGE





Apenas uma pequena faixa instrumental, bem intimista.













OVERNIGHT
SENSATION





"Overnight Sensation" é uma canção bem direta, contando com um andamento mais acelerado (para os padrões do grupo). Bons vocais e uma guitarra agressiva perfazem uma música que empolga os ouvintes.





A
letra fala sobre tocar:





The
stage is ready for you, can't wait another day


There
is no limit you can take it all the way


Just
take your chance forever, and make your dreams come true


You
know it's now or never, it's up to you





“Overnight
Sensation” faz parte da trilha sonora do videogame Brütal
Legend
.













LOVE
OF A LIFETIME





"Love of a Lifetime" é uma típica balada das bandas oitentistas de Glam Metal, contando com um andamento arrastado e uma melodia suave. O resultado é bastante eficiente e agrada fãs deste tipo de musicalidade.





A
letra é uma declaração de amor:





I
finally found the love of a lifetime


A
love to last my whole life through


I
finally found the love of a lifetime


Forever
in my heart


I
finally found the love of a lifetime













A
música foi lançada como single e atingiu a extraordinária 5ª
posição da Billboard, a principal parada de sucessos desta
natureza. Também ficou com o 30º lugar na parada canadense.





“Love
of a Lifetime” é a primeira e mais popular balada do FireHouse.
A música foi composta pelo vocalista C.J. Snare e pelo guitarrista
Bill Leverty.





A
música é, indiscutivelmente, aquela pela qual o FireHouse é
mais conhecido. Em uma entrevista, de 2005, Snare comentou “agora
que tenho o benefício do tempo para olhar para trás, não há um
show que passe por onde as pessoas não vêm até nós e peçam 'Love
of a Lifetime' - nos casamos com essa música!”.





A
canção foi inicialmente escrita por C.J. Snare; ele a compôs
enquanto tocava sozinho em um hotel da rede Holiday Inn. Quando a
banda trouxe as demos para seu primeiro álbum, até a Epic Records,
a gravadora sentiu que o álbum precisava de uma balada mais forte.





Snare
disse: “Eu me lembro de levantar a mão timidamente e dizer ‘bem,
eu tenho uma música...', então tocamos para eles, eles amaram e se
tornou um grande sucesso”.





O
projeto Collage gravou a música em 1998 e a lançou como
single. Também a cantora country Katie Armiger gravou uma
versão cover, em seu primeiro álbum homônimo, em 2007.













HELPLESS





A décima-segunda - e última - faixa de FireHouse é "Helpless". O disco se encerra com uma canção direta e pesada, com andamento rápido e guitarras afiadas. Os bons vocais de Snare complementam um encerramento digno para o trabalho.





Novamente,
a letra possui temática romântica:





Can't
get enough, without your love, I'm helpless


I
need so much, without your touch, I'm helpless


I
want you so, don't let me go, I'm helpless


Gotta
have you, without you; I'm helpless













Considerações
Finais





Embalado
especialmente pelo sucesso do single “Love of a Lifetime”, o
álbum FireHouse também obteve grande repercussão.





O
disco FireHouse atingiu a muito boa 21ª posição da
principal parada norte-americana desta natureza, a Billboard.





Daevid
Jehnzen, do site AllMusic, dá ao álbum uma nota 3 (de 5),
constatando: “A estréia autointitulada do Firehouse era uma
coleção polida de ‘metal pop’. Enquanto números mais altos
como “Don't Treat Me Bad” soavam bem no rádio, a verdadeira
força do disco era o talento do grupo para baladas poderosas, como o
hit Top 10 “Love of a Lifetime””.





Entretanto,
FireHouse foi muito aclamado pela crítica, propiciando que o
conjunto vencesse várias premiações.





A
banda ganhou o American Music Award na categoria Best New Hard
Rock/Heavy Metal Band, de 1991, o Best New Band of 1991 da revista
Metal Edge, o Best Newcomer de 1991 da revista Young Guitar e o
prêmio Best Newcomer of the Year 1992, em uma pesquisa dos leitores
da revista Music Life.





O
terceiro single retirado do disco, “Love of a Lifetime”, vendeu
mais de 500 mil cópias. O álbum foi sucesso comercial em países
como Canadá, Cingapura e Japão.





A
banda seguiu sua impressionante estreia com Hold Your Fire,
segundo disco do FireHouse, lançado em 1992.





FireHouse
supera a casa de 2 milhões de cópias vendidas apenas nos Estados
Unidos.













Formação:


C.J.
Snare - Vocal, Teclado


Bill
Leverty - Guitarras


Perry
Richardson - Baixo


Michael
Foster - Bateria, Percussão





Faixas:


01.
Rock on the Radio (Ellis/Foster/Leverty/Snare) - 4:45


02.
All She Wrote (Leverty/Snare) - 4:27


03.
Shake & Tumble (Foster/Leverty/Richardson/Snare) - 3:30


04.
Don't Treat Me Bad (Ellis/Foster/Leverty/Snare) - 3:55


05.
Oughta Be a Law (Ellis/Leverty/Snare) - 3:54


06.
Lover's Lane (Ellis/Foster/Leverty/Snare) - 4:02


07.
Home Is Where the Heart Is (Leverty/Snare) - 4:48


08.
Don't Walk Away (Leverty/Snare) - 4:31


09.
Seasons of Change (Leverty/Snare) - 1:29


10.
Overnight Sensation (Ellis/Foster/Leverty/Snare) - 3:56


11.
Love of a Lifetime (Leverty/Snare) - 4:46


12.
Helpless (Leverty/Snare) - 4:25





Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/firehouse/





Opinião
do Blog:


O RAC traz mais uma banda do estilo o qual se convencionou chamar de Glam Metal para suas páginas, desta feita com a banda FireHouse.



O álbum de estreia do grupo, também denominado FireHouse, apresenta todas as virtudes do conjunto, demonstrando uma banda coesa e sedenta pelo sucesso.



E o conjunto é bem competente. Os destaques ficam mesmo por conta do vocalista C.J. Snare e do guitarrista Bill Leverty, bem como o talento do baterista Michael Foster, que é uma constante nas canções.



O álbum aposta na sonoridade típica do Glam Metal, com toda a sua simplicidade, mas feita de maneira harmoniosa e com bom gosto e, embora com 12 canções, a audição não se torna cansativa.



Assim, o trabalho oscila entre pauladas diretas como "Overnight Sensation" e "Helpless" e outras mais cadenciadas, embora também pesadas, como "Shake & Tumble" e "Don't Walk Away".



As letras são absolutamente simples.



Claro, "Love of a Lifetime" é, bem possivelmente, a canção mais conhecida do grupo e seu maior sucesso. Mas o RAC escolhe a ótima "Oughta Be a Law" como sua predileta.



Concluindo, FireHouse não é inovativo e nem de vanguarda, bem longe disso, mas não deixa de ser um álbum que deva ser conhecido, especialmente para ouvintes que apreciem o Glam Metal. O FireHouse apresentou sua estreia quando o estilo já dava claros sinais de esgotamento, mas o grupo oferece um disco de estreia muito competente. Recomendado para fãs deste tipo de sonoridade.


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