FOREIGNER - DOUBLE VISION (1978)









Double
Vision é o segundo álbum de estúdio da banda
britânica/norte-americana Foreigner. Seu lançamento oficial
aconteceu em 20 de junho de 1978, através do selo Atlantic Records.
As gravações ocorreram entre dezembro de 1977 e março de 1978, no
estúdio Sound City, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A produção
ficou por conta de Keith Olsen e dos guitarristas Mick Jones e Ian
McDonald.






Após
5 anos, o RAC finalmente traz a banda Foreigner
novamente às suas páginas. O Blog, muito brevemente, vai abordar os
fatos que se antecederam ao lançamento de Double Vision,
antes do nosso tradicional faixa a faixa.













Foreigner,
álbum de estreia





Em 8
de março de 1977, foi lançado Foreigner, o álbum de estreia
do conjunto de mesmo nome.





O
RAC já abordou este disco detalhadamente, e o
leitor que desejar pode encontrar o texto aqui.





Como
foi dito, Foreigner foi lançado em março de 1977 e vendeu
mais de quatro milhões de cópias apenas nos Estados Unidos,
permanecendo no Top 20 da Billboard por um ano, com hits como
“Feels Like the First Time”, “Cold as Ice” e “Long, Long
Way from Home”.





Em
maio de 1977, o Foreigner já estava como banda principal em
anfiteatros e havia conseguido um disco de ouro para sua estreia. Não
muito tempo depois, eles estavam se apresentando arenas de basquete e
hóquei nos EUA.





Depois
de um show no Memorial Hall, em Kansas City, nos Estados Unidos, em 6
de maio de 1977, o baterista Dennis Elliot feriu sua mão, levando a
banda a chamar Ian Wallace (ex-King Crimson) para tocar ao
lado de Elliott em algumas das datas até que sua mão fosse curada.





Após
quase um ano na estrada, a banda se apresentou para mais de duzentas
mil pessoas no California Jam II, em 18 de março de 1978, e,
durante o mês seguinte, o grupo fez turnê na Europa, no Japão e na
Austrália pela primeira vez.







Lou Gramm





Segundo
disco





Em
dezembro de 1977, o Foreigner já trabalhava no sucessor de
seu álbum de estreia e que se chamaria Double Vision.





O
conjunto mantinha sua formação: Lou Gramm nos vocais, Mick Jones na
guitarra, Ian McDonald também nas guitarras, Al Greenwood nos
teclados, Ed Gagliardi no baixo e Dennis Elliott na bateria.





Double
Vision
foi o primeiro de muitas outras gravações da banda em
que John Kalodner, executivo de A&R, simplesmente teria
seu nome listado duas vezes no encarte, como uma brincadeira com o
título do álbum. (Nota do Blog: Artists and repertoire (A&R)
é a divisão de uma gravadora ou editora de música que é
responsável pelo reconhecimento de talentos e pela supervisão do
desenvolvimento artístico de artistas e de compositores. Ele também
atua como uma ligação entre artistas e a gravadora ou editora;
todas as atividades envolvendo artistas até o lançamento de álbuns
são geralmente consideradas sob supervisão e responsabilidade do
A&R).





A
frase ‘John Kalodner: John Kalodner’ surgiu quando o produtor
Keith Olsen estava imaginando como creditar o envolvimento de
Kalodner com a banda e o disco. De acordo com a temática de ‘visão
dupla’, o guitarrista Mick Jones teve a ideia de dobrar o nome do
executivo.





Entre
dezembro de 1977 e março de 1978, o grupo se reuniu em Los Angeles,
nos Estados Unidos, no estúdio Sound City, para a gravação de
Double Vision.





“Tramontane”
foi a primeira faixa instrumental gravada pelo grupo, presente no
disco.





A
capa foi um trabalho do fotógrafo sul-africano Norman Seeff.





Vamos
às faixas:





HOT
BLOODED





As guitarras de Mick Jones e Ian McDonald fornecem um peso extra à melodia envolvente da clássica "Hot Blooded". Lou Gramm, como de costume, providencia excelentes vocais, em especial no refrão. Aliando agressividade e acessibilidade, a canção consegue alcançar um ponto bem alto.





A
letra possui conotação sexual:





That's
why, I'm hot blooded, check it and see


I
feel a fever burning inside me


Come
on baby, do you do more than dance?


I'm
hot blooded, hot blooded (I'm hot!)










“Hot
Blooded” foi lançada como single, atingindo a excepcional 3ª
posição na principal parada norte-americana desta natureza,
conquistando a 42ª colocação de sua correspondente britânica.
Ainda ficou com o 3º e o 24º lugares nas paradas de Canadá e
Austrália, respectivamente.





O
single, também lançado em junho de 1978, superou a casa de 1 milhão
de cópias vendidas!













BLUE
MORNING, BLUE DAY





O baixo de Ed Gagliardi está ainda mais evidente nesta música, permitindo que os teclados de Al Greenwood dominem perfeitamente a situação. O peso anterior abre espaço para uma melodia mais contida e, em certo ponto, soturna. Uma bela faixa.





A
letra é sobre um rompimento amoroso:





I've
always listened to your point of view, my ways are cutthrough men


And
I've always been a patient man, but my patience has reachedits end


You
tell me you're leaving, you tell me goodbye


You
say you might send a letter


Well
honey don't telephone, cause I won't be alone


I
need someone to make me feel better





Segundo
Lou Gramm, a letra da música fala: “Ela fala sobre um jovem músico
que está queimando a vela em ambas as extremidades. Ela tem muito em
mente, e anda pela rua à noite”. A cor azul é usada como uma
metáfora para a miséria.





A
canção foi lançada como single, atingindo a 15ª posição da
principal parada norte-americana desta natureza, conquistando a 45ª
colocação de sua correspondente britânica. Também ficou com o 21º
lugar na parada canadense de singles.





A
faixa também está disponível no game Rock Band.













YOU’RE
ALL I AM





"You're All I Am" é uma típica balada, de andamento arrastado e melodia muito acessível. Greenwood faz o teclado dominar o ambiente. Bons vocais de Gramm.





A
letra é romântica:





You
never give me enough of your love


I
need more and more each day


Honey,
can't you see the only thing I can be sure of


Is
that something real has come my way













BACK
WHERE YOU BELONG





Em "Back Where You Belong", Mick Jones assume os vocais e, embora não faça feio, não atinge o nível de Gramm. Trata-se de um Rock simples, com uma certa influência sessentista, mas muito eficiente e agradável.





A
letra possui um certo sentido de vingança:





You
treat me like a fool, but you're so wrong


I'm
gonna send you back where you belong


I
put my trust in you, but I was wrong


I'm
gonna send you back where you belong













LOVE
HAS TAKEN ITS TOLL





"Love Has Taken Its Toll" possui mais peso e influência Hard Rock, com um inegável viés Bluesy, trazendo à lembrança bandas como o Whitesnake. Guitarras protagonistas, com ótima atuação de Jones, perfazendo uma das melhores faixas do álbum. 





A
letra possui sentido sexual:





To
make a long story short, she finally got caught


I
had to tell her enough is enough


She
said, "You're just what I needed", and boy


She
nearly pleaded with me not to be too rough













DOUBLE
VISION





As guitarras continuam protagonizando em "Double Vision", com um riff bem pesado, especialmente quando se leva em conta o estilo do Foreigner. O refrão é dominado por Greewood, embora o diferencial da canção se encontra no ótimo trabalho da seção rítmica. Clássico!





A
letra fala sobre limites:





Never
do more than I, I really need


My
mind is racing, but my body's in the lead


Tonight's
the night, I'm gonna push it to the limit


I
live all of my years in a single minute













“Double
Vision” foi lançada como single, alcançando a extraordinária 2ª
posição da principal parada norte-americana desta natureza,
atingindo o 7º e o 97º lugares em suas correspondentes de Canadá e
Austrália; respectivamente.





Em
uma entrevista, o vocalista Lou Gramm explicou a origem por trás da
música:





““Double
Vision” foi uma música composta ao final de 1977, pouco
antes do lançamento do álbum Double Vision... Muitas pessoas
pensam que é (sobre) ficar intoxicado, mas quando estávamos
gravando essa música, antes de termos seu título, o time de hóquei
do New York Rangers estava jogando com o Philadelphia Flyers e um dos
grandes caras do Flyers tropeçou no goleiro do dos Rangers e o
derrubou, e eles tiveram que tirá-lo do jogo, porque ele estava
passando por visão dupla (em inglês double vision)”.





De
acordo com o site do New York Rangers, o incidente ocorreu em abril
de 1978, durante um jogo de hóquei entre o Rangers e o Buffalo
Sabres. Os apresentadores do jogo usaram repetidamente a frase “visão
dupla”, que inspirou o Foreigner a usá-la como título da
canção.





A
música tem sido um marco no setlist da banda desde o seu lançamento.
Nos últimos anos, Lou Gramm e o Foreigner (agora liderados
por Kelly Hansen) usaram a música como abertura de show.





Esta
música é destaque no gama Guitar Hero: Van Halen. Também
foi usada em um anúncio do Burger King, na década de 1990.





O
single “Double Vision” supera a casa de 1 milhão de cópias
vendidas.













TRAMONTANE





"Tramontane" é um interessante esforço apenas instrumental do Foreigner. Os teclados dominam completamente boa parte da faixa, suportados por uma atuação impressiva do baixista Ed Gagliardi.













I
HAVE WAITED SO LONG





Mick Jones volta aos vocais principais em mais uma balada, "I Have Waited So Long". É perceptível um toque Country em sua musicalidade, a qual se apresenta suave e intimista. Embora simples, trata-se de uma canção tocante.





A
letra possui sentido romântico:





I've
counted the days, day after day


Since
we've been apart


Now
I've found my way, I've found my way


Right
back to your heart













LONELY
CHILDREN





"Lonely Children" traz uma pegada mais Hard novamente à tona, com as guitarras e um riff pesado predominando. Os vocais de Gramm fazem a diferença enquanto a guitarra de Jones se torna a protagonista. Ótima música.





A
letra é sobre solidão:





They
may detest you, someday they may arrest you


They
stop at nothing to hold you down


You
need to be free, but will they ever let you?


They
won't be happy till you leave town













SPELLBINDER





A décima - e última - faixa de Double Vision é "Spellbinder". A derradeira canção do álbum traz uma proposta mais intimista, com uma sonoridade com um pé fincado no Blues Rock. Gramm e Jones dominam e o resultado final é muito atraente.





A
letra fala sobre uma mulher sedutora:





I've
never been a easy man, so hard to please


But
she made me feel life was unreal, oh, Lord, how she satisfiedme


I
tried to break away, but I didn't stand a chance


She
planned it so well, I was under her spell, I was in atrance













Considerações
Finais





Incensado
por singles muito poderosos, Double Vision foi um tremendo
sucesso comercial.





O
álbum atingiu a sensacional 3ª colocação da principal parada
norte-americana desta natureza, a Billboard. Também ficou com
a 32ª posição na correspondente britânica, além do ótimo 3º
lugar na parada canadense.





Andy
Hinds, do site AllMusic, em uma análise retrospectiva, dá ao
disco uma nota 4 (de 5), afirmando: “Optando por não mexer com uma
boa fórmula, a banda sabiamente adere ao polido hard rock que fez do
seu primeiro álbum um sucesso tão grande. Além dos grandes
singles, outros destaques incluem a arrogante “Love Has Taken Toll”
e a mais contida “Blue Morning, Blue Day””.





Aproveitando
a fase sensacional, o conjunto lançaria seu terceiro álbum de
estúdio já em 1979, Head Games.





Double
Vision
supera a casa de 7 milhões de cópias vendidas apenas nos
Estados Unidos.













Formação:


Lou
Gramm - Vocal


Mick
Jones - Guitarra, Piano, Vocal em 04 e 08


Ian
McDonald - Guitarras, Teclados, Flautas, Backing Vocal


Al
Greenwood - Teclados, Sintetizador


Ed
Gagliardi - Baixo, Backing Vocal


Dennis
Elliott - Bateria


Músicos
adicionais:


Ian
Lloyd - Backing Vocal





Faixas:


01.
Hot Blooded (Gramm/Jones) - 4:26


02.
Blue Morning, Blue Day (Gramm/Jones) - 3:12


03.
You're All I Am (Jones) - 3:24


04.
Back Where You Belong (Jones) - 3:14


05.
Love Has Taken Its Toll (Gramm/McDonald) - 3:29


06.
Double Vision (Gramm/Jones) - 3:44


07.
Tramontane (Greenwood/McDonald/Jones) - 3:56


08.
I Have Waited So Long (Jones) - 4:07


09.
Lonely Children (Jones) - 3:37


10.
Spellbinder (Gramm/Jones) - 4:45





Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/foreigner/





Opinião
do Blog:


Embora tenha demorado um tempo muito grande, o RAC finalmente atende aos muitos pedidos dos leitores para que o Foreigner voltasse às nossas páginas.



O Blog escolheu o clássico Double Vision para seu retorno.



Dispensável que se fale novamente da qualidade incontestável dos membros do conjunto, uma vez que sua formação permanecia a mesma e já fizemos isto no post anterior sobre o Foreigner.



Fabricar um sucessor após um álbum de estreia tão marcante quanto Foreigner não seria uma tarefa muito simples, mas o grupo pode considerar que executou a tarefa com extraordinário êxito.



O conjunto continuou desenvolvendo seu estilo AOR, iniciado em sua estreia, e, desta forma, Double Vision é uma continuação perfeitamente natural do disco que o antecedeu. Rock, Hard e pequenos toques progressivos, com uma produção excelente, tudo está novamente presente.



As guitarras de Mick Jones e Ian McDonald continuam firmes, trazendo peso e bons riffs em muitas das canções. A seção rítmica fornece uma base competente e os teclados de Greenwood são parte importante da musicalidade. Lou Gramm é um ótimo vocalista, especialmente quando se leva em conta a proposta da banda.



Embora, para o RAC, sua estreia ainda esteja em um pequeno degrau superior, Double Vision apresenta canções marcantes para o Foreigner e seus fãs.



Duas verdadeiras pancadas abrem o disco "Hot Blooded" e "Blue Morning, Blue Day". "Double Vision" é um clássico enquanto a interessante "Tramontane" traz um viés elegante ao disco.



Mas as preferidas do Blog são o petardo "Lonely Children" e a bluesy "Love Has Taken Its Toll".



Concluindo, Double Vision cumpriu com excelência a complicada missão de suceder Foreigner sem permitir que o sucesso e a qualidade do Foreigner diminuíssem, mesmo que, para o Blog, seja ligeiramente inferior. O AOR continuava tomando forma e o grupo se mantinha em ascensão. Álbum muito bem recomendado pelo RAC


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