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IRON MAIDEN - PASCHENDALE



Escrever sobre a banda preferida é uma tarefa que exige constante vigilância. Controlar elogios exacerbados e deméritos inexistentes, em um necessário esforço para ser aquilo que se faz obrigatório: a justiça.

Dentre todas as faixas que compõem Dance of Death, 13º álbum de estúdio do Iron Maiden, a de maior destaque é a 8ª canção: “Paschendale”. Antes de abordá-la, um breve histórico.

A banda em 2004

A Batalha de Passchendaele, também conhecida como a ‘Terceira Batalha de Ypres’, foi uma campanha militar da Primeira Guerra Mundial, travada pelos Aliados contra o Império Alemão.

Grosso modo, a Primeira Guerra Mundial foi o conflito bélico/militar centrado na Europa, travado entre os Aliados (ou Tríplice Entente – Reino Unido, França e Rússia) e a chamada Tríplice Aliança (Império Alemão, Império Austro-Húngaro e a Itália – esta última lutaria ao lado dos Aliados). Durante o seu desenrolar, vários outros países adentraram o conflito que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918.

Entre as causas da guerra incluem-se as políticas imperialistas estrangeiras das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa e a Itália.

O estopim para o início da guerra ocorreu em 28 de junho de 1914, com o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia. O resultado foi um ultimato da Áustria-Hungria contra o Reino da Sérvia. Logo, as grandes potências da época estavam em guerra e; através de suas colônias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta.

O confronto que se denominou “A Batalha de Passchendaele” aconteceu na chamada Frente Ocidental, de julho a novembro de 1917, para o controle das zonas sul e leste da cidade belga de Ypres, na região de Flandres Ocidental, como parte de uma estratégia decidida pelos Aliados, em conferências em novembro de 1916 e maio de 1917. Passchendaele estava no último cume a leste de Ypres, a 8 km de um entroncamento ferroviário em Roulers, que era vital para o sistema de abastecimento do 4º Exército alemão.

Foto da Primeira Guerra Mundial

Por conta de sua geografia, a posse do terreno mais alto, ao sul e leste de Ypres, revelar-se-ia uma vantagem ao exército que a possuísse, uma vez que traria benefícios do ponto de vista de observação e artilharia, além de facilitar a proteção para a chegada de reforços e todo o tipo de suprimentos.

Retornando à música, em Dance of Death, o Maiden já era um sexteto: Bruce Dickinson nos vocais, Steve Harris no baixo, Nicko McBrain na bateria e a trinca de guitarristas: Janick Gers, Dave Murray e Adrian Smith. Harris e Smith são os autores de “Paschendale”.

A canção começa com uma melodia melancólica e Bruce declamando as letras, intercaladas por pequenos momentos de fúria. As letras falam sobre um soldado em solo estrangeiro praticamente implorando para que o mundo saiba sobre o que aconteceu na Batalha de Passchendaele:

In a foreign field he lay
Lonely soldier unkown grave
On his dying words he prays
Tell the world of Paschendale

Relive all that he's been through
Last communioun of his soul
Rust your bullets with his tears
Let me tell you 'bout his years

As duas primeiras estrofes condizem com o que a História conta: a grande maioria dos soldados envolvidos na batalha eram britânicos, alemães e franceses lutando na Bélgica, estando todos, portanto, em território estrangeiro.

Em seguida, a faixa ganha em peso e intensidade, contando com um bom riff Heavy/Hard. As letras relatam o soldado em uma trincheira, aguardando o momento de agir (e morrer), sofrendo não apenas com a certeza da morte, mas também com a chuva:

Laying low in a blood filled trench
Killing time 'til my very own death
On my face I can feel the falling rain
Never see my friends again

In the smoke in the mud and lead
Smell the fear and the feeling of dread
Soon be time to go over the wall
Rapid fire and the end of us all

Os relatos históricos revelam que a Primeira Guerra Mundial foi um embate de trincheiras. A Batalha de Passchendaele teve início em julho de 1917, no verão Europeu, mas as condições climatológicas não ajudaram: chuva e lama deixaram o campo de batalha em condições precárias e os avanços, de ambos os lados, eram irrisórios. O trecho “Rapid fire and the end of us all” relata outra característica de Passchendaele: os movimentos adversários eram rapidamente rechaçados com artilharia pesada.

A ponte se revela uma melodia ainda muito pesada, mas, ao mesmo tempo, angustiante, com guitarras furiosas e vocais intensos de Dickinson. A letra detalha bem como ocorreram as batalhas em Passchendaele, com muitos soldados bastante jovens em um impasse com o destino sendo mortal:

Whistles, shouts and more gun fire
Lifeless bodies hang on barbed wire
Battlefield nothing but a bloody tomb
Be reunited with my dead friends soon

Many soldiers eighteen years
Drown in mud no more tears
Surely a war no-one can win
Killing time about to begin

O refrão pode ser entendido como um trocadilho, com a óbvia constatação de que as chances de sobrevivência para quem está na guerra são nulas:

Home, far away
From the war, a chance to live again
Home, far away
But the war, no chance to live again

Na sequência, a música continua pesada, com vocais bem agressivos de Bruce, narrando os horrores das batalhas em Passchendaele: a resistência feroz do exército alemão, a gigantesca dificuldade dos aliados em conseguir êxito e a quantidade assustadora de baixas, de ambos os lados:

The bodies of ours and our foes
The sea of death it overflows
In no man's land god only knows
Into jaws of death we go

Crucified as if on a cross
Allied troops they mourn their loss
German war propaganda machine
Such before has never been seen

Swear I heard the angels cry
Pray to god no more may die
So that people know the truth
Tell the tale of Paschendale

Seguindo, a canção deságua em uma melodia praticamente Hard em que as letras fazem uma reflexão sobre a natureza sádica humana enquanto o terror da guerra prossegue:

Cruelty has a human heart
Everyman does play his part
Terror of the men we kill
The human heart is hungry still

I stand my ground for the very last time
Gun is ready as I stand in line
Nervous wait for the whistle to blow
Rush of blood and over we go

Após isto, há o momento de dois solos de guitarra bem competentes, o primeiro de Murray e o segundo de Smith. Antes do terceiro solo, de Gers, uma estrofe que revela a miserável condição humana na estupidez que é uma batalha:

Blood is falling like the rain
It's crimson cloak unveils again
The sound of guns can't hide their shame
And so we die on Paschendale

Smith, Gers, Harris, Dickinson, McBrain e Murray
A canção retorna à ponte que precede o refrão, narrando com alguns detalhes as características da batalha de Passchendaele, como afirmado acima, uma guerra de trincheiras, com avanços praticamente inexistentes e uma quantidade assustadora de mortes:

Dodging shrapnel and barbed wire
Running straight at the cannon fire
Running blind as I hold my breath
Say a prayer symphony of death

As we charge the enemy lines
A burst of fire and we go down
I choke a cry but no-one hears
Fell the blood go down my throat

Depois de repetir o refrão algumas vezes, a música se encerra com a melancólica melodia inicial com versos com uma mensagem de conotação espiritual, prometendo o encontro de todos que morreram naquela batalha:

See my spirit on the wind
Across the lines beyond the hill
Friend and foe will meet again
Those who died at Paschendale

Em suas Memórias de 1938, o Primeiro Ministro britânico na época da Primeira Guerra Mundial, David Lloyd George, escreveu: “Passchendaele foi de fato um dos maiores desastres da guerra... Nenhum soldado de qualquer inteligência agora defende esta campanha sem sentido...”

Não existe um consenso entre os historiadores quanto ao número de mortos em Passchendaele. Na História Oficial, o brigadeiro-general J. E. Edmonds classificou as vítimas britânicas em 244.897 e escreveu que números alemães equivalentes não estavam disponíveis, estimando as perdas alemãs em 400.000. Mas há relatos de que o número de baixas britânicas teriam sido muito maiores e o de alemães, menores, por conta dos critérios adotados e da ausência de um número oficial de baixas pelo exército alemão. Contudo, algumas estimativas apontam entre 200 e 450 mil aliados mortos e de 217 a 400 mil vítimas alemãs.

A Primeira Guerra Mundial terminou, oficialmente, em 11 de novembro de 1918. É considerada também um dos conflitos mais mortais da história, com uma estimativa mortal de nove milhões de combatentes e sete milhões de civis, sendo vítimas, como resultado direto da guerra, enquanto genocídios e a pandemia de influenza (de 1918) causando outras 50 a 100 milhões de mortes em todo o mundo.


MELHORES DE 1965

Bob Dylan, em 1965


O Alvorada Sonora inicia uma série de posts sobre os Melhores Álbuns lançados, por ano, a partir de 1965. Pretende-se percorrer os últimos 50 anos da música, com comentários totalmente pessoais a respeito dos discos classificados.



Porque 1965?

A década de 1960 foi quando realmente a indústria musical se alavancou e passou a investir mais em álbuns que em singles, e os artistas/bandas começaram, também, a se concentrarem mais neste tipo de trabalho de composição.

O ano de 1965 é exatamente o meio desta virada e o Blog entendeu por bem iniciar esta jornada por ele, conforme mencionado, percorrendo os últimos 50 anos da música.


Metodologia

Deixando bem claro: o BLOG NÃO ESCOLHEU os álbuns de cada ano, até porque não faria sentido comentar sobre os trabalhos que consideramos os melhores e suas posições se nós mesmos os ordenamos.

Assim, o que se fez foi contabilizar 9 diferentes listas de melhores do ano, da 1ª à 30ª posição, atribuindo 30 pontos ao primeiro e diminuindo 1 ponto por posição, até a 30ª colocação receber exatamente 1 ponto.

Portanto, após as 9 listas contabilizadas, somamos todos os pontos (de acordo com cada posição em cada uma das 9 listas), perfazendo o total somado. A não aparição em uma lista, obviamente, não gera ponto.

Desta forma, o máximo possível para um disco atingir (primeira posição em todas as listas) é 270 pontos. Os 10 álbuns de pontuação mais alta formam a lista.

No caso de empate no número de pontos, os critérios de desempate, na ordem, são:

1 – Mais aparições em listas diferentes

2 – No caso de empatarem no primeiro critério, o álbum que atingiu a posição mais alta em uma das listas fica com a colocação mais elevada.


Posts

Os posts são feitos sempre do 1º para o 10º lugar, com sua pontuação, número de presenças nas diferentes listas e comentários estritamente pessoais sobre os álbuns.


Fatos históricos do ano de 1965

9 de fevereiro - Tropas dos Estados Unidos entram na Guerra do Vietnã, enviando exército para o Vietnã do Sul.
21 de fevereiro - Ativista afro-americano pelos direitos dos negros, Malcolm X é assassinado em Nova York, aos 39 anos.
6 de abril - Realizado o primeiro Festival de Música Popular Brasileira.
29 de abril - Tropas dos Estados Unidos invadem a República Dominicana.
31 de julho - Sonda Mariner IV envia as primeiras fotos de Marte á NASA.
26 de novembro - Fundação do MDB.
3 de dezembro - Lançamento de Rubber Soul, o sexto álbum de estúdio lançado pela banda de rock britânico The Beatles
27 de dezembro - Fundação do partido Arena.


A Lista



1º – BOB DYLAN – HIGHWAY 61 REVISITED (244 pontos – 9/9)

Este eu tenho em minha coleção. Facilmente um dos melhores discos de todos os tempos, somente a emblemática “Like A Rolling Stone” já valeria sua presença nesta lista. Mas não é “apenas” isto. Ampliar as possibilidades de sua sonoridade, com o uso de guitarras elétricas, revelou-se mais que um acerto: colocou, definitivamente, o nome de Dylan como um dos gênios da história da música. “Tombstone Blues”, “From a Buick 6”, “Ballad of a Thin Man”, “Highway 61 Revisited” e “Desolation Row” são amostras da supracitada genialidade do músico.



2º – THE BEATLES – RUBBER SOUL (237 pontos – 9/9)

Eu faço parte daquele 1% da população que não gosta de Beatles, que fique bem claro, mas não é por isso que eu não reconheça todos os infinitos méritos da banda. Rubber Soul é o primeiro passo do grupo em se distanciar do chamado iê-iê-iê, a experimentar novas musicalidades e evoluir nas harmonias vocais – as quais se apresentam mais sofisticadas. Ouvi-lo, novamente, depois de tanto tempo, foi até muito melhor que o esperado. “The Word” é horrível e eu continuo odiando “Wait”, mas há faixas bem legais como “Nowhere Man”, “What Goes On” e “In My Life”, embora “Drive My Car” seja, de longe, a minha preferida.



3º – OTIS REDDING – OTIS BLUES/OTIS REDDING SINGS SOUL (213 pontos – 8/9)

Confesso que não conhecia este disco e fiquei bastante contente com a sua audição. A voz de Otis Redding era algo simplesmente encantador tal qual sua capacidade interpretativa. A ótima banda que o acompanha pratica um Soul e R&B contagiantes, construindo versões extasiantes para canções como “Rock Me Baby”, “Shake”, “Satisfaction”, além da definitiva conversão para “My Girl”. As lindíssimas baladas “Change Gonna Come” e “I've Been Loving You Too Long” são embaladas pelo piano de Isaac Hayes e pela guitarra de Steve Cropper. Certamente é um álbum que irei atrás para minha coleção.



4º – THE BEATLES – HELP! (206 pontos – 9/9)

Este foi bem mais difícil de tolerar, dando-me a definitiva certeza que a fase inicial dos Beatles não é para mim. Tudo bem, “Help!” é uma canção bem legal, a versão de “Dizzy Miss Lizzy” é divertida e “Yesterday” é linda, mas termina por aí. “I Need You” e “Another Girl” eu achei terríveis e, assim sendo, Help!é um álbum no máximo mediano na minha concepção.



5º – BOB DYLAN – BRINGING IT ALL BACK HOME (205 pontos – 8/9)

Este eu também tenho na minha coleção. Neste álbum, Dylancomeça a explorar a sonoridade que seria melhor desenvolvida em Highway 61 Revisited. Mas Bringing It All Back Home é um ótimo trabalho, com grandes canções que abraçam o Folk e o Rock de modo harmônico e balanceado. O Lado A se apresenta elétrico enquanto o B se revela acústico e, em ambos, há grandes músicas como “Subterranean Homesick Blues”, “Outlaw Blues”, “Mr. Tambourine Man” e a incrível “It's Alright, Ma (I'm Only Bleeding)”. Baita disco!



6º – THE WHO – MY GENERATION (175 pontos – 8/9)

Outro álbum que tenho em minha coleção e pelo qual possuo grande apreço. Esperava que ele ocupasse, no mínimo, um lugar no pódio. My Generation traz os primórdios do Hard Rock, carregado pelostalentosde Pete Townshend, Keith Moon e John Entwistle. Faixas adoráveis como “The Kids Are Alright” e “My Generation” estão presentes e o leitor que quiser conhecer pormenores da obra pode verificar no post que fiz sobre o mesmo aqui!



7º – THE BEACH BOYS – THE BEACH BOYS TODAY! (174 pontos – 8/9)

Sem dúvidas, um disco fácil e divertido de se ouvir. “When I Grow Up (To Be a Man)” é ótima e “Do You Wanna Dance?” soa encantadora. O forte do álbum são as harmonias vocais, sempre construídas com capricho e muito bom gosto apesar de, para meu gosto pessoal, as virtudes pararem por aí e no final ele começar a parecer cansativo.



8º – JOHN COLTRANE – A LOVE SUPREME (155 pontos – 6/9)

O quarteto formado Elvin Jones, Jimmy Garrison, McCoy Tyner e liderados por John Coltrane produziu uma verdadeira obra-prima em A Love Supreme, embora, deva reconhecer, que não são todas as mentes aptas a compreenderem o tamanho desta impecável peça de arte. A construção das melodias e da musicalidade, com várias nuances, representam de maneira exímia o ‘Modal Jazz’ com o sax de Coltrane soberbo, revelando as influências que a participação de Coltrane no estratosférico Kind of Blue, de Miles Davis, gerou frutos de igual magnitude. Álbum simplesmente sensacional.



9º – THE BYRDS – MR. TAMBOURINE MAN (137 pontos – 8/9)

É mais um disco que tenho em minha coleção. Mr. Tambourine Manainda não é o The Byrds que eu aprendi a adorar, embora, devo reconhecer, já apresenta o talento do grupo em construir melodias apaixonantes como em “Here Without You”, “I Knew I'd Want You” e “It’s No Use”, todas embaladas na genialidade do guitarrista Gene Clark. O lado Folk é muito presente na banda, com forte influência de Bob Dylan (há quatro versões de suas músicas no álbum), bem como da veia Pop dos Beatles, mas com o toque inegável e personalístico dos Byrds. Grande disco!



10º – THE ROLLING STONES – OUT OF OUR HEADS (108 pontos – 6/9)

Eu levei em conta a versão britânica do disco. Embora também adore Stones, ainda não tenho este álbum. Out of Our Headsé um bom trabalho, com uma ótima pegada Blues, ainda que careça de material autoral (“Gotta Get Away” e “I’m Free” são ótimas). Nas versões, temos “She Said ‘Yeah’” bem suja e pesada, em um verdadeiro prenúncio do Hard Rock, assim como “Cry to Me” e “Talkin' 'Bout You” são músicas que ganham muito com a roupagem mais roqueira. Na versão americana, o álbum ainda ganha uma nova dimensão com a atemporal “(I Can't Get No) Satisfaction”.


Os que quase entraram

11º - The Sonics - Here Are The Sonics!!! (98 pontos)
12º - Andrew Hill - Point of Departure (79 pontos)
13º - Albert Ayler Trio - Spiritual Unity (73 pontos)
14º - Herbie Hancock - Maiden Voyage (70 pontos)
15º - The Byrds - Turn! Turn! Turn! (68 pontos – 5 listas)
16º - Them - The Angry Young Them/Them (Featuring Here Comes The Night)(68 pontos – 4 listas)
17º - The Kinks - The Kink Kontroversy (66 pontos)
18º - BB KingLive at Reagal (62 pontos)
19º - Horace Silver Quintet - Song For My Father (60 pontos – 4 listas)
20º - Vince Guaraldi - A Charlie Brown Christmas (60 pontos – 3 listas)

Ao todo foram listados 92 álbuns diferentes.


Comentários Adicionais

Não há dúvidas de que esta é uma lista muito bem representativa do que foi o ano de 1965 na música. O Rock começava a subir nas paradas, com ênfase nas bandas britânicas. Bob Dylan e The Beatles, duas das principais influências da música ocidental, aparecem com seus 2 trabalhos. Fiquei bem feliz, confesso, com a presença do antológico Highway 61 Revisited na merecida 1ª posição, embora, confesso, não vejo como A Love Supremepossa ser considerado inferior. Meu pódio particular seria completado pelo influente My Generation.

Em uma lista particular, pelos motivos que já citei, não seria honesto colocar Beatles, e seus dois discos seriam substituídos por The Kink Kontroversy (The Kinks) e ESP (Miles Davis). Outro que merecia um lugar na lista é For Your Love(The Yardbirds).


Bom, agora é com você leitor. Compartilhe sua lista nos comentários, diga o que achou, tanto da ideia do post quanto do texto, e, principalmente, ouça os discos deste ano tão emblemático na história da música. E fique ligado para a próxima lista.
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B. B. KING & ERIC CLAPTON - RIDING WITH THE KING (2000)



Riding with the King é um álbum de blues, uma colaboração entre Eric Clapton e B.B. King, lançado em 13 de junho de 2000.


Riding with the King foi o primeiro álbum colaborativo de Eric Clapton e B.B. King. Eles se apresentaram juntos, pela primeira vez, no Cafe Au Go Go, em Nova York, em 1967, quando Clapton tinha 22 anos e era membro do Cream, mas não gravaram juntos até 30 anos depois, quando King tocou com Clapton na música “Rock Me Baby”, para seu álbum de duetos, Deuces Wild, de 1997.

Claptonsempre quis fazer um álbum com King, que, enquanto discutiam o projeto, afirmou sobre Eric: “Eu admiro o homem. Eu acho que ele é o número 1 do rock 'n' roll como guitarrista e o número 1 como uma ótima pessoa”. Em Riding with the King, Claptontinha 55 anos e King, 74.

Os mestres juntos

Claptoniniciou as sessões de gravação de Riding with the King e incluiu alguns de seus músicos regulares no álbum. Ele também escolheu as músicas e coproduziu o disco com Simon Climie, que já havia trabalhado em vários álbuns de Clapton.

Enquanto o projeto parece ser um álbum de Clapton gravado com King, Clapton deu o centro do palco para King, que assumiu a liderança em muitas das músicas com sua voz e seus solos.

O álbum contém cinco canções "vintage" de King, dos anos 50 e 60: "Ten Long Years", "Three O'Clock Blues", "Help the Poor", "Days of Old" e "When My Heart Beats Like a Hammer".

Outros clássicos presentes incluem "Key to the Highway", escrita por Big Bill Broonzy (que Clapton havia gravado no começo dos anos 1970 com o Derek and the Dominos), “Worried Life Blues”, de Maceo Merriweather, e um cover para a composição de Isaac Hayes chamada “Hold On, I'm Comin'”, originalmente um single de Sam & Dave de 1966.

Come Rain or Come Shine”, veio do musical de 1946, St. Louis Woman. A faixa título do álbum, “Riding with the King”, é uma composição de John Hiatt que apareceu quando o produtor Scott Mathews contou a Hiatt um sonho estranho e abstrato que ele teve de voar em um avião com Elvis Presley. É também a faixa-título do álbum homônimo de Hiatt, de 1983, que Mathews coproduziu.

As faixas são uma mistura de músicas acústicas (“Worried Life Blues”) e elétricas (“Three O'Clock Blues”), e variam de números lentos (“Ten Long Years”) a outras mais vigorosas (“Help the Poor”).

O disco foi gravado no estúdio The Town House, em Londres (Inglaterra) e no estúdio Ocean Way Recording, em Los Angeles (Estados Unidos), com produção de Eric Clapton e Simon Climie e lançado pelo selo Reprise Records.

Riding with the King” conta com o piano de Joe Sample bem afiado e ótimos vocais de King e Clapton, além de solos contagiantes. “Ten Long Years” é conduzida pelo vocal de King e seu feeling absoluto na guitarra, enfim, uma faixa sensacional! “Key to the Highway” é tocada de modo acústico, dando ainda mais ênfase aos vocais da dupla de protagonistas. “Marry You” é mais rápida e mais intensa, com uma pegada mais Rock.

Three O'Clock Blues” é a canção mais longa do trabalho, contando com um ar melancólico e boêmio, em uma atuação soberba das guitarras, esbanjando feeling, com King cantando magnificamente. “Help the Poor” apresenta a participação de Jimmie Vaughan (irmão do Stevie Ray Vaughan) enquanto a veia mais ‘roqueira’ retorna na boa “I Wanna Be”. “Worried Life Blues” traz o acústico novamente à tona, com muita sensibilidade.

Days of Old” se demonstra com um clima mais festivo e um aspecto de improvisação delicioso. “When My Heart Beats Like a Hammer” retorna com a pegada mais melancólica e, ao mesmo tempo, apaixonante, com King simplesmente fantástico! “Hold On, I'm Comin’” retorna ao Blues Rock efusivo antecedendo ao encerramento do álbum, a melancólica e introspectiva “Come Rain or Come Shine”.

O álbum foi geralmente bem recebido pelos críticos, embora alguns achassem que poderia ter sido melhor, e que o som no CD foi polido demais para um álbum de blues.

Clapton & King

Riding with the King atingiu a 3ª posição da principal parada norte-americana, a Billboard 200, conquistando a 15ª colocação de sua correspondente britânica. Além disso, ficou com os 1ºs lugares das paradas de Austrália e Noruega.

O álbum venceu o Grammy Award na categoria Best Traditional Blues Album, em 2000. Riding with the King supera a casa de 4 milhões de cópias vendidas pelo mundo.

Formação:
B.B. King - guitarra, vocal
Eric Clapton - guitarra, vocal (em 01, 03-09, 11, 12)
Doyle Bramhall II - guitarra (01, 02, 04, 06, 07, 09-12), backing vocal (04, 07)
Andy Fairweather Low - guitarra (01, 02, 04, 06, 07, 09-12)
Jimmie Vaughan - guitarra (06)
Joe Sample - piano (01, 02, 05, 06, 09, 10, 11)
Tim Carmon - órgão (01 a 07, 09 a 12)
Nathan East - baixo
Steve Gadd - bateria
Arif Mardin - arranjos de cordas
Susannah Melvoin – backing vocals (01, 04, 07, 09, 11, 12)
Wendy Melvoin - backing vocals (01, 04, 07, 09, 11, 12)

Faixas:
01. Riding with the King (John Hiatt) - 4:23
02. Ten Long Years (Jules Taub/B.B. King) - 4:40
03. Key to the Highway (Big Bill Broonzy/Charlie Segar) - 3:39
04. Marry You (Doyle Bramhall II/Susannah Melvoin/Craig Ross) - 4:59
05. Three O'Clock Blues (Lowell Fulson) - 8:36
06. Help the Poor (Charles Singleton) - 5:06
07. I Wanna Be (Doyle Bramhall II/Charlie Sexton) - 4:45
08. Worried Life Blues (Sam Hopkins/Big Maceo Merriweather) - 4:25
09. Days of Old (Jules Taub/B.B. King) - 3:00
10. When My Heart Beats Like a Hammer (B.B. King/Jules Taub) - 7:09
11. Hold On, I'm Comin' (Isaac Hayes/David Porter) - 6:20
12. Come Rain or Come Shine (Harold Arlen/Johnny Mercer) - 4:11



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LOUIS ARMSTRONG - WHAT A WONDERFUL WORLD



What a Wonderful World” é uma balada pop composta por Bob Thiele (ou "George Douglas") e George David Weiss. Foi gravada, pela primeira vez, por Louis Armstrong e lançada, em 1967, como single, que liderou as paradas pop no Reino Unido. Thiele e Weiss eram ambos proeminentes no mundo da música (Thiele como produtor e Weiss como compositor / intérprete).

Louis Daniel Armstrong nasceu em 4 de agosto de 1901, em Nova Orleans, Estados Unidos, e tinha os apelidos de Satchmo, Satch e Pops. Ele foi um trompetista, compositor, vocalista e ator ocasional e, obviamente, uma das figuras mais influentes do jazz. Sua carreira percorreu cinco décadas, de 1920 a 1960, e diferentes épocas da história do jazz. Em 2017, ele foi introduzido no Hall da Fama do Rhythm & Blues.

Armstrongnasceu e foi criado em Nova Orleans. Tendo se destacado na década de 1920 como um trompetista e um cornetista inventivo, Armstrongfoi uma influência fundamental no jazz, mudando o foco da música da improvisação coletiva para a performance solo.

Armstrong jovem

Por volta de 1922, ele seguiu seu mentor, Joe ‘King’ Oliver, até Chicago para tocar na Creole Jazz Band. Uma vez lá, ele fez contatos com outros músicos de jazz populares, reconectando-se com seu amigo Bix Beiderbecke e fazendo outros novos, que incluíam Hoagy Carmichael e Lil Hardin. Ele ganhou reputação em concursos e se mudou para Nova York, a fim de se juntar à banda de Fletcher Henderson.

Com sua voz instantaneamente rica e grave, Armstrong também foi um cantor influente, demonstrando grande destreza como improvisador, dobrando as letras e a melodia de uma música para propósitos expressivos. Ele também era muito habilidoso em cantar scat.

Armstrongera conhecido por sua presença de palco carismática e voz quase tanto quanto por seu toque de trompete. A influência de Armstrongse estende muito além do jazz e, ao final de sua carreira, nos anos 60, ele foi amplamente considerado como uma profunda influência na música popular em geral.

Armstrongfoi um dos primeiros artistas afro-americanos verdadeiramente populares a realizar o chamado “cross over”, isto é, cuja cor de pele se tornou secundária à sua música em uma América que era extremamente dividida, na época, na questão racial. Ele raramente problematizou publicamente questões de raça, muitas vezes para o desalento de outros afro-americanos, mas assumiu uma postura bem divulgada de desagregação na crise de Little Rock.

Sua arte e personalidade permitiram-lhe acesso aos altos escalões da sociedade americana, altamente restrito aos homens negros.

Retornando a “What a Wonderful World”, uma fonte pesquisada alega que a música foi oferecida a Tony Bennett, que a recusou, embora o biógrafo de Louis Armstrong, Ricky Riccardi, conteste essa afirmação.

George Weiss relata no livro Off the Record: Songwriters on Songwriting, do lendário Graham Nash, que ele escreveu a canção especificamente para Louis Armstrong. Weiss foi inspirado pela capacidade de Armstrong de juntar pessoas de diferentes raças.

Por estar se apresentando no Tropicana Hotel, Armstrong gravou a música em Las Vegas no estúdio United Recording de Bill Porter. A sessão estava marcada para depois do show da meia-noite de Armstrong, e às 2 da manhã os músicos estavam instalados e a fita estava rolando.

O arranjador Artie Butler estava lá com os compositores Weiss e Theile, e Armstrong estava no estúdio cantando com a orquestra. Armstrong havia recentemente assinado contrato com a ABC Records, e o presidente da ABC, Larry Newton, apareceu para fotografá-lo. Newton queria uma música pop como “Hello, Dolly!”, ou seja, um grande sucesso de Armstrong quando o cantor estava na Kapp Records, então, quando Newton ouviu o ritmo lento de “What a Wonderful World”, ele tentou parar a sessão.

Newton foi trancado fora do estúdio por causa de sua interrupção, mas um segundo problema apareceu: apitos de trens de carga nas proximidades interromperam a sessão duas vezes, forçando a gravação a recomeçar.

Armstrong balançava a cabeça e ria das distrações, mantendo a compostura. A sessão terminou por volta das 6 da manhã, indo além do esperado. Para garantir que os membros da orquestra recebessem um valor pelas horas extras, Armstrong aceitou apenas um cachê simbólico do sindicato de músicos, de 250 dólares, por seu trabalho.

Interpretando o clássico

A letra celebra a beleza infinita das coisas simples da vida:

I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
And I think to myself, what a wonderful world

I see skies of blue and clouds of white
The bright blessed days, the dark sacred night
And I think to myself, what a wonderful world

The colors of the rainbow, so pretty in the sky
Are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands, saying: How do you do?
They're really saying: I love you

I hear babies crying, I watch them grow
They'll learn much more, than I'll never know
And I think to myself, what a wonderful world
Yes, I think to myself, what a wonderful world

Inicialmente, a música não foi um sucesso nos Estados Unidos, onde vendeu menos de mil cópias pois Newton não gostava e não a promoveu, mas foi um grande sucesso no Reino Unido, alcançando o número um na principal parada britânica de singles. A faixa foi o single mais vendido de 1968 no Reino Unido.

A música fez de Armstrong o homem mais velho a liderar a parada de singles do Reino Unido até então.

Tony Bennett gravou “What A Wonderful World” várias vezes, como em 2003, com k.d. lang, prestando homenagem ao seu amigo Armstrong.

O distribuidor europeu da ABC Records, a EMI, forçou a ABC a lançar um álbum What a Wonderful World em 1968. Ele não repercutiu nos Estados Unidos, devido a ABC não promovê-lo, mas foi bem no Reino Unido, onde foi emitido pela Stateside Records e atingiu a parada britânica na 37ª posição.

A música gradualmente se tornou um clássico e alcançou um novo nível de popularidade. Em 1978, ela foi apresentada nas cenas finais do programa de rádio da BBC, The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, o que foi repetido para a adaptação de TV, em 1981.

Em 1988, a gravação de Armstrong apareceu no filme Good Morning, Vietnam (apesar de o filme ter sido ambientado em 1965 - dois anos antes de ser gravada) e foi relançada como single, batendo o número 32 na Billboard Hot 100, em fevereiro de 1988. É também a música de encerramento do filme 12 Monkeys, de 1995.

Em abril de 2014, a gravação de Louis Armstrong havia vendido 2.173.000 de downloads nos Estados Unidos depois de ter sido lançada digitalmente. A gravação foi introduzida no Grammy Hall of Fame em 1999.


EXTREME - EXTREME (1989)



Extreme é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome, obviamente, a Extreme. Seu lançamento oficial ocorreu em 14 de março de 1989, através do selo A&M Records. As gravações aconteceram durante o ano de 1988 e a produção ficou a cargo de Reinhold Mack e do próprio grupo.

EXTREME - EXTREME (1989)









Extreme
é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome,
obviamente, a Extreme. Seu lançamento oficial ocorreu em 14 de março
de 1989, através do selo A&M Records. As gravações aconteceram
durante o ano de 1988 e a produção ficou a cargo de Reinhold Mack e
do próprio grupo.






Eis
o momento do RAC trazer um post sobre a banda
Extreme e seu álbum de estreia. Como de costume, o Blog vai
trazer a formação do conjunto para depois se ater ao disco
propriamente dito.










Gary
Cherone





Gary
Francis Caine Cherone nasceu em 1961, crescendo em Malden, estado
norte-americano de Massachusetts e frequentou a Malden High School,
sendo o terceiro dos cinco irmãos e o mais jovem do gêmeo Greg
Cherone.





Em
sua adolescência, Cherone começou a cantar em bandas locais e foi
fortemente influenciado por Roger Daltrey, do The Who, Steven
Tyler, do Aerosmith, e Freddie Mercury, do Queen.





Em
1979, Cherone e o seu amigo baterista Paul Geary, junto ao
guitarrista Matt McKay, formaram uma banda de hard rock chamada
‘Adrenalin’, que se apresentava localmente. Em 1981, eles mudaram
o nome da banda para ‘The Dream’ e gravaram um EP independente de
seis músicas.





Alguns
anos depois, Cherone e o The Dream apareceram em um videoclipe
produzido por David Horgan, no programa da MTV, Basement Tapes, um
programa em que o público-alvo votava (por meio de um número de
telefone gratuito) em um dos dois vídeos amadores concorrentes
enviados por artistas sem gravadora.







Gary Cherone





O
vídeo do The Dream para “Mutha, Don't Wanna Go to School Today”
venceu a votação, batendo o então desconhecido Henry Lee Summer
por apenas 1% do total de votos.





Nuno
Bettencourt





Bettencourt
nasceu em 1966, em Praia da Vitória, Terceira, Açores, Portugal.





Quando
Nuno tinha quatro anos de idade, sua família, incluindo os irmãos
Luís e Roberto, mudou-se para Hudson, no estado norte-americano de
Massachusetts. Bettencourt viveu na Main Street, em Hudson, durante
vinte e um anos.





Inicialmente,
Bettencourt tinha pouco interesse pela música, preferindo passar o
tempo jogando hóquei e futebol. Seu primeiro instrumento foi a
bateria e a tocou exclusivamente até que seu irmão, Luís, começou
a ensinar-lhe guitarra.





Enquanto
Bettencourt demorava a adotar o instrumento, sob a tutela de seu
irmão, suas habilidades rapidamente se desenvolveram quando ele
começou a ser autodidata, e ele mencionou em muitas entrevistas que
‘matava’ muitos dias de escola para praticar mais de sete horas
por dia.





Em
seus dois primeiros anos do ensino médio, Bettencourt abandonou os
esportes para se concentrar em tocar guitarra. Ele acabou abandonando
o ensino médio, pelo mesmo motivo.







Nuno Bettencourt





Como
guitarrista, uma das primeiras influências de Bettencourt foi Eddie
Van Halen. No entanto, como ele desenvolveu seu ofício como
guitarrista e compositor, suas influências se expandiram para
abraçar os
Beatles, o Led Zeppelin, o Prince,
entre outros.





Extreme





Em
1985, Cherone e Geary conheceram o guitarrista Nuno Bettencourt e o
baixista Pat Badger, em uma briga por um vestiário, mas os rivais
logo se tornaram colaboradores e pouco depois o quarteto assumiu o
nome Extreme, e começou a escrever seu próprio material.





O
guitarrista Nuno Bettencourt estava em uma banda chamada ‘Sinful’,
e o baixista Pat Badger estava tocando com um conjunto chamado ‘In
The Pink’. Bettencourt se juntou ao grupo em 1985, seguido por
Badger, em 1986.





O
nome Extreme veio de um jogo com as palavras ‘Ex-Dream’.





Cherone
e Bettencourt começaram a compor músicas juntos e a banda se
apresentou continuamente na área norte-americana da Nova Inglaterra.
O Extreme conquistou um grande número de seguidores regionais
e foi chamado de "Outstanding Hard Rock Heavy Metal Act",
no Boston Music Awards, em 1986 e 1987.





A
banda acumulou várias músicas originais quando Bryan Huttenhower,
diretor da gravadora A&R, os contratou em 1987 (que logo foi
vendida para a PolyGram em 1988).





O
álbum de estreia





O
disco de estreia da banda foi gravado em 1988, sob produção de
Reinhold Mack e do próprio conjunto, sendo lançado pela A&M
Records, em 14 de março de 1989.





Vamos
às faixas:





LITTLE
GIRLS





A gaita tocada por Rapheal May introduz de modo eficiente a envolvente "Little Girls", uma faixa mais cadenciada, embora pesada, mas que possui um toque Hip hop nos vocais de Cherone e a guitarra de Bettencourt bem agressiva.





A
letra é sobre amores de juventude:





Some
they say I'm too old for her

Old enough to be her
father

Incestual blood is thicker than water

Do what's
right not morally wrong

Flesh and blood can only be so
strong

And it's my god not yours I'll have to answer










A
música foi lançada como single, mas não teve maior repercussão em
termos de paradas de sucesso.













WIND
ME UP





"Wind Me Up" é mais efetiva em seguir o padrão do Glam Metal, com uma melodia mais leve e guitarras de fundo com alguma agressividade. Bons vocais de Cherone e um trabalho competente de Geary complementam a canção.





A
letra tem conotação sexual:





Wind
me up that's all you do

Wind me up and leave me blue

I'd
like to see if you could be

Kind enough to me when you

Wind
me up













KID
EGO





Bettencourt traz um ótimo riff, com bastante pegada e muito peso em "Kid Ego", uma das músicas mais agressivas do disco. A abordagem sonora é mesmo bem próxima ao Heavy Metal e a banda capricha em um refrão simples, mas contagiante. Sem dúvidas, um dos melhores momentos do álbum de estreia do Extreme.





A
letra fala sobre um jovem sem modéstia:





We
think your head is getting

Bigger and bigger and bigger

We
think you should be taught

Some manners, manners, manners










A
faixa foi lançada como single e também não obteve maior
repercussão.













WATCHING,
WAITING





A seção rítmica constrói uma boa base para "Watching, Waiting", uma composição que se configura como uma 'power ballad'. Os backing vocals são bem eficientes, mas a música não chega a deslanchar.





A
letra fala sobre perdão:





Three
hours have gone by

We start to question why

Darkness falls
in finding out

Why you must die

We can no longer see the
Son

The three untie into one

Please forgive us Father

We
know not what we've done













MUTHA
(DON’T WANNA GO TO SCHOOL TODAY)





Bettencourt demonstra parte de suas habilidades nesta faixa, um típico Glam Metal, ou seja, uma composição que mistura doses precisas de peso e uma melodia maliciosa.





A
letra é simples, com dilemas da juventude:





The
teacher's always looking down

With her disappointed frown

Asking
me to go sleep somewhere else





Esta
foi mais uma canção lançada como single e que não causou nenhum
tipo de repercussão.













TEACHER’S
PET





A inspirada "Teacher's Pet" é um belo exemplar da época em que foi criada, em outras palavras, possui a cara do Hard festeiro dos anos 80.





A
letra é sobre um estudante fascinado pela professora:





School
boy fantasy

Lose control

Of all my faculties

Student
body graduated

At the highest degree













BIG
BOYS DON’T CRY





"Big Boys Don't Cry" tem uma pegada mais suja e maliciosa, sendo bem inspirada na sonoridade do Mötley Crüe. As guitarras são bem colocadas, os backing vocals funcionam precisamente e a bateria é parte fundamental da musicalidade.





A
letra é em tom emotivo:





Hey,
I'm not ashamed

To say a tear

Is in my eye

Because
another tear

Will take its place

Before I die













SMOKE
SIGNALS





"Smoke Signals" é um bom exemplo de Hard Rock com uma ótima pegada Bluesy e, ao mesmo tempo, influência do Van Halen setentista. O jeito despojado e até descompromissado da composição diverte bastante.





A
letra é sobre a relação de pais e filhos:





Surgeon
General's warning

Don't you drink and drive

Saying no to
drugs

Hazardous to your health













FLESH
‘N’ BLOOD





"Flesh 'n' Blood" é mais direta, com boa dose de peso, embora com o andamento não muito veloz. Os vocais de Cherone são os destaques.





A
letra tem teor sexual:





I
wanna eat your body

Eat your body

Naughty, Naughty
,Naughty

Talkin' 'bout your body

Flesh, blood

I think
I'm in love

Naughty, Naughty,Naughty

Eating up your body













ROCK
A BYE BYE





Esta composição é bem mais contida e com aspecto tocante, contando com Bettencourt ao piano, coro de vozes e alguma orquestração, com referências de Queen. Em sua segunda metade, um grande solo de Nuno à guitarra.





A
letra é muito simples:





Rock
a bye, baby

On the tree top

When the bough breaks

The
cradle will rock













PLAY
WITH ME





A décima-primeira - e última - faixa de Extreme é "Play with Me". Trata-se de uma canção que não inventa muito, flertando com o Heavy Metal, pois é direta, rápida e pesada, encerrando o trabalho com a energia em alta.





A
letra é sobre juventude:





Jack
and suzi sittin' in a tree

K-I-s-s-I-n-g

First comes
love

Then comes marriage

Then comes adam

In a baby
carriage





“Play
with Me” é uma das mais famosas canções do Extreme.





A
faixa foi lançada como single, embora não tenha repercutido em
termos de paradas de sucesso desta natureza.





A
música está presente no filme Bill & Ted's Excellent
Adventure
, de 1989, dirigido por Stephen Herek e estrelado por
Keanu Reeves. Também é encontrada nos games Guitar Hero Encore:
Rocks the 80s
e Guitar Hero: Smash Hits.













Considerações
Finais





O
álbum Extreme esteve bem longe de ser um grande sucesso
comercial.





O
disco atingiu a modesta 80ª colocação da principal parada
norte-americana desta natureza, a Billboard, conquistando a 97ª
posição de sua correspondente australiana.





Stephen
Thomas Erlewine, do site AllMusic, dá ao trabalho uma nota 3 (de 5),
resumindo: “O primeiro álbum do Extreme mostra a banda
lutando para perder suas influências, particularmente o Van Halen, e desenvolver um estilo próprio; consequentemente, é
descontroladamente desigual, mas o guitarrista Nuno Bettencourt
sempre vale a pena ouvir”.





Cristopher
Thelen, do site Daily Vault, trata o disco da seguinte forma: “Apesar
de todas as fraquezas, Extreme oferece algumas performances e
esforços de alto calibre. “Kid Ego”, a música que primeiro
acordou as pessoas para essa banda, tem o talento que poderia
facilmente ter feito dela um single de sucesso, e oferece um
vislumbre da veia que eles seguiriam em canções como “Decadence
Dance”(...)”.





Por
fim, Thelen completa: “Extreme é o tipo de álbum que você
ocasionalmente ouve para lembrar a si mesmo quem eram esses caras
antes que eles acertassem o grande momento - e caírem no chão pouco
depois”.





As
vendas do primeiro disco do Extreme foram suficientes para
suportar um segundo lançamento.





Michael
Wagener, que já havia trabalhado com Dokken e White Lion,
foi contratado para produzir o segundo álbum da banda, Extreme
II: Pornograffitti
, de 1990.










Formação:


Pat
Badger - Baixo, Backing Vocals


Nuno
Bettencourt - Guitarra, Sintetizador, Piano, Backing Vocals,
Percussão e Orquestração


Gary
Cherone - Vocal


Paul
Geary - Bateria, Percussão, Backing Vocals





Faixas:


01.
Little Girls (Bettencourt/Cherone) – 3:47


02.
Wind Me Up (Bettencourt/Cherone) – 3:37


03.
Kid Ego (Bettencourt/Cherone) – 4:04


04.
Watching, Waiting (Bettencourt/Cherone) – 4:54


05.
Mutha (Don't Wanna Go to School Today) (Cherone/LeBeau/Hunt) – 4:52


06.
Teacher's Pet (Bettencourt/Cherone) – 3:02


07.
Big Boys Don't Cry (Bettencourt/Cherone) – 3:34


08.
Smoke Signals (Bettencourt/Cherone) – 4:14


09.
Flesh 'n' Blood (Bettencourt/Cherone) – 3:31


10.
Rock a Bye Bye (Bettencourt/Cherone) – 5:57


11.
Play with Me (Bettencourt/Cherone) – 3:29





Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/extreme/





Opinião
do Blog:


O RAC traz mais uma banda que batalhou na extensiva cena Glam Metal: o Extreme.



O grupo norte-americano possuía talentos para se destacar. A seção rítmica era bem formada pelo baixista Pat Badger e o baterista Paul Geary. O bom vocalista Gary Cherone possuía carisma e voz agradável, mas, verdadeiramente, o guitarrista Nuno Bettencourt é quem merece todos os destaques dentro do conjunto.



A autointitulada estreia do grupo, Extreme, já surgiu quando o Glam Metal começava a fazer água, ou seja, poucos instantes antes de seu ocaso. Desta maneira, o pouco sucesso comercial é explicável também por este fato.



Ademais, Extreme é um disco irregular. Ele revela que o grupo bebeu em boas fontes, notavelmente o Van Halen, mas também o Mötley Crüe, a grande referência em termos de Glam Metal. No entanto, a banda ainda buscava maturidade e uma mais contundente identidade musical.



O álbum apresenta faixas mais pesadas, boas e intensas como "Play With Me", "Mutha (Don't Wanna Go to School Today)" e a bluesy "Smoke Signals", além de "Kid Ego", de longe, a melhor do trabalho.



Ao mesmo tempo, algumas canções carecem de melhor tratamento como "Watching, Waiting" e "Wind Me Up", as quais se configuram mais genéricas.



Entretanto, e concluindo, Extreme é uma fiel amostra da época em que foi concebido, refletindo um grupo que ainda teria que caminhar para o sucesso - o qual chegaria em Extreme II: Pornograffitti. Mesmo assim, é um trabalho indicado para fãs deste tipo de sonoridade e que pode gerar momentos divertidos afinal o Extreme possuía um guitarrista acima da média na figura de Nuno Bettencourt.