MELHORES DE 1967

Os Beatles em 1967


O Alvorada Sonora continua a série de posts sobre os Melhores Álbuns lançados, por ano, a partir de 1965. Pretende-se percorrer os últimos 50 anos da música, com comentários totalmente pessoais a respeito dos discos classificados.



Metodologia

Deixando bem claro: o SITE NÃO ESCOLHEU os álbuns de cada ano, até porque não faria sentido comentar sobre os trabalhos que consideramos os melhores e suas posições se nós mesmos os ordenamos.

Assim, o que se fez foi contabilizar 12 diferentes listas de melhores do ano, da 1ª à 30ª posição, atribuindo 30 pontos ao primeiro e diminuindo 1 ponto por posição, até a 30ª colocação receber exatamente 1 ponto.

Portanto, após as 12 listas contabilizadas, somamos todos os pontos (de acordo com cada posição em cada uma das 12 listas), perfazendo o total somado. A não aparição em uma lista, obviamente, não gera ponto.

Desta forma, o máximo possível para um disco atingir (primeira posição em todas as listas) é 360 pontos. Os 10 álbuns de pontuação mais alta formam a lista.

No caso de empate no número de pontos, os critérios de desempate, na ordem, são:

1 – Mais aparições em listas diferentes

2 – No caso de empatarem no primeiro critério, o álbum que atingiu a posição mais alta em uma das listas fica com a colocação mais elevada.


Posts

Os posts são feitos sempre do 1º para o 10º lugar, com sua pontuação, número de presenças nas diferentes listas e comentários estritamente pessoais sobre os álbuns.


Alguns fatos históricos do ano de 1967

24 de janeiro – O Forte de São Sebastião, Angra do Heroísmo, é classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 47.508.
15 de março - A República dos Estados Unidos do Brasil passa a ser denominada "República Federativa do Brasil".
14 de Abril - Gnassingbé Eyadéma torna-se presidente do Togo depois de um golpe de estado.
21 de Abril - Golpe de estado e implantação na Grécia duma ditadura militar chefiada por George Papadopoulos, sendo o Rei Constantino II obrigado a fugir. A ditadura terminou em 1974.
17 de Maio - Assalto ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, numa primeira ação da LUAR (Liga de Unidade e Acção Revolucionária). O golpe é dirigido por Hermínio da Palma Inácio; Assalto à sede da 3ª Região Militar em Évora: desvio de armas pela LUAR.
5 de Junho - Início da Guerra dos Seis Dias. Israel ataca Egito, Síria e Jordânia.
1 de Outubro - Entrada ao serviço do NRP Albacora (S163) na Marinha Portuguesa.
8 de Outubro - O chefe de guerrilha Che Guevara e os seus companheiros são capturados nas proximidades de La Higuera, Bolívia.
9 de Outubro - Che Guevara é executado na Bolívia.
5 de Dezembro - Criação da FUNAI.


A Lista



1º – THE BEATLES – SGT. PEPPER’S LONELY HEARTS CLUB BAND
(328 pontos – 12/12)

Se eu não considero este o melhor álbum do ano, ao menos não sou louco o suficiente para denegri-lo. Sgt. Pepper’s é tido como o melhor álbum de todos os tempos por muita gente boa. Fato é que ele é um trabalho inovador, seja pela forma como foi gravado, com o estúdio funcionando como um instrumento adicional, novas técnicas de gravação, além do fato de reforçar o formato LP como mais relevante que os singles. Musicalmente, há faixas impressionantes como “With a Little Help from My Friends”, “Lucy in the Sky with Diamonds”, “A Day in the Life” e a belíssima “Within You Without You”.



2º – THE JIMI HENDRIX EXPERIENCE – ARE YOU EXPERIENCED
(327pontos – 12/12)

Para mim, não somente o melhor do ano, como um dos melhores de todos os tempos. Penso que o Rock pode ser dividido em antes e depois de Hendrix. Já havia riffs e solos de guitarras antes, mas não com os feeling e talento únicos de Jimi – o grande responsável por transformar a guitarra no símbolo do Rock e tirá-la de uma posição de instrumento de acompanhamento para ser a protagonista do estilo. “Manic Depression”, “Red House”, “Fire” e “Foxy Lady” são exemplos destas afirmações. Já escrevi mais sobre ele neste texto.



3º – THE VELVET UNDERGROUND & NICO – THE VELVET UNDERGROUND & NICO
(321 pontos – 12/12)

Algumas das listas pesquisadas colocaram The Velvet Underground & Nicona primeira posição, basta ver sua boa pontuação, bem próxima das duas primeiras colocações. Quando foi lançado, não fez nenhum barulho, mas foi descoberto anos depois e se tornou uma verdadeira referência para muita gente… mas não para mim. A sonoridade da banda nesta estreia não me atingiu, pelo contrário, proporcionou-me momentos de verdadeiro constrangimento como em “Venus in Furs” e em “Run Run Run”, ambas, no mínimo, pavorosas. Os fãs que me perdoem.



4º – THE DOORS – THE DOORS
(306 pontos – 12/12)

Este eu tenho em minha coleção e o considero uma obra-prima do Rock Psicodélico. A voz de Jim Morrison, a guitarra de Robby Krieger e o órgão de Ray Manzarek se entrelaçam em uma simbiose única, produzindo músicas memoráveis como “Break On Through (To the Other Side)”, “Soul Kitchen”, “Twentieth Century Fox” e as clássicas “Light My Fire” e “The End”. Um álbum único e espetacular, que marcou a carreira do The Doors para a eternidade.



5º – LOVE – FOREVER CHANGES
(241 pontos – 11/12)

Segundo representante da cena psicodélica norte-americana da lista. Confesso, não conhecia este Forever Changes, mas fiquei realmente encantado. A voz de Arthur Lee e a guitarra de Johnny Echols são destaques de um disco em que a sutileza e a suavidade são colocadas em prol da construção de melodias hipnotizantes – no melhor sentido. “A House Is Not a Motel”, “Alone Again Or” e “The Daily Planet” são maravilhosos exemplos das afirmações acima. E o que é “The Red Telephone”? Certamente irei atrás desse CD.



6º – THE JIMI HENDRIX EXPERIENCE – AXIS: BOLD AS LOVE
(223 pontos – 10/12)

Hendrixestava mesmo endiabrado em 1967 e o segundo álbum de sua banda também aparece no Top Ten! Axis: Bold As Love talvez realmente esteja um degrau abaixo de Are You Experienced, mas isto não é demérito algum. A faixa-título é incrível e apenas a presença da extraordinária “Little Wing” já o colocaria entre os melhores discos do ano. Acompanhado por músicos do calibre do baterista Mitch Mitchell e do baixista Noel Redding, Jimibrilha intensamente em faixas como "Spanish Castle Magic" e "Little Miss Lover". Encontre uma análise detalhada dele aqui.



7º – ARETHA FRANKLIN – I NEVER LOVED A MAN THE WAY I LOVE YOU
(209 pontos – 11/12)

I Never Loved a Man the Way I Love You é o décimo álbum de estúdio da inigualável Aretha Franklin e é uma peça de valor incalculável. “Respect” - e o seu significado como hino pelos Direitos Civis e Direitos das Mulheres – já valeria o álbum: mas ele, inacreditavelmente, é bem mais que isso. A atuação memorável de Aretha em todas as canções são verdadeiras aulas para as pseudo-cantoras que se esgoelam (e não cantam) por aí. A interpretação de Franklin nas baladas “Soul Serenade” e “Do Right Woman, Do Right Man” emocionam verdadeiramente. Enfim, um retrato fiel da Soul Music em uma das vozes mais sensacionais da história.



8º – PINK FLOYD – THE PIPER AT THE GATES OF DAWN
(188 pontos – 9/12)

The Piper at the Gates of Dawn é o álbum de estreia do Pink Floyd, mas bem que poderia ser considerado um disco apenas de Syd Barrett. Sua sonoridade navega pelo Rock Psicodélico e é uma obra muito experimental, portanto, distante do Rock Progressivo que consagraria a banda anos depois. Muito longe de ser um álbum ruim, mas não consigo perceber nele toda a tal genialidade decantada em verso e prosa. O Pink Floyd que eu venero se estabeleceria na década seguinte.



9º – JEFFERSON AIRPLANE – SURREALISTIC PILLOW
(172 pontos – 12/12)

Mais um que tenho em minha coleção. A presença de Surrealistic Pillow em todas as listas pesquisadas para esta edição do ‘Melhores’ garantiu sua presença no Top Ten. E com muita justiça: é, de fato, um dos grandiosos trabalhos daquele ano. Também é o terceiro disco da cena psicodélica californiana na lista. Entretanto, o Jefferson Airplane se difere um pouquinho de suas companheiras de lista pelo fato de sua sonoridade, algumas vezes, explorar uma visceralidade mais contundente, como em faixas fantásticas tais quais “3/5 of a Mile in 10 Seconds”, “She Has Funny Cars” e “Plastic Fantastic Lover”. Os vocais sensacionais de Grace Slick fazem de “Somebody to Love” forte candidata à música do ano. Enfim, oscilando entre suavidade e intensidade, Surrealistic Pillow é um álbum fenomenal.



10º – CREAM – DISRAELI GEARS
(158 pontos – 8/12)

Jack Bruce, Ginger Baker e Eric Clapton. Que Power Trio, meus amigos! Para fãs de Hard Rock e Heavy Metal, como eu, Disraeli Gears é um álbum seminal, fundamental… Mergulhando na sonoridade psicodélica, a banda entrega performances viscerais e energéticas em faixas clássicas como “Strange Brew”, a imortal “Sunshine of Your Love” e “SWLABR”. E pensar que eles eram ainda melhores ao vivo! Não se deixe enganar, Disraeli Gears (e o Cream) são sementes do Rock setentista. Discaço!


Os que quase entraram

11º - The Beatles - Magical Mystery Tour (157 pontos)
12º - The Kinks - Something Else (147 pontos)
13º - The Rolling Stones - Between the Buttons (143 pontos)
14º - The Byrds - Younger Than Yesterday (140 pontos)
15º - The Doors - Strange Days (139 pontos)
16º - Leonard Cohen - Songs of Leonard Cohen (137 pontos)
17º - The Who - The Who Sell Out (122 pontos)
18º - Buffalo Springfield - Buffalo Springfield Again (121 pontos)
19º - Bob Dylan - John Wesley Harding (101 pontos)
20º - Moby Grape - Moby Grape (100 pontos)

Ao todo foram listados 111 álbuns diferentes.


Comentários Adicionais

Que belíssima lista. Fica até difícil tecer alguns comentários, pois há vários discos emblemáticos e a certeza de que 1967 foi espetacular para a música. Outro detalhe é o domínio maciço do Rock. Are You Experienced seria meu primeiro lugar, mas Sgt. Peper’socupar esta posição é justíssimo e não há o que se reclamar disto. Esperava The Doorsno pódio e Disraeli Gearsem posição mais alta (quase não entrou nos 10).

Em uma lista particular, mesmo não sendo fã de Beatles, Sgt. Peper’s precisa estar presente. Com certeza sairiam The Piper at the Gates of Dawn e The Velvet Underground & Nico. Suas posições seriam disputadas por Buffalo Springfield Again, Little Games(Yardbirds), Mr. Fantasy (Traffic) e Days of Future Passed(The Moody Blues). A única certeza é que eu desejo do fundo da minha alma jamais ter que ouvir The Velvet Underground & Nicooutra vez.


Bom, agora é com você leitor. Compartilhe sua lista nos comentários, diga o que achou, tanto da ideia do post quanto do texto, e, principalmente, ouça os discos deste ano tão emblemático na história da música. E fique ligado para a próxima lista.
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DIZZY GILLESPIE - BIRK'S WORKS (1957)



Birks' Works é um álbum do trompetista Dizzy Gillespie lançado em 1957 pela Verve Records.


John Birks "Dizzy" Gillespie nasceu em 21 de outubro de 1917, em Cheraw, Estado de South Carolina, nos Estados Unidos. Ele foi um trompetista, líder de banda, compositor e cantor de jazz.

Em 1951, Gillespie fundou sua gravadora, a Dee Gee Records; mas o negócio não deu muito certo e ela fechou em 1953.

Em 6 de janeiro de 1953, Dizzy deu uma festa para sua esposa Lorraine, no Snookie's, um clube em Manhattan, onde o bocal de seu trompete foi dobrado para cima, por acidente, mas ele gostou tanto do som que chegou a ter um trompete especial feito a 45 graus, com o mesmo levantado, tornando-se sua marca registrada.

Em 1956, Gillespie organizou uma banda para uma turnê pelo Departamento de Estado no Oriente Médio, que foi extremamente bem recebida internacionalmente e lhe valeu o apelido de ‘o Embaixador do Jazz’.

Durante esse período, Dizzy também continuou a liderar uma grande banda que se apresentava nos Estados Unidos e contava com músicos como Pee Wee Moore e outros. Esta banda gravou um álbum ao vivo, no festival de jazz de Newport, em 1957, que contou com Mary Lou Williams como artista convidada no piano.

Birks' Works é um álbum do trompetista Dizzy Gillespie gravado em 1957 e lançado pelo selo Verve. O álbum original apresentava 10 faixas e foi reeditado como Birks Works: The Verve Big Band Sessions, uma compilação de 2 CDs, com faixas inéditas, e faixas alternativas dos álbuns anteriores de Gillespie (de 1956), Dizzy in Greece e World Statesman.

Com um time de primeiríssima linha seguindo Dizzy, o disco foi gravado em Nova York, em 7 e 8 de abril de 1957.

Dizzy Gillespie
Jordu”, composta originalmente por Duke Jordan, é um Jazz delicioso, repleto de malícia e criatividade. A autoral “Birk’s Works” traz a alma do estilo, em uma canção absolutamente espetacular, com o talento de Dizzy em tocar as notas mais incríveis para a música ficando evidente. “Umbrella Man” é simples e divertida, enquanto a versão para “Autumn Leaves” é intensa e, ao mesmo tempo, comovente. Outro cover, desta feita para “Tangerine”, encerra o lado A com o trompete de Gillespie em tom de lamento, em uma musicalidade próxima da caribenha.

Uma magnífica versão para o clássico “Over the Rainbow” é tocada com muita emoção, com ótimos vocais de Austin Cromer. O ritmo dançante é presente na entusiasmante “Yo No Quiero Bailar”, com Cromer e Gillespie brilhando. Mais contida e atmosférica, Gillespie continua destruindo no cover de “If You Could See Me Now” e os vocais de Cromer refletem bem o espectro sentimental da música. A pequenina “Left Hand Corner”, especial, é quase uma introdução para “Whisper Not”, a qual encerra o disco com chave de ouro, em um momento totalmente genial do trabalho.

Scott Yanow, do site AllMusic, dá nota máxima ao álbum, descrevendo-o como essencial. Neste mesmo sentido está a referência ao disco no enciclopédico The Penguin Guide to Jazz.

Formação:
Dizzy Gillespie - Trompete, Arranjador
Talib Daawud, Lee Morgan, Ermit V. Perry e Carl Warwick - Trompete
Melba Liston - Trombone, Arranjador
Al Gray, Rod Levitt - Trombone
Ernie Henry, Jimmy Powell - Saxofone Alto
Benny Golson - Saxofone Tenor, Arranjador
Billy Mitchell - Saxofone Tenor
Billy Root - Saxofone Barítono
Wynton Kelly - Piano
Paul West - Baixo
Charlie Persip - Bateria
Austin Cromer - Vocal

Faixas:
01. Jordu (Jordan) - 4:13
02. Birks' Works (Gillespie) - 4:56
03. Umbrella Man (Rose/Stock/Cavanaugh) - 3:02
04. Autumn Leaves (Kosma/Prévert/Mercer) - 3:11
05. Tangerine (Schertzinger/Mercer) - 3:43
06. Over the Rainbow (Arlen/Harburg) - 4:37
07. Yo No Quiero Bailar (Willoughby) - 4:42
08. If You Could See Me Now (Dameron/Sigman) - 3:30
09. Left Hand Corner (Wilkins) - 2:26
10. Whisper Not (Golson/Feather) - 5:17


RONNIE MONTROSE - OPEN FIRE (1978)









Open
Fire é o álbum de estreia da carreira solo do músico
norte-americano Ronnie Montrose. Seu lançamento oficial aconteceu em
janeiro de 1978, através do selo Warner Bros. Records. A produção
ficou por conta de Edgar Winter.










O
RAC traz mais uma estreia para suas páginas,
com o primeiro álbum da carreira solo do saudoso guitarrista Ronnie
Montrose
.







Jump
on It







Jump
on It
é o quarto álbum da banda Montrose, lançado em
setembro de 1976.







É
o segundo disco do Montrose a apresentar o cantor Bob James e
o tecladista Jim Alcivar, além do baixista Randy Jo Hobbs (este, em
três músicas). O restante das partes do baixo foi fornecido por Jim
Alcivar através do teclado e não havia nenhum baixista na turnê
Jump on It. Jack Douglas produziu o álbum.







Jump
on It
foi a terceira melhor colocação da banda na Billboard
200
, alcançando a 118ª posição, em outubro de 1976.







Ronnie Montrose





Boa
fase e o fim







Sob
a administração de alto nível do empresário e promotor de shows
Bill Graham, o Montrose alcançou o pico de sua popularidade
comercial durante a era Warner Bros Presents (1975) e Jump
On It
, de 1975 a 1977, que encontrou a banda aderindo a uma
agenda de turnê cansativa, nos Estados Unidos e no Canadá,
apresentando-se predominantemente em grandes arena e estádios,
compartilhando o projeto com os principais artistas que incluíam The Rolling Stones, Kiss, Peter Frampton, Yes,
Rush, The Eagles, Journey e Aerosmith,
além de liderar seus próprios shows em locais de médio porte.








Este
período também rendeu ao Montrose sua segunda posição mais
alta na Billboard 200, com Warner Bros Presents
alcançando a 79ª colocação.







Como
resultado de uma overdose quase fatal de anfetamina, durante sua
passagem pelo Edgar Winter Group, Ronnie Montrose
construiu uma forte postura pessoal antidrogas/anti-álcool durante
esse período, exemplificado por sua insistência em que todos os
membros da banda Montrose respeitassem rigorosamente política
de desempenho sem drogas e sem álcool.







Com
a saída do vocalista Bob James após a apresentação da banda em
Winterland, em 31 de dezembro de 1976, o Montrose implodiu
como um grupo e Ronnie Montrose ressurgiu um ano depois, com o
álbum instrumental solo, Open Fire, lançado em janeiro de
1978.







Ronnie em ação





Open
Fire







Open
Fire
foi o primeiro álbum instrumental de Ronnie Montrose,
que explorou conceitos de jazz, rock e acústico, na veia de Blow
by Blow
, de Jeff Beck.







Ronnie
deu dicas, nos álbuns anteriores do Montrose, de que ele
estava indo nessa direção. Músicas como “Whaler” e “One And
Half” de Warner Brothers Presents... Montrose! e
“Tuft-Sedge” e “Merry-Go-Round”, de Jump On It,
continham vários elementos acústicos, sintetizadores e cordas que
mostravam um Ronnie tentando sair de sua personalidade no hard
rock.







Ronnie
se reuniu com o amigo Edgar Winter, que produziu o álbum e
tocou piano e teclados. Ronnie recebeu Jim Alcivar nos
teclados e Alan Fitzgerald no baixo e juntou-se ao baterista Rick
Shlosser, que apareceu com Ronnie em Tupelo Honey, de
Van Morrison.







Vamos
às faixas:







OPENERS







Openers”
é uma faixa instrumental épica, com orquestrações bem-feitas e
atmosfera criativa, criando um bom clima para a abertura do álbum.















OPEN
FIRE







Open
Fire” possui os teclados muito proeminentes e segue uma pegada
muito mais Rock ‘n’ Roll, com a seção rítmica pulsante e a
guitarra de Ronnie fazendo misérias. A áurea Hard Rock permeia toda
a composição.









  • Ronnie Montrose - guitarra, theremin




  • Alan Fitzgerald - baixo




  • Rick Schlosser - bateria











MANDOLINIA







Mandolinia”
conta com muitos elementos eletrônicos em um flerte, embora
essencialmente discreto, com o chamado Krautrock alemão. É possível
sentir a afiada guitarra de Ronnie, mas desta feita mais como um
coadjuvante de luxo.









  • Ronnie Montrose - guitarra, bandolim,
    mandocello




  • Jim Alcivar - programação de
    sequenciadores




  • Edgar Winter - sintetizador de baixo




  • Rick Schlosser - bateria











TOWN
WITHOUT PITY







Em
“Town Without Pity”, a pegada Blues/Hard Rock está presente e a
guitarra de Ronnie faz um trabalho essencialmente comovente, como se
parecesse em lamento. O piano guiado por Edgar Winter também é um
diferencial.









  • Ronnie Montrose - guitarra




  • Edgar Winter - piano




  • Alan Fitzgerald - baixo




  • Rick Schlosser - bateria









Town
Without Pity” é uma canção criada pelo compositor Dimitri
Tiomkin e pelo letrista Ned Washington. A faixa, produzida por Aaron
Schroeder, foi originalmente gravada por Gene Pitney para o filme de
1961 de mesmo título. Em 1962, a música recebeu o Globo de Ouro de
Melhor Canção de Cinema, e foi indicada ao Oscar de
Melhor Música, Canção Original.










LEO
RISING







O
clima acústico de “Leo Rising”, contando com aspectos de leveza
e de suavidade, cativam o ouvinte. A melodia possui um toque latino
de origem hispânica, com Ronnie brilhando intensamente.









  • Ronnie Montrose - violão




  • Jim Alcivar - ondes Martenot











HEADS
UP







O
destaque de “Heads Up” é a guitarra de Ronnie, que, quando
surge, está fenomenal, verdadeiramente ‘endiabrada’. A abordagem
em um tipo de Jazz Fusion é criativa e muito bem executada.









  • Ronnie Montrose - guitarra




  • Alan Fitzgerald - baixo




  • Rick Schlosser - bateria











ROCKY
ROAD







A
levada de “Rocky Road” é simples, mas envolvente e criativa, com
destaque para a bateria e para a guitarra, esta, com solos muito bem
aplicados e um feeling absurdo de Ronnie. Uma canção forte e
contagiante.









  • Ronnie Montrose - guitarra




  • Edgar Winter - piano




  • Alan Fitzgerald - baixo




  • Rick Schlosser - bateria











MY
LITTLE MISTERY







A
musicalidade acústica retorna na suave “My Little Mistery”,
desta feita, com um maior e efetivo aspecto Folk. A sensibilidade de
cada nota tocada por Ronnie nesta música é realmente incrível.









  • Ronnie Montrose - guitarra




  • Edgar Winter - cravo











NO
BEGINNING/NO END







A
nona – e última – faixa de Open Fire é “No Beginning/No End”.
Com um toque suave, delicado e mais intimista, a canção derradeira
do trabalho é construída de modo inteligente, utilizando a sutileza
como sua mola mestra.









  • Ronnie Montrose - guitarra




  • Jim Alcivar - sintetizador Moog,
    efeitos




  • Edgar Winter - piano




  • Alan Fitzgerald - baixo




  • Rick Schlosser - bateria











Considerações
Finais







Open
Fire
não conseguiu repercutir em termos das principais paradas
de sucesso.







Com
a inegável força deste trabalho, Ronnie foi convidado a se
apresentar com o talentoso baterista de jazz, Tony Williams.







Em
27 de julho de 1978, Ronnie se juntou a Williams, Brian Auger
(teclados), Mario Cipollina (baixo) e o convidado especial Billy
Cobham também na bateria, para um show em Tóquio, como a Tony
Williams All Stars
. O setlist incluiu “Rocky Road”, “Heads
Up” e “Open Fire” e a performance de “Open Fire” aparece no
disco The Joy of Flying, de Tony Williams, de 1978.







Em
1979, com Jim Alcivar e Alan Fitzgerald, o baterista Skip Gillette e
o vocalista escocês Davey Pattison, Ronnie Montrose formou um
novo grupo chamado Gamma. A estréia da banda, Gamma 1,
foi lançada em 1979. Seu segundo lançamento, Gamma 2 (1980),
viu o ex-baterista do Montrose, Denny Carmassi, substituir
Skip Gillette e o baixista Glenn Letsch em lugar de Alan Fitzgerald,
o qual se tornou membro fundador (como tecladista) do Night Ranger.








Um
novo disco solo somente viria em 1986, com Territory.










Formação:


Ronnie
Montrose - Guitarra, Theremin, Bandolim, Mandocello


Edgar
Winter - Piano, Cravo, Moog sequencer baixo


Jim
Alcivar - Sintetizador Moog, Martenot, Programação de
sequenciadores


Alan
Fitzgerald - Baixo


Rick
Shlosser - Bateria


Bob
Alcivar - Arranjo de orquestra, Maestro







Faixas:


01.
Openers – (B. Alcivar) – 2:54


02.
Open Fire – (Montrose/Winter) – 3:53


03.
Mandolinia - (Montrose) – 3:14


04.
Town Without Pity – (Tiomkin/Washington) – 3:17


05.
Leo Rising - (Montrose) – 3:49


06.
Heads Up – (Montrose/Winter) – 3:39


07.
Rocky Road – (Thomassie/Brent/Smith) – 4:23


08.
My Little Mystery - (Montrose) – 4:40


09.
No Beginning/No End - (Montrose)- 5:54







Letras:


Álbum
instrumental.







Opinião
do Blog:


Infelizmente,
Ronnie Montrose jamais teve o reconhecimento que merecia em
vida, especialmente pelos adoráveis álbuns que gravou com a banda
que levava seu nome, Montrose, uma das melhores representantes
do Hard Rock setentista.







Nesta
sua estreia solo, o virtuoso guitarrista se uniu a um time
extremamente competente de músicos, alguns dos quais já o
acompanhavam no Montrose, para se aventurar em uma jornada
instrumental deveras interessante.







Com
uma produção correta do igualmente lendário Edgar Winter,
Open Fire é valorizado justamente por suas maiores virtudes:
a beleza dos arranjos, a sutileza das composições e o apuro
instrumental.







Open
Fire
é sim um álbum de Rock, de um guitarrista, mas que
conversa com diferentes estilos musicais e valoriza os demais
instrumentos em prol do resultado final das canções. Não é um
mero projeto de exibição dos talentos de Ronnie na guitarra.







O
RAC elege suas favoritas: a linda versão para
“Town Without Pity”, a sutileza de “Leo Rising” e a
intensidade de “Open Fire”.







Concluindo,
Open Fire é um ótimo trabalho do saudoso e inesquecível
Ronnie Montrose que merece ser ouvido e conhecido por mais
fãs, especialmente os apreciadores de uma boa música instrumental.


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CURTIS MAYFIELD - (DON'T WORRY) IF THERE'S A HELL BELLOW, WE'RE ALL GOING TO GO



(Don't Worry) If There's a Hell Below, We're All Going to Go” é uma canção composta e gravada por Curtis Mayfield para seu álbum de estreia em sua carreira solo, Curtis, de 1970.


A carreira de Mayfield começou em 1956, quando ele se juntou ao the Roosters com Arthur e Richard Brooks e Jerry Butler. Dois anos depois, o the Roosters, agora incluindo Sam Gooden, tornou-se the Impressions.

A banda lançou dois singles de sucesso com Butler, “For Your Precious Love” e “Come Back My Love”, antes de Butler deixar o grupo. Mayfield saiu temporariamente com ele, coescrevendo e se apresentando no próximo sucesso de Butler, “He Will Break Your Heart”, antes de retornar ao the Impressions com o conjunto assinando com a ABC Records e trabalhando com o produtor/gerente de A&R, Johnny. Pate.

Mayfieldfoi um compositor prolífico em Chicago, mesmo fora de seu trabalho com o Impressions, escrevendo e produzindo dezenas de hits para muitos outros artistas.

Entre os maiores sucessos de composição de Mayfield, estavam três hits que ele escreveu para Jerry Butler no Vee Jay. Suas harmonias vocais eram muito proeminentes. Ele também teve grande sucesso escrevendo e arranjando “Mama Didn't Lie”, de Jan Bradley.

A partir de 1963, Mayfield esteve fortemente envolvido na composição e organização da OKeh Records (com produção de Carl Davis), que incluiu sucessos de Major Lance, Walter Jackson, Billy Butler and the Artistics. Esse projeto durou até 1965.

Em 1970, Mayfield deixou o the Impressions e começou uma carreira solo.

Curtis Mayfield

A Curtom Records lançou muitos dos álbuns de Mayfield nos anos 1970, bem como de Impressions, Leroy Hutson, Five Stairsteps, Staples Singers, Mavis Staples, Linda Clifford e Baby Huey and the Babysitters. Gene Chandler e Major Lance, que haviam trabalhado com Mayfield na década de 1960, também assinaram curtas estadias na Curtom. Muitas das gravações da gravadora eram produzidas por Mayfield.

O primeiro álbum solo de Mayfield, Curtis, foi lançado em 1970, e alcançou o top 20, além de ser um sucesso crítico. Ele é anterior ao álbum de Marvin Gaye, What's Going On, com o qual foi comparado por abordar mudanças sociais.

Assim como todo o álbum Curtis, “(Don't Worry) If There's a Hell Below, We're All Going to Go” foi gravada no RCA Studios, em Chicago, nos Estados Unidos e lançada pelo selo Curtom Records. A música foi criada para servir como um aviso sobre o estado das relações raciais e a tempestade social que crescia nas cidades americanas.

A música começa com uma mulher proclamando as virtudes do “Livro do Apocalipse”, da Bíblia, sobre uma introdução de baixo fuzz e bateria de conga. Mayfield então grita com um grande eco: “Irmãs! Negros! Brancos! Judeus! Crackers! Não se preocupem, se houver um inferno lá embaixo, todos nós iremos!” seguido por um grito. A música começa com um pesado fuzz, percussão latina, guitarra wah-wah e cordas.

A faixa foi lançada como single em novembro de 1970, alcançando a 29ª posição da principal parada norte-americana, a Billboard, conquistando a 3ª colocação da parada voltada ao R&B da própria Billboard. A versão single era mais curta, com pouco mais de 3 minutos.

A música ao vivo é encontrada no álbum Curtis/Live! (1971) e Live in Europe (1987), as quais foram adicionadas à reedição em CD do álbum Curtis. Algumas versões covers conhecidas foram feitas por Antiseen e The Afghan Whigs.

Veja a letra:

Sisters, brothers and the whities
Blacks and the crackers
Police and their backers
They're all political actors

Hurry
People running from their worries
While the judge and the juries
Dictate the law that's partly flaw
Cat calling, love balling, fussing and cussing
Top billing now is killing
For peace no-one is willing
Kind of make you get that feeling

Everybody smoke, smoke, smoke, smoke, smoke
Use the pill and the dope, dope, dope, dope, dope
Educated fools
From uneducated schools
Pimping people is the rule
Polluted water in the pool
And Nixon talking about don't worry, worry, worry, worry
He says don't worry, worry, worry, worry
He says don't worry, worry, worry, worry
He says don't worry, worry, worry, worry

But they don't know
There can be no show
And if there's a hell below
We're all gonna go, go, go, go, go

Everybody's praying
And everybody's saying
But when come time to do
Everybody's laying

Just talking about don't worry, worry, worry, worry
They say don't worry, worry, worry, worry
They say don't worry, worry, worry, worry
They say don't worry, worry, worry, worry

Participaram da gravação do álbum Curtis: Leonard Druss, John Howell, Harold Lepp, Loren Binford, Clifford Davis, Patrick Ferreri, Richard Single, Rudolph Stauber, Donald Simmons, Robert Lewis, Harold Dessent, Ronald Kolber, Harold Klatz, John Ross, Sol Bobrob, Sam Heiman, Elliot Golub, Henry Gibson, Robert Sims, Gary Slabo, Philip Upchurch