RICHIE SAMBORA - STRANGER IN THIS TOWN (1991)

 


Stranger in This Town é o álbum de estreia da
carreira solo do guitarrista norte-americano Richie Sambora. Seu lançamento
oficial aconteceu em 3 de setembro de 1991 através do selo Mercury Records. A
produção ficou por conta de Neil Dorfsman e do próprio Richie Sambora.



 



O RAC traz a estreia do
guitarrista Richie Sambora, o qual
ficou mundialmente conhecido na banda Bon
Jovi
, em sua carreira solo. Vamos abordar os fatos que antecederam ao
lançamento do disco antes do tradicionalíssimo faixa-a-faixa.





 



New
Jersey



 



Em setembro de 1988, o Bon Jovi lançava New Jersey,
seu quarto álbum de estúdio.



 



O Bon
Jovi
montou outra enorme turnê mundial a qual perdurou por 1989 e 1990. O
grupo visitou mais de 22 países e mais de 232 shows. O ponto alto, pessoalmente
para a banda, foi o regresso à casa, no dia 11 de junho de 1989, no Giants
Stadium, em Nova Jersey.



 



Em agosto de 1989, a banda foi à União
Soviética para o Moscow Music Peace Festival. O Bon Jovi foi a primeira banda oficialmente sancionada pelo governo
soviético a se apresentar naquele país e New
Jersey
se tornou o primeiro álbum dos EUA lançado legalmente na URSS.



 



O esgotamento das gravações de Slippery When Wet e New Jersey, praticamente sem intervalos, mais as turnês mundiais
altamente aceleradas, cobrou seu preço.



 



Ao final da turnê de New Jersey, o Bon Jovi
somava 16 meses de shows e estava exausto fisicamente, mentalmente e
emocionalmente. Após a data final da turnê, no México, sem planos claros para o
futuro, os membros do grupo foram para casa.



 



Durante o tempo em que eles se retiraram da
cena, os membros do grupo focaram em seus próprios projetos e não mostraram
nenhum desejo em fazer outro álbum.





 



Primórdios



 



Richard Stephen Sambora nasceu em 11 de julho
de 1959, em Perth Amboy, Nova Jersey, filho de Joan, secretária, e Adam C.
Sambora, capataz de fábrica.



 



Sambora é
descendente de poloneses e foi criado como católico. Ele cresceu em Woodbridge
Township, Nova Jersey e frequentou a Woodbridge High School, se formando em
1977.



 



O primeiro instrumento de Sambora foi um acordeão que ele começou
a tocar aos 6 anos. Ele começou a tocar violão aos 12 anos, após a morte de Jimi Hendrix, em 1970.



 



Desde seus primeiros dias, Sambora foi fortemente influenciado
pelo blues e pelo rock dos anos 60. Suas influências mais importantes foram Eric Clapton, Jimi Hendrix, Jeff Beck,
Stevie Ray Vaughan, Johnny Winter, Jimmy Page, Joe Perry, Joe Kmiecik, George
Harrison e B. B. King.



 



Richie
também foi influenciado pela música clássica espanhola e começou um amor ao
longo da vida pela guitarra espanhola. Além disso, ele afirmou que a cantora Janis Joplin teve uma grande influência
em seu estilo musical, durante sua carreira no final dos anos 1960 e início dos
anos 1970.



 



Sambora
também toca muitos outros instrumentos, como bateria, baixo, saxofone, piano. A
primeira vez que ele se apresentou no palco foi em uma dança da Organização da
Juventude Católica, quando era adolescente.



 



Começo
de carreira



 



Sambora foi
guitarrista da banda Message e, com ela, lançou um disco independente
intitulado Lessons, produzido e
arranjado por Dean Fasano e Richie
Sambora
, em Woodbridge, Nova Jersey. Foi relançado em 1995 sob o nome de Message e em 2000 como Lessons.



 



Mais tarde, ele esteve em uma banda, Mercy,
que assinou contrato com a gravadora Swan Song Records, do Led Zeppelin, e depois na Duke Williams & the Extremes, que
assinou contrato com a Capricorn Records.





 



Sambora
também esteve em uma banda de improvisação chamada Richie Sambora & Friends.
Ele era coproprietário de um clube em Nova Jersey e, aos 19 anos, possuía sua
própria gravadora independente, Dream Disc Records. A primeira turnê
profissional de Sambora foi como um
ato de abertura para Joe Cocker no
início dos anos 80.



 



Pouco antes de ingressar no Bon Jovi em 1983, Sambora, sem sucesso, fez o teste no Kiss, para ser o substituto de Ace
Frehley
.



 



Voltando
a 1991...



 



Para seu primeiro álbum solo, Sambora experimentou um som mais
orientado para o blues. Ele canta os vocais e toca guitarra no álbum, apoiado
por seus colegas de banda do Bon Jovi,
Tico Torres na bateria e David Bryan no teclado, junto com Tony Levin no baixo.
Eric Clapton faz uma participação
tocando guitarra na faixa "Mr. Bluesman".



 



"Ballad of
Youth", "One Light Burning" e "The Answer" foram
coescritas com colegas de sua antiga banda Shark Frenzy.



 



"Rosie" era originalmente uma
música do Bon Jovi para o álbum New Jersey; as versões dessa música com
a formação completa do Bon Jovi
surgiriam como botlegs.



 



Vamos às faixas:



 



REST
IN PIECE



 



Esta é uma música bem arrastada, com Sambora
declamando as letras enquanto faz solos de guitarra.



 



A letra é em tom de sedução:



 



Every time we say goodbye



Our love will rest in peace



After we make love tonight



Our love shall rest in peace



 



CHURCH OF DESIRE



 



“Church of Desire” é um Hard Rock com uma
pegada mais suave, embora a guitarra de Richie seja uma inegável protagonista.
Impossível não se lembrar do Whitesnake do fim da década de oitenta.



 



A letra possui uma abordagem mística:



 



You never find a reason why love falls



from grace



Some kind of voodoo, like a spirit



you can't embrace



There's a voice in the mirror, and



a ghost in my heart



That relives the passion before we were



torn apart



 



STRANGER
IN THIS TOWN



 



A belíssima faixa-título é uma balada com
forte influência bluesy. Sambora faz ótimos vocais além de exibir um feeling contagiante
nas guitarras. Ponto bem alto do disco.



 



A letra possui um sentido de busca:



 



I walk alone in the darkness of the city



Got no place to call home



I might be dyin´



But you can´t hear a sound



´Cause midnight rain is comin´ down



I´m just a stranger, a stranger in this town



 



BALLAD OF YOUTH



 



A agitada “Ballad of Youth” possui um flerte
com o estilo AOR, com teclados bem presentes e, claro, a guitarra de Richie
sendo um ponto forte.



 



A letra tem aspectos sobre fim de
relacionamentos:



 



Born outta passion



To a world gone cold



Ya wear it on your shoulders



It's a heavy, heavy load I know



Love and its emotions



Come knocking at your door



Young hearts will be broken



And time's the only cure





“Ballad of Youth” foi lançada como single e
chegou a fazer certo barulho nas principais paradas de sucesso desta natureza: 63º
lugar na norte-americana e 59º, na britânica.



 



ONE LIGHT BURNING



 



Esta é uma canção com forte viés do Pop
oitentista, de caráter bem intimista e que aposta muito mais na leveza e em
harmonias suaves.



 



A letra é sobre esperança:



 



Born outta passion



To a world gone cold



Ya wear it on your shoulders



It's a heavy, heavy load I know



Love and its emotions



Come knocking at your door



Young hearts will be broken



And time's the only cure



 



MR. BLUESMAN



 



Outra balada bluesy bem inspirada. É claro, a
guitarra de Clapton leva a música para outra dimensão.



 



A letra menciona um velho músico do blues:



 



He's seen a thousand roads



He's been a million miles



And when he'd bend a note



A tear would fill my eyes



Where are you playin'



Mr. Bluesman



Mr.
Bluesman



 



O solo de guitarra nesta canção é do lendário
Eric Clapton.



 



ROSIE



 



Fica bem nítido, para fãs do Bon Jovi, que
esta é uma faixa típica da banda. O Hard oitentista com vigor, intensidade e
refrão “grudento”, todos, bem característicos do grupo de New Jersey.
Ótima música!



 



Rosie é uma
stripper:



 



Rosie whatcha doing in this low class joint



Dancing in the dark all day?



You used to be the darling of your high school scene



Now you put your love on display



Sweaty hands hand you up a dollar bill



Hungry eyes never seem to get their fill



I used to watch you walking down the hall



Rosie, do you see me when you hear them call your
name?



 



RIVER OF LOVE



 



“River of Love” conta com aquela pegada Hard
típica da década anterior, construindo-se com boa presença das guitarras e
vocais inspirados de Richie.



 



A letra é em tom de conquista:



 



Let me tell you a story



About body and blood



There's a fire below



Deep in the river of love



Hey pretty mama I'm just trying to be polite



I wanna make you feel the rhythm of the river tonight



And when the story is over



You'll
be satisfied



 



FATHER TIME



 



Mesmo sendo mais lenta e cadenciada, “Father
Time” possui doses elevadas de peso. Outro ponto interessante é o protagonismo
dos teclados. Ótima música.



 



A letra é em tom de lamentação:



 



Father time



I thought that you were on my side



I thought that I could keep our love alive



I thought that I could keep her satisfied



 



THE ANSWER



 



A décima – e última – faixa de Stranger in
This Town é “The Answer”. O disco se encerra com uma canção bem intimista e de
aspecto leve e suave. Bela melodia e bom trabalho vocal de Richie.



 



A letra possui um aspecto de fé:



 



There´s a world in every drop of rain



Embracing oceans sweep us home again



Come along with me, come along with me



Seek the truth, you shall not find another lie



 



Considerações
Finais



 



Stranger
in This Town
fez barulho em termos das principais paradas
de sucesso do mundo, ficando com a 36ª posição na norte-americana e a 20ª
colocação na britânica.



 



O álbum foi bem recebido pela crítica
especializada, sendo reforçado o caráter do disco em apresentar uma musicalidade
que dificilmente Sambora poderia
demonstrar no Bon Jovi. O site AllMusic
dá uma nota 4,5 (em 5) para o trabalho.



 



Sambora fez
uma curta turnê pelos Estados Unidos em apoio ao álbum, apresentando Tony Levin
(baixo), Dave Amato (guitarra), Crystal Taliefero (percussão) e os companheiros
de banda do Bon Jovi, Tico Torres
(bateria) e David Bryan (teclados).



 



No início de 1992, Richie Sambora retornou ao Bon
Jovi
, banda com a qual permaneceria até abril de 2013.



 



O segundo disco solo de Sambora foi Undiscovered Soul,
lançado em 1998.





 



Formação:



Richie Sambora - Vocal, Guitarras, Violão, Arranjo
de cordas



David Bryan - Teclados, Arranjo de cordas



Tico Torres - Bateria, Percussão



Eric Clapton - solo de guitarra em 06



Tony Levin - Baixo



Randy Jackson -
Baixo em 05



Dean Fasano,
Franke Previte, Curtis King, Bekka Bramlett, Isabella Lento, Tawatha Agee, Brenda
White-King – Backing Vocals



Jeff Bova,
Robbie Buchanan, Larry Fast, Jimmy Bralower, Chris Palmaro, Eric Persing -
Teclados, Programação



Rafael Padilla, Carol Steele - Percussão



 



Faixas:



01. Rest in
Peace (Sambora/Bryan) - 3:53



02. Church of
Desire (Sambora) - 6:07



03. Stranger in
This Town (Sambora/Bryan) - 6:15



04. Ballad of
Youth (Sambora/Marolda) - 3:52



05. One Light
Burning (Sambora/Marolda/Foster) - 5:47



06. Mr. Bluesman
(Sambora) - 5:14



07. Rosie (Sambora/Bon
Jovi/Child/Warren) - 4:50



08. River of
Love (Sambora) - 5:06



09. Father Time
(Sambora/Child) - 6:06



10. The Answer (Sambora/Foster) - 5:07



 



Letras:



Para o conteúdo completo das letras,
recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/richie-sambora/



 



Opinião
do Blog:



O RAC traz a estreia solo do
guitarrista Richie Sambora, Stranger in This Town.



 



Sambora
era consagrado quando este álbum foi lançado, uma vez que já havia participado
(com protagonismo) de 4 discos da banda Bon
Jovi
, entre eles, os clássicos Slippery
When Wet
e New Jersey.



 



Acompanhado por músicos muito competentes,
entre eles, os companheiros de Bon Jovi,
Tico Torres e David Bryan, Sambora
não se limita a emular o som de sua banda original.



 



Pelo contrário, traz para o Hard Rock
influências diferentes, especialmente do Blues, mas também o AOR e o Pop. O Whitesnake oitentista é uma clara
referência. As letras são bem introspectivas.



 



O RAC escolhe como suas
favoritas “Mr. Bluesman”, “Father Time” e a maravilhosa faixa-título, “Stranger
in This Town”.



 



Concluindo, Stranger in This Town é um ótimo álbum do talentoso músico Richie Sambora. Demonstrando um viés
alternativo ao da sua banda original, embora sustente seu estilo, Sambora apresenta um conjunto de
canções divertidas, inspiradas e repletas de feeling. Vale uma audição!


BOB SEGER - BEAUTIFUL LOSER (1975)



Beautiful Loser é o oitavo álbum de estúdio do músico norte-americano chamado Bob Seger. O lançamento oficial do disco ocorreu em abril de 1975, através do selo Capitol Records. As gravações aconteceram no Muscle Shoals Sound Studios, em Sheffield, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Punch Andrews, da banda do Muscle Shoals e do próprio Bob Seger.

BOB SEGER - BEAUTIFUL LOSER (1975)



Beautiful Loser é o oitavo álbum de estúdio
do músico norte-americano chamado Bob Seger. O lançamento oficial do disco
ocorreu em abril de 1975, através do selo Capitol Records. As gravações
aconteceram no Muscle Shoals Sound Studios, em Sheffield, nos Estados Unidos. A
produção ficou a cargo de Punch Andrews, da banda do Muscle Shoals e do próprio
Bob Seger.



 



O famoso cantor e compositor, Bob Seger, chega às páginas do RAC
com seu álbum Beautiful Loser, o qual
o leitor poderá conhecer melhor agora. Antes, como de praxe, um pouco do
histórico do músico.





 



Primórdios



 



Robert Clark Seger nasceu em Detroit, Estados
Unidos, em 6 de maio de 1945.



 



O pai de Seger,
Stewart, trabalhava na fábrica da Ford e tocava muitos instrumentos musicais o que
propiciou a Bob um contato com a música em uma idade ainda muito pequena.



 



Stewart abandonou a família quando Seger estava com 10 anos de idade,
deixando-os em situação financeira muito complicada. Ele afirma que suas
primeiras influências musicais foram Little
Richard
e Elvis Presley.



 



Primeiros
Projetos Musicais



 



Bob
Seger
chegou ao cenário musical de Detroit em 1961, liderando
um trio denominado The Decibels. A banda incluía Seger na guitarra, piano,
teclados e vocais, Pete Stanger na guitarra e H.B. Hunter na bateria.



 



O The Decibels gravou uma demo, uma música
chamada "The Lonely One", no estúdio de Del Shannon, em 1961. Além de
ser a primeira música original de Seger,
"The Lonely One" foi sua primeira música a ser tocada no rádio, mesmo
que apenas  uma vez em uma estação de
rádio de sua escola.



 



Depois que o The Decibels se separou, Seger se juntou ao Town Criers, um
quarteto com Seger nos vocais, John
Flis no baixo, Pep Perrine na bateria e Larry Mason na guitarra. O Town Criers fazia
covers de músicas como "Louie Louie", e começou a ganhar seguidores.



 



Enquanto isso, Seger estava ouvindo James
Brown
e também foi amplamente influenciado pela música dos Beatles, uma vez que a banda britânica
chegou às praias americanas em 1964.



 



Quando o Town Criers começou a conseguir mais
shows, Bob Seger conheceu um homem
chamado Doug Brown,o qual liderava uma banda chamada The Omens.



 



Seger se
juntou ao Doug Brown & The Omens, que provavelmente tinha um número maior
de seguidores do que o Town Criers. Enquanto Doug Brown era o vocalista
principal do grupo, Seger assumia a
liderança em algumas músicas – especialmente os números de R&B.



 



Foi com esse grupo que Seger apareceu pela primeira vez em uma gravação lançada
oficialmente: o single de 1965, "TGIF", apoiado por "First
Girl", creditado a Doug Brown e The Omens.



 



Seger também
apareceu na paródia que a Doug Brown e The Omens fez da música "Ballad of
the Green Boets", de Barry Sadler,
que foi reintitulada "Ballad of the Yellow Beret". Logo após seu
lançamento, Sadler e sua gravadora ameaçaram Brown e sua banda com um processo
e a gravação foi retirada do mercado.



 



Enquanto Bob
era membro do The Omens, ele conheceu seu manager de longa data, Edward "Punch"
Andrews, que na época tinha uma parceria com Dave Leone, dirigindo a franquia
Hideout, que consistia em quatro clubes locais, de Clawson a Rochester Hills,
onde bandas locais tocavam e coordenava uma gravadora de pequena escala.



 



Seger
começou a escrever e produzir para outros artistas que Punch estava
gerenciando, como Mama Cats and the Mushrooms (esta com Glenn Frey, do Eagles).



 



Seger e
Doug Brown foram abordados por Punch e Leone para escrever uma música para a
The Underdogs, outra banda local que recentemente teve um sucesso com uma
música chamada "Man in the Glass". Seger contribuiu com uma música chamada "East Side
Story", que acabou sendo um fracasso para a The Underdogs.



 



Mesmo assim, Seger decidiu gravar "East Side Story", e deixou
oficialmente o The Omens (apesar de manter Doug Brown como produtor). Como Bob
Seger and the Last Heard, Seger lançou
sua versão da música pela Hideout Records em janeiro de 1966, e se tornou seu
primeiro grande sucesso na cidade de Detroit. O single vendeu 50.000 cópias,
principalmente na área de Detroit, e levou a um contrato com a Cameo-Parkway
Records.



 



O nome "The Last Heard" logo se
tornou a denominação permanente da banda de apoio de Seger, que consistia em
Pep Perrine na bateria, Carl Lagassa na guitarra e Dan Honaker no baixo.



 



Depois de "East Side Story", o
grupo lançou mais quatro singles: "Sock It to Me Santa", "Persecution
Smith", "Vagrant Winter" e "Heavy Music", esta, lançada
em 1967.



 



"Heavy Music", que vendeu ainda
mais cópias do que "East Side Story", tinha potencial para estourar
nacionalmente, mas a Cameo-Parkway de repente saiu dos negócios. A música
permaneceria no show ao vivo de Seger por muitos anos.


Bob Seger



 



Depois que a Cameo-Parkway quebrou, Seger e
Punch começaram a procurar um novo selo. Na primavera de 1968, Bob Seger and
the Last Heard assinaram contrato com a gravadora Capitol Records, recusando a
Motown Records, que ofereceu mais dinheiro que a Capitol, mas Seger achava que
a Capitol era mais apropriada para seu gênero do que a Motown.



 



The
Bob Seger System



 



A Capitol mudou o nome da banda para The Bob
Seger System. Na transição entre as gravadoras, o guitarrista Carl Lagassa
deixou a banda e o tecladista Bob Schultz se juntou ao grupo.



 



O primeiro single do System com a Capitol foi
a música anti-guerra "2 + 2 =?", a qual refletia uma mudança
acentuada nas atitudes políticas de Seger.



 



O single foi novamente um sucesso em Detroit
e alcançou o número 1 em estações de rádio em Buffalo, Nova York e Orlando.



 



O segundo single do The Bob Seger System foi
"Ramblin' Gamblin' Man". Foi um grande sucesso em Michigan, e também
se tornou o primeiro sucesso nacional de Seger,
chegando ao 17º lugar.



 



O sucesso da música levou ao lançamento de um
álbum com o mesmo título em 1969. O álbum Ramblin'
Gamblin' Man
alcançou a 62ª posição na parada de álbuns da Billboard.



 



Seger não conseguiu acompanhar esse sucesso.
Para o próximo álbum, o cantor e compositor Tom Neme se juntou ao The System,
escrevendo e cantando a maioria das músicas, pelas quais o grupo foi fortemente
criticado. O álbum, chamado Noah
(1969), não conseguiu chegar às paradas, levando Seger a deixar brevemente a indústria da música e cursar faculdade.



 



Posteriormente, ele voltou no ano seguinte e
lançou o álbum final do System, Mongrel,
de 1970, desta vez sem Tom Neme. Bob Schultz também deixou a banda, sendo
substituído por Dan Watson. Mongrel,
com o poderoso single "Lucifer", foi considerado um álbum forte por
muitos críticos e fãs de Detroit, mas não conseguiu se sair bem comercialmente.



 



Solo



 



Depois que Mongrel não conseguiu atingir o sucesso de Ramblin' Gamblin' Man, o System acabou. Por um curto período de
tempo após a separação, Seger teve
ambições de ser um ato de um homem só.



 



Em 1971, Seger
lançou seu primeiro álbum solo, Brand New
Morning
, totalmente acústico. O álbum foi um fracasso comercial e levou à
saída de Seger da Capitol Records.



 



Seger, tendo
recuperado o interesse por formar uma banda, começou a tocar com a dupla Teegarden & Van Winkle, com quem,
em 1970, lançou um single com "God, Love and Rock & Roll".
Juntos, eles gravaram o disco Smokin'
O.P.
(1972), lançado pela Palladium Records, de Punch Andrews.



 



O álbum consistiu principalmente de covers,
gerando um pequeno sucesso com uma versão de "If I Were a Carpenter",
de Tim Hardin, embora tenha
apresentado "Someday", uma original de Seger e o relançamento de “Heavy Music”.



 



Depois de passar a maior parte de 1972 em
turnê com Teegarden & Van Winkle,
Seger deixou a dupla para montar uma
nova banda de apoio, conhecida como My Band and the Borneo Band, composta por
músicos de Tulsa, Oklahoma.



 



Jamie Oldaker, Dick Sims e Marcy Levy eram
todos membros da My Band antes de ingressarem na banda de apoio de Eric Clapton.



 



Em 1973, Seger
lançou Back in '72, gravado em parte
com a Muscle Shoals Rhythm Section, um renomado grupo de músicos que gravaram
com nomes como J. J. Cale e Aretha Franklin.



 



'72,
apresentava a versão em estúdio do clássico ao vivo de Seger, "Turn the Page"; "Rosalie", uma música
que Seger escreveu sobre a diretora
musical da CKLW, Rosalie Trombley, (e que mais tarde foi gravada pelo Thin Lizzy); e "I've Been
Working", uma música originalmente de Van
Morrison
, uma forte influência no desenvolvimento musical de Seger.



 



Apesar da força dos músicos de backup de Seger, o álbum alcançou apenas 188ª
colocação nas paradas dos EUA e, desde então, desapareceu na obscuridade. Mesmo
assim, ‘72 e sua turnê de apoio
marcam o início dos relacionamentos de longa data de Seger com o futuro
saxofonista da Silver Bullet Band, Alto Reed, a poderosa vocalista feminina
Shaun Murphy e a Muscle Shoals Rhythm Section.





Durante a turnê, a My Band provou não ser
confiável, o que frustrou
Seger. No
final de 1973,
Seger havia deixado a
My Band em busca de uma nova banda de apoio. Ao longo de 1974–75,
Seger continuou a se apresentar em
locais em torno de sua cidade natal, enquanto era conhecido como Bob Seger
Group, incluindo um renomado concerto em Davisburg, chamado de 'Battle of the
Bands'.



 



The Silver Bullet Band



 



Em 1974, Seger formou a Silver Bullet Band. Seus membros originais eram
o guitarrista Drew Abbott, o baterista e vocalista Charlie Allen Martin, o
tecladista Rick Manasa, o baixista Chris Campbell e o saxofonista Alto Reed.



 



Com essa nova banda, Seger lançou o álbum Seven
(1974), que continha o hit "Get Out of Denver". Esta faixa foi um
sucesso moderado, alcançando a 80ª posição em nível nacional.



 



Beautiful
Loser



 



Em 1975, Seger
lançaria Beautiful Loser. Este álbum
marcou o retorno de Seger à Capitol
Records após quatro anos.



 



O álbum contou principalmente com músicos da Muscle
Shoals Rhythm Section (uma vez que foi gravado naquele estúdio), mas os membros
da Silver Bullet Band foram usados separadamente em algumas músicas e juntos em
"Nutbush City Limits", uma música cover de Ike & Tina Turner.



 



A produção ficou por conta de Bob Seger, da Muscle Shoals Rhythm
Section e de Punch Andrews.



 



Vamos às faixas:



 



BEAUTIFUL LOSER



 



“Beautiful Loser” é um Rock simples e bem
direto, com o órgão em destaque, dominando a canção. O resultado final é ótimo,
especialmente o refrão.



 



A letra fala sobre falta de ambição:



 



He'll never make any enemies



Enemies, no



He won't complain



If he's caught in a freeze



He'll
always ask



He'll
always say, please



 





“Beautiful Loser” foi lançada como single,
mas não atingiu as principais paradas de sucesso internacionais. Entretanto,
quando foi regravada, no disco ao vivo Live’
Bullet
, de 1976, acabou se tornando uma canção conhecida de Seger.



 



A música é sobre pessoas que estabelecem seus
objetivos tão baixos que nunca alcançam nada. Seger teve a idéia para a música quando leu Beautiful Losers, um
romance escrito por Leonard Cohen. Ao contrário do que muitos acreditavam, a
música não é sobre o próprio Seger.



 



Ele demorou mais de um ano para terminar a
música, e Seger compôs três ou
quatro versões da mesma antes de escolher uma que funcionasse.



 



Versões de “Beautiful Loser” foram feitas
pela banda Point Blank e por John English.



 



BLACK NIGHT



 



O swing contagiante presente em “Black Night”
traz a música para um viés R&B, embora seja inegavelmente uma faixa Rock. A
guitarra de Pete Carr é um destaque.



 



A letra possui certo misticismo:



 



The stars may shimmer in the black sky



The wind may rustle in the trees



You may be worried he may psych you



You might be praying on your knees



 



KATMANDU



 



Esta é uma composição muito divertida e
bastante interessante. “Katmandu” possui um viés Rockabilly com aquele espírito
cinquentista revivido de modo inegavelmente eficiente. Grande canção!



 



A letra é bem divertida:



 



I'm going to Katmandu



Up to the mountain's where I'm going to.



And if I ever get out of here



That's
what I'm gonna do





 



“Katmandu” foi lançada como single e alcançou
o 43º lugar na parada da Billboard, tornando-se, até então, o single de maior
sucesso de Seger desde "Ramblin'
Gamblin' Man".



 



A música se refere à cidade de Kathmandu,
capital do Nepal, embora não haja evidências de que Seger tenha ido de fato até lá. Após o terremoto nepalês de 2015, Seger disse que seu "coração
disparou" pela cidade.



 



A música foi apresentada na trilha sonora do
filme Mask de 1985, estrelado por Cher e Eric Stoltz. A canção também apareceu
como parte da trilha sonora de episódios das séries de televisão Freaks and
Geeks e Supernatural.



 



JODY GIRL



 



“Jody Girl” é uma balada bastante intimista,
com a ótima atuação vocal de Bob Seger tendo o protagonismo.



 



A letra traz um tom de decepção:



 



Used to bring you flowers every day



Now you sit here on a cloudy afternoon



Watchin' a soap opera on t.v



Your old man's workin'



And your kids are out playin'



And you're not feelin' too free



 



TRAVELIN’ MAN



 



“Travelin’ Man” conta com um viés Country e
também conta com este viés ameno e suave. Uma canção bem interessante.



 



A letra é sobre liberdade:



 



Women have come



Women have gone



Everyone tryin' to cage me



Someone so sweet



I barely got free



Others, they only enraged me



 



MOMMA



 



Outra música com uma interpretação vocal bem
sentimental de Seger e que dá uma nova dimensão a mais uma boa balada.



 



A letra é uma homenagem às mães:



 



But



Momma she never told me a lie



Momma she never told me a lie



 



NUTBUSH CITY LIMITS



 



A guitarra afiada de Drew Abboott traz um
viés Hard para esta ótima versão para “Nutbush City Limits”. Uma verdadeira
porrada!



 



A letra se refere à cidade de Nutbush:



 



Hey



The people keep the city clean



They call it nutbush, nutbush



Nutbush city



Nutbush
city limits



 



A canção se tornou um clássico da carreira de
Bob Seger, sendo presença constante em suas apresentações.



 



Trata-se de uma versão para “Nutbush City
Limits”, clássico de Ike &Tina
Turner
.



 



SAILING NIGHTS



 



Mais uma aula de interpretação e de canto é
oferecida por Seger na tocante “Sailing Nights”, uma canção com viés mais
sombrio e introspectivo.



 



A letra reflete sobre seguir em frente:



 



And the sea, it softly beckons



Come and go



Where you've not been



With the dawning of a new day



I'm gone, again.



Lonely sailing nights, ...



 



FINE
MEMORY



 



A nona – e última – faixa de Beautiful Loser
é “Fine Memory”. O disco se encerra com mais uma música intimista e de
sonoridade contida. Entretanto, condiz perfeitamente com a proposta do
trabalho.



 



A letra se remete a um amor passado:



 



Such a fine memory



I know



I'm gonna take it with me



I'm going to take it



Far as I go



I'm going to take it



Far as I go



 



Considerações Finais



 



Em termos de paradas de sucesso, Beautiful Loser atingiu apenas o 131º da
principal parada norte-americana, a Billboard 200.



 



À medida que Seger foi consolidando o ápice de sua carreira, o álbum passou a
ser mais procurado e foi um sucesso tardio.



 



Stephen Thomas Erlewine, do site AllMusic,
dá uma nota 4,5 (em 5) ao disco, descrevendo-o: “De qualquer forma, Beautiful Loser pode errar um pouco a
favor da reflexão, com grande parte do álbum dedicado a cortes introspectivos e
confessionais em sua metade. Existem algumas exceções à regra, é claro -
"Katmandu" ruge com humor, e seu cover de "Nutbush City
Limits" envergonha o original de Tina
Turner
- mas elas são os únicos rock a todo vapor, com "Black Night” chegando
como um primo descolado e arrogante”.



 



Por fim, Erlewine define: “Ocasionalmente,
pode ser um pouco sentimental demais para alguns gostos, mas tudo é sincero e
ele escreveu algumas músicas maravilhosas aqui, principalmente o coração do álbum
de "Jody Girl" e "Travelin' Man"”.



 



Em abril de 1976, Seger e a Silver Bullet Band lançaram o álbum Live Bullet, gravado durante duas noites na Cobo Arena de Detroit,
em setembro de 1975. Continha a versão de Seger de "Nutbush City
Limits", bem como a versão clássica de Seger sobre a vida na estrada,
"Turn the Page", de Back in '72.
O álbum também incluiu seus lançamentos bem-sucedidos do final dos anos 1960 -
"Heavy Music" e "Ramblin' Gamblin' Man".



 



Beautiful
Loser
supera a casa de 2 milhões de cópias vendidas.





 



Formação:



Bob Seger - Vocal (todas as faixas), Guitarra
(4, 5, 9), slide guitar (3), gaita (3), piano (4)



Muscle
Shoals Rhythm Section
(todas as faixas, exceto 4 e 7):



Barry Beckett - Piano de cauda, Órgão, Sintetizador,
Piano elétrico



Pete Carr - Guitarra, Violão



Roger Hawkins - Bateria, Percussão



David Hood - Baixo



Jimmy Johnson – Guitarra-base



Spooner Oldham -
Órgão, Piano elétrico



Muscle Shoals Horn Section (faixa 3):



Harrison
Calloway - Trompete



Ron Eades - Saxofone
barítono



Charles Rose - Trombone



Harvey Thompson
- Saxofone tenor



Silver Bullet Band (faixa 7):



Drew Abbott - Guitarra



Chris Campbell -
Baixo



Charlie Martin -
Bateria



Robyn Robbins - Órgão



Músicos
adicionais:



Drew Abbott - Guitarra
(2, 3)



Kenny Bell - Guitarra
(3)



Pete Carr - solo de guitarra (6)



Tom Cartmell - Saxofone
(7)



Paul Kingery -
solo de guitarra (7)



Robyn Robbins - Mellotron
(4)



Stoney &
Rocky - Backing Vocals (3)



 



Faixas:



01. Beautiful
Loser (Seger) - 3:29



02. Black Night
(Seger) - 3:24



03. Katmandu
(Seger) - 6:09



04. Jody Girl
(Seger) - 3:41



05. Travelin'
Man (Seger) - 2:41



06. Momma
(Seger) - 3:22



07. Nutbush City
Limits (Turner) - 3:57



08. Sailing
Nights (Seger) - 3:18



09. Fine Memory (Seger) - 2:56



 



Letras:



Para o conteúdo completo das letras,
recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/bob-seger/



 



Opinião
do Blog:



O RAC demorou bastante para
trazer o ótimo Bob Seger até suas
páginas.



 



Em sua longa carreira, Seger passeia pela história da música norte-americana, apresentando
diferentes sonoridades como influências, como o Blues, o R&B e o Country,
por exemplo. Mas, ao mesmo tempo, sem nunca abrir mão de uma roupagem Rock.



 



Este comentarista tem na fase Silver Bullet
Band sua preferida da carreira de Seger,
mas não abre mão de admirar outros momentos da vasta discografia do músico
norte-americano: como Beautiful Loser.



 



Neste álbum aqui apresentado, Seger traz uma coleção de canções com
um viés introspectivo, de sonoridades mais amenas e contidas, com letras
normalmente autobiográficas, mas de alto valor melódico.
“Jody Girl”, “Travelin’ Man” e “Sailing Nights” são
ótimos exemplos.



 



Mas o lado roqueiro dá às caras em faixas
vibrantes como as ótimas “Katmandu” e o vibrante cover de “Nutbush City Limits”.



 



Concluindo, Bob Seger tem uma vasta e interessante carreira que o RAC
recomenda que o ouvinte conheça. Beautiful
Loser
ainda não é seu máximo expoente, mas traz uma coleção de canções
tocantes e emocionantes.