RATT - INVASION OF YOUR PRIVACY (1985)


Invasion of Your Privacy é o segundo álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Ratt. Seu lançamento oficial aconteceu em 13 de junho de 1985 através do selo Atlantic Records. As gravações ocorreram naquele mesmo ano, nos estúdios Rumbo Recorders, na Califórnia, e no Atlantic Studios, em Nova York. A produção ficou por conta do renomado produtor Beau Hill.

RATT - INVASION OF YOUR PRIVACY (1985)







Invasion
of Your Privacy é o segundo álbum de estúdio da banda
norte-americana chamada Ratt. Seu lançamento oficial aconteceu em 13
de junho de 1985 através do selo Atlantic Records. As gravações
ocorreram naquele mesmo ano, nos estúdios Rumbo Recorders, na
Califórnia, e no Atlantic Studios, em Nova York. A produção ficou
por conta do renomado produtor Beau Hill.






Após
um longo período, o Ratt volta às páginas do RAC
com seu segundo álbum de estúdio, Invasion of Your Privacy.
Como os leitores já estão acostumados, vai-se contextualizar os
momentos que antecedem ao lançamento do disco antes do faixa a
faixa.










Out
of the Cellar





Em
27 de março de 1984, o Ratt lançava seu álbum de estreia, o
inesquecível Out of the Cellar.





Este
disco já foi analisado aqui no Blog, em 2013, conforme o link acima.





O
álbum fez muito sucesso nas rádios e na MTV, com músicas como
“Round and Round” (que atingiu a 12ª posição na Billboard),
“Wanted Man” e “Lack of Communication”.





Os
videoclipes expuseram o grupo a uma audiência adolescente, esta,
entusiasmada com o surgimento de um novo canal na rede de TV a cabo,
a MTV dos Estados Unidos.







Bobby Blotzer





O
videoclipe de “Round and Round” fez ainda mais sucesso com a
participação especial de Milton Berle, ajudando a chamar ainda mais
atenção para a banda. (
Nota do Blog: Milton Berle foi um
comediante e ator norte-americano. Como anfitrião do Texaco Star
Theatre, da rede NBC (1948-55), ele foi a primeira grande estrela de
televisão americana e foi conhecido por milhões de espectadores
como ‘Tio Miltie’ e ‘Mr. Television’ durante a chamada ‘era
de ouro da TV’).





Out
of the Cellar
tornou-se um grande sucesso comercial, sendo disco
de platina, muitas vezes, nos Estados Unidos, além de fazer do Ratt
estrelas tanto em casa quanto no Extremo Oriente.





O
lançamento do álbum foi marcado por uma turnê mundial bem-sucedida
que viu a banda lotar estádios e arenas em todo o mundo,
compartilhando o palco com nomes como Billy Squier, Ozzy Osbourne, Blackfoot, Iron Maiden, Mötley Crüe,
Twisted Sister e Lita Ford.





Próximo
disco





Aproveitando
a maré de sucesso, logo após o fim da muito bem-sucedida turnê, o
Ratt já começou a trabalhar no sucessor de Out of the
Cellar
. O nome do trabalho seria Invasion of Your Privacy.





Para
a produção, o escolhido foi Beau Hill, o qual havia produzido a
estonteante estreia do grupo. O Ratt utilizou os estúdios
Rumbo Recorders, em Canoga Park, na Califórnia e o Atlantic Studios,
na cidade de Nova York.





A
banda mantinha a mesma formação do disco anterior com Stephen
Pearcy nos vocais, Robbin Crosby e Warren DeMartini nas guitarras,
Juan Croucier no baixo e Bobby Blotzer na bateria.







Robbin Crosby





A
modelo na capa do álbum é a Playmate da revista Playboy, Marianne
Gravatte, que também faz uma aparição no videoclipe de “Lay It
Down”. (
Nota do Blog: Uma Playmate é uma modelo feminino
apresentada na capa e centro da revista Playboy, como Playmate of the
Month (PMOM). O pictórico da PMOM inclui fotografias nuas e um
poster central, juntamente a uma biografia pictórica e a ‘Folha de
Dados Playmate’, que lista sua data de nascimento, medidas, etc. No
final do ano, uma das doze Playmates of the Month é chamada de
Playmate of the Year (PMOY)).





Usar
uma linda modelo feminino em uma capa de álbum, mais tarde,
tornou-se uma tendência copiada por muitas bandas de glam metal da
década de 1980, como o Great White e o Slaughter, que
coincidentemente apresentava a esposa de Robbin Crosby na capa de seu
álbum de estreia.





Vamos
às faixas:





YOU’RE
IN LOVE





"You're in Love" apresenta um riff pesado e contagiante, guiado magistralmente pelas guitarras de Robbin Crosby e Warren DeMartini. Os vocais de Stephen Pearcy são ótimos e o ritmo é envolvente. Um verdadeiro clássico do Ratt.





A
letra possui sentido sexual:





You
make your livin' lovin' hot


You
spin me like a top


You
take the evening one on one (On one)


You're
only livin' to have fun










“You’re
in Love” foi lançada como single e atingiu a 89ª posição da
principal parada norte-americana desta natureza.





O
videoclipe da música apresenta vários clipes de cena de amor de
filmes clássicos e desenhos animados.













NEVER
USE LOVE





O peso continua em voga na empolgante "Never Use Love", embora o andamento seja mais cadenciado e a melodia abuse mais claramente da malícia. O refrão é ótimo e o destaque é o trabalho marcante das guitarras, especialmente nos solos.





A
letra é bem simples:





I've
gotta find my place


Don't
need no replacements


When
you think you're too much


Then
I've had enough, hell yeah!


When
push comes to shove I'll be pushin' you down


Better
think twice when you take that step


That
you got both feet on the ground













LAY
IT DOWN





Em "Lay It Down", o grupo continua com um ritmo mais cadenciado, em uma canção cuja sonoridade evidencia de forma mais clara o eficiente trabalho do baixista Juan Croucier. Trata-se de um Hard Rock empolgante.





A
letra possui conotação sexual:





Under
the sheets you will find me


I
know that nothing's for free


You
take what's good for your pleasing


I'll
take what's good for this crazy evening


You
know you really want to lay it down


Right
now


And
how


I
know you really want to lay it down










“Lay
It Down” é um grande clássico do
Ratt.





A
faixa foi o principal single lançado para promover Invasion of
Your Privacy
, atingindo a 40ª posição da principal parada
norte-americana desta natureza.





A
modelo Marianne Gravatte, a qual aparece na capa do disco, também
participa do videoclipe. A faixa também aparece no jogo Brutal
Legend
.













GIVE
IT ALL





"Give It All" mantém o Glam Metal do conjunto afiado, evidenciando a atuação dos guitarristas Crosby e DeMartini. O riff principal é intenso e conduz a faixa de modo muito eficiente. Outro bom trabalho vocal de Pearcy.





Outra
vez, a letra possui tema sexual:





A
fashion plate in a way, she really was


She
had style and class understand she'll pay to dance


She
moved my soul, don't you know she's here to please


Well
I'm on my knees, can't you see, move in on me













CLOSER
TO MY HEART





O baixista Juan Croucier é um dos destaques em "Closer to My Heart". Ele conduz a sonoridade, criando a base perfeita para os ótimos solos de guitarra. A boa atuação do vocalista Pearcy também é um ponto alto da música.





A
letra remete a um relacionamento problemático:





It's
not the way that you hold me


It's
not that I really care


It's
not to say that to love is to own me


You're
tangled up in my lair


You
broke your promises


Fallen
out of love


You
broke your promises


Fallen
out of love













BETWEEN
THE EYES





"Between the Eyes" é uma típica composição do auge do Glam Metal. Navegando magistralmente entre o Hard e o Heavy, ela funde uma melodia maliciosa com o peso típico do Metal. Ponto alto do álbum.





A
letra demonstra sofrimento:





Can't
you see the world turn and hear the cries?


Can't
you see you're burnin' me between the eyes?


You
hardly notice


Can't
you see you're burnin' me right between the eyes?


I
see you burnin' me between the eyes













WHAT
YOU GIVE IS WHAT YOU GET





O baterista Bobby Blotzer e o baixista Croucier aumentam a pegada na faixa mais pesada do disco até então. Nesta composição, o Ratt aposta mais no Heavy Metal com as guitarras dominantes e o ritmo intenso. Ótima canção!





A
letra fala sobre consequências:





I
take my time


And
I don't care


This
love ain't right


What's
fair is fair


If
you just ask


You
will receive


Give
me the task


I
aim to please





“What
You Give Is What You Get” foi lançada como single, mas apenas no
Japão.













GOT
ME ON THE LINE





"Got Me on the Line" segue a cartilha do Glam Metal oitentista, com um ritmo divertido e descompromissado. Guitarras afiadas, com solos cativantes, acabam por conquistar o ouvinte.





A
letra é sobre sexo:





Got
me on the line


Ready
for the night


You
got me on the line


Now
you'll think twice













YOU
SHOULD KNOW BY NOW





Outra ótima canção do disco. Abusando de um ritmo envolvente e divertido, evidenciado no refrão, o Ratt aposta em uma sonoridade que mostra certa influência do Van Halen em sua música. Os solos de guitarra estão especialmente cativantes. 





A
letra fala sobre rebeldia:





Can
you hear me tellin' you (Tellin' you)


I've
got something to say (Hey)


Don't
you know it's nothin' new


Don't
you get in my way, get in my way













DANGEROUS
BUT WORTH THE RISK





A décima - e última - faixa de Invasion of Your Privacy é "Dangerous but Worth the Risk". Na derradeira música do álbum, o Ratt abusa de suas principais qualidades, ou seja, construir uma canção em que a melodia malemolente evidencie o aspecto divertido de suas composições. A música encerra muito bem o disco.





A
letra fala sobre quem se arrisca:





The
pressure's on


You're
on the run


You're
gettin' loose


You're
havin' fun


Streets
are cold


But
remember this


We
are dangerous


But
worth the risk













Considerações
Finais





Dois
singles poderosos como “Lay It Down” e “You’re in Love”
fizeram de Invasion of Your Privacy um grande sucesso.





O
álbum atingiu a sensacional 7ª posição da principal parada de
discos dos Estados Unidos, a Billboard. Ainda conquistou os
50º e 36º lugares das paradas de Reino Unido e Canadá,
respectivamente.





Além
disso, o trabalho foi bem recebido pela crítica e pelos fãs.





O
site europeu Metal Storm dá ao álbum uma nota 8,9 (de 10),
enquanto o renomado crítico canadense de Heavy Metal, Martin
Popoff, atribui a nota 7 (em 10) para o disco em seu The
Collector's Guide to Heavy Metal: Volume 2: The Eighties
.





Eduardo
Rivadavia, do site AllMusic, dá ao álbum uma nota 4 (de 5),
afirmando: “(…) o segundo álbum do Ratt, Invasion of
Your Privacy
, continha todos os mesmos ingredientes que ajudaram
a lançar a banda para o sucesso na MTV e no rádio: um lote de
músicas pop-metal comercialmente experientes e uma modelo
seminua na capa. Isso pode parecer uma análise excessivamente
simplista, mas ajuda a argumentar que, por todos os seus muito
positivos atributos, Invasion of Your Privacy foi um padrão
criativo para o grupo”.





Por
fim, Rivadavia concluiu: “Em última análise, não pode ser
alterado o fato de Invasion of Your Privacy ser um esforço
perfeitamente respeitável, muito amado pelos fãs do Ratt e
(que) facilmente evitou qualquer indício de queda no segundo
esforço”.





Uma
edição com filmagens das performances da banda no Hirsch Memorial
Coliseum, em Shreveport, Louisiana e no Mississippi Coast Coliseum,
em Biloxi, Mississippi, foram apresentadas no videoclipe de “You're
In Love”.





Os
impressionantes solos de guitarra de DeMartini e Crosby e as letras
altamente sexuais de Pearcy ajudaram a definir o som do Ratt.
Embora não tenha alcançado os números de vendas ou o status de sua
estreia, Invasion of Your Privacy, no entanto, continua sendo
altamente considerado entre os fãs.





Alguns
meses após o lançamento do álbum, a banda lançou um vídeo
caseiro intitulado Ratt: The Video. O material apresentou
vídeos de músicas do Ratt EP, Out of the Cellar e
Invasion of Your Privacy.





O
vídeo está atualmente fora de catálogo e é muito raro e difícil
de se encontrar. Foi o primeiro vídeo comercialmente disponível a
conseguir o certificado de ouro nos EUA, e eventualmente chegou à
platina, ou seja, vendeu muito bem.





Além
disso, Invasion of Your Privacy também foi um dos muitos
álbuns que recebeu a atenção da infame Parents Music ResourceCenter,
já que a capa e o título do disco eram uma clara referência ao
voyeurismo. A organização apresentou-o em uma audiência no
Congresso norte-americano, em 19 de setembro de 1985, em que o tema
era sobre as gravadoras apresentarem a mensagem (de assessoria a
pais), em discos, exibindo a mensagem de “conteúdo inapropriado”.





A
banda viajou extensivamente pelos Estados Unidos e pelo Japão,
compartilhando o palco com nomes como Bon Jovi, Ozzy
Osbourne
e Iron Maiden. Em agosto de 1985, a banda tocou
no lendário festival Monsters of Rock, em Castle Donington,
na Inglaterra, juntamente a ZZ Top, Bon Jovi, Metallica
e Magnum.





Invasion
of Your Privacy
supera a casa de 2 milhões de cópias vendidas
apenas nos Estados Unidos.













Formação:


Stephen
Pearcy - Vocal


Robbin
Crosby - Guitarra, Backing Vocals


Warren
DeMartini - Guitarra, Backing Vocals


Juan
Croucier - Baixo, Backing Vocals


Bobby
Blotzer - Bateria, Percussão





Faixas:


01.
You're in Love (Pearcy/Croucier) - 3:12


02.
Never Use Love (Pearcy) - 3:54


03.
Lay It Down (Crosby/Pearcy/DeMartini/Croucier) - 3:23


04.
Give It All (Crosby/Pearcy) - 3:19


05.
Closer to My Heart (Crosby/Pearcy) - 4:30


06.
Between the Eyes (Pearcy/DeMartini) - 3:54


07.
What You Give Is What You Get (Croucier) - 3:47


08.
Got Me on the Line (Crosby/Pearcy) - 3:04


09.
You Should Know by Now (Crosby/Pearcy/Croucier) - 3:29


10.
Dangerous but Worth the Risk (Pearcy/DeMartini/Croucier) - 3:30





Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/ratt/




Opinião
do Blog:



Após muito tempo, o Ratt retorna ao RAC com outro de seus álbuns mais renomados e um ótimo representante de tudo de bom que o Glam Metal poderia possuir.





Com a mesma formação que gravou sua antológica estreia, o inesquecível Out of the Cellar (1984), o grupo tinha como missão a árdua tarefa de construir um sucessor qualificado para seu primeiro esforço, o qual os havia lançado imediatamente à fama.





O resultado apareceu na forma deste Invasion of Your Privacy, lançado em 1985. E, sim, pode-se afirmar que a banda foi muito bem sucedida em sua empreitada.





Os principais elementos de Out of the Cellar continuam como os esteios deste disco: as letras sexuais interpretadas maliciosamente pelo bom vocalista Stephen Pearcy, o ritmo melodioso, malemolente e pesado e, também, as furiosas guitarras guiadas por uma ótima dupla de guitarristas: Robbin Crosby e Warren DeMartini.





Aliás, o ponto alto do Ratt pode, em muita valia, ser creditado no excelente trabalho das guitarras. Os riffs são deliciosos, pesados e melodiosos e os solos estão construídos abusando do bom gosto. Crosby e DeMartini são cruciais para o sucesso do que se ouve.





Músicas muito acima da média do Glam Metal estão presentes no disco: "Lay It Down", "Never Use Love" e "Closer to My Heart".





Mas o Blog elege suas favoritas como o clássico "You're in Love" e a pesadíssima "What You Give Is What You Get".





Concluindo, talvez Invasion of Your Privacy esteja em um patamar inferior ao da estreia do Ratt, Out of the Cellar, mas em nenhum ponto isto é um demérito. O nível altíssimo da estreia era praticamente inatingível e, mesmo assim, em vários momentos deste esforço, o grupo chegou a tangenciá-lo, construindo outro álbum essencial dentro do Glam Metal. Obrigatório para fãs desta vertente musical.


BARONESS - BLUE RECORD (2009)







Blue
Record é o segundo álbum de estúdio da banda norte-americana
Baroness. Seu lançamento oficial aconteceu em 13 de outubro de 2009,
através do selo Relapse Records. O disco foi gravado no The Track
Studios e a produção ficou por conta do renomado produtor John
Congleton.






Outra
banda do novo milênio estreia nas nossas páginas: o Baroness,
com seu álbum Blue Record. Brevemente, vai-se abordar as
origens do grupo antes do tradicional faixa a faixa.










Origens do Baroness





O
Baroness é uma banda americana de heavy metal de
Savannah, Geórgia, cujos membros originais cresceram juntos em
Lexington, Virgínia, ambas nos Estados Unidos.





O
grupo foi formado em meados de 2003, fundado por ex-membros da banda
punk/metal Johnny Welfare and the Paychecks.





O
líder do Baroness é John Dyer Baizley, vocalista e
guitarrista. Além disso, Baizley é pintor e famoso por ter criado a
arte gráfica de várias capas de álbuns de muitos artistas como
Kylesa, Pig Destroyer, Darkest Hour, etc; além
dos discos do próprio Baroness.





2004
a 2007





Em 3
de agosto de 2004, o Baroness lançou First, um Ep
que contava com 3 canções: “Tower Falls”, “Coeur” e “Rise”.
(Nota do Blog: Um registro chamado extended play, muitas vezes
referido como um EP, é uma gravação musical que contém
mais faixas do que um single, mas geralmente não é qualificado como
um álbum ou LP).





Em 5
de setembro de 2005, o grupo lançou Second, um segundo Ep,
com mais 3 músicas: “Red Sky”, “Son of Sun” e “Vision”.






em 2 de julho de 2007, um novo Ep, A Grey Sigh in a Flower
Husk
, mas, desta feita, dividido com a banda Unpersons. O
Baroness lançou 2 canções neste trabalho: “Teiresias” e
“Cavite”.







John Dyer Baizley





Primeiro
disco





Em 4
de setembro de 2007, o Baroness lançava seu primeiro álbum
de estúdio, Red Album. Lançado pela Relapse Records e
produzido por Phillip Cope, do grupo Kylesa, o disco foi muito
bem recebido.





A
capa, belíssima, é obra do vocalista/guitarrista John Dyer Baizley.





Para
este disco, além de Baizley, o grupo contou com o baterista Allen
Blickle, o guitarrista Brian Blickle e o baixista Summer Welch.





O
registro contém alguns verdadeiros petardos do grupo como “Rays on
Pinion”, “Grad” e “Wanderlust”, esta última, inclusive,
teve seu videoclipe lançado no consagrado programa Headbangers
Ball
. (Nota do Blog: o Headbangers Ball foi um
programa de televisão musical composto por videoclipes de heavy
metal na MTV dos Estados Unidos. O programa começou na MTV, no
sábado 18 de abril de 1987, tocando videoclipes de heavy metal e
hard rock tarde da noite, de artistas bem conhecidos e outros mais
obscuros. O show oferecia (e tornou-se famoso por causa disso) um
forte contraste com os 40 melhores vídeos de música mostrados
durante o dia pelo canal).





O
álbum recebeu críticas bastante positivas da imprensa
especializada, incluindo o prêmio de álbum do ano pela revista
norte-americana de heavy metal Revolver.





Em
1º de dezembro de 2007, o Baroness tocou no Bowery Ballroom,
na cidade de Nova York.





Em
20 de setembro de 2008, a banda anunciou via MySpace que o
guitarrista Brian Blickle deixava o conjunto, ao mesmo tempo em que
apresentava um novo guitarrista, chamado Peter Adams, da banda
Valkyrie.





Entre
2007 e 2009, o Baroness excursionou e dividiu o palco com muitas
bandas, incluindo nomes como Opeth, Coheed and Cambria,
Coliseum, Mastodon, Minsk e Clutch.







Allen Blickle





Novo
álbum





Em
18 de maio de 2009, o Baroness entrou no The Track Studio, em
Plano, no Texas, para gravar seu segundo álbum completo, Blue
Record
, produzido por John Congleton (The Roots,
Explosions in the Sky
, Black Mountain, The Polyphonic
Spree
).





A
capa, lindíssima, é outra vez obra de John Dyer Baizley. Foi o
primeiro disco do conjunto a contar com o guitarrista Pete Adams.





O
trabalho foi lançado, via Relapse Records, 13 de outubro de 2009.





Vamos
às faixas:





BULLHEAD’S
PSALM





A primeira faixa é uma pequena introdução instrumental para o disco.













THE
SWEETEST CURSE





"The Sweetest Curse" é uma amostra do poder do Baroness. É uma composição pesada, a qual aposta bastante no groove, mas que não abre mão de um senso melódico cativante. O bom trabalho das guitarras encontra suporte em uma seção rítmica encorpada.





A
letra é sobre fé e dor:





O'saviour!


There's
rotgutted whiskey in ladies


For
to ease the pain...


Or
drown away





A
faixa foi lançada como single, mas não obteve maior repercussão em
termos das principais paradas desta natureza.













JAKE
LEG





"Jake Leg" apresenta um inspirado trabalho de guitarras, calcado em riffs e, novamente, abusando da melodia. A sonoridade segue entre o Heavy e o Hard, contando com guitarras afiadas e um ótimo ritmo.





A
letra reflete necessidades:





The
body's a vessel


The
hands find a cure


"Flesh
is weak!" and my lip needs a meal













STEEL
THAT SLEEPS THE EYE





O peso abre espaço para a sensibilidade melódica, em uma canção que flerta com o Folk e conta com ótima atuação do vocalista John Dyer Baizley. Verdadeiramente tocante.





A
letra pode ser interpretada como ecos de uma batalha:





Reel
in place


'Til
the bastards take me away


Sober
taste of the eyes













SWOLLEN
AND HALO





Novamente, o trabalho das guitarras gêmeas impressiona, construído com riffs magnéticos que hipnotizam os ouvintes. O grupo apresenta sua gama de ótimas referências com a variação de andamento e melodias. Faixa incrível.





A
letra é novamente sobre uma guerra:





Now
we've wandered through the polestar's dusty floe


And
my crown is breath and blood













OGEECHEE
HYMNAL





"Ogeechee Hymnal" é outra curta, mas mais que suficiente, prova da categoria do Baroness. Uma melodia pesada, arrastada, mas dominante.













A
HORSE CALLED GOLGOTHA





A criatividade do Baroness está ainda mais aflorada na excepcional "A Horse Called Golgotha". A qualidade extraordinária das melodias, a alternância de dinâmica e, obviamente, os riffs inspirados perfazem uma canção muito acima da média. Clássico!





A
letra é sobre redenção:





Exorcise
the family demons


Stallions
on the eilderdown










A
faixa foi lançada como single, mas não obteve maior repercussão em
termos das principais paradas desta natureza.













O’ER
HELL AND HIDE





Nesta música, o Baroness mostra que sua habilidade em construir canções com alternância de dinâmicas e, simultaneamente, apostando sempre na riqueza de melodias é afiadíssima. Composição bem interessante. 





A
letra é sobre união:





We
spoke with sinners, snakes, and slaves


Daughter
of mine


You're
coming through





“O’er
Hell and Hide” foi lançada como single, mas não repercutiu entre
as maiores paradas de sucesso desta natureza.













WAR,
WISDOM AND RHYME





O brilhante trabalho da seção rítmica em "War, Wisdom and Rhyme" confere um peso ímpar à composição. Sua estrutura tecnicamente mais intrincada remete à musicalidade de grupos como o Dream Theater. Não duvide, caro leitor, o que se tem aqui é um verdadeiro petardo!





A
letra tem uma visão determinista sobre o mundo:





Maybe
the sawgrass did feel


Burnt
confederate steel


Spoil't
milk on the grave













BLACKPOWDER
ORCHARD





Pequena faixa instrumental, com um certo toque country, que precede a próxima faixa.













THE
GNASHING





"The Gnashing" é outra canção bastante interessante construída com ótimos riffs e uma constante mudança de ritmos. O peso e a melodia se complementam organicamente em outra música bem cativante.





A
letra possui sentimento de dor:





All
of the rivers are boiling with thirst


All
my hands are covered with earth


All
of my children that gnash with their teeth


Are
paperback novels and dogs scratching fleas













BULLHEAD’S
LAMENT





A décima segunda - e última - faixa de Blue Record é "Bullhead's Lament". Embora de curta duração e retomando a sonoridade da primeira música do disco, esta canção abusa do feeling e encerra o álbum de modo emocionante.













Considerações
Finais





Blue
Record
lançou o Baroness para um novo patamar de
popularidade.





O
disco atingiu o modesto 117º lugar da principal parada
norte-americana, a Billboard. Mas foi um feito em se tratando
de uma banda jovem.





A
crítica recebeu o trabalho muito positivamente. O site
norte-americano Pitchfork deu uma nota 8,5 (de 10) ao disco.
Já a revista britânica Rock Sound atribuiu nota 9 (em 10)
para o álbum.





Phil
Freeman, do site AllMusic, dá a Blue Record uma nota
4,5 (de 5), afirmando: “(…) Baroness fez um salto
evolutivo sutil, mas inconfundível, neste disco, sua segunda peça
completa e uma clara peça de complemento para Red Album. É
difícil dizer exatamente o que o novo guitarrista Pete Adams trouxe
à banda depois de substituir o irmão do baterista Allen Blickle,
Brian, mas a mistura estabelecida pela banda de riffs Southern,
viagens instrumentais e concertos intersticiais melódicos, todos
impulsionados por um som de bateria particularmente chocalhante e
mantidos unidos pelos vocais roucos e limpos de John Baizley, e por
uma linda capa de arte, são ainda mais fortes agora do que antes”.





Por
fim, Freeman atesta: “Este é um álbum feroz que não tem medo de
ser genuinamente belo. Um dos melhores lançamentos de hard rock de
2009”.





Blue
Record
, mais tarde, seria nomeado o 20º lugar na lista de
melhores álbuns de Metal da História, pela revista LA Weekly,
em 2013. Além disto, a revista norte-americana Decibel elegeu
Blue Record como o álbum do ano de 2009.





Em
fevereiro e março de 2010, o Baroness tocou no Australian
Soundwave Festival, ao lado de bandas como Clutch, Isis,
Meshuggah, Janes Addiction e Faith No More,
visitando o Japão em março de 2010, com o Isis.





O
Baroness fez uma turnê com muitas outras bandas proeminentes, como
apoiar o Mastodon em sua turnê pelos EUA, entre abril e maio de
2010, e ao Deftones, entre agosto e setembro de 2010.





O
Baroness foi selecionado como um dos dois atos de apoio (o
outro sendo Lamb of God) para o Metallica em sua turnê
pela Austrália e Nova Zelândia, no final de 2010.





O
Baroness também tocou nos festivais Coachella e
Bonnaroo, em 2010.





O
Baroness lançaria o ótimo Yellow & Green, seu
terceiro álbum de estúdio, em 17 de julho de 2012.













Formação:


John
Dyer Baizley - Vocal, Guitarra, Piano


Allen
Blickle - Bateria


Pete
Adams - Guitarra, Backing Vocals


Summer
Welch - Baixo





Faixas:


01.
Bullhead's Psalm (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 1:20


02.
The Sweetest Curse (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 4:31


03.
Jake Leg (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 4:23


04.
Steel That Sleeps the Eye (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 2:38


05.
Swollen and Halo (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 6:35


06.
Ogeechee Hymnal (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 2:36


07.
A Horse Called Golgotha (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 5:21


08.
O'er Hell and Hide (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 4:22


09.
War, Wisdom and Rhyme (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 4:26


10.
Blackpowder Orchard (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 1:01


11.
The Gnashing (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 4:18


12.
Bullhead's Lament (Baizley/Blickle/Adams/Welch) - 2:59





Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/baroness/





Opinião
do Blog:


Quando se trata de bandas do novo milênio, em termos de musicalidade mais pesada, é obrigatório colocar-se o Baroness como uma das referências. Em pouco mais de uma década, o grupo apresenta uma discografia extremamente sólida e de alto nível.





Sobrevivendo ao terrível acidente de 2012, que quase dizimou o conjunto, será um exercício animador ver até onde a banda poderá chegar uma vez que seus registros são sempre muito interessantes.





Para o RAC, Blue Record representa uma evolução natural de sua curiosa estreia, Red Album, de 2007. Neste disco, a estrutura técnica, intrincada e pesada ganha mais camadas melódicas, aumentando as possibilidades e as fronteiras musicais do Baroness.





É óbvio que a alma da banda é seu líder e frontman, John Dyer Baizley, o qual se revela um criativo compositor e competente vocalista e instrumentista.





Mas o álbum não vive apenas disto. A seção rítmica formada pelo frenético baterista Allen Blickle e pelo baixista Summer Welch mantém o peso e o groove constantes, permitindo que as guitarras brilhem intensamente tanto nos riffs quanto nos solos.





Assim sendo, Blue Record é um disco pesado e inspirado no Heavy Metal, sem dúvidas, mas é ao mesmo tempo riquíssimo em melodias belíssimas e cativantes. Sua riqueza reside, também, em ser técnico, intrincado e absurdamente melódico.





Músicas impressionantes como "The Sweetest Curse", "The Gnashing", e "Swollen and Halo" sustentam as afirmações acima, bem como a 'folk' "Steel That Sleeps the Eye".





Mas o RAC elege a brutal "A Horse Called Golgotha" e a inquietante "War, Wisdom and Rhyme" como suas preferidas.





Por fim, resta recomendar brutalmente Blue Record a nossos leitores, pois se trata de um dos melhores discos de seu tempo. Repetindo sem se importar em soar redundante, será muito interessante descobrir até onde o excelente Baroness chegará, pois a banda vem construindo uma discografia incrível até agora.


BARONESS - BLUE RECORD (2009)


Blue Record é o segundo álbum de estúdio da banda norte-americana Baroness. Seu lançamento oficial aconteceu em 13 de outubro de 2009, através do selo Relapse Records. O disco foi gravado no The Track Studios e a produção ficou por conta do renomado produtor John Congleton.

WARHORSE - WARHORSE (1970)


Warhorse é o álbum de estreia da banda inglesa de mesmo nome, obviamente, o Warhorse. Seu lançamento oficial aconteceu em novembro de 1970, através do selo Vertigo Records. As gravações ocorreram durante aquele mesmo ano, no Trident Studios, em Londres, na Inglaterra.

WARHORSE - WARHORSE (1970)







Warhorse
é o álbum de estreia da banda inglesa de mesmo nome, obviamente, o
Warhorse. Seu lançamento oficial aconteceu em novembro de 1970,
através do selo Vertigo Records. As gravações ocorreram durante
aquele mesmo ano, no Trident Studios, em Londres, na Inglaterra.






O
RAC resgata mais uma pérola do Hard Rock
setentista neste post, o álbum de estreia da banda Warhorse.
O Blog vai tratar do surgimento do grupo, brevemente, para depois
abordar o disco propriamente dito.













Deep
Purple





Em
junho de 1969, a gravadora Tetragrammaton lançava Deep Purple
nos Estados Unidos, o terceiro álbum de estúdio da banda britânica
Deep Purple.





Muitas
vezes chamado de Deep Purple III, o disco foi lançado apenas
em setembro de 1969 no Reino Unido, através do selo Harvest. A
sonoridade do disco oscilava entre o Rock Psicodélico sessentista, o
Rock Progressivo e pitadas, incipientes, do Hard Rock.





Naquela
época, o Deep Purple era formado pelo guitarrista Ritchie
Blackmore, pelo tecladista Jon Lord, pelo baterista Ian Paice, pelo
vocalista Rod Evans e pelo baixista Nick Simper.





A
gravadora norte-americana, Tetragrammaton, atrasou a produção do
álbum Deep Purple até que a turnê americana de 1969, da
banda, terminasse. Isso, além de uma promoção paupérrima, por um
selo quase quebrado, causou o fracasso do disco, atingindo apenas a
162ª posição na Billboard, a principal parada norte-americana.





Logo
após o lançamento final do terceiro álbum, a Tetragrammaton saiu
do mercado, deixando a banda sem dinheiro e com seu futuro incerto.
(Os ativos da Tetragrammaton foram assumidos pela Warner Bros.
Records, a qual lançaria os álbuns do Deep Purple, nos EUA,
durante a década de 1970).





Durante
a turnê americana de 1969, Lord e Blackmore se encontraram com Paice
para discutir o desejo de levar a banda em uma direção mais pesada.
Sentindo que Evans e Simper não se sairiam bem em um estilo de rock
pesado, ambos foram substituídos naquele verão britânico.





Paice
afirmou: “Uma mudança tinha que acontecer. Se não tivessem saído,
a banda se desintegraria totalmente”. Simper e Blackmore observaram
que Rod Evans já estava com um pé na porta. Simper afirmou que
Evans conheceu uma garota em Hollywood e tinha o objetivo de ser um
ator, enquanto Blackmore explicou: “Rod só queria ir para a
América e morar na América”.





Em
busca de um vocalista substituto, a banda perseguiu Ian Gillan, do
Episode Six, um conjunto que havia lançado vários singles no
Reino Unido sem alcançar sua grande chance pelo sucesso comercial.





Curiosamente,
Gillan já havia sido abordado por Nick Simper quando o Deep
Purple
se formou pela primeira vez, mas Gillan teria dito à
Simper que o projeto não iria a lugar algum, enquanto sentia que o
Episode Six estava preparado para torná-lo grande.





O
baterista do Six, Mick Underwood - um antigo camarada de
Blackmore de seus dias no Outlaws - apresentou a banda a
Gillan e ao baixista Roger Glover. Isso efetivamente matou o Episode
Six
.





De
acordo com Blackmore, o Deep Purple só estava interessado em
Gillan e não em Glover, mas Roger foi mantido sob o conselho de Ian
Paice.





Isso
criou a formação do Deep Purple conhecida como Mark II, cuja
primeira gravação foi uma versão para uma música chamada “Hallelujah”.





No
momento da supracitada gravação, Nick Simper ainda pensava que
estava na banda e tinha chamado o estúdio para se informar sobre as
datas de gravação da canção. Então, ele descobriu que a música
já havia sido gravada com Roger Glover no baixo.





Os
membros originais restantes do Deep Purple instruíram ao seu
staff para informar a Simper que ele havia sido oficialmente
substituído.







Nick Simper





Nick
Simper





Antes
de cofundar o Deep Purple, em 1968, Simper tocou em uma série
de bandas, incluindo The Renegades (1960-61), The Delta Five
(1961-63), Some Other Guys (1963-64), Buddy Britten & The Regents
a qual foi renomeada para Simon Raven Cult (1964-66) e Johnny Kidd
& the Pirates
.





Infelizmente,
dentro de alguns meses de sua união com o The Pirates, Simper
e Kidd estiveram envolvidos em um acidente de carro que levou a vida
de Kidd e deixou Simper ferido.





Depois
de se recuperar, Simper reativou brevemente o The Pirates como
uma banda de homenagem a Kidd (1966-67) antes de ingressar no Garden,
a banda de apoio para The Flower Pot Men (1967-68), onde tocou
ao lado de Jon Lord. (Foi Lord quem inicialmente sugeriu que Simper
fosse convidado a se juntar ao Deep Purple quando a banda se formou).





Simper
também teve um breve período com o Lord Sutch's Savages.





Simper
pós Deep Purple





Depois
de ser demitido do Deep Purple, em 1969, Simper juntou-se à banda de
apoio de Marsha Hunt. (Nota do Blog: Marsha Hunt é uma atriz,
romancista, cantora e ex-modelo norte-americana que viveu
principalmente no Reino Unido e na Irlanda. Ela alcançou a fama
nacional quando apareceu em Londres, como Dionne, no musical de longa
duração chamado Hair. Ela teve relações íntimas com Marc
Bolan e Mick Jagger, o qual é pai de seu único filho, Karis).





Pouco
tempo depois, Simper fez alterações na banda de apoio de Marsha,
colocando Ged Peck na guitarra e Mac Poole na bateria. Quando Hunt
ficou grávida, a banda parou de fazer turnê e Simper e Peck
reorganizaram o grupo como uma nova banda.





Ged
Peck





Ged
começou a tocar semi-profissionalmente quando ainda estava na escola
e logo começou a trabalhar nos grandes hotéis de Londres com a Rome
Rudi Orchestra
. Ele também tocou no famoso Coffee Bar do 2i, na
Old Compton Street, e recebeu uma oferta de permanência que ele
recusou devido à sua relutância em assinar contratos com Tom
Littlewood.





Depois
de uma temporada no norte da Inglaterra, tocando com um grupo baseado
em Bury, ele retornou para Londres e se juntou a uma banda de "mod"
chamada Favourite Sons a qual gravou algumas faixas, em 1965, com
Mike Hurst, e também tocou no álbum que eles gravaram. Foi essa
banda que se tornou apoio para Vince Eager e Tommy Quickly.





Em
1966, ele se juntou ao Freddie Mack Sound, que consistia em
qualquer coisa entre dez e dezoito funcionários com uma seção de
metais completa e liderada pelo saxofonista barítono Roger Warwick.





O
grupo viajava incessantemente por Grã-Bretanha, Irlanda e França.
Foi aqui que Ged conheceu o baterista B. J. Wilson e o baixista Alan
Cartwright, os quais, mais tarde, juntar-se-iam ao Procol Harum.
A banda também incluía o cantor Derry Wilkie.





O
Freddie Mack Sound era muito popular na estrada. Freddie Mack
era um ex-boxeador americano dos pesos leve e pesado de alguma
reputação. A conexão ajudou a obter uma residência regular no
Uppercut Club, do boxeador inglês Billy Walker, em Forest Gate, a
leste de Londres. Eles tocaram com todos os principais grupos daquele
tempo, como The Who, Pink Floyd, The Small Faces
e Jimi Hendrix.





Após
uma infinidade de trabalhos de apoio acima mencionados, Peck foi
convidado por Alan Cartwright para se juntar ao Every Which Way,
uma banda de curta duração antes de Cartwright e B. J. Wilson se
juntarem ao Procol Harum.





Peck
também era conhecido por sair dos compromissos de que não gostava,
e foi louvado e criticado, pelos seus contemporâneos, por seu estilo
muito rápido de tocar.





Durante
o tempo em que participava do apoio ao The Flower Pot Men, em
turnê por toda a Europa, outros dois membros da mesma banda de apoio
- o baixista Nick Simper e o tecladista Jon Lord - foram abordados
pelo guitarrista Ritchie Blackmore para formar o que mais tarde se
tornou o Deep Purple.





Peck
e Blackmore se encontraram anteriormente em Hamburgo, por meio do
baterista, Carlo Little, embora não houvesse nenhuma animosidade
sobre a ruptura da banda. Eles continuaram trocando guitarras e
amplificadores por sessões de gravação subsequentes.





Simper
foi substituído, temporariamente, pelo baixista do Georgie Fame,
Tex Makins, o qual visitou a Suíça com o cantor David Garrick, Peck
e Little. Antes disso, Peck, Lord, Simper e Little haviam participado
de um ‘pacote de viagem’ com a banda americana Vanilla Fudge
e Steve Winwood.





Em
1968, Peck trabalhou com Billy Fury, enquanto tentava formar
um trio chamado Storm com o baixista Tony Dangerfield e
o baterista Pete Phillipps. Eles gravaram um álbum solo, embora as
fitas fossem posteriormente perdidas.







Ged Peck





As
gravações, na BBC, feitas com Fury durante aquele ano apareceriam
no site oficial de Fury. Em uma turnê, o
Storm tocou em solo
alemão, França e depois na Alemanha novamente (todos no mesmo dia),
mas não conseguiu decolar na Inglaterra.





Para
Peck, o trabalho como músico de sessão continuou, com pessoas como
o pianista Nicky Hopkins, que tocou em muitos dos discos do
The Rolling Stones e de James Royal.





Depois
disso, ele foi convidado a se juntar a um projeto de banda do
baixista Nick Simper, que posteriormente deixou o Deep Purple.
Peck juntou forças com o tecladista Rick Wakeman para
escrever um pouco do material. (Nota do Blog: Richard
Christopher ‘Rick’ Wakeman é um tecladista, compositor,
apresentador de televisão e rádio, e autor inglês. Ele é mais
conhecido por sua participação na banda de rock progressivo Yes
e por seus álbuns solo lançados na década de 1970).





No
entanto, Wakeman repentinamente partiu e seu lugar foi ocupado
por Frank Wilson. Ashley Holt se tornou o vocalista enquanto Peck e
Simper descobriram o baterista de Birmingham, Mac Poole. Holt e
Wakeman já haviam sido assistidos ao tocar no Top Rank
Ballroom, em Reading, na Inglaterra.





Enquanto
isso, Peck ganhava vida no trabalho de músico de sessão e fazia
turnês com Marsha Hunt, trabalho este que culminou em uma
aparição no Festival da Ilha de Wight, em 1969, em frente a
150 mil pessoas, ao lado de The Who, Bob Dylan, Joe
Cocker
e Richie Havens, entre outros. (Nota do Blog:
O Festival da Ilha de Wight (The Isle of Wight Festival) é um
festival musical que acontece anualmente na Ilha de Wight,
Inglaterra. Foi realizado originalmente entre 1968 e 1970,
respectivamente em Ford Farm (próximo a Godshill), Wootton e Afton
Down (próximo a Freshwater). A edição de 1970 foi de longe a maior
e mais famosa dos primeiros festivais desse estilo. O evento foi
retomado em 2002 no Seaclose Park, um local de recreação nos
arredores de Newport. Tem sido realizado anualmente desde então).





Surge
o Warhorse





Desta
forma, quando Marsha Hunt ficou grávida e suspendeu suas turnês,
Nick Simper e Ged Peck resolveram criar uma banda, a qual seria
denominada Warhorse.





Ashley
Holt tornou-se o vocalista do grupo e eles recrutaram o tecladista
Rick Wakeman. Quando a banda gravou sua primeira demo, em
abril de 1970, Wakeman foi substituído por Frank Wilson.





O
Warhorse assinou com a Vertigo e foi gerenciado por Ron Hire,
originalmente sócio da HEC Enterprises, os investidores
originais do Deep Purple.





A
banda logo entrou no Trident Studios para gravar seu primeiro álbum,
Warhorse, com a produção do próprio grupo em parceria com
Ian Kimmet.





Vamos
às faixas:





VULTURE
BLOOD





Em sua primeira faixa, o Warhorse demonstra sua proposta em construir uma sonoridade intensa e, de certo modo, pesada. O teclado de Frank Wilson está muito presente e o baixo de Nick Simper é quem dá as cartas. Os vocais agressivos de Ashley Holt são um grande destaque.













NO
CHANCE





Em "No Chance", há uma abordagem mais sóbria, mas não menos intensa, do grupo. O peso abre espaço para uma melodia que esbanja uma atmosfera melancólica. A bateria de Mac Poole é marcante, bem como os vocais de Holt. Mas o destaque é o feeling da guitarra de Ged Peck. Grande canção! 














BURNING





"Burning" apresenta um riff principal muito bom, o qual é guiado magistralmente pela guitarra de Peck. A sonoridade da faixa é bem característica do Hard setentista, pois mixa o peso com fortíssimas doses de melodia e malicia. O baixo de Simper é contagiante.













ST.
LOUIS





É quase impossível ouvir a versão do Warhorse para "St. Louis" sem que venha a urgência de faixas como "Fireball", do Deep Purple, a nossa mente. Direta, sem rodeios, e com o teclado dominante, a canção é um Hard Rock de primeira!













“St.
Louis” é um cover para a canção da banda Easybeats,
composta por George Young e Harry Vanda. Foi lançada como single,
mas não repercutiu nas paradas de sucesso.













RITUAL





"Ritual" é outra música impressionante nesta estreia do Warhorse. Embora sua construção seja simples, sua proposta cativa. Trata-se de um Hard Rock, brilhantemente executado, mas com os pés fincados no Blues. O resultado é extremamente saboroso.













SOLITUDE





"Solitude" é a faixa mais extensa desta estreia do Warhorse, superando a casa dos 8 minutos. O guitarrista Ged Peck abusa do feeling, com solos muito tocantes. A proposta mais contida e suave não causa nenhuma perda de intensidade. Linda canção.













WOMAN
OF THE DEVIL





A sétima - e última - faixa de Warhorse é "Woman of the Devil". Na derradeira música do disco, o flerte com o Rock Progressivo, na sonoridade do conjunto, é mais palpável. A canção fecha o trabalho de modo empolgante, com uma musicalidade muito interessante.













Considerações
Finais





Embora
seja um álbum de inegável qualidade, infelizmente, Warhorse
não fez sucesso.





O
disco não conseguiu fazer barulho e acabou não atingindo as
principais paradas de sucesso internacionais, a norte-americana e a
britânica.





Richie
Unterberger, do site AllMusic, em uma crítica retrospectiva,
dá ao disco uma nota 3 (de 5). E afirma: “A estreia autointitulada
do Warhorse foi uma melodia de rock progressivo/heavy rock que
era ainda menos humorística que o Deep Purple, e muito menos
que o Black Sabbath, a banda com a qual eles eram comparados
com mais frequência”.





Por
fim, Unterberger, conclui: “Faixas como “Vulture Blood”,
“Burning”, “Ritual”, “Solitude” e “Woman of the Devil”
são indicativos do desejo do grupo em criar um humor ameaçador,
embora as músicas não tenham atingido o alvo da forma forte com que
ele provavelmente visava”.





A
banda começou a fazer turnês, mas fez pouco progresso e o álbum
não conseguiu atingir as paradas de sucesso.





Um
single, “St. Louis”, foi lançado, mas também não conseguiu
fazer barulho.





Em
1971, depois de discussões sobre o estilo, Peck saiu e foi tocar
guitarra clássica. Ele foi substituído por Pete Parks.





Em
1972, o Warhorse lançaria seu segundo álbum de estúdio, Red
Sea
.













Formação:


Ashley
Holt - Vocal


Ged
Peck - Guitarra


Mac
Poole - Bateria


Nick
Simper - Baixo


Frank
Wilson - Teclados





Faixas:


01.
Vulture Blood (Holt/Peck/Poole/Simper/Wilson) – 6:13


02.
No Chance (Holt/Peck/Poole/Simper/Wilson) – 6:22


03.
Burning (Holt/Peck/Poole/Simper/Wilson) – 6:17


04.
St. Louis (Young/Vanda) – 3:50


05.
Ritual (Holt/Peck/Poole/Simper/Wilson) – 4:54


06.
Solitude (Holt/Peck/Poole/Simper/Wilson) – 8:48


07.
Woman of the Devil (Holt/Peck/Poole/Simper/Wilson) – 7:16





Letras:


Não
encontramos nenhum site com as letras das canções do disco.




Opinião
do Blog: 



Antes de qualquer coisa, é importante ressaltar a marca atingida com esta publicação: O Rock: Álbuns Clássicos chega ao seu post de número 200! Neste momento é fundamental agradecer nossos poucos, mas fiéis, leitores por nos acompanhar durante esta jornada.





Voltando ao álbum Warhorse, é muito curioso observar como a nova banda do baixista Nick Simper apresenta uma musicalidade semelhante a que sua ex-banda, o Deep Purple, começou a fazer justamente após sua demissão.





Portanto, fãs da primeira fase do Purple, com Simper no baixo, podem não apreciar tanto assim o Warhorse. Aqui, o prato principal é o Hard Rock setentista, intenso e extremamente melódico, com toques suaves de Rock Progressivo.





Nick é acompanhado por músicos competentes e ele mesmo se sobressai no baixo, muito presente em todas as canções. O tecladista Frank Wilson e o baterista Mac Poole se fazem notar e o guitarrista Ged Peck abusa do feeling, com ótimos solos.





Em canções mais contidas, como "Solitude" e "No Chance", para o RAC, o vocalista Ashley Holt fica devendo um pouco e uma voz mais poderosa elevaria as possibilidades, especialmente destas músicas incríveis.





Mas, mesmo assim, Warhorse, com apenas 7 faixas, é um disco incrível. Peso, melodia e extremo bom gosto são a tônica de um álbum inexplicavelmente subestimado.





"Vulture Blood" é um Hard Rock de primeira linha, da mesma maneira que a excelente Bluesy "Ritual". "No Chance" possui um aspecto melancólico enquanto a versão de "St. Louis" é matadora.





Mas o RAC escolhe "Solitude" como sua favorita, uma composição enigmática e tocante.





Enfim, Warhorse é um álbum muito acima da média e que merece ser conhecido por todos, especialmente os fãs do ótimo Hard Rock dos anos 70. Infelizmente, também faltou sorte para que o Warhorse conquistasse o sucesso comercial. Mas, pelo menos, foi uma ótima oportunidade para celebrarmos nosso ducentésimo post!