SOFT MACHINE - THE SOFT MACHINE (1968)

 


The
Soft Machine é o álbum de estreia da banda britânica chamada Soft
Machine. Seu lançamento oficial aconteceu em dezembro de 1968,
através do selo ABC Probe e pelo selo Barclay. As gravações
ocorreram em qbril daquele mesmo ano, no Record Plant Studios, em
Nova Iorque, nos Estados Unidos. A produção ficou a cargo de Chas
Chandler e de Tom Wilson.









O
Começo






A
Soft
Machine

(conhecida como The Soft Machine até 1969 ou 1970) foi formada em
meados de 1966 por Robert Wyatt (bateria, voz), Kevin Ayers (baixo,
guitarra, voz), Daevid Allen (guitarra) e Mike Ratledge (órgão)
mais, apenas para os primeiros shows, o guitarrista americano Larry
Nowlin.






Allen,
Wyatt e o futuro baixista Hugh Hopper tocaram juntos pela primeira
vez no Daevid Allen Trio, em 1963, ocasionalmente acompanhados por
Ratledge. Wyatt, Ayers e Hopper foram membros fundadores do
The
Wilde Flowers
,
encarnações da qual incluiriam membros de outra banda de
Canterbury, o
Caravan.


Mike Ratledge







Primeiros
Trabalhos






Esta
primeira formação da
Soft
Machine

envolveu-se no início do underground britânico, apresentando-se no
UFO Club e em outros clubes de Londres como o Speakeasy Club e Middle
Earth.






O
primeiro single, "Love Makes Sweet Music" (gravado em 5 de
fevereiro de 1967, produzido por Chas Chandler), foi lançado pela
Polydor em fevereiro, acompanhado de "Feelin' Reelin' Squeelin'"
(janeiro de 1967, produzido por Kim Fowley).






Em
abril de 1967, o grupo gravou sete canções demo com o produtor
Giorgio Gomelsky, no De Lane Lea Studios, que permaneceram inéditas
até 1971, em uma disputa judicial sobre os custos do estúdio.






O
conjunto também tocou na Holanda, Alemanha e na Riviera Francesa.
Durante julho e agosto de 1967, Gomelsky agendou shows ao longo da
Côte d'Azur, com o show inicial mais famoso da banda ocorrendo na
praça da vila de Saint-Tropez. Isso levou a um convite para tocar na
badalada "Nuit Psychédélique" do produtor Eddie Barclay,
realizando uma versão de quarenta minutos de "We Did It Again",
cantando o refrão repetidamente em uma qualidade de transe. Isso os
tornou instantaneamente queridinhos da multidão parisiense "in",
resultando em convites para aparecer em programas de televisão e na
Bienal de Paris, em outubro de 1967.






Após
o retorno da França, Allen (um australiano) foi impedido de entrar
no Reino Unido, então o grupo continuou como um trio, enquanto ele
retornava a Paris para formar o
Gong.






Compartilhando
o mesmo gerenciamento de
Jimi
Hendrix
,
a banda apoiou a turnê norte-americana do
Jimi
Hendrix Experience
,
ao longo de 1968. O primeiro álbum do
Soft
Machine

foi gravado na cidade de Nova York em abril, no final da primeira
etapa da turnê.


Kevin Ayers







O
Álbum de Estreia






O
trio remanescente formado por Ratledge, Ayers e Wyatt foi o
responsável por gravar o disco de estreia do
Soft
Machine
.
É o único álbum do grupo a apresentar Kevin Ayers como membro.


Robert Wyatt







O
álbum foi produzido por Chas Chandler e Tom Wilson e seu conteúdo é
tido como uma das raízes essenciais para o rock progressivo e para o
jazz-fusion.






Vamos
às faixas:






HOPE
FOR HAPPINESS






Hope
For Happiness” inicia o disco de modo desconcertante, oscilando em
uma melodia sombria e angustiante, em claro confronto com uma
passagem intensa, baseada no Rock Psicodélico.






A
letra fala sobre esperança:






Sun
heart burns, moon glow turns


Stars
foretell - Hope For Happiness


Hope
For Happiness, happiness, happiness






JOY
OF A TOY






Joy
of a Toy” é uma pequena faixa instrumental que flerta, levemente,
com o Jazz.






A
faixa foi lançada como single, mas não repercutiu nas principais
paradas desta natureza.









HOPE
FOR HAPPINESS (REPRISE)






Esta
canção é uma retomada da música que inicia o trabalho.






WHY
AM I SO SHORT?







Why
Am I So Short?” é um Rock bem sessentista, bem curtinha, contando
com um bom instrumental.







A
letra possui um sentido de narcisismo:






I'm
nearly 5 ft. 7 tall


I
like to smoke and drink and ball


I've
got a yellow suit that's made by Pam


And
every day I like an egg and some tea


But
best of all I like to talk about me!







SO
BOOT IF AT ALL







So
Boot If at All” é a peça central do disco e que também surge
como uma amostra do potencial do conjunto, com flertes generosos que
apontam para o Rock Progressivo.







A
CERTAIN KIND







A
Certain Kind” é um Rock mais suave, uma espécie de balada, mas
com uma pegada mais melancólica.







A
letra possui sentido romântico:






And
loving you the way I do


Makes
everything seem right again


And
when you're near I know


I
know you just can't see


All
the time of day


I
know you're mine, and all the time







SAVE
YOURSELF







Save
Yourself” é um Rock intenso com instrumental mais intrincado,
mesmo sendo bem curta.







A
letra é sobre um relacionamento:






You
gotta save yourself


Don't
enslave yourself


Just
to save yourself


Stay
in your own bed at night







PRISCILLA







Priscilla”
é um pequeno movimento insturmental dominada pelos teclados.







LULLABYE
LETTER







Lullabye
Letter” tem nos teclados sua grande força, contando com um ótimo
solo.







A
letra é sobre verdade:






I've
got lights in my brain


We'll
have fights in the rain


You'll
be good and bad together


Writing
songs and call that the weather







WE
DID IT AGAIN







We
Did It Again” é extremamente repetitiva, em um esforço menor do
álbum.







A
letra repete o verso “I Did It Again” exaustivamente.







PLUS
BELLE QU’UNE POUBELLE







Plus
Belle qu'une Poubelle”
é
uma pequena canção instrumental que serve de introdução para a
seguinte.







WHY
ARE WE SLEEPING?







Why
Are We Sleeping?” é uma música com mais de 5 minutos e um
excelente trabalho do baixo, sendo uma composição com a cara dos
anos 60s.







A
letra pode ser interpretada como tema de inércia:






My
head is a nightclub with glasses and wine


The
customers dancing or just making time


While
Daevid is cursing, the customers scream


Now
everyone's shouting, "Get out of my dream!"







BOX
25/4 LID







Box
25/4 Lid” tem apenas 50 segundos e encerra o disco.







Considerações
Finais







The
Soft Machine

não foi um sucesso comercial, embora tenha atingido a modesta 160ª
colocação na principal parada norte-americana desta natureza.






John
Bush, do site AllMusic, dá ao trabalho uma nota 4,5 (em 5),
apontando: “Uma tentativa selvagem, descontraída e finalmente
bem-sucedida de mesclar psicodelia com jazz-rock, a estréia de Soft
Machine varia entre canções pop oblíquas tocadas com amor e um
conjunto perturbado
formado
(pelos)

o baterista / vocalista Robert Wyatt, o baixista Kevin Ayers e o
organista Mike Ratledge”.






Bush,
demonstrando o apreço da crítica pelo trabalho, conclui: “Como
The
Piper at the Gates of Dawn
,
do
Pink
Floyd
,
Vol.
1

foi um dos poucos discos ambiciosos da era psicodélica que realmente
cumpriu sua promessa incrível”.






De
volta a Londres, o guitarrista Andy Summers, mais tarde do
The
Police
,
juntou-se ao grupo após a separação da
Dantalian's
Chariot

(anteriormente
Zoot
Money's Big Roll Band
).






Após
algumas semanas de ensaios, o quarteto começou uma turnê pelos EUA
com alguns shows solo antes de se reunir com
Hendrix
durante agosto e setembro de 1968.






Summers
foi demitido por insistência de Ayers. Ayers também saiu,
amigavelmente, após a data final da turnê no Hollywood Bowl, em
meados de setembro, e a
Soft
Machine

se desfez.






Wyatt
permaneceu nos EUA para gravar demos solo, enquanto Ratledge retornou
a Londres e começou a compor para valer. Uma das demos de Wyatt,
Slow
Walkin' Talk
,
permitiu que Wyatt fizesse uso de suas habilidades
multi-instrumentista (órgão Hammond, piano, bateria e voz) e contou
com
Hendrix
no baixo.






Em
dezembro de 1968, para cumprir obrigações contratuais, a
Soft
Machine

se reformulou, com o ex-road manager e compositor Hugh Hopper no
baixo, adicionado a Wyatt e Ratledge e gravou seu segundo álbum,
Volume
Two
(1969),
o qual iniciou uma transição para o jazz fusion.









Formação:


Mike
Ratledge - Órgão Lowrey Holiday De Luxe, Piano (em 13)


Kevin
Ayers - Baixo, Vocal (em 10), Backing Vocal (em 7 e 9), Piano (em 5)


Robert
Wyatt - Bateria, Vocal


Músicos
Adicionais:


Hugh
Hopper – Baixo (em 13)


The
Cake – Backing Vocal (em 12)







Faixas:


01.
Hope for Happiness (Ayers/Ratledge/Hopper) - 4:21


02.
Joy of a Toy (Ayers/Ratledge) - 2:49


03.
Hope for Happiness (Reprise) (Ayers/Ratledge/B. Hopper) - 1:38


04.
Why Am I So Short? (Ratledge/Ayers/Hopper) - 1:39


05.
So Boot If At All (Ayers/Ratledge/Wyatt) - 7:25


06.
A Certain Kind (Hopper) - 4:11


07.
Save Yourself (Wyatt) - 2:26


08.
Priscilla (Ayers/Ratledge/Wyatt) - 1:03


09.
Lullabye Letter (Ayers) - 4:32


10.
We Did It Again (Ayers) - 3:46


11.
Plus Belle qu'une Poubelle (Ayers) - 1:03


12.
Why Are We Sleeping? (Ayers/Ratledge/Wyatt) - 5:30



13.
Box 25/4 Lid (Ratledge/Hopper) - 0:49







Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/soft-machine/






Opinião
do Blog:


Apesar
de sua inegável contribuição para a história e
a
formação
do Rock (especialmente no que tange
ao
Progressivo e
ao
Jazz Fusion), a
Soft
Machine

não é das bandas mais conhecidas do público em geral.






Formado
por músicos incontestavelmente competentes, este álbum de estreia
demonstra um grupo com
uma
identidade musical constituída, mas em busca de uma consolidação
desta mesma identidade.






Assim,
Volume
1

traz canções com viés Rock, mais precisamente próximo do estilo
psicodélico, mas com toques de Jazz e arranjos mais elaborados, tudo
isto em um processo que contribuiria para a formação do Rock
Progressivo.






As
letras são na média geral.






O
site elege a fulgurante instrumental “
So
Boot If At All” como sua favorita.






Enfim,
Volume
1

ainda não é a prova definitiva de como a
Soft
Machine

foi uma banda única, mas traz claras demonstrações de como o grupo
seria um pilar no surgimento de uma forma de se fazer Rock, mais
elaborada e mais sofisticada para sua época. Banda imperdível.

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