DEEP PURPLE - FIREBALL (1971)

 


Fireball é o quinto álbum de estúdios da banda britânica Deep Purple. O lançamento oficial aconteceu em julho de 1971 (EUA) e setembro do mesmo ano no Reino Unido, através dos selos Harvest e Warner Bros., respectivamente. As gravações ocorreram entre setembro de 1970 e junho de 1971, nos estúdios De Lane Lea e Olympic, ambos em Londres, e no The Hermitage, em Welcombe, todos na Inglaterra. A produção ficou com a própria banda.





In Rock


O quarto álbum de estúdios – e o primeiro de estúdio da Mark II – foi In Rock. Lançado em 1970, In Rock continha os clássicos "Speed King", "Into The Fire" e "Child in Time".


Ian Gillan



O single não incluído no álbum "Black Night", lançado na mesma época, finalmente colocou o Deep Purple no Top 10 do Reino Unido. A interação entre a guitarra de Ritchie Blackmore e o órgão distorcido de Jon Lord, juntamente aos vocais poderosos e abrangentes de Ian Gillan e a seção rítmica composta por Roger Glover e Ian Paice, agora começaram a assumir uma identidade única que separava a banda de seus álbuns anteriores. Junto a Led Zeppelin II, do Led Zeppelin, e Paranoid, do Sabbath, In Rock codificou o gênero heavy metal em desenvolvimento.


In Rock teve um bom desempenho, especialmente no Reino Unido, onde alcançou a quarta posição, enquanto o single "Black Night" alcançou a segunda posição na parada de singles do Reino Unido.


Além de aumentarem as vendas no Reino Unido, a banda estava se destacando como artista ao vivo, principalmente no que diz respeito ao grande volume de seus shows e às habilidades de improvisação de Blackmore e Lord.


Ritchie Blackmore



Fireball


In Rock, que havia sido um sucesso de crítica e comercial, permaneceu nas paradas por mais de um ano. Por causa disso, o grupo estava em constante demanda por shows, o que começou a afetar a saúde dos membros da banda. O tecladista Jon Lord sofria de problemas nas costas (que remontam aos seus dias no The Artwoods, quando ele tinha que transportar um órgão Hammond para shows sem a assistência de uma equipe de estrada), e o baixista Roger Glover tinha problemas de estômago que o impediram de se apresentar ao vivo em várias ocasiões.


O guitarrista Ritchie Blackmore sentiu que havia sido comprovado pela decisão de se concentrar no hard rock e acreditava que o sucesso do grupo era em grande parte por causa dele. Isso levou a um conflito crescente com o vocalista Ian Gillan e o relacionamento entre os dois começou a ficar tenso.


Assim como no álbum anterior, as sessões para o sucessor de In Rock foram agendadas no intervalo de muitos meses entre as turnês da banda. Na primeira delas, em setembro de 1970, o Purple completou apenas uma música, "Anyone's Daughter", com o grupo tendo dificuldade para ter mais ideias.


Mais material para o álbum foi ensaiado em Welcombe Manor, Devonshire, em dezembro de 1970. A banda cancelou várias apresentações ao vivo para reunir material que pudesse servir como a continuação de In Rock. "Strange Kind of Woman", "I'm Alone" e "The Mule" foram compostas durante essas sessões e gravadas em janeiro de 1971, com as duas primeiras juntas como o próximo single do Deep Purple em fevereiro, para manter a banda sob os olhos do público enquanto o álbum ainda estava sendo trabalhado. Outra música, "Freedom", foi composta em Welcombe e gravada durante essas sessões, mas não entrou na lista final de faixas.


Jon Lord



Outro material foi gravado entre os shows até março. "Strange Kind of Woman" foi adicionada ao set ao vivo do grupo no final de janeiro, rapidamente se tornando uma obra-prima para Gillan cantar os riffs de guitarra de Blackmore de uma maneira de chamada e resposta. A última música a ser gravada foi "Demon's Eye" em junho.


Enquanto isso, a gravadora americana, Warner Bros., estava impaciente com a chegada do novo álbum, já que a banda tinha uma turnê americana marcada para julho. Como resultado, "Demon's Eye" não pôde entrar na lista final de faixas, e o selo optou por incluir "Strange Kind of Woman".


Vamos às faixas:


FIREBALL


Fireball” abre o disco com uma canção que é um verdadeiro arrasa quarteirão, sendo pesada e intensa,


A letra mostra um eu lírico fascinado por outra pessoa:


I tried to understand you, I tried to love you right

The way you smile and touch me always sets my heart alight

Your lips are like a fire burning through my soul

And people ask me where you're from

They really wanna know

Oh my soul it's a long way

Where you're from it's a long way


A canção foi um single que atingiu a 15ª colocação da principal parada britânica desta natureza.


NO NO NO


No No No” é uma música bem criativa, com um inegável toque bluesy da guitarra de Blackmore.


A letra fala sobre um sentido de inconformidade com as regras sociais:


Must we let them fool us no no no

Have we got our freedom no no no

Is it getting better no no no

Do we love each other no no no

Must we wait forever no no no


DEMON’S EYE


Um riff matador de Blackmore é a perfeita para a música, com Ritchie sendo infernal em suas abordagens.


A letra mostra um eu lírico desiludido:


I don't mind just what you say

I never heard you, baby, never heard you anyway

I don't care what you do

Just so long as it ain't me and you

Sly, sly, sly like a demon's eye


ANYONE’S DAUGHTER


Esta é uma música diferente dentro do disco, com uma pegada country bem proeminente.


A letra é bem-humorada:


Imagine I was a full grown man

And I could talk just right

Could I come and see you here

And do this every night?


Roger Glover



THE MULE


The Mule” é extremamente divertida, com uma pegada bem forte de Ian Paice nas baquetas e solos interessantes de Blackmore.


A letra reflete o poder de pensamentos negativos:


No one sees the things you do

Because I stand in front of you

But you drive me all the time

Put the evil in my mind


FOOLS


Em “Fools”, o Hard Rock em fúria do Purple está de volta e os duelos entre Lord e Blackmore retornam em maior evidência. Música incrível!


A letra trata de sofrimento psicológico:


I can see what's wrong with me

It's in my head

I can see what's gonna be

As I lie in my bed

Man is not my brotherhood

I am of the dead

I died as I lived as I loved and was born

On some distant hill

The reasons to hide were the reasons I cried

Fools pass laughing still


NO ONE CAME


Blackmore destrói nos solos de guitarra da excelente “No One Came”, em duelos ferozes com os teclados de Lord.


A letra reflete sobre a solidão de ser artista:


It's die young and live much longer

Spend your money and sit and wonder

No one came for miles around

And said man your music is really funky


Considerações Finais


Fireball alcançou a primeira posição na parada de álbuns do Reino Unido, e também alcançou a primeira colocação em vários outros países europeus, como Alemanha, Áustria e Suécia. Na América do Norte, superou seu antecessor, In Rock, alcançando a 32ª posição nos EUA e a 24ª no Canadá.


O single "Strange Kind of Woman", inspirada no boogie, alcançou a oitava posição no Reino Unido e na Alemanha, e a primeira na Dinamarca. "Fireball", a faixa-título do álbum, também foi lançada como single e alcançou a 15ª colocação no Reino Unido.


A maioria da banda não considera o álbum um clássico, embora seja um dos favoritos de Ian Gillan. Ele declarou em uma entrevista de 1974: "A razão pela qual gostei tanto foi porque pensei, do ponto de vista da composição, que era realmente o início de tremendas possibilidades de expressão. E algumas das faixas daquele álbum são realmente muito inventivas". No entanto, Gillan também disse que a inclusão de "Anyone's Daughter" no álbum foi "muito divertida, mas um erro".


Ian Paice



Ritchie Blackmore, em particular, declarou publicamente que não estava muito satisfeito com Fireball. Ele disse sobre a produção: "Foi um desastre, porque foi tudo improvisado no estúdio. Pressão da direção, não tínhamos tempo”.


Jon Lord afirmou que Fireball "oscila um pouco" e "vai a lugares que a banda não esperava que ele fosse". Lord elogiou várias músicas do álbum, incluindo "No No No" e "Fools", e destacou particularmente a bateria de Ian Paice na faixa-título.


No episódio de 9 de abril de 2011 do That Metal Show, o virtuoso guitarrista Yngwie Malmsteen declarou que sua irmã mais velha lhe dera Fireball quando ele tinha oito anos, e "isso mudou tudo" para ele. Da mesma forma, o baterista do Metallica, Lars Ulrich, afirmou que comprou uma cópia de Fireball 12 horas depois que seu pai o levou a um show do Deep Purple em Copenhague em 1973, e credita ao show e ao álbum por despertarem seu interesse pelo hard rock. King Diamond também menciona Fireball como o primeiro álbum de estúdio que ele comprou quando adolescente e uma influência importante em sua carreira futura.


Dando uma nota 4,5 (em 5), Eduardo Rivadavia afirma sobre o disco: “Um dos quatro álbuns indispensáveis do Deep Purple (os outros são In Rock, Machine Head e Burn), Fireball, de 1971, viu a banda se expandindo em direção do hard rock sem barreiras do cacofônico In Rock”. E complementa: “Claro, Machine Head do ano seguinte proporcionaria ao Deep Purple seu auge comercial, mas em Fireball, o formidável quinteto já estava a todo vapor”.


"Fireball", "Strange Kind of Woman" e "The Mule" foram tocadas, regularmente, ao vivo ao longo de 1972. “No No No” também fez parte do set da turnê Fireball.


Segunda estimativas, Fireball supera a casa de 500 mil cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.





Formação:

Ian Gillan – Vocal

Ritchie Blackmore – Guitarras

Roger Glover – Baixo

Jon Lord – Teclados, Hammond

Ian Paice – Bateria


Faixas:

Todas as canções compostas por Blackmore, Gillan, Glover, Lord e Paice.

1. Fireball - 3:25

2. No No No - 6:54

3. Demon's Eye - 5:19

4. Anyone's Daughter - 4:43

5. The Mule - 5:23

6. Fools - 8:21

7. No One Came - 6:28


Letras:

Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:

https://www.letras.mus.br/deep-purple/


Opinião do Blog:

Espremido entre In Rock e Machine Head, muitas vezes Fireball é um pouco esquecido na discografia do Deep Purple.


E isto é um erro. Se Fireball não é tão bom quanto as outras duas obras, ainda assim é um dos melhores trabalhos da discografia da banda. Ao menos, eu penso assim.


Penso que o disco seria ainda melhor com a inclusão da inesquecível “Strange Kind of Woman” (o que acontece na versão norte-americana), pois traria ainda mais valor ao álbum. Faixas incríveis como “No No No”, “The Mule” e “Fools” são verdadeiros petardos do grupo britânico.


Aqui é o Deep Purple fazendo seu Hard Rock visceral, com a guitarra de Blackmore e os teclados de Lord duelando com vigor, os vocais de Gillan excelentes e a seção rítmica conferindo peso às canções.


Escolho a porrada “Fireball” como minha favorita.


Em suma, Fireball é um dos grandes álbuns de Hard Rock setentista, apostando na intensidade, mesclando influências e, por fim, trazendo canções memoráveis. Retrato de um Deep Purple no seu auge criativo.

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