TESTAMENT - PRACTICE WHAT YOU PREACHE (1989)








Practice What You Preach é o terceiro álbum de
estúdio da banda norte-americana chamada Testament. Seu lançamento oficial
ocorreu no dia 8 de agosto de 1989, lançado pelo selo Atlantic (Megaforce). A
produção ficou a cargo do produtor Alex Perialas e as gravações foram feitas
naquele mesmo ano, no Fantasy Studios, em Bekerley, na Califórnia, nos Estados
Unidos.













A história do Testament está intimamente ligada à
famosa região da Bay Area, em São Francisco, na Califórnia e à linha do Heavy
Metal originária desta área, conhecida como Thrash Metal.





A primeira
formação do grupo surgiu no ano de 1983, sendo fundada pelo guitarrista Eric
Peterson e seu primo, Derrick Ramirez, que acumulava as funções de guitarrista
e vocalista e usava o nome “Legacy”.





Logo o Legacy acabou recrutando o baterista Mike
Ronchette e o baixista Greg Christian. Ramirez logo deixa a guitarra,
concentrando-se nos vocais, sendo substituído por um guitarrista que foi aluno
da lenda das guitarras, Joe Satriani. Este guitarrista era Alex Skolnick.





Depois disso, Ramirez acaba deixando o grupo, sendo
substituído pelo conhecido vocalista Steve “Zetro” Souza. Com esta formação, o
grupo acaba lançando uma ‘demo’ intitulada Legacy, que gera certa repercussão
ao grupo.





Após isso, o baterista Mike Ronchette deixa a banda
e é substituído por Louie Clemente.





Subsequentemente, foi a vez de Steve “Zetro” Souza
deixar o grupo para ingressar em outra lenda do Thrash Metal, o Exodus. Zetro
acaba sugerindo ao Legacy que o vocalista Chuck Billy, de uma banda local
chamada Guilt, deveria ser o seu substituto.





Com Chuck Billy nos vocais, Eric Peterson e Alex
Skolnick nas guitarras, Greg Christian no baixo e Louie Clemente na bateria, o
grupo se prepara para gravar seu primeiro álbum de estúdio. No entanto, durante
estas gravações, a banda se veria de frente a uma nova e fundamental mudança.





Chuck Billy:










Ocorre que o grupo teria que acabar mudando de
nome, pois Legacy já havia sido registrado por uma banda de Jazz. Assim, Billy
Milano, da banda S.O.D., sugere para os membros do conjunto o nome Testament.





Então, em abril de 1987, pela Megaforce Records, é
lançado o álbum de estreia do Testament, com o óbvio nome de The Legacy. O
álbum teve sucesso praticamente instantâneo entre o público fã de Thrash Metal.





The Legacy é um ótimo trabalho e conta com grandes
músicas, como “Over The Wall”, “Burnt Offerings”, “Apocalyptic City” e a
incrível “Alone In The Dark”. O Blog sugere fortemente que o leitor procure e
ouça este trabalho do Testament. Para se ter uma ideia da qualidade do
material, o Testament foi comparado ao Metallica por conta de The Legacy.





Com um álbum de estreia consistente, o Testament
sai em uma bem sucedida turnê pela América do Norte e Europa com a grande banda
Anthrax, que promovia seu álbum clássico Among The Living. Durante esta turnê,
o Testament grava o EP ao vivo chamado Live at Eindhoven.





Em maio de 1988 foi lançado,
também pela Megaforce Records, o segundo álbum de estúdio do Testament, The New
Order.





Outro ótimo trabalho, The New Order contém as
ótimas “Eerie Inhabitants”, “Into The Pit”, “Disciples of the Watch”, além dos
clássicos “Trial By Fire” e “The Preacher”; ambas lançadas como single, mas que
falharam ao entrar nas paradas de sucesso desta natureza.





Entretanto, The New Order – o qual, também,
sugerimos a audição atenta para o leitor – só fez aumentar a popularidade do
grupo, incluindo a primeira vez que um disco da banda adentrou a parada de
sucesso norte-americana, com a 136ª posição.













Já estamos em 1989 quando o Testament se reúne e
começa a compor e gravar o que seria o seu terceiro álbum de estúdio, Practice
What You Preach, sendo que as sessões de gravação ocorreram no Fantasy Studios,
em Berkeley, na Califórnia.





Neste álbum, a linha de sonoridade do grupo foi
mantida, mas com as temáticas das letras voltadas a um lado mais crítico da
sociedade da época, abordando temas como política e corrupção. Nos dois álbuns
anteriores, o foco estava mais voltado a temas obscuros.





A arte da capa foi feita pelo artista William
Benson.





PRACTICE WHAT YOU PREACH





Um grande clássico do grupo abre os trabalhos,
“Practice What You Preach”.





Em um ótimo trabalho de baixo e bateria, a canção
homônima ao álbum é que o abre. O riff principal da faixa é excelente,
típico Thrash Metal americano clássico, pois é veloz, pesado, mas repleto de
ritmo. Os vocais de Chuck Billy se casam perfeitamente com a melodia da música,
formando um clássico. Canção muito acima da média! O solo é incrível.





Nas letras, a música forma um conceito filosofal
sobre aqueles que não praticam o que dizem – e que pode ser aplicada a diversos
setores diferentes da atividade humana.





I never was the one, the one to say
the things you say


Never seem to wonder what you say


You think you've got your life
completely in control


You've got a lot to learn, the
bridge you burned


It's gonna take its toll!!! Pay the
burnt bridge toll!!!





A faixa foi lançada como single, mas falhou ao
entrar nas paradas de sucesso deste tipo de lançamento. Foi produzido um
videoclipe para promovê-la e o mesmo teve intensa divulgação na MTV
norte-americana, especialmente nos programas especializados em Heavy Metal.













PERILOUS NATION





A segunda faixa do álbum é “Perilous Nation”.





Uma rápida introdução no baixo abre a canção
“Perilous Nation”. Logo após isto, um típico riff Thrash embala a música de
forma veloz e intensa. Mais uma vez Chuck Billy desenvolve vocais perfeitos
para se casarem com a melodia. Uma grande faixa.





As letras são em tons de críticas à sociedade atual
e o que ela se torna. Muito
interessante:





Men are poor and lost in war of
ideology


No solution will prevail unless we
can be


Free on anger, free of pain


Free of hatred that we obtain


Tell me what this place was meant to
be


Free on anger, free of pain


Free of hatred that we obtain


Tell me what this place was meant to
be













ENVY LIFE





A terceira música do disco é “Envy Life”.





“Envy Life” tem um riff pesado e intenso, mas de
certa forma mais cadenciado. O ritmo se mantém desta forma por toda a música e
os vocais também são tão intensos quanto a melodia, formando uma faixa muito
forte. Das melhores do trabalho.





Quanto às letras, a temática de “Envy Life” é mais
obscura:





In regards to the nature used with
pacts of magic


Spirits from the vastly deep


Respond the calls from their broken
silence


Make sure you reach does not exceed
your grasp


All that is to be done before you
act


In a pact of invoking spirits from
the past













TIME IS COMING





A quarta faixa de Practice What You Preach é “Time
Is Coming”.





O ritmo do álbum é mantido em sua quarta canção,
“Time Is Coming”. O riff veloz acompanhado de baixo e bateria acelerados mantém
a intensidade do trabalho. Os vocais continuam cantados de forma intensa e
contribuem decisivamente para o prazer de quem a ouve. Mais uma ótima música.





As letras são em tom de denúncia contra a corrupção
governamental e institucional:





Yeah! The way I feel, seems to me to
be so real


So sick and tired you know just how
I feel


Cops they dress in black, they bid
their lives


The bribes they stack, so sick and
tired


Of the same old this and that


The time is coming, it's too soon I
can't quite tell


I don't know, I think my world has
gone to hell


The time is coming, life it spins
just like a wheel


I dont know, that's the way that it
makes me feel!













BLESSED IN CONTEMPT





A
quinta canção do álbum é “Blessed In Contempt”.





“Blessed In Contempt” é bem veloz e relativamente
mais pesada que as faixas precedentes, com os vocais sendo cantados muito
intensamente. A bateria também mostra um trabalho intenso de Louie Clemente.





As letras têm um aspecto mais sombrio:





Thougts have now come back to me


It's time to perpetrate


Take me to my sanity, before it gets
too late


Hear me as I call to you, right here
down below


Resurrect my will to live, come
before I...
go!













GREENHOUSE EFFECT





A sexta canção do disco é “Greenhouse Effect”.





No início de “Greenhouse Effect”, a bateria está
intensa mais uma vez. O riff é novamente contagiante, repleto de ritmo, peso e
profundidade. A música oscila em momentos em que ela tem uma leve aceleração e,
em outros, pouquinho mais cadenciada. Outra das grandes faixas de Practice What
You Preach.





As letras são de denúncia de devastação ambiental:





Our only hope to breathe again


To stop the madness closing in


What will we do when all is lost


Environmental
holocaust.......repeat





Também foi um dos singles lançados para promover o
trabalho, mas falhou em entrar nas paradas desta natureza.













SINS OF OMISSION





A sétima faixa do álbum é “Sins Of Omission”.





A canção apresenta um típico ritmo de Thrash Metal
clássico, com boa velocidade e intensidade aceleradas, alternando com um riff
por vezes mais cadenciado. Chuck Billy dá um verdadeiro show nos vocais e a faixa conta com um
solo belíssimo. Sem dúvidas, uma das excelentes músicas do trabalho!





As letras têm um teor mais filosófico, com uma
pitada mais obscura:





False sense of pride, satisfies


There's no reason for suicide


Use your mind, and hope to find


Find the meaning of existence...













THE BALLAD





A oitava música do disco é “The Ballad”.





A canção tem um início bastante suave, acústico,
com belíssimas linhas melódicas ao violão. Como o nome sugere, a faixa é uma
belíssima balada, com Chuck Billy mostrando o incrível vocalista que é, dando-se
muito bem cantando de maneira mais suave. Os solos são verdadeiras aulas de
feeling, construindo uma belíssima música. Os momentos mais intensos não perdem
a riqueza de melodia, mesmo naqueles em que a canção se torna um Thrash
mais tradicional.





As letras são muito interessantes, mais uma vez em
tom mais filosófico sobre a vida:





Too many times


What's to fear, fear no more


Show my conscience what fears's for


Now I know this is so real


What's done is done so do as you
will!


I'm keeping alive! Go on, no don't
look back


Just realize where you've gone


Where are you going to, no lifes not
done with you


You're only just begun, to live your
life!


For
you..."





“The Ballad” também foi lançada como videoclipe e
teve razoável ventilação à época de seu lançamento nos Estados Unidos.













NIGHTMARE (COMING BACK TO YOU)





“Nightmare (Coming Back To You)” é a nona faixa do
trabalho.





A faixa é bastante curta, com pouco mais de 2
minutos. Um típico riff Thrash Metal, com a bateria extremamente veloz, constrói uma
canção com um ritmo agressivo e muito rápido. O solo é ótimo e toma boa parte da
curta música.





As letras são boas, embora em temática subjetiva:





Don't wanna die, just wanna live!


I've got stop taking what they give


So many roads moving all around


I only see the one going down it's a
nightmare


Going down the road on account of
you


No escape from the things you put me
through


I don't know, I don't care, I can't
go anywhere it's a nightmare


Coming back to you!













CONFUSION FUSION





A décima – e última – canção do álbum é “Confusion
Fusion”.





A canção é toda instrumental e é uma ótima amostra
do DNA musical do Testament, especialmente desta sua fase clássica. O grupo
mostra como construía músicas que possuíam peso, alternando passagens rápidas e
outras cadenciadas, mas sempre explorando as melodias mais intrincadas. Ótimo
trabalho.













Considerações
Finais





Practice What You Preach foi o álbum mais bem
sucedido comercialmente do Testament até o momento de seu lançamento. Atingiu a
77ª posição na parada de sucessos dos Estados Unidos, assim como conseguiu a
ótima 40ª posição de sua correspondente britânica. Na parada norueguesa,
alcançou a 20ª colocação.





Embora seus singles não tenham sido bem sucedidos,
a extensa visibilidade dada aos videoclipes de “Practice What You Preach” e de
“The Ballad” explica este sucesso do álbum, mostrando a força que a televisão
já tinha em 1989. O álbum acabou sendo o mais vendido e popular do grupo
naqueles tempos.





Também a crítica especializada acabou se rendendo à
qualidade de Practice What You Preach. Alex Henderson, do Allmusic, elogia o
fato da mudança de temática nas letras da banda, que, segundo ele, aposta em
temas como “liberdade de escolha, a corrupção política, a hipocrisia, e os
efeitos da ganância e avareza”.





Eric Peterson:










Em mais de 20 anos de carreira, o Testament lançou
grandes álbuns e gravou excelentes canções. Estima-se que o grupo supere a casa
de 12 milhões de cópias vendidas de sua discografia até hoje pelo mundo.





Formação:


Chuck
Billy – Vocal


Eric
Peterson  - Guitarra


Alex
Skolnick – Guitarra


Greg
Christian  - Baixo


Louie
Clemente – Bateria





Faixas:


01.
Practice What You Preach (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 4:54


02.
Perilous Nation (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 5:50


03.
Envy Life (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 4:16


04.
Time Is Coming (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 5:26


05.
Blessed in Contempt (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 4:12


06.
Greenhouse Effect (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 4:52


07.
Sins of Omission (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 5:00


08.
The Ballad (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 6:09


09.
Nightmare (Coming Back to You) (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 2:20


10.
Confusion Fusion (Billy/Christian/Clemente/Peterson/Skolnick) - 3:07





Letras:


Para o conteúdo das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/testament/





Opinião do
Blog:


O Thrash Metal norte-americano trouxe para o mundo
grandes nomes do Heavy Metal mundial. Basta lembrar do grupo batizado de Big 4:
Metallica, Megadeth, Anthrax e Slayer. O Testament é mais uma banda oriunda
desta vertente.





A banda californiana tem mais de 20 anos de
carreira e já gravou 10 álbuns de estúdio. Flertou com o Death Metal no
aclamado álbum The Gathering (1999) – um álbum bem agressivo e violento – mas a
fase que mais agrada a este blogueiro é mesmo a inicial.





Nesta fase inicial, o conjunto demonstra seu
talento em compor ótimos riffs em que peso, velocidade e melodia se casam
perfeitamente, permitindo que os caras lançassem excelentes composições. É
nítida a influência que o Metallica teve sobre o grupo, especialmente nesta
fase inicial, e o Testament aproveitou desta influência criando uma identidade
musical própria. The Legacy,
The New Order, Souls Of Black são excelentes discos.





Assim como o é Practice What You Preach. Músicas
realmente incríveis fazem parte deste álbum. “Perilous Nation”, “Envy Life”, “Sins Of Omission” e “Practice What You
Preache” são obras incríveis de Thrash/Heavy Metal.
“The Ballad” mostra
a grande versatilidade da banda em compor e “Confusion Fusion” tem a identidade
musical do grupo nos seus álbuns iniciais.





Enfim, uma banda muito especial e que merece que os
fãs de sons mais pesados conheçam seu trabalho. Practice What You Preache e o
Testament, em geral, são mais que indicados pelo Blog.

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