BRUCE SPRINGSTEEN - DARKNESS ON THE EDGE OF TOWN

 


Darkness
on the Edge of Town é o quarto álbum de estúdio do cantor
norte-americano Bruce Springsteen. O lançamento oficial do trabalho
aconteceu em 2 de junho de 1978, através do selo Columbia Records.
As gravações ocorreram entre 1º de junho de 1977 e março do ano
seguinte, nos estúdios Atlantic e Record Plant, ambos em New York
City, nos Estados Unidos. A produção ficou por conta de Jon Landau
e do próprio Bruce Springsteen.






Finalmente
o grande Bruce Springsteen retorna a nossas páginas com um de
seus álbuns mais interessantes. Vai-se acompanhar os fatos que se
antecederam ao lançamento do disco para se contextualizar a obra.









Antecedentes






Em
agosto de 1975, Bruce Springsteen
lançou Born to Run, seu terceiro álbum de estúdio, uma obra
aclamada por crítica e público e que foi analisada pelo site aqui.






Na
sequência, Springsteen entrou em uma disputa judicial com seu
ex-empresário, Mike Appel, o que obrigou Bruce a ficar longe dos
estúdios, mas o manteve em uma longa turnê com a E Street Band.






Springsteen
só retornaria aos estúdios em 1977, após um acordo com Appel e as
novas canções se tornariam Darkness on the Edge of Town.









Gravações






Darkness
on the Edge of Town
soa “menos comercial” que seu antecessor,
embora Bruce tenha “repetido a fórmula” de Born to Run
aqui: As faixas que abriam os 2 lados do LP original eram mais
intensas e explosivas, enquanto as que os encerram são mais
introspectivas e lamuriosas.






Ao
contrário de Born to Run, as músicas foram gravadas pela
banda inteira, de uma só vez, frequentemente logo após Springsteen
as compor. Steven Van Zandt recebeu créditos por assistência à
produção, já que auxiliou Bruce com os arranjos.






Durante
as sessões de Darkness, Springsteen escreveu ou gravou muitas
músicas que acabou não usando no álbum. Manter a temática do
disco era muito importante para ele, e as músicas se acumularam
porque as sessões foram contínuas por quase um ano.






Um
conceito de álbum chamado "Badlands" foi preparado em
outubro de 1977, completo e até com capas, mas foi rejeitado no
último minuto por Springsteen, pois ele não estava confortável com
aquele lançamento e queria continuar gravando.






As
sessões de gravação foram concluídas em janeiro, mas a mixagem
continuou por mais três meses. De acordo com Jimmy Iovine,
Springsteen escreveu pelo menos 70 músicas durante este período, e
52 dessas músicas foram gravadas e estavam completas, com 18 não
totalmente concluídas.









Alguns
dos materiais não utilizados tornaram-se hits para outros artistas
como "Because the Night" para Patti Smith; "Fire"
para Robert Gordon e para a the Pointer Sisters; "Rendezvous"
para Greg Kihn; "Don't Look Back" para The Knack; e duas
faixas para o conjunto Southside Johnny and the Asbury Jukes: "Hearts
of Stone" e "Talk to Me".






Outras
músicas como "Independence Day", "Drive All Night",
"Ramrod" e "Sherry Darling" apareceriam no
próximo álbum de Springsteen, The River, de 1980, enquanto
outras se tornaram clássicos piratas até aparecerem nas compilações
de Springsteen intituladas Tracks (1998) e The Promise
(2010).






A
foto da capa e do encarte foram tiradas pelo fotógrafo Frank
Stefanko dentro de sua casa em Haddonfield, Nova Jersey.






Vamos
às faixas:






BADLANDS






Badlands”
é uma faixa incrível que abre o disco de forma arrebatadora!






A
letra demonstra o eu lírico revoltado com a vida:






Talk
about a dream, try to make it real

You wake up in the night with
a fear so real

You spend your life waiting for a moment that
just don't come

Well, don't waste your time waiting



Badlands”
foi o segundo single retirado do disco e alcançou a 42ª posição
da principal parada norte-americana destinada a este tipo de
lançamento.






Os
editores da Rolling Stone classificaram "Badlands" como a
segunda maior música de Springsteen, atrás apenas de "Born to
Run", e consideram que ela se encaixa na definição de um hino
do rock.






ADAM
RAISED A CAIN






Adam
Raised a Cain” é um Hard Blues Rock simplesmente incrível, com
potência e uma atuação histórica dos vocais de Bruce.






A
letra explica uma relação pai-filho, através de figuras bíblicas:






In
the Bible Cain slew Abel

And East of Eden he was cast

You're
born into this life paying

For the sins of somebody else's
past

Daddy worked his whole life, for nothing but the pain






SOMETHING
IN THE NIGHT






A
bela “Something in the Night” é mais introspectiva e contida.






O
eu lírico se apresenta sem esperanças:






When
we found the things we loved,

They were crushed and dying in the
dirt.

We tried to pick up the pieces,

And get away without
getting hurt,

But they caught us at the state line,

And
burned our cars in one last fight,

And left us running burned
and blind,

Chasing something in the night






CANDY’S
ROOM






Os
teclados dominam na intensa “Candy’s Room”.






A
letra fala sobre uma paixão:






She
says baby if you wanna be wild

You got a lot to learn, close
your eyes

Let them melt, let them fire, let them burn

'Cause
in the darkness there'll be hidden worlds that shine

When I hold
Candy close, she makes those hidden worlds mine






RACING
IN THE STREET






Racing
in the Street” é uma linda balada, com soberba atuação vocal de
Bruce.






A
letra fala sobre fuga de responsabilidade:






We
take all the action we can meet

And we cover all the northeast
states

When the strip shuts down, we run ’em in the
street

From the fire roads to the interstate

Now, some
guys, they just give up living

And start dying little by little,
piece by piece

Some guys come home from work and wash up






THE
PROMISED LAND






The
Promised Land” é uma canção típica do Bruce Springsteen – e é
muito boa!






A
letra é uma homenagem a “Promised Land”, de Chuck Berry:






The
dogs on Main Street holw 'cause they understand

If I could take
one moment into my hands

Mister I ain't a boy no I'm a man

And
I believe in a promised land






Como
várias outras músicas de Darkness on the Edge of Town, Springsteen
tinha o refrão de "The Promised Land" antes que ele
pudesse criar as letras para os versos. Embora lançada como single,
não alcançou as principais paradas de sucessos desta natureza.






FACTORY






Factory”
é curtinha, mas muito tocante e bela.






A
letra fala sobre um trabalhador:






Through
the mansions of fear, through the mansions of pain,

I see my
daddy walking through them factory gates in the rain,

Factory
takes his hearing, factory gives him life,

The working, the
working, just the working life






STREETS
OF FIRE






Apesar
de mais contida, “Streets of Fire” é bem bonita.






A
letra é bem sombria:






When
the night's quiet and you don't care anymore

And your eyes are
tired and there's someone at your door

And you realize you want
to let go

And the weak lies in cold walls you embrace you






PROVE
IT ALL NIGHT






Prove
It All Night” tem um ótimo refrão e um clima dançante bem
agradável.






A
letra fala sobre promessas de amor:






A
kiss to prove it all night, prove it all night

Girl, there's
nothing else that we can do

So prove it all night, prove it all
night

And girl I'll prove it all night for you





Prove
It All Night” foi o primeiro single lançado para promoção do
disco, atingindo o 33º lugar da principal parada norte-americana
desta natureza.






DARKNESS
ON THE EDGE OF TOWN






Darkness
on the Edge of Town” encerra o disco de forma incrível, sendo uma
composição intensa e comovente.






A
letra menciona alguém muito azarado:






I'll
be there on time and I'll pay the cost

For wanting things that
can only be found

In the darkness on the edge of town






A
revista Rolling Stone designou a música no 8º lugar em uma lista
das 100 melhores músicas de Bruce Springsteen.






Considerações
Finais






Darkness
on the Edge of Town
atingiu a 5ª posição da principal parada
norte-americana de álbuns, bem como a 14ª colocação em sua
correspondente britânica.






Na
Rolling Stone, Dave Marsh viu Darkness on the Edge of Town
como um registro marcante no rock and roll por causa da clareza de
sua produção, guitarra única de Springsteen, e por conectar os
personagens e temas em uma forma sutil, mas coesa.






Robert
Christgau estava menos entusiasmado no The Village Voice. Ele achou
as narrativas de Springsteen versáteis e os personagens notáveis em
"Badlands", "Adam Raised a Cain" e "Promised
Land", (…) porém, ele considerou outras canções,
particularmente "Streets of Fire" e "Something in the
Night", mais impressionistas e exageradas, afirmando que
Springsteen era "um importante artista menor ou um grande
artista muito falho e inconsistente".






No
Reino Unido, o álbum foi classificado em 1º lugar entre os "Álbuns
do Ano" de 1978, pela NME.






William
Ruhlmann, do AllMusic, em retrospectiva, dá uma nota 4,5 (em 5) para
o disco, afirmando: “(…) Springsteen apresentou essas duras
verdades em ambientes de hard rock, as faixas ritmadas por poderosas
baterias e solos de guitarra abrasadores. Embora não tão fortemente
produzido quanto Born to Run, Darkness recebeu um som
encorpado, com teclados proeminentes e vocais duplos. As histórias
de Springsteen estavam se tornando menos heróicas, mas seu estilo
musical permaneceu grandioso (…)”.






Em
2003, o disco foi classificado no 151º lugar da lista da Rolling
Stone dos 500 maiores álbuns de todos os tempos, reclassificado em
150º em uma lista revisada de 2012, enquanto subiu para o 91º em
uma revisão adicional em 2020.






Em
2013, o álbum foi classificado na 109ª posição em uma lista
semelhante pelo NME.






A
turnê de 1978, para promover o álbum, tornou-se lendária pela
intensidade e pela duração de seus shows.






Em
setembro de 1979, Springsteen e a E Street Band se juntaram ao
coletivo antinuclear Musicians United for Safe Energy, no Madison
Square Garden, por duas noites, tocando um set abreviado enquanto
estreavam duas músicas de seu próximo álbum.






O
disco ao vivo daquelas apresentações, No Nukes, bem como o
documentário No Nukes do verão norte-americano seguinte,
representou as primeiras gravações oficiais e filmagens do, hoje,
lendário show de Springsteen, bem como o registro da primeira vez em
que Springsteen teve envolvimento político.






Darkness
on the Edge of Town
supera a casa de 3 milhões de cópias
vendidas nos Estados Unidos.









Formação:


Bruce
Springsteen – Vocal, Guitarra-solo, Gaita


The
E Street Band:


Roy
Bittan – Piano, Backing vocals


Clarence
Clemons – Saxophone, Backing vocals


Danny
Federici – Hammond, Glockenspiel


Garry
Tallent – Baixo


Steven
Van Zandt – Guitarra-base, Backing vocals


Max
Weinberg – Bateria






Faixas:


Todas
as faixas creditadas a Bruce Springsteen.


01.
Badlands - 4:03


02.
Adam Raised a Cain - 4:32


03.
Something in the Night - 5:11


04.
Candy's Room - 2:51


05.
Racing in the Street - 6:53


06.
The Promised Land - 4:33


07.
Factory - 2:17


08.
Streets of Fire - 4:09


09.
Prove It All Night - 3:56


10.
Darkness on the Edge of Town - 4:30






Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/bruce-springsteen/






Opinião
do Blog:


O
RAC traz o excepcional Darkness on the Edge
of Town
para nossas páginas.






Fica
bem difícil, para o site, falar sobre este álbum sem soar muito
piegas, pois é um dos preferidos da casa. Bruce Springsteen é
um de nossos músicos prediletos e Darkness está entre suas
melhores obras.






Neste
álbum, Bruce Springsteen continua aquilo que havia criado em
Born to Run, mas seguindo em frente. As letras, ótimas, estão
mais ácidas e sua musicalidade dá um passo – embora curto – a
uma visão mais agressiva.






Isto
produz faixas incríveis e intensas como a espetacular “Adam Raised
a Cain”, possivelmente a melhor do disco. Mas aqui não há nenhuma
faixa de enchimento e a audição do álbum flui perfeitamente.






Enfim,
se você que está lendo esta resenha nunca ouviu Darkness on the
Edge of Town
vá correndo o fazer. Não é preciso dizer mais
nada.

Comentários