URIAH HEEP - DEMONS AND WIZARDS (1972)

 



Demons and Wizards é o quarto álbum
de estúdio da banda inglesa Uriah Heep. O seu lançamento oficial
aconteceu em 19 de maio de 1972 pelos selos Bronze e Island Records.
As gravações ocorreram entre março e abril daquele mesmo ano, no
Lansdowne Studios, em Londres, na Inglaterra. A produção ficou a
cargo de Gerry Bron.






Um
dos preferidos da casa, o grupo Uriah Heep retorna às nossas
páginas com, talvez, seu maior clássico. Um breve antecedente vai
ser contado antes de se entrar nas canções do álbum.









Look
at Yourself






Em
outubro de 1971, o Uriah Heep lançou Look at Yourself,
seu terceiro álbum de estúdio, o qual foi destrinchado pelo site
aqui.






Embalado
pelo sucesso de “July Morning”, o disco alcançou a 39a
posição da principal parada britânica de álbuns.






Sequência






No
final de 1971, ficou bem claro, de acordo com o que o tecladista Ken
Hensley afirma, que ele, o vocalista David Byron e o guitarrista Mick
Box haviam se tornado o núcleo unido da banda.






Sentindo-se
marginalizado e recentemente abalado quando se envolveu em um
acidente na Alemanha em um dos carros da banda, o primeiro baixista,
Paul Newton saiu do grupo, em novembro de 71, e foi brevemente
substituído pelo baixista Mark Clarke.






Durante
esse mesmo mês de novembro, o baterista Ian Clark foi substituído
por Lee Kerslake,que foi da banda Gods. O neozelandês Gary Thain,
então membro da Keef Hartley Band, juntou-se ao Uriah Heep
como baixista permanente em fevereiro de 1972, no meio de outra turnê
americana, substituindo Mark Clarke, que estava exausto e próximo de
um colapso mental.


Gary Thain







"Gary
possuía um estilo próprio, era incrível porque todos os baixistas
do mundo que eu já conheci sempre amaram seu estilo, com aquelas
linhas de baixo melódicas", afirmou Box, anos mais tarde.






Assim
se formou o "clássico" Uriah Heep e, segundo o
biógrafo K. Blows, "tudo se encaixou no seu lugar".






O
resultado dessa química recém-descoberta seria o álbum Demons
and Wizards
.






Demons
and Wizards






Embora
o título do álbum e a capa de Roger Dean sugerissem fantasia
medieval, as palavras de Ken Hensley declararam que o álbum era
"apenas uma coleção de nossas músicas em que tivemos um bom
tempo gravando".




Hensley
lembrou: "A banda estava realmente focada naquela época. Todos
queríamos a mesma coisa, estávamos todos dispostos a fazer os
mesmos sacrifícios para alcançá-la e estávamos todos muito
comprometidos. Foi o primeiro álbum a apresentar essa formação e
houve uma magia naquela combinação de pessoas que criou tanta
energia e entusiasmo".


Ken Hensley







O
lançamento original em vinil era uma capa dobrável, cuja frente foi
projetada por Roger Dean. A capa interna tinha fotos da banda e notas
de Hensley, enquanto o encarte apresentava as letras impressas.






Vamos
às faixas:






THE
WIZARD






Apostando
na sutileza, “The Wizard” é uma das mais belas faixas da
história do Rock, contando com vocais maravilhosos de Byron.






A
letra mostra um eu lírico apresentando um mago:






So
spoke the wizard


In
his mountain home


The
vision of his wisdom


Means
we'll never be alone


And
I will dream of my magic night


And
a million silver stars


That
guide me with their light









The
Wizard” foi lançada como single, mas não repercutiu nas
principais paradas de sucesso, entretanto atingindo a 8ª posição
na parada da Suíça.






TRAVELLER
IN TIME






As
bases do Hard Rock do Heep retornam em “Traveller in Time”, mais
uma vez com vocais incríveis de Byron.






A
letra mostra um eu lírico com alguns arrependimentos:






If
I could go back


The
same way I got here


And
see the people that


I
once held so near


I'd
do my best to


Find
an answer for you






EASY
LIVIN’






Com
teclados infernais de Hensley, “Easy Livin’” é a essência do
que há de melhor no Hard Rock.






A
letra fala sobre dificuldades:






Waiting,
watching


Wishing
my whole life away


Dreaming,
thinking


Ready
for my happy day


And
some easy livin'









Easy
Livin’” é, bem possivelmente, o single de maior sucesso
comercial do Uriah Heep. Ela atingiu a 39ª posição da Billboard
Hot 100, a principal parada de singles norte-americana. Não alcançou
a parada britânica, mas foi um grande sucesso na Alemanha,
alcançando o 15º lugar. Teve seu maior sucesso na Holanda, onde
alcançou a 5ª colocação, enquanto na Finlândia alcançou a
posição 17, na França a 35ª e na Austrália a 75ª.




Em
1995, a Radiomafia, da Finlândia, adicionou "Easy Livin'"
à sua lista de "Top 500 Songs".




A
música foi incluída na maioria dos shows ao vivo desde 1973. É a
segunda música mais regravada do Uriah Heep, atrás apenas de "Lady
in Black". Três anos após o lançamento da música, "Easy
Livin '" foi uma das duas únicas canções presentes no filme
Dog Day Afternoon, de 1975.






POET’S
JUSTICE






Poet’s
Justice” tem muita presença dos teclados de Hensley, mas é
importante prestar atenção no trabalho da seção rítmica,
especialmente de Kerslake. Outra baita canção!






A
letra apresenta um eu lírico apaixonado:






Half
of me is all of her


I'd
be much happier if I were whole


All
my words and wisdom fall


The
poet's justice


Leads
me to my goal


Leads
me to my goal






CIRCLE
OF HANDS






Se
exite, ainda hoje, alguma dúvida sobre a capacidade impressionante
de Ken Hensley como compositor, ouça “Circle of Hands”. A voz de
Byron torna tudo ainda mais perfeito.






A
letra traz uma espécie de maldição:






Sky
full of eyes


Minds
full of lies


Black
from their cold hearts


Down
to their graves


Murdered
the dawn


Spreading
their scorn


Cursing
the sun


Of
which love was born


David Byron







RAINBOW
DEMON






Rainbow
Demon” possui um clima mais sombrio e um Hensley inspiradíssimo!






A
letra descreve uma figura maligna:






Riding
on in the mist of morning


No
one dared to stand in his way


Posessed
by some distant calling


Riding
on through night and day






ALL
MY LIFE






All
My Life” é Hard Rock na essência, curta e direta ao ponto, é
dominada pela guitarra de Mick Box.






A
letra fala sobre um amor:






I've
never ever thought


I
was looking for a wife


But
I think I could love her


For
the rest of my life






PARADISE






Com
vocais divididos entre Byron e Hensley, “Paradise” é a prova de
como Gary Thain elevou o nível do Uriah Heep ao Olimpo das bandas
setentistas.






A
letra apresenta um eu lírico determinado:






I
touch you softly now


Borne
on by hope


Until
the end somehow


I
am a man and I must keep my vow


I
must go on






THE
SPELL






The
Spell” encerra o disco com a banda expondo suas influências da
música norte-americana (blues e soul), novamente com Hensley e Byron
dividindo os vocais.






A
letra também é em tom de fantasia:






But
when the night is over


And
daytime steals your cover


The
goodness of the morning sun


Will
warm away


What
you have done


And
leave you cold






Considerações
Finais






Demons
and Wizards
é um dos principais álbuns da discografia do Uriah
Heep
, fazendo bastante sucesso comercial. Ele atingiu a 20ª
posição na principal parada de álbuns britânica, conquistando a
23ª colocação em sua correspondente norte-americana. Também ficou
com os 1º, 5º e também 5º lugares nas principais paradas da
Finlândia, Noruega e Alemanha; respectivamente.






A
Rolling Stone, que publicou uma crítica negativa do álbum de
estreia da banda, publicou uma avaliação positiva de Demons and
Wizards
. Mike Saunders escreveu: "Esses caras são bons”.
O AllMusic, que dá uma nota 4,5 (em 5) ao disco, afirma:
"solidificou a reputação de Uriah Heep como um mestre
do heavy metal com influência gótica".






O
álbum também serviu como inspiração parcial para o projeto
paralelo de Hansi Kürsch e Jon Schaffer, Demons and Wizards.






Embora
o título (e a capa de Roger Dean) sugerissem que a banda estava
trabalhando romanticamente o mito medieval em suas canções - e
certamente canções como "Rainbow Demon" e "The
Wizard" (coescrita por Mark Clarke, durante sua curta estada no
grupo) tinham temas ligados com o mundo da fantasia - uma abordagem
mais direta, de hard rock também era aparente.






Para
descartar quaisquer insinuações possíveis sobre qualquer tipo de
conceito por trás do disco, uma nota de Hensley na capa declarava
que o álbum era "apenas uma coleção de nossas canções que
nos divertimos gravando". Tanto os críticos quanto os
aficionados da banda têm o álbum em alta consideração.






Ken
Hensley lembrou: “A banda estava muito focada naquele momento.
Todos queríamos a mesma coisa, estávamos todos dispostos a fazer os
mesmos sacrifícios para conseguir (o sucesso) e estávamos todos
muito empenhados. Foi o primeiro álbum a apresentar aquela formação
e havia uma magia naquela combinação de pessoas que criava tanta
energia e entusiasmo”.






Em
algumas edições em CD, “Paradise” e “The Spell” estão na
mesma faixa.






Cerca
de seis meses depois do lançamento de Demons and Wizards a
banda lançaria o também sensacional The Magician's Birthday.









Formação:


David
Byron – Vocal


Mick
Box – Guitarra


Ken
Hensley – Teclado, Guitarra, Percussão, Backing Vocals, Vocais em
8 e 9


Lee
Kerslake – Bateria, Percussão


Gary
Thain – Baixo


Músicos
Adicionais:


Mark
Clarke – Baixo em 1






Faixas:


1.
The Wizard (Hensley/Clarke) - 2:59


2.
Traveller in Time (Byron/Kerslake/Box) - 3:25


3.
Easy Livin' (Hensley) - 2:37


4.
Poet's Justice (Hensley/Box/Kerslake) - 4:15


5.
Circle of Hands (Hensley) - 6:25


6.
Rainbow Demon (Hensley) - 4:25


7.
All My Life (Box/Byron/Kerslake) - 2:44


8.
Paradise (Hensley) - 5:10


9.
The Spell (Hensley) – 7:32






Letras:


Para
o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a:
https://www.letras.mus.br/uriah-heep/






Opinião
do Blog:


Embora
todos sejam pessoais, este “Opinião do Blog” vai ser ainda mais
carregado de “Opinião”.






É
evidente que ao longo da história do Rock muitas bandas tiveram
reconhecimento, crítico e comercial, inferior ao que mereciam. Mas,
se há um caso de grupo ‘criminosamente subestimado’, é o Uriah
Heep.






E
na categoria discos injustiçados, Demons and Wizards é um
medalhista de ouro. Todo – e repito, TODO – reconhecimento tardio
que se faça a este álbum é ainda pouco. Demons and Wizards
é um dos melhores discos de todos os tempos.






Este
álbum é um retrato de uma banda talentosíssima vivendo seu auge.
Ken Hensley provando ser um compositor de “mão cheia”, Box
destruindo na guitarra e uma seção rítmica de respeito.






A
cereja do bolo é David Byron, o vocalista mais injustiçado do Hard
Rock. O que ele faz em canções como “The Wizard”, “Circle of
Hands” e “Paradise”… sem comentários.






As
letras exploram aspectos humanos em um clima fantasioso. Valem uma
conferida mais atenta.






Destaques
são todas as faixas, mas “The Wizard” e “Easy Livin’” são
clássicos evidentes. Mas, pessoalmente, enalteço “Rainbow Demon”
e a inacreditável “Circle of Hands”.






Em
resumo: Demons and Wizards é um dos melhores discos de todos
os tempos.

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